quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Nos seus 80 anos,
Bergoglio mais desmascarado
OS OITENTA ANOS DO PAPA FRANCISCO
80.º aniversário: Ingravescentem aetatem (idade avançada), conforme a define Paulo VI no motu proprio de 21 de Novembro de 1970, cuja chegada impõe a todos os cardeais abandonar os seus cargos, tirando-lhes até o direito de entrar no conclave. Paulo VI estabeleceu a regra para criar uma nova cúria «montiniana», mas introduziu assim uma profunda contradição no âmago de uma prática mais do que milenar da Igreja. Porque se a idade é obstáculo para a condução de uma diocese ou de um dicastério, e até mesmo impede um cardeal de eleger um Papa, como se pode imaginar que, completados oitenta anos, possa um cardeal que se tornou Papa suportar o peso de guiar a Igreja universal?
Não são essas, contudo, as considerações que levaram o Papa Francisco a declarar em 12 de Dezembro: «Eu tenho a sensação de que o meu pontificado será breve, 4, 5 anos.[…]Talvez não, mas tenho a sensação de que o Senhor me colocou aqui por pouco tempo. Mas é um sentimento, por isso deixo sempre a possibilidade aberta». A verdadeira razão de uma possível abdicação parece ser não um enfraquecimento das forças, mas a consciência do Papa Bergoglio de
ter-se embrenhado, menos de três anos após a sua eleição, naquilo que foi definido por Antonio Socci no «Libero» como o inexorável «crepúsculo de um pontificado» (20 de Novembro de 2016).
O projecto do Papa Francisco de «reformar» a Igreja com a ajuda do Sínodo dos Bispos e de colaboradores dóceis enguiçou, e o balanço do Jubileu foi mais do que decepcionante. «O Papa Francisco fechou a porta santa, mas a sua mensagem é acompanhada pelo ruído de uma crise subterrânea. Uma guerra civil está em curso na Igreja», escreveu Marco Politi em «Il Fatto quotidiano» (21 de Novembro de 2016). O conflito foi aberto, premeditadamente ou não, pelo próprio Papa Francisco, especialmente após a exortação Amoris laetitia, e hoje a Igreja não avança, mas afunda numa terra sulcada pelas fissuras de profundas divisões.
Alguém comparou o fracasso do pontificado do Papa Francisco ao de Barack Hussein Obama. Em três anos consumou-se em Roma aquilo que em Washington tardou oito anos: a passagem da euforia da primeira hora à depressão final, pelo fracasso total dos objectivos almejados.
Mas seria errado ler o pontificado do Papa Francisco em termos puramente políticos. Ele nunca poderia pronunciar o «yes, we can» de Obama. Para um Papa, diferentemente de um político, nem tudo é possível. O Sumo Pontífice tem poder supremo, pleno e imediato sobre toda a Igreja, mas não pode alterar a lei divina que Jesus Cristo deu à Igreja, nem a lei natural que Deus inscreveu no coração de cada homem. É o Vigário de Cristo, mas não o seu sucessor. O Papa não pode mudar as Sagradas Escrituras, nem a Tradição, que são a regra remota da fé da Igreja, mas deve submeter-se a elas.
É este o impasse diante do qual se encontra hoje o Papa Bergoglio.
Os «dubia» apresentados pelos quatro cardeais (Brandmüller, Burke, Caffara e Meisner) à Congregação para a Doutrina da Fé colocaram-o num beco sem saída. Face ao teor da Exortação Apostólica Amoris laetitia, os cardeais pedem ao Papa para responder claramente com um sim ou com um não às seguintes questões: os divorciados que voltaram a casar no civil e não querem abandonar a situação objectiva do pecado em que se encontram têm o direito a receber o Sacramento da Eucaristia? E, de modo mais geral: a lei divina e natural ainda é absoluta, ou em alguns casos permite excepções?
A resposta atinge os fundamentos da moral e da fé católica. Se aquilo que era verdade ontem não o é hoje, aquilo que é verdade hoje poderia não sê-lo amanhã. Mas caso se admita que a moralidade pode sofrer uma mutação de acordo com os tempos e as circunstâncias, a Igreja está destinada a afundar-se no relativismo da sociedade fluída dos nossos dias. Caso contrário, será então preciso remover o cardeal Vallini, Vigário de Roma, que na sua exposição durante o encontro da Conferência Pastoral da diocese do Papa, em 19 de Setembro, disse que os divorciados novamente casados podem ser admitidos à comunhão, de acordo com um «discernimento que distinga adequadamente cada caso». A sua posição foi adoptada em 2 de Dezembro pelo jornal Avvenire, órgão da Conferência Episcopal Italiana, segundo o qual as disposições de Amoris laetitia eram «palavras muito claras sobre as quais o Papa colocou o seu imprimatur».
Mas pode o Papa atribuir ao «discernimento» dos pastores o direito de quebrar a lei divina e a lei natural das quais a Igreja é a guardiã? Se um Papa tentar mudar a fé da Igreja, ele renuncia explícita ou implicitamente ao seu mandato como Vigário de Cristo e, mais cedo ou mais tarde, será obrigado a renunciar ao pontificado. A hipótese de uma reviravolta como esta não pode ser excluída no decurso de 2017. A abdicação voluntária tornaria possível ao Papa Francisco abandonar o campo como um reformador incompreendido, imputando à rigidez da Cúria a responsabilidade pelo seu fracasso. Se isso vier a acontecer, é mais provável que ocorra após o próximo Consistório, que permita ao Papa Bergoglio introduzir no Sacro Colégio um novo grupo de cardeais próximos dele, para influenciar a escolha do seu sucessor. A outra hipótese seria a de uma correcção fraterna da parte dos cardeais, a qual, uma vez tornada pública, equivaleria a uma constatação do erro ou heresia.
Nada de mais errado, em qualquer caso, do que as palavras do cardeal Hummes: «São quatro cardeais. Nós somos duzentos». Além do facto de que a fidelidade ao Evangelho não se mede de acordo com critérios numéricos, os duzentos cardeais aos quais se refere o cardeal Hummes nunca se distanciaram dos seus quatro confrades, mas com o seu silêncio de algum modo tomaram distância do Papa Francisco. As primeiras declarações de apoio aos dubia, tanto pelo cardeal Paul Josef Cordes, ex-presidente emérito do Pontifício Conselho Cor Unum, quanto pelo Cardeal George Pell, Prefeito da Secretaria para a Economia, são significativas. Alguns já começam a quebrar o silêncio. Não são duzentos, mas são certamente mais de quatro.
domingo, 18 de dezembro de 2016
A falsidade herética vestida de branco
Nuno
Serras Pereira, 12.12.2016
Pouco
depois do início, deu a entender que não era vigário de Cristo,
mas sim Seu sucessor, para agora se arrogar como maior do que o
próprio Redentor. Quando Jesus Cristo diz no
Evangelho que não veio fazer a Sua vontade mas sim a do Pai que
O enviou, deve-se interpretar, seguindo a Mentira vestida de branco, que,
de facto, não veio fazer a Sua vontade mas a do Papá vestido de
branco, que apareceria alguns séculos mais tarde.
Autocrata
singular, experimentado em simulações astutas, pronto na calúnia, especialista
em ilusionismo, soberbo da sua publicitada humildade, todo dedicado aos corpos,
e excepcional envenenador das almas.
É
isto que por agora temos. Vede bem se não precisamos
urgentemente de penitência e oração para esconjurar e exorcizar este mal atroz
e tremendo que se abateu calamitosamente sobre as comunidades dos
crentes, que andam abocados e espavoridos como ovelhas perseguidas
por uma alcateia.
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