sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Não há dúvida!

Pacheco Carvalho e Pereira da Silva em total sintonia!

Heduíno Gomes
Ainda não me curei
mas talvez um dia
isso venha a acontecer!

Pacheco Pereira anda imparável. Era ouvi-lo mais uma vez na «Quadratura do Círculo» de 29.12.2012.

Primeira pérola.

A greve selvagem (no verdadeiro sentido da palavra) feita pela aristocracia operária da CP durante a quadra do Natal, a lesar os portugueses com menos posses e impedi-los de visitar as suas famílias e organizar as suas festas familiares, segundo o «progressista» Pacheco, seria legítima...
Abaixo o Natal, abaixo a família e abaixo todas as hipocrisias! Viva o progressismo operário e a sua sinceridade! 

 

Quem me diria a mim
que teria no tipo um apoiante
sindical e anticapitalista
tão entusiasta!
Segunda pérola.
A greve selvagem seria legítima porque, segundo o «progressista» Pacheco, contestaria legitimamente os processos disciplinares postos pela CP à tal aristocracia operária por esta ter furado o serviço mínimo em greve anterior!
Abaixo o fascismo! Abaixo a ditadura do capital! Viva a liberdade!

Terceira pérola.

Baralhando e voltando a baralhar a baralhada da igualmente «progressista» Assunção Cristas sobre o mercado de arrendamento, o «progressista» Pacheco deixa entender nas entrelinhas da sua douta prosápia que afinal não pode haver direito à propriedade privada na área da habitação.
Abaixo o capitalismo! Viva o socialismo!

Eis porque os media do sistema tanto dele gostam.
Ó Passos, dá-lhe lá um tacho senão o «ideólogo» ainda vai parar ao Bloco!


Passagem do ano
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Uma receita barata para comer lagosta
à "moda" da TROIKA !!!
Não chega a um euro !!!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A fantástica avaliação de Mário Nogueira

Camilo Lourenço, Jornal de Negócios


Mário Nogueira tem 31 anos de carreira. Onze deles passou-os a ensinar. O resto foi dedicado a esse extraordinário sindicato (ou será "think tank"?) da Educação que dá pelo nome de Fenprof.

Mário Nogueira, efectivo na escola da Pedrulha desde 2006, mediante o regime de "ponderação curricular" (aplicável a docentes destacados em sindicatos e outros organismos e que não leccionam), foi avaliado. Com "Bom". Ao "Correio da Manhã", Nogueira explicou assim o processo: "Fui avaliado com base num relatório de toda a actividade desempenhada na Fenprof, acções de formação que realizei, conferências e congressos em que participei, artigos que escrevi na comunicação social, tudo". Tudo menos ensinar. Afinal é para isso que os professores servem, não é?

O processo é irregular? Não. A lei permite coisas destas: ao abrigo deste regime, as funções de dirigente sindical são consideradas "de relevante interesse social" ("whatever that means") e pesam 15% na avaliação. O resto vem das habilitações (10%), experiência profissional (30%) e valorização curricular (30%). Experiência de ensino? Nicles.

Dir-me-ão que a lei quer evitar que um sindicalista seja prejudicado na carreira. Compreendo. Mas, então, a lei está obsoleta: devia criar uma nova carreira, que não de docente, que se aplicaria a Nogueira e a alguns "dinossauros" que fazem do sindicalismo um modo de vida. Ou então obrigar os sindicalistas a voltarem, periodicamente, ao ensino. Para poderem ser avaliados como docentes. Porque não acredito que quem passa 20 anos naquela vida saiba muita coisa sobre o que deve ser a Escola moderna.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Feriados inconvenientes

João Louro


O executivo liderado pelo Dr. Passos Coelho resolveu propor a extinção de 4 feriados, dois ditos civis e dois ditos religiosos, supostamente com o objectivo de aumentar a produtividade. Não vou neste texto abordar a questão económica e as supostas vantagens da supressão dos feriados mas sim a escolha efectuada pelo nosso ilustre executivo.

Quanto aos feriados ditos religiosos, a Igreja já deu o seu parecer e como leigo não tenho muito a acrescentar para além do reconhecimento de que nenhum dos feriados suprimidos é dos que considero mais importantes.

