sábado, 8 de outubro de 2011

A BBC apaga Cristo da história

O jornal L'Osservatore Romano criticou a decisão da cadeia televisiva britânica BBC de eliminar a referência histórica de Antes e Depois de Cristo, para começar a utilizar o termo "era comum", com o objectivo de não "ofender" aos não-crentes, e qualificou a medida como "uma hipocrisia historicamente insensata".
A BBC propôs começar a utilizar marcadores históricos como "era comum" e "antes da era comum", o que foi fortemente criticado não só por alguns apresentadores da mesma BBC que disseram que não vão aceitar a disposição, mas também por políticos como o prefeito de Londres, Boris Johnson, que qualificou a postura como absurda.
No artigo publicado na edição de 5 de Outubro do L'Osservatore Romano, a jornalista Luceta Scaraffia comenta que vários porta-voz não cristãos também expressaram que "não se sentiam de nenhuma forma ofendidos pela datação tradicional".
Scaraffia assinala que "é bem claro que o respeito pelas outras religiões é apenas um pretexto, porque quem quer cancelar qualquer rasto de cristianismo da cultura ocidental são apenas alguns laicistas ocidentais".
A jornalista recorda que não é a primeira vez que alguém quer mudar a datação tradicional. Já aconteceu com dois eventos historicamente anticristãos: a Revolução Francesa em 1789 e o golpe de estado do Lenin na Rússia em 1917. Em ambos os casos o calendário tinha esses anos como novos inícios da história.
Depois de qualificar estas tentativas como "péssimos antecedentes", o artigo assinala que com a mudança que propõe a BBC "não se pode negar que realizou um gesto hipócrita. A hipocrisia de quem parece não saber por que se começa desde certo momento a contar os anos".
"Negar a função historicamente revolucionária da vinda de Cristo sobre a terra, aceita também por quem não o reconhece como Filho de Deus, é um enorme disparate. E desde o ponto de vista histórico, sabem tanto os judeus como os muçulmanos".
O artigo de Scaraffia recorda que com a vinda de Cristo o homem aprende que todos os seres humanos têm a mesma dignidade e que sobre essa base se "fundam os direitos humanos, em base aos quais se julgam os povos e governantes. Princípio que até este momento nenhum havia sustentado, e sobre o qual se apoia a tradição cristã".

A partir de Cristo o mundo mudou, prossegue, e com o conhecimento de um Deus que transcende a natureza "nasceu a possibilidade para os povos europeus de descobrir o mundo e para os cientistas de iniciar o estudo experimental da natureza que levou a nascimento da ciência moderna".
"Então porque negar as dívidas culturais que a civilização tem com o cristianismo? – conclui. Não há nada mais anti-histórico e insensato, como os judeus e os muçulmanos compreenderam claramente. Não é um assunto de fé, mas de razão. Desta vez também".

