terça-feira, 10 de janeiro de 2017
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Clero cristão saúda o Islão na Igreja,
em seguida curva-se a ele
Giulio Meotti, Gatestone Institute, 8 de Janeiro de 2017
Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
- Em Julho último, pela primeira vez durante uma missa em Itália, um verso do Alcorão foi recitado no altar.
- Provavelmente o clero católico está desorientado por causa do próprio Papa Francisco, que foi o primeiro a permitir a leitura de orações islâmicas e leituras do Alcorão no Vaticano.
- Quando se trata do Islão o Papa abraça o relativismo religioso. Ele vem reiterando que a violência islamista é obra de «um pequeno grupo de fundamentalistas» que, segundo ele, não têm nada a ver com o Islão.
- O bispo Harries da Igreja de Inglaterra sugeriu que a coroação do Príncipe Charles deveria ser aberta com uma leitura do Alcorão. Nos Estados Unidos mais de 50 igrejas, incluindo a Catedral Nacional de Washington, realizam leituras do Alcorão. Há leituras da liturgia cristã nas mesquitas?
- Como é possível que um número tão ínfimo de líderes cristãos tenham levantado a voz diante deste ataque sem precedentes contra um monumento cristão? Será que organizaram tantas leituras do Alcorão nas suas próprias igrejas de modo que agora vêem como algo normal converter uma igreja numa mesquita?
- Não seria melhor para a Igreja católica dar início a um diálogo sincero com as comunidades islâmicas, com base em princípios como reciprocidade (se vocês construírem mesquitas na Europa, nós construiremos igrejas no Médio Oriente), protecção das minorias cristãs do Crescente e repúdio à teologia da jihad contra os «infiéis»?
- Há uma propensão cada vez mais preocupante de toda a gente em Itália e na Europa.
- Pela primeira vez em mais de 700 anos, canções islâmicas ressoaram na Catedral de Florença, Igreja de Santa Maria del Fiore. Sob a famosa Cúpula de Brunelleschi, melodias islâmicas acompanhavam as cristãs. A «iniciativa inter-religiosa» foi promovida uma semana depois do massacre bárbaro cometido por terroristas islamistas em Paris contra a redacção da revista Charlie Hebdo, incluindo «Alcorão é Justiça» e outros «cânticos» dessa natureza.
- Em seguida, um padre no Sul de Itália enfureceu paroquianos por ter vestido a Virgem Maria com uma burka muçulmana no presépio de Natal da sua Igreja. O pastor da paróquia dos Santos Joaquim e Ana em Potenza, padre Franco Corbo, disse que tinha construído a creche especial «em nome do diálogo entre as religiões». Estas iniciativas inter-religiosas baseiam-se na eliminação gradual da herança judaico-cristã em favor do Islão.
- Outro padre em Itália também acabou com o presépio de Natal no cemitério local porque isso «podia ofender os muçulmanos». O padre Sante Braggiè disse que não haveria manjedoura no cemitério no Norte da cidade de Cremona porque isso podia irritar as pessoas de outras religiões ou aqueles cujos parentes não estão enterrados naquele local:
- «Um cantinho do cemitério está reservado para as sepulturas muçulmanas. Uma manjedoura posicionada no campo de visão daquelas sepulturas poderia ser visto como falta de respeito para com os seguidores de outras religiões, ferir as suscetibilidades dos muçulmanos, assim como dos indianos e até mesmo dos ateus».
- Em Rebbio, a paróquia italiana de S. Martin estava a preparar-se para o final da missa. De repente, Nour Fayad, uma mulher usando um véu subiu no púlpito e começou a ler os versos do Alcorão que anunciam o nascimento de Cristo. A iniciativa de Dão Giusto della Valle tinha o propósito de mostrar «um gesto para o diálogo».
- Logo depois em Rozano, perto de Milão, o director Marco Parma cancelou o concerto de Natal da escola: decidiu proibir as tradicionais festividades na escola Garofani, «para não ofender ninguém».
- Em Julho, pela primeira vez durante uma missa em Itália, um verso do Alcorão foi recitado no altar. Isso aconteceu na Igreja de Santa Maria em Trastevere, Roma, na cerimónia em memória do padre Jacques Hamel que foi assassinado por terroristas do ISIS em França. Enquanto os católicos recitavam o Credo, um representante da mesquita de al Azhar do Cairo repetia discretamente uma «oração islâmica para a paz».