Quanto aos feriados ditos civis, ou, se preferirem, políticos, já a questão é diferente. Independentemente de alguma táctica negocial adoptada pelo executivo no sentido de obter concessões dos sindicatos noutras áreas, a simples proposta de supressão, a escolha efectuada e até a combinação de feriados escolhida é passível de leitura política e reveladora de que temos mais um executivo que nunca chegará a ser Governo.

O feriado do 1.º de Dezembro celebra a reconquista da Independência Nacional, o triunfo do crer e do querer contra probabilidades esmagadoras, o recuperar da confiança no nosso futuro enquanto nação, o reencontro da confiança nas nossas capacidades e na nossa liderança, o reafirmar da nossa identidade (até no que diz respeito ao uso da língua, já que as trevas felipinas se encarregaram de promover o castelhano). Esta data surge nos antípodas daqueles malfadados dias de 1580 em que ruinosos delírios de alguns, falsas promessas de outros, apatia ou cumplicidade de elites alienadas ou mesmo corruptas, promoveram a noção de que estrangeiros poderiam resolver ou ajudar-nos a resolver os nossos problemas, como se houvesse uma total comunhão de valores, objectivos, missões e interesses. Se tal acontecesse, Portugal teria desaparecido há muito, esgotada que estaria a sua «utilidade» para os portugueses. Acontece que as nossas fronteiras são reais, estão marcadas a sangue, suor e lágrimas, e não são um problema mas sim o reflexo de pelo menos um problema: o imperialismo castelhano. Não definem limites às capacidades dos portugueses mas sim limites às capacidades dos inimigos da nossa liberdade.

A catástrofe de 1580 teve um preço: 60 anos de escravatura na nossa própria terra e 28 anos de guerra (o dobro do tempo daquela guerra que igualmente nos foi imposta mais recentemente e do «prolongamento» da qual o MFA se queixou… ). A celebração do 1.º de Dezembro tem também esse propósito de lembrar os erros de 1580 e não admira que cause tanto incómodo à nossa alienada classe política, que sintomaticamente prima pela ausência nas cerimónias na Praça dos Restauradores, empenhada que está em novos delírios, golpadas e mesmo traições a Portugal.

A simples proposta de supressão do feriado do 1º de Dezembro, ainda por cima na situação actual de enxovalho para a qual a III República arrastou o País pela terceira vez, revela quão falsas são as bandeiras na lapela, as menções a independência nacional e soberania portuguesa nos discursos dos membros deste executivo e respectivos partidos. Tenho dificuldades em determinar um feriado mais importante e no entanto foi logo este que o executivo escolheu.

O feriado do 5 de Outubro, que oficialmente celebra o golpe republicano da Carbonária e monarquicamente comemora o Tratado de Zamora, não tem a mesma importância. Não encontro nada a comemorar no golpe levado a cabo pela escória bombista e regicida, até porque, como se veio a revelar, o problema da Monarquia Constitucional não era a chefia do Estado, antes pelo contrário: removido o «travão» real ao devorismo partidário, este último floresceu para benefício de alguns e prejuízo de uma imensa maioria.

Quanto ao tratado de Zamora, sabemos quão volúvel é o reconhecimento vindo do outro lado da fronteira e o realmente importante é a nossa Independência não o reconhecimento tácito alheio, pelo que a data é 25 de Julho de 1139 e não 5 de Outubro de 1143. Por si só, a supressão do 5 de Outubro não implicaria nenhuma leitura política negativa da minha parte, aliás até seria um dos feriados que sugeriria para supressão em caso de necessidade.

O problema surge desta combinação de feriados e do pendor claramente não-nacional -- e assim dando o flanco ao iberismo --  que este executivo exibe, revelando mais uma continuidade em relação aos executivos do PS do que uma necessária ruptura. Da lista de feriados que mais obstáculos levantam à castelhanização de Portugal, também conhecida por «integração ibérica», os dois propostos estão de certeza no topo da lista. Escapou (por enquanto) o 10 de Junho (Dia de Portugal) e mais remotamente o 8 de Dezembro (Nossa Senha da Conceição, Padroeira de Portugal desde 1646).