Omens sem H

Nuno Pacheco
Espantam-se? Não se espantem. Lá chegaremos. No Brasil, pelo menos, já se escreve "umidade". Para facilitar? Não parece. A Bahia, felizmente, mantém orgulhosa o seu H (sem o qual seria uma baía qualquer), Itamar Assumpção ainda não perdeu o P e até Adriana Calcanhotto duplicou o T do nome porque fica bonito e porque sim.
Isto de tirar e pôr letras não é bem como fazer lego, embora pareça. Há uma poética na grafia que pode estragar-se com demasiadas lavagens a seco. Por exemplo: no Brasil há dois diários que ostentam no título esta antiguidade: Jornal do Commercio. Com duplo M, como o genial Drummond. Datam ambos dos anos 1820 e não actualizaram o nome até hoje. Comércio vem do latim commercium e na primeira vaga simplificadora perdeu, como se sabe, um M. Nivelando por baixo, temendo talvez que o povo ignaro não conseguisse nunca escrever como a minoria culta, a língua portuguesa foi perdendo parte das suas raízes latinas. Outras línguas, obviamente atrasadas, viraram a cara à modernização. É por isso que, hoje em dia, idiomas tão medievais quanto o inglês ou o francês consagram pharmacy e pharmacie (do grego pharmakeia e do latim pharmacïa) em lugar de farmácia; ou commerce em vez de comércio. O português tem andado, assim, satisfeito, a "limpar" acentos e consoantes espúrias. Até à lavagem de 1990, a mais recente, que permite até ao mais analfabeto dos analfabetos escrever sem nenhum medo de errar. Até porque, felicidade suprema, pode errar que ninguém nota. "É positivo para as crianças", diz o iluminado Bechara, uma das inteligências que empunha, feliz, o facho do Acordo Ortográfico.
É verdade, as crianças, como ninguém se lembrou delas? O que passarão as pobres crianças inglesas, francesas, holandesas, alemãs, italianas, espanholas, em países onde há tantas consoantes duplas, tremas e hífens? A escrever summer, bibliographie, tappezzería, damnificar, mitteleuropäischen? Já viram o que é ter de escrever Abschnitt für sonnenschirme nas praias em vez de "zona de chapéus de sol"? Por isso é que nesses países com línguas tão complicadas (já para não falar na China, no Japão ou nas Arábias, valha-nos Deus) as crianças sofrem tanto para escrever nas línguas maternas. Portugal, lavador-mor de grafias antigas, dá agora primazia à fonética, pois, disse-o um dia outra das inteligências pró-Acordo, "a oralidade precede a escrita". Se é assim, tirem o H a homem ou a humanidade que não faz falta nenhuma. E escrevam Oliúde quando falarem de cinema. A etimologia foi uma invenção de loucos, tornemo-nos compulsivamente fonéticos.
Mas há mais: sabem que acabou o café-da-manhã? Agora é café da manhã. Pois é, as palavras compostas por justaposição (com hífens) são outro estorvo. Por isso os "acordistas" advogam cor de rosa (sem hífens) em vez de cor-de-rosa. Mas não pensaram, ó míseros, que há rosas de várias cores? Vermelhas? Amarelas? Brancas? Até cu-de-judas deixou, para eles, de ser lugar remoto para ser o cu do próprio Judas, com caixa alta, assim mesmo. Só omens sem H podem ter inventado isto, é garantido.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

5 de Outubro, 1143: Tratado de Zamora

Paulo Mendonça, em Área Militar (5 de Outubro de 2006)

Comemora-se hoje, dia 5 de Outubro de 2006, o 863.º aniversario do tratado de Zamora.

Bandeira de Portugal em 1143
Nesta data, naquele ano do século XII, os selos reais, reconheciam pela primeira vez o Reino de Portugal, e D. Afonso Henriques como seu suserano.
A data é da maior importância para a História do País, dado representar e demonstrar no papel e em documentos escritos, a determinação de D. Afonso Henriques e dos homens livres, especialmente da burguesia da região de entre Douro e Minho, que nunca aceitou que a capital da antiga Gallaecia, situada em Braga, se tivesse transferido de Braga para a actual cidade de Lugo na Galiza, onde a nobreza visigótica estava protegida pelas muralhas romanas.
Desde aí, que a norte e a sul do Minho se criou uma cisão entre um povo outrora homogéneo, e que resultou numa guerra civil entre portugueses e galegos, que acabou com a separação e a criação do Reino de Portugal.
O Rei de Leão e Castela, um suserano medieval, tinha dificuldade em manter os seus vários domínios e preferia dar-lhes autonomia e garantir a sua lealdade que com a manutenção de unidades nacionais, que na altura não faziam sentido, como aliás não fazem hoje.
Com o Sul aberto à reconquista contra os árabes, o reino português teve por isso a possibilidade de se expandir para sul, atingindo o Algarve no século seguinte, e deixando o Reino de Leão enclausurado entre Portugal e Castela e marcando assim a sua destruição e absorção por parte do seu vizinho castelhano.
O Estado Português comemora no entanto a implantação da República Portuguesa. Um regime imposto aos portugueses por um golpe de estado feito contra a vontade do povo e do qual se aproveitaram organizações mais ou menos criminosas como a maçonaria, ou abertamente criminosas como a Carbonária, que dois anos antes tinha dado ordens para o assassínio do Monarca.
O golpe foi também dado com o objectivo a médio prazo e em conjugação com as organizações congéneres em Espanha, destituir a monarquia de Afonso XIII e criar finalmente a República Ibérica de raiz Hispânica.
De muitos pontos de vista, a comemoração do 5 de Outubro de 1910 é a comemoração de um crime, e a conclusão da primeira fase dos planos da Maçonaria portuguesa, propostos pela geração de 70, absolutamente crente que Portugal tinha chegado ao fim e que já nada restava que não fosse o suicídio e o desaparecimento do País.
Apenas alguns meses depois, começaram os primeiros contactos com a Inglaterra com vista a perguntar se esse país se oporia à absorção, e apenas a I Guerra Mundial complicou os planos da maçonaria, que no entanto aproveitou para enviar o exército para morrer na França, quando se sabia que o exército era essencialmente monárquico.
Numa altura em que de novo as organizações maçónicas de forma cada vez mais aberta conspiram para assassinar Portugal, é sintomático que se comemore o crime, e se esqueça o acto fundador na Nação a que temos orgulho de pertencer.
A República, embora não referendada, transformou-se em instituição legítima, mas a sua legitimidade ganharia se houvesse coragem de perguntar aos portugueses se de facto a querem, e se respeitasse a História do País, lembrando o acto fundador de 1143 e da conferência de Zamora, da qual resultou o tratado que transformou Portugal numa realidade até hoje.



