sexta-feira, 22 de outubro de 2010

«A Oligarquia das Bestas»!

Caro Camarada Baptista Bastos,

O seu encomiástico panegírico de hoje no DN sobre a 1ª República e o papel insubstituível do iluminado radical jacobino Afonso Costa dizem muito sobre a reescrita histórica daquele regime que nos foi sendo vendida pela maçonaria e seus correligionários ao longo de décadas. Ficaria esclarecido se me respondesse a estas questões menores:
As grandezas da 1ª República estão também nas perseguições, nos prisioneiros políticos aos milhares, no cerceamento dos direitos eleitorais dos pobres e analfabetos e das mulheres e nos milhares de jovens mortos da primeira guerra?
Nas bombas que quase diariamente rebentavam na capital, nos assassinatos de Presidentes e de políticos do regime? Na censura da imprensa que durou anos?
E no colapso das finanças públicas que acabou no não pagamento das pensões e no chamamento do Doutor de Santa Comba? E nos 28 governos e 7 Presidentes da República?
E no tal figurão do doutor Afonso Costa que Fernando Pessoa abominava e disse que conduzia um governo que era uma “oligarquia das bestas”?
Defina lá decência e moral e deixe os historiadores fazerem a história! Porque era na União Soviética que os estalinistas refaziam a história, os denominados revisionistas que queriam dourar o regime responsável por uma ditadura e um totalitarismo responsável por muitas centenas de milhares de mortos, nas guerras e nos campos de concentração do Gulag.
Com estes seus panegíricos revolucionários, que desvalorizam completamente o valor das vidas humanas vitimadas por doutrinas de iluminados radicais, antes quero ouvir os homens que espumam aos cantos da boca e os monárquicos constitucionalistas.
Para si os mortos das guerras coloniais salazaristas valiam alguma coisa? Ou eram também carne para canhão como os da primeira guerra Afonsina?
Com os cumprimentos e a anteposição consciente e decentemente moralizadora do

José Pinto Correia


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