O motivo da antipatia castelhana pelo 1.º de Dezembro tem a ver com fundamentos e creio que dispensa grandes explicações. Já o 5 de Outubro tem a ver com questões operacionais. Aparentemente, a república seria o regime que mais facilitaria a anexação e em Portugal este regime, na sua primeira e na actual iteração, tem de facto promovido iberistas e cripto-iberistas a postos de responsabilidade, além da propaganda internacionalista que promove ou deixa promover nas linhas da «fraternidade» maçónica ou da «solidariedade» marxista. O «problema» reside no risco para a viabilidade do Estado vizinho e a capacidade de sobreviver à almejada anexação de Portugal. O império castelhano, vulgo Espanha, nunca sobreviverá a uma república, como demonstraram os acontecimentos dos anos 30 do século XX, pelo menos não a uma república sem pendor ditatorial ou tão descentralizada que Madrid perderia poder em vez de o aumentar. Mesmo estas variantes seriam no entanto insustentáveis para além do curto prazo já que a Geografia e a natureza dos povos não perdoa.

A única «solução» passa então por manter a monarquia do outro lado da fronteira e ir promovendo uma mudança do actual regime de forma a facilitar a absorção ( por exemplo, reforçando a vertente parlamentar e esvaziando a Presidência ou então até promover a Monarquia desde que previamente acautelados certos casamentos que a sabedoria popular desaconselha).

De notar que esta supressão de feriados não é ponto de partida nem será ponto de chegada dessa «integração ibérica». A influência de Madrid no processo de decisão política em Portugal é já grande, como o demonstram os problemas em cancelar aquele desastre que é a linha férrea para Madrid, os crescentemente desfavoráveis acordos sobre os rios transfronteiriços, o silêncio dos responsáveis portugueses sobre a questão de Olivença, entre outros sinais preocupantes. O actual regime continua alegremente «empenhado na construção/integração europeia», sem aparentemente notar que a única integração que está a conseguir é a «ibérica» (notar por exemplo a convergência de taxas de desemprego), e a defender as «parcerias» luso-castelhanas em que nós ficamos com promessas vagas (como a tal linha por Vilar Formoso directa aos Pirenéus, a única que nos interessa) e eles ficam com vantagens concretas já no presente (Madrid no centro de uma topologia em estrela potenciadora do centralismo castelhano).

Se suprimir feriados é parte da solução, poder-se-ia começar por esse fatídico 25 de Abril que celebra o trágico fim do Portugal pluricontinental, senhor de uma posição geopolítica confortável, e que colocou o nosso país (e teima em mantê-lo) num plano inclinado que o vem reduzindo ao estatuto de mera província castelhana tal como oportunamente havia avisado o embaixador Franco Nogueira («As crises e os Homens», 1971).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal 2011

Darwinismo
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A evolução do homem

O pai do monstro

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Goldman Sachs: como criar uma crise e governar o mundo

Muitos dos homens que fabricaram o desastre foram chamados agora para tomar as rédeas de postos chaves e com a missão de reparar, ao custo do bem estar da população, as consequências dos calotes que eles mesmos produziram. O banco de investimentos Goldman Sachs conseguiu uma façanha pouco frequente na história política mundial: colocar os seus homens na direção dos governos europeus e do banco que rege os destinos das políticas econômicas da União Europeia. Mario Draghi, o atual presidente do BC Europeu, Mario Monti, presidente do Conselho Italiano, Lukas Papademos, o novo primeiro ministro grego, todos pertencem à galáxia do Goldman Sachs. O artigo é de Eduardo Febbro.

Eduardo Febbro - Correspondente da Carta Maior em Paris
Data: 19/11/2011


A história poderia satisfazer a todas as expectativas dos adeptos das teorias da conspiração: onde está o poder mundial? A resposta cabe num nome e num lugar: na sede do banco de investimentos Goldman Sachs. O banco estadunidense conseguiu uma façanha pouco frequente na história política mundial: colocar os seus homens na direção dos governos europeus e do banco que rege os destinos das políticas econômicas da União Europeia. Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu, Mario Monti, o presidente do Conselho Italiano que substituiu a Silvio Berlusconi, Lukas Papademos, o novo primeiro ministro grego, todos pertencem à galáxia do Goldman Sachs.