terça-feira, 4 de outubro de 2011

A política faz-de-conta do contraterrorismo de Obama

Daniel Pipes
No início de Agosto, com trombetas e tambores, a Casa Branca disponibilizou um documento com directrizes sobre os métodos para prevenir o terrorismo, alegando ter demorado dois anos para ser elaborado. Assinado pelo próprio Barack Obama com a retórica alardeando "a força das comunidades" e a necessidade de "melhorar a compreensão da ameaça que o extremismo violento apresenta", o documento parece anódino.
Mas sob a capa, encontra-se uma abordagem contraprodutiva e perigosa quanto ao contraterrorismo. A importância desse trabalho consiste na sua firme posição no lado errado de três debates distintos sobre o contraterrorismo, com a direita responsável (e alguns liberais sensibilizados) de um lado e os islamitas, esquerdistas e multiculturalistas do outro.
O primeiro debate diz respeito à natureza do debate do problema. A direita responsável aponta para uma imensa ameaça, o islamismo, um movimento ideológico global que provocou cerca de 23 000 ataques terroristas no mundo desde o 11 de Setembro. Os islamitas negam que a sua ideologia gere violência e classificam esses 23 000 atentados como actos praticados por criminosos, loucos ou muçulmanos desorientados. Esquerdistas ocidentais e multiculturalistas concordam, trazendo sua formidável estrutura, criatividade, fundos e instituições para apoiar a negação da responsabilidade dos islamitas.

Peter King
Audiências realizadas este ano pela Câmara dos Deputados dos EUA ilustram esta diferença. Peter King (Republicano de Nova Iorque), presidente da Comissão da Segurança Interna, insistiu em lidar exclusivamente com a radicalização de muçulmanos. O democrata no mais alto posto no partido, Bennie Thompson do Mississipi, é uma excepção. Observa que "há uma variedade de grupos extremistas internos mais predominantes nos Estados Unidos do que os extremistas islâmicos, incluindo neonazis, extremistas ambientais, grupos contrários aos impostos e outros". Ele solicitou que as audiências sejam "um exame de base ampla sobre os grupos extremistas internos, independentemente de suas respectivas bases ideológicas".
King rejeitou o pedido, argumentando que "embora houvesse grupos extremistas e actos aleatórios de violência política através da nossa história, os atentados da Al Qaeda do 11 de Setembro e a ameaça permanente contra a nossa nação da Jihad Islâmica são singularmente diabólicas e ameaçadoras à segurança da América".
Bennie Thompson