O Imã Sali Salem recita um
verso do Alcorão na Igreja de Santa Maria em Trastevere, Roma, em 31 de Julho de 2016 (Imagem: captura de tela de vídeo do La Stampa) |
Desde que foi eleito pontífice, o Papa Francisco passou muito tempo em mesquitas. Visitou inúmeros lugares de culto islâmico no exterior, como por exemplo na Turquia e na República Centro Africana, além disso ele também desejava ser o primeiro Papa a visitar a Grande Mesquita de Roma.
Quando se trata do Islão o Papa abraça o relativismo religioso. Ele vem reiterando que a violência islamista é obra de «um pequeno grupo de fundamentalistas» que, segundo ele, não têm nada a ver com o Islão. Quando perguntado sobre o porquê dele não se pronunciar em relação à violência islâmica, o Papa respondeu: «se falasse sobre a violência islâmica, teria que falar sobre a violência católica», ainda que seria extremamente difícil neste momento encontrar sacerdotes, freiras ou outros católicos a colocar bombas em qualquer lugar em nome de Jesus Cristo.
Esta inclinação vai muito além de Itália. No Reino Unido o bispo Harries sugeriu que a coroação do Príncipe Charles deveria ser aberta com uma leitura do Alcorão. Nos Estados Unidos mais de 50 igrejas, incluindo a Catedral Nacional de Washington, realizam leituras do Alcorão. O presidente da Igreja evangélica da Alemanha bispo Heinrich Bedford-Strohm também pediu que o Islão fosse leccionado nas escolas estaduais. Há leituras da liturgia cristã nas mesquitas?
Estes shows inter-religiosos também parecem cegar-nos frente às leituras mais preocupantes do Alcorão nas igrejas cristãs, como as que ocorreram recentemente na Hagia Sophia de Istambul: pela primeira vez em 85 anos muçulmanos turcos leram um texto islâmico dentro da Igreja oriental mais linda da cristandade. O objectivo disso, conforme atestam os projectos de lei enviados ao parlamento da Turquia é claro: islamizar a Igreja que vinha sendo usada como museu desde 1935.
O silêncio dos cristãos não é tão claro assim: como é possível que um número tão ínfimo de líderes cristãos tenham levantado a voz diante desse ataque sem precedentes contra um monumento cristão? Será que organizaram tantas leituras do Alcorão nas suas próprias igrejas de modo que agora vêem como algo normal converter uma igreja numa mesquita?
Depois do ataque terrorista ocorrido numa Igreja na Normandia em Julho passado, o clero cristão abriu as portas das suas igrejas aos muçulmanos. Este gesto foi recebido como um divisor de águas no relacionamento das duas religiões. Contudo, de uma população de seis milhões de muçulmanos que residem em França, somente algumas centenas de muçulmanos participaram. Será que esse comparecimento é realmente representativo da opinião pública islâmica?
Estes gestos de boa vontade podem parecer um benefício inter-religioso, mas na realidade são uma perda ecuménica. Não seria melhor para os dirigentes da Igreja católica dar início a um diálogo sincero com as comunidades islâmicas, com base em princípios como reciprocidade (se vocês construírem mesquitas na Europa, nós construiremos igrejas no Médio Oriente), protecção das minorias cristãs do Crescente e repúdio à teologia da jihad contra os «infiéis»?
Para o clero católico que abriu a porta da Catedral de Florença ao Islão, os muçulmanos irão proximamente preconizar a remoção de uma pintura na basílica: «Dante e a Divina Comédia» de Domenico di Michelino. Para extremistas muçulmanos, Dante é culpado de «blasfémia»: incluiu Maomé no seu Inferno poético. O Estado Islâmico não faz nenhum segredo sobre a sua disposição de atacar o túmulo de Dante em Itália. Outros lugares que estão na lista do ISIS são: a Basílica de São Marcos em Veneza e a Basílica de São Petrónio em Bolonha, ambas retratam cenas da Divina Comédia.
Fantasia? De modo algum. A organização italiana de direitos humanos Gherush92 que aconselha os órgãos das Nações Unidas sobre os direitos humanos, já pediu a remoção de Dante do currículo escolar, porque teoricamente é «islamofóbico».
Nesta nova «correcção» inter-religiosa, somente o Islão ganha. Os cristãos têm tudo a perder.
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