Desses três responsáveis, dois, Monti e Papademos, formam o anexo avançado da política pela tecnocracia econômica, pertencem à rede que o Goldman Sachs teceu no Velho Continente e, em graus diversos, participaram nas mais truculentas operações ilícitas orquestradas pela instituição estadunidense. Além do mais, não são os únicos. Pode-se também mencionar Petros Christodoulos, hoje à frente do organismo que administra a dívida pública grega e que no passado recente foi presidente do Banco Nacional da Grécia, a quem o Goldman Sachs vendeu o produto financeiro hoje conhecido como "swap" e com o qual as autoridades gregas e o Goldman Sachs orquestraram a maquiagem das contas gregas.

O dragão que protege os interesses de Wall Street conta com homens chave nos postos mais decisivos, e não só na Europa. Henry Paulson, ex presidente do Goldman Sachs, foi em seguida nomeado Secretário do Tesouro estadunidense, ao passo que William C. Dudley, outro alto funcionário do Goldman Sachs, é o atual presidente do Federal Reserve de Nova York. Mas o caso dos responsáveis europeus é mais paradigmático. A palma de ouro quem leva é Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu, que foi vice presidente do Goldmann Sachs para a Europa entre os anos 2002 e 2005.

Neste posto, Draghi teve um desempenho mais do que ambíguo. O título de seu cargo era "empresas e dívidas soberanas". Precisamente nesse cargo Draghi teve como missão vender o produto incendiário "swap". Este instrumento financeiro é um elemento determinante no ocultamento das dívidas soberanas, quer dizer, na maquiagem das contas gregas. Esse engodo foi a astúcia que permitiu que a Grécia se qualificasse para fazer parte da zona do euro. Tecnicamente e com o Goldmann Sachs como operador, tratou-se de então de transformar a dívida externa da Grécia numa dívida em euros. Com isso, a dívida grega desapareceu dos balanços negativos e o Goldmann Sachs ganhou uma vultuosa comissão.

Depois, em 2006, o banco vendeu parte desse pacote de swaps ao principal banco comercial do país, o Banco Nacional da Grécia, dirigido por outro homem do Goldmann Sachs, Petros Christodoulos, ex trader do Goldmann Sachs e...atualmente diretor do organismo de gestão da dívida da Grécia, que o mesmo e os já mencionados contribuíram para primeiro mascarar e depois, incrementar. Mario Draghi tem um histórico pesado. O ex presidente da República italiana Francesco Cossiga acusou Draghi de ter favorecido o Goldmann Sachs em contratos importantes, quando Draghi era diretor do Tesouro e a Itália estava em pleno processo privatizador.

O certo é que o agora presidente do Banco Central Europeu aparece massivamente indicado como o grande vendedor de swaps em toda a Europa.

Nesse entrevero de falsificações surge o chefe do executivo grego, Lukas Papademos. O primeiro ministro foi governador do Banco Central grego entre 1994 e 2002. Esse é precisamente o período em que o Sachs foi cúmplice de ocultamento da realidade econômica grega e, enquanto responsável pela entidade bancária nacional, Papademos não podia ignorar o engodo que estava montando. As datas em que o cargo coincidem com a operação da montagem. Na lista de notáveis Mario Monti o segue. O atual presidente do Conselho Italiano foi conselheiro internacional do Goldmann Sachs desde 2005.

Em resumo, muitos dos homens que fabricaram o desastre foram chamados agora para tomar as rédeas de postos chaves e com a missão de reparar, ao custo do bem estar da população, as consequências dos calotes que eles mesmos produziram. Não cabe dúvida de que existe o que os analistas chamam de "um governo Sachs europeu".

O português Antonio Borges dirigiu até há pouco - acaba de renunciar - o Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional. Até 2008, Antonio Borges foi vice presidente do Goldmann Sachs. O desaparecido Karel Van Miert - Bélgica - foi Comissário Europeu da Competição e também um quadro do Goldmann Sachs. O alemão Ottmar Issing foi sucessivamente presidente do Bundesbank europeu, conselheiro internacional do Sachs e membro do Conselho de Administração do Banco Central Europeu. Peter O'Neill é outro homem do esquema: presidente do Goldmann Sachs Asset Management, O'Neill, apelidado de "o guru" do Goldmann Sachs, é o inventor do conceito de BRICS, o grupo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O'Neill é acompanhado por outro peso pesado, Peter Sutherland, ex presidente do Goldmann Sachs Internacional, membro da seção "Europa" da Comissão Trilateral - o mesmo que Lukas Papademos - ex integrante da Comissão de Competição na União Europeia, Procurador Geral da Irlanda e mediador influente no plano que culminou com o resgate da Irlanda.

