sábado, 10 de setembro de 2016


Seminários tradicionais enchem em França:

mas por cada padre ordenado

morrem oito «modernizados»!


Num ambiente de «Igreja jovem» sacerdotes idosos
se vêem extinguir o sonho de uma Igreja dessacralizada e igualitária.

Luis Dufaur

O clero católico «modernizado» está em crise no preciso momento em que o número dos fiéis no mundo aumentou 1,5% no último ano.

Cresce assustadoramente na Europa o número das igrejas que são dessacralizadas e transformadas em hotéis, bares, mesquitas ou museus. Paróquias e até dioceses são fusionadas por falta de clero.

Dom Bernard Podvin, ex-porta-voz da Conferência Episcopal de França, declarou à TV católica KTO, no final de 2014: «Carecemos de vocações… Quando em solo francês são ordenados cem sacerdotes por ano e morrem 800 no mesmo período, a conclusão é evidente. O déficit esta aí, exclamando».

De facto, o desequilíbrio é evidente – comentou o site boulevard Voltaire –, e atinge em cheio a chamada «Igreja conciliar». Mas não é tanto assim para o sector do clero apelidado de «Igreja tradicionalista.

Com efeito, os números dos «tradicionalistas» projectam conclusões também evidentes, porém esperançosas, que sobressaem no meio de um horizonte de devastação.

Continuando com a tendência inaugurada nos tempos do Concílio Vaticano II, acrescenta o site, a França ficará logo sem padres e terá de mandá-los vir de África ou da Ásia.

Já são muitas as paróquias, inclusive em Paris, administradas por um sacerdote de outro continente.

Infografia do jornal «Le Figaro» de Paris
sobre as ordenações em França
Nos últimos 20 anos, o número de sacerdotes diocesanos e religiosos em França caiu
de 29 000 em 1995 para 13 000 hoje, quando em 1970 eram quase 50 000!

A Revolução Francesa inaugurou esse sinistro processo, tendo a sua continuação na crise aberta pelo pós-Concílio Vaticano II.

Em 1789, a França contava com 110 000 sacerdotes para uma população de menos de 12 milhões de habitantes. Hoje tem 13 000 para uma população de quase 67 milhões.

O site fornece dois exemplos. A região de Lozère só tem 35 padres no activo, e apenas cinco deles têm menos de 60 anos. Na região de Creuse, na diocese de Limoges, só restam em actividade sete padres para seis paróquias. Em 2020, essas regiões provavelmente serão desertos religiosos.

A «Igreja Nova» comemora alguns resultados, decepcionantes no todo, mas que inserido no desastre significam algo.

Em 2015, os bispos franceses ordenaram uma centena de seminaristas que estudaram em seminário vazios. A diocese de Vannes ordenou sete sacerdotes em 2016, o seu recorde desde 1968!

Segundo o jornal «Le Figaro» foram 140 ordenações em 2014; 120 (68 diocesanos e 52 de ordens religiosas) em 2015; e perspectiva de 87 para 2016.

O facto notável é que os institutos que proporcionam uma formação inteiramente tradicional não param de crescer. A liturgia dita de São Pio V, em latim, a batina, o rigor da austeridade eclesiástica e o ensino da Igreja de sempre atrai vocações, recruta sacerdotes e congrega fiéis.

Seminário da Fraternidade Sacerdotal São Pedro, em Wigratzbad, 2016,
um dos que forma segundo os estilos tradicionais e enche de candidatos.

Esses sacerdotes segundo o modelo tradicional na sua grandíssima maioria foram ordenados nos últimos anos e constituem 15% do clero francês. E os seminários dos institutos tradicionalistas estão repletos.

Na linha restauradora, estão em formação 140 seminaristas, algo mais de 16% do total dos 840 seminaristas franceses.