O segundo debate diz respeito quanto à maneira de identificar o inimigo. Os partidos responsáveis e de Direita em geral, conversam sobre o islamismo, a jihad e o terrorismo, assim sendo, o relatório do Departamento de Polícia de Nova Iorque 2007, Radicalization in the West: The Homegrown Threat, (Radicalização no Ocidente: A Ameaça Autóctone) refere-se em sua primeira linha à ameaça "do terrorismo baseado no islamismo". Os islamitas e seus aliados falam sobre qualquer outro assunto - o extremismo violento, Al-Qaeda e as Redes Associadas (apelidada de AQAN), operação de contingência no exterior, desastres causados pelo homem e (o meu favorito) a "luta global pela segurança e o progresso". As forças do multiculturalismo realizaram profundas incursões: Uma inquirição do Departamento de Defesa dos EUA investigou o ataque em massa de 2009 no Ft. Hood realizado pelo major Nidal Hasan, que matou 14 pessoas e, o relatório a respeito, Protegendo a Força, não menciona o nome do terrorista nem reconhece sua evidente motivação islamita.
O terceiro debate diz respeito à resposta adequada. O público multiculturalista, da Esquerda Islamista, encontra a solução na parceria com os muçulmanos, juntamente com a ênfase nos direitos civis, processos justos, sem discriminação, boa vontade e impedimento de retrocesso. A Direita responsável concorda com essas metas, mas considera-as auxiliares à ampla gama de métodos militares e de imposição da lei, tais como espionagem, prisões, longas detenções, rendições, deportação, perseguição e encarceramento.
Nestes três debates encontra-se um relatório iludente da Casa Branca de 4.600 palavras, mal escrito, mal organizado, defendendo veementemente a posição islamita-esquerdista-multiculturalista.
A natureza do problema? "neo-nazis e outros grupos de ódio anti-semitas, de supremacia racial e grupos terroristas nacionais e internacionais".
O nome do inimigo? O papel em si jamais menciona o islamismo. Seu título, Fortalecendo Parceiros Locais para Evitar o Extremismo Violento nos Estados Unidos, evita mencionar até mesmo o terrorismo.
A resposta adequada? "Assim como respondemos às questões de segurança da comunidade [como a violência de gangues, tiroteios em escolas, drogas e crimes de ódio] por meio de parcerias e redes de funcionários do governo, prefeituras, policiais, organizações comunitárias e atores do sector privado, assim devemos abordar a radicalização para a violência e o recrutamento de terroristas por meio de relações semelhantes, aproveitando algumas das mesmas ferramentas e soluções".
Levantar questões de segurança comunitária revela a grave deficiência conceitual que o Los Angeles Times classifica como "implausível". O relatório elogia o "Modelo Abrangente sobre Gangues" do Departamento de Justiça, considerando-o uma estrutura flexível que "reduziu graves crimes relacionados a gangues". Bela notícia na batalha contra as gangues! Mas gangues executam operações criminosas e a violência islâmica é guerra ideológica. Membros de gangues são arruaceiros, os islamitas são fanáticos. Compará-los distorce o problema com o qual estamos lidando. Sim, ambos usam de violência, mas aplicar a técnica de um no outro é o mesmo que pedir aos pasteleiros que aconselhem o corpo de bombeiros.
A frase que começa com Fortalecendo, que reconhece o perigo do islamismo, e fixa-se num pequeno grupo, assevera que a"Al-Qaeda e suas filiadas e partidárias representam a principal ameaça terrorista ao nosso país". Ela ignora os restantes 99 porcento do movimento islamita que nada tem a ver com a Al-Qaeda, como o movimento Wahhabi, a Irmandade Muçulmana, Hizb ut-Tahrir, o governo iraniano, Hamas, Hisbolá, Jamaat ul-Fuqra, sem falar nos assim chamados solitários. A republicana Sue Myrick (republicana da Carolina do Norte) observa correctamente que o documento "levanta mais perguntas.... do que oferece respostas".