Alessio Rastani tem toda razão. Este personagem que se apresentou perante o BC como um trader disse há algumas semanas: "os políticos não governam o mundo. O Goldmann Sachs governa o mundo". Sua história é exemplar, de jogo duplo, como as das personalidades e carreiras dos braços mundiais do Goldmann Sachs. Alessio Rastani disse que ele era um trader londrino, mas que depois se descobriu que trader não era e poderia ser parte do Yes Men, um grupo de ativistas que, através da caricatura e da infiltração na mídia, denunciam o liberalismo.

Entrará para as páginas da história mundial da impunidade a figura desses personagens. Empregados por uma firma estadunidense, eles orquestraram um dos maiores calotes já conhecidos, cujas consequências hoje estão sendo pagas. Foram premiados com o timão da crise que eles produziram.

(Tradução: Katarina Peixoto)

A produtividade e a matemática
do economista-professor João César das Neves

Heduíno Gomes
Num dos canais de televisão (22.12.2011), o economista João César das Neves pronunciou-se sobre a questão do aumento de meia hora de trabalho decidido pelo Governo. Como sempre, falou como um professor sábio e muito «social».
Definamos os conceitos. Diz quem sabe: «A produtividade é a relação entre o resultado útil dum processo produtivo e a utilização dos factores de produção, ou seja, a quantidade de produto por unidade de factor produtivo, geralmente o factor trabalho». Diz ainda quem sabe que «a elevação geral da produtividade do trabalho» corresponde à «diminuição do tempo absorvido na produção da maior parte dos bens e serviços».
Assim sendo, está matematicamente claro que uma dada produtividade vezes o tempo de trabalho dá a produção. O que significa ainda que, conservando o factor produtividade e aumentando o factor tempo de trabalho, aumenta a produção. Ou seja, com a produtividade que temos, acrescentando meia hora a oito horas de trabalho, vamos ter mais 6,25% de produção.
A lógica do Governo é apenas esta. Mas o abominável professor das Neves faz outras contas. Acha ele que, aumentando o tempo de trabalho, a produtividade diminui…
Alguém entende tal matemática?
Porque será que as televisões procuram tanto este senhor professor como «representante»  de um certo sector da sociedade e não alguém mais -- digamos -- razoável e lógico?



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Governo dos EUA promoverá defesa mundial
da homossexualidade por meio de concertos
de Lady Gaga

Ben Johnson


Como parte de uma campanha mundial visando promover a aceitação internacional da homossexualidade, o governo de Obama estabeleceu o «Fundo Global de Igualdade», orçado em 3 milhões de dólares, para financiar a defesa política da homossexualidade no mundo inteiro com o dinheiro dos cidadãos americanos que pagam impostos. As diretrizes do Departamento de Estado indicam que essa defesa poderia incluir de tudo, desde financiar ativistas políticos gays em outros países que fazem campanhas contra leis que definem o casamento como a união entre um homem e uma mulher até a organização de paradas do orgulho gay e concertos de Lady Gaga em países remotos.

A secretária de Estado Hillary Clinton proclamou a formação do fundo num discurso que deu em Genebra na terça-feira. «Tenho também o prazer de anunciar que estamos lançando um novo Fundo de Igualdade Global que sustentará o trabalho das organizações da sociedade civil que atuam nessas questões no mundo inteiro», disse Clinton.
«Esse fundo os ajudará a registrar fatos de modo que eles possam apontar seu trabalho de defender a homossexualidade, aprender como usar as leis como ferramentas, administrar seus orçamentos, treinar suas equipes e forjar parcerias com organizações de mulheres e outros grupos de direitos humanos», disse Clinton.
Ela comentou que o governo dos EUA «empenhou mais de 3 milhões de dólares» de verbas oriundas de contribuições de impostos de renda para iniciar essa organização. O site do Departamento de Estado descreve o fundo como uma «parceria público-privada» que «buscará compromissos de parceria de governos, empresas e fundações que fazem doações».Um formulário do Departamento de Estado revela que sua Agência de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho (ADDHT) “apoiará programações por meio do Fundo de Igualdade Global”. Isso incluirá impulsionar “ONGs a fazerem defesas diante de governos de outros países e em fóruns multilaterais” em favor das causas LGBT. A ADDHT pede que as organizações homossexuais os ajudem a documentar casos de discriminação.
O fundo também financiará «campanhas internacionais que aumentem a conscientização do público e ampliem os diálogos positivos» sobre a homossexualidade, «tais como educação cívica inclusiva e atividades culturais, e construam coalizões diversas de direitos humanos nos serviços de mensagens ao público».
O formulário sugere que essas medidas poderiam incluir eventos como as paradas de orgulho gay e concertos de Lady Gaga — a polémica cantora pop que deixou os cristãos indignados no começo deste ano quando ela lançou um vídeo para sua música «Judas» que a retrata em determinada altura como Maria Madalena, mordiscando sensualmente a orelha de Jesus Cristo.
O Departamento de Estado se gaba de que «ajudou a convencer a cantora pop e promotora LGBT Lady Gaga a fazer uma apresentação no evento homossexual EuroPride de Roma em junho de 2011».
Valerie Jarrett, a assessora mais íntima de Obama, escreveu na terça-feira que ela havia ficado «profundamente comovida» com o ativismo da cantora pop.
O Fundo de Igualdade Global é apenas uma pequena parte de uma agenda ambiciosa de remodelar todas as políticas externas dos EUA para apoiarem a causa LGBT no mundo inteiro. Na terça-feira, Barack Obama decretou um memorando instruindo as embaixadas americanas em outros países a «expandir iniciativas para combater a discriminação, a homofobia e a intolerância na base da condição ou conduta LGBT» nos países em que estão.