As raízes intelectuais do Fortalecimento tiveram início numa iniciativa fundada em 2004 por George Soros, o Promising Practices Guide: Developing Partnerships Between Law Enforcement and American Muslim, Arab, and Sikh Communities (Guia de Práticas Promissoras: Desenvolvendo Parcerias Entre os Agentes da Lei e as Comunidades dos Muçulmanos Americanos, Árabes e Sikh) por Deborah A. Ramirez, Sasha Cohen O'Connell e Rabia Zafar. Esses autores apresentaram a sua visão de forma inequívoca: "As ameaças mais perigosas nessa guerra [contra o terrorismo] estão arreigadas na bem sucedida propagação do medo e do ódio direccionados contra culturas e povos com os quais não estamos acostumados". A ameaça mais perigosa de todas, segundo o comunicado, não é o terror islamita, com os milhares de fatalidades mas sim um suposto preconceito amplamente difundido por americanos contra as minorias. Conforme destaquei em 2004, "O guia pode apresentar-se como ajuda ao contraterrorismo, mas o seu verdadeiro propósito é o de desviar a atenção da segurança nacional para privilegiar algumas comunidades em especial".
Embora o documento inquestionavelmente enfatize os valores constitucionais americanos e a necessidade de se fazer parcerias com os muçulmanos, não diz uma palavra sequer sobre a necessidade de se distinguir entre muçulmanos islamitas e anti-islamitas. O Fortalecimento refina o deplorável facto dos islamitas dominarem a liderança dos americanos muçulmanos organizados e que seus objectivos se identificam mais com os terroristas do que com o contraterrorismo. O temor justificado do republicano King de que o documento da Casa Branca condena a "legítima crítica no que diz respeito a determinadas organizações ou elementos radicais da comunidade muçulmana americana", algo imperativo para que se possa distinguir amigos de inimigos.
Realmente, a disposição da administração Obama em fazer parceria com muçulmanos que rejeitam a ordem constitucional explica as exultantes respostas das organizações islamistas a este documento. O Council on American-Islamic Relations (Conselho de Relações Americano Islâmicas), uma organização de fachada que apoia o terrorismo, tece elogios ao referido documento como "objectivo e holístico", o Conselho Muçulmano de Relações Públicas de mesma linha, considerou-o "muito útil".
Em contrapartida, Melvin Bledsoe, pai do convertido ao islamismo Carlos Bledsoe, que em 2009 alvejou e matou um soldado no centro de recrutamento militar em Little Rock, Arkansas, disse o seguinte: "Enquanto escamotearem, nunca irão resolver o problema". Ed Husain do Conselho de Relações Exteriores classificou-o de "pouco preocupante", tendo sido concebido principalmente com o intuito de "não ofender os muçulmanos".
Em suma, uma organização ligada a terroristas extasia-se quanto ao faz de conta da política contraterrorista da administração, enquanto o pai lutuoso de um terrorista desconsidera-o com escárnio. Isso nos diz tudo.
E agora, o que fazer com a consagração de um estudo ornamentado como política nacional? Não há atalhos: aqueles que desejam uma genuína política de contraterrorismo precisam actuar para afastar a esquerda e os multiculturalistas do governo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os barretes do Barreto
---------------------------------
Ignorante ou mentiroso?

Heduíno Gomes
António Barreto vai facturar mais uns cobres na televisão. Ele vai mais uma vez explicar-nos, a nós, Portugueses, «quem somos»...

O editor de livros a defender os invertidos, na apresentação da sua série televisiva, começa por, com aquele ar dramatico-sofredor, declarar que 400 mil diplomados no ensino superior ainda é pouco. Pelos vistos, o crânio acha que as caixas dos hipermercados ainda têm poucas doutoras! 
Ignorante ou mentiroso, eu?!
Continuando, afirmou que, quando nasceu, havia em Portugal 40% de analfabetos, que «se dizia que se lutava contra o analfabetismo mas que não se fazia nada».
Será que o crânio que vomita números «científicos» por todo o lado não conhece as estatísticas da educação do século XX, que até constam na tese de doutoramento da Filomena Mónica (a provar o contrário do que a senhora doutora pretende, pelo que não é uma tese de doutoramento mas uma antítese...)?
Quando é que este intelectualóide dos anos 60 -- que continua a analisar os factos pela bitola do Rumo à Vitória de Cunhal -- deixará de intoxicar as novas gerações com a sua pseudo-ciência social?
Ignorante ou mentiroso? Ou talvez as duas coisas pois é demais para ser só ignorância.