Militares: Comparação de desempenho

Manuel Ferreira dos Santos

1. Especialistas ingleses e norte-americanos estudaram comparativamente o esforço das Nações envolvidas em vários conflitos em simultâneo, principalmente no que respeita à gestão desses mesmos conflitos, nos campos da logística geral, do pessoal, das economias que os suportam e dos resultados obtidos.
Assim, chegaram à conclusão que em todo a Mundo só havia 2 Países que mantiveram 3 Teatros de Operações em simultâneo: a poderosa Grã-Bretanha, com frentes na Malásia (a 9300 km, de 1948 a 1960), no Quénia (a 5700 km, de 1952 a 1956) e em Chipre (a 3000 km, de 1954 a 1959) e o pequenino Portugal, com frentes na Guiné (a 3400 km), Angola (a 7300 km ) e Moçambique (a 10 300 km, de 1961 a 1974) 13 anos seguidos. Estes especialistas chegaram à conclusão que Portugal, dadas as premissas económicas, as dificuldades logísticas para abastecer as 3 frentes, bem como a sua distância, a vastidão dos territórios em causa e a enormidade das suas fronteiras, foi aquele que melhores resultados obteve.
Consideraram por último, que as performances obtidas por Portugal, se devem sobretudo á capacidade de adaptação e sofrimento dos seus recursos humanos e à sobrecarga exigida a um grupo reduzido de quadros dos 3 Ramos das Forças Armadas, comissão atrás de comissão, com intervalos exíguos de recuperação física e psicológica. Isto são observadores internacionais a afirmá-lo.
Conheci em Lisboa oficiais americanos com duas comissões no Vietname. Só que ambos com 3 meses em cada comissão, intervalados por períodos de descanso de outros 3 meses no Havai.
Todos os que serviram a Pátria e principalmente as gerações de Oficiais, Sargentos e Praças dos 3 Ramos das Forças Armadas que serviram durante 13 anos na Guerra do Ultramar, nos 3 Teatros de Operações, só pelo facto deaguentarem este esforço sobre-humano que se reflectiu necessariamente em debilidades de saúde precoces, mazelas para toda a vida, invalidez total ou parcial, e morte, tudo ao serviço da Pátria, merecem o reconhecimento da Nação, que jamais lhes foi dado.
2. Em todo o Mundo civilizado, e não só, em Países ricos, cidadãos protagonistas dos grandes conflitos e catástrofes com eles relacionados, vencedores ou vencidos, receberam e recebem por parte dos seus Governos, tratamentos diferenciados do comum dos cidadãos, sobretudo nos capítulos sociais da assistência na doença, na educação, na velhice e na morte, como preito de homenagem da Nação àqueles que lutaram pela Pátria, com exposição da própria vida.
Todos os que vestiram a farda da Grã-Bretanha, França, Rússia, Alemanha, Itália e Japão têm tratamento diferenciado; idem para a Polónia e Europa de Leste, bem como para os Brasileiros que constituíram o Corpo Expedicionário destacado na Europa.
Idem para os Malaios, Australianos, Filipinos, Neo-zelandeses e soldados profissionais indianos.
Nos EUA a sua poderosíssima «Veterans War» não depende de nenhum Secretário de Estado, nem do Congresso, depende directamente do Presidente dos EUA, com quem despacha quinzenalmente. Esta prerrogativa referendada por toda uma Nação, permite que todos aqueles que deram a vida pela Pátria repousem em cemitérios espalhados por todo o Mundo, duma grandiosidade, beleza e arranjo ímpares, ou todos aqueles que a serviram, tenham assistência médica e medicamentosa para eles e família, condições especiais de acesso às Universidades, bolsas de estudo, e outros benefícios sociais durante toda a vida.
Esta excepção que o povo americano concedeu a este tipo de cidadãos é motivo de orgulho de todos os americanos.
O tratamento privilegiado que todo o Mundo concedeu aos cidadãos que serviram a Pátria em combates onde a mesma esteve representada, é sufragado por leis normalmente votadas por unanimidade.
Também os civis que ficaram sujeitos aos bombardeamentos, quer em Inglaterra, quer em Dresden, quer em Hiroshima e Nagasaki, têm tratamento diferenciado.
Conheço de perto o Irão. Até o Irão dá tratamento autónomo e especifico aos cidadãos que combateram na recente Guerra Irão-Iraque, onde morreram 1 milhão de iranianos.
Até Países da África terceiro-mundista e subdesenvolvida, como o Quénia, atribuiu aos ex-maus-maus, esquemas de protecção social diferentes dos outros cidadãos.
Em todo o Mundo, menos em Portugal.
No meu País, os Talhões de Combatentes dos vários cemitérios, estão abandonados, as centenas de cemitérios espalhados pela Guiné, Angola, Moçambique, Índia e Timor, abandonados estão, quando não, profanados. É simplesmente confrangedor ver o estado de degradação onde se chegou. Parece que a única coisa que está apresentável é o monumento do Bom Sucesso -Torre de Belém, possivelmente porque está à vista e porque é limpo uma vez por ano para a cerimónia publica que lá se realiza. Até grande parte dos
monumentos municipais aos Mortos da Guerra do Ultramar vão ficando abandonados.
No meu País, a pouco e pouco, foi-se retirando a dignidade devida aos que combateram pela Pátria, abandonando os seus mortos, e retirando as poucas «migalhas» que ainda tinham diferentes do comum dos cidadãos, a assistência médica e medicamentosa, para ele e cônjuge, alinhando-os «devidamente» por baixo.
 ATÉ NISTO CONSEGUIMOS SER DIFERENTES DE TODOS OS OUTROS.
No meu País, os políticos confundem dum modo ignorante ou acintoso, militares com polícias e funcionários públicos (sem desprimor para as profissões de polícias e funcionários públicos, bem entendido).
Por ignorância ou leviandade os políticos permanentemente esquecem que o estatuto dos militares não lhes permite, nem o direito de manifestação, nem de associação sindical, além de ser o único que obriga o cidadão a dar a vida pela Pátria.
Até na 1a República, onde grassava a indisciplina generalizada, a falta de autoridade, o parlamentarismo balofo, as permanentes dificuldades financeiras e as constantes crises económicas, não foram esquecidos todos aqueles que foram mandados combater pela Pátria na 1a Guerra Mundial (1914-18), decisão política muito difícil, mas patriótica, pois tinha a ver com a defesa estratégica das possessões ultramarinas.
Foram escassos 18 meses o tempo que durou a Guerra para os portugueses, mas todos aqueles que foram mobilizados e honraram Portugal, tiveram medidas de apoio social suplementares diferentes de todos os outros cidadãos portugueses, além duma recepção ímpar por todo o Governo da Nação em ambiente de Grande Festividade Nacional.
Naquela altura os políticos portugueses dignificaram a sua função e daqueles que combateram pela Pária.
Foram criados Talhões de Combatentes em vários cemitérios públicos, à custa e manutenção do Estado, foram construídos monumentos grandiosos em memória dos que deram a vida pela Pátria, foi concebido um Panteão Nacional para o Soldado Desconhecido na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha, com Guarda de Honra permanente, 24 sobre 24 horas, foram criadas pensões especiais para os mutilados, doentes e gaseados, foram criadas condições especiais de assistência médica e medicamentosa para os militares e famílias, nos Hospitais Militares, numa altura em que ainda não havia assistência social generalizada como há hoje, foi criado um Lar especifico para acolher a terceira idade destes militares em Runa (é importante relembrar que, em 1918, se decidiu receber e tratar os jovens com 20 anos em 1918, quando  estes tivessem mais de 65 anos de idade) e, por último foi criada a Liga dos Combatentes que, de certo modo, corporizava todo este apoio especial aos combatentes, diferente de todos os outros cidadãos, e era o seu porta-voz junto das instâncias governamentais. (Uma espécie de «Veteran's War» à portuguesa.)
Foi toda uma Nação, com os políticos à frente, que deu tudo o que tinha àqueles que combateram pela Pátria, apesar da situação económica desesperada e de quase bancarrota.
Na altura seguimos naturalmente o exemplo das demais nações.
Agora somos os cínicos que não seguem os exemplos generalizados do tratamento diferenciado aos que serviram a Pátria em combate.
É SIMPLESMENTE UMA VERGONHA!
Haveria muito mais para dizer para chamar a atenção deste Ministro da Defesa e deste Primeiro-Ministro, ambos possivelmente com carências de referências desta índole nos meios onde se costumam movimentar, sobretudo no que respeita à comparação dos vencimentos, regalias e mordomias dos que expuseram ou deram a vida pela Pátria e aqueles, que antes pelo contrário, sempre fugiram a essa obrigação.
 Vítor Santos
Coronel Reformado
4 Comissões de Serviço no Ultramar
10 anos de Trópicos
Deficiente das Forças Armadas por doença adquirida e agravada em Campanha
Quase 70 anos de idade
Sem acumulação de cargos
Sem Seguro de Saúde pago pelo Estado ou EP
Sem direito a Subsidio de Reinserção
Sem cartão de crédito dourado sem limite de despesas a expensas do Estado
Sem filhos empregados no Estado por conhecimentos pessoais
Sem o direito a reformas precoces de deputado ou autarca
Sem reformas precoces e escandalosas estilo Banco de Portugal ou CGD
Sem contratos que prevêem indemnizações chorudas
Sem direito a ficar, de borla, com os carros que o Estado pagou em Leasing
Sem fazer contratos chorudos de avenças como os que se fazem com Gabinetes
de Advogados e Economistas
Sem Pensão de Reforma acima do ordenado do Presidente da República
Com Filhos desempregados

Estudo relaciona conteúdo sexual de TV
com gravidezes adolescentes


Um estudo da RAND Corporation, publicado na edição de Novembro da revista Pediatrics, revelou que existe uma forte relação entre as gravidezes adolescentes e o conteúdo sexual dos programas de televisão.
Segundo o estudo, difundido este domingo pela cadeia CNN, adolescentes com alto nível de exposição a programas com conteúdo sexual estiveram duas vezes mais propensas a ficar grávidas que as que viram menos programas desse tipo em um período de três anos.
«Sabemos que se uma criança está a ver mais de uma hora de televisão por dia, e sabemos que há uma cena sexual no conteúdo a cada 10 minutos, então está a receber uma quantidade considerável de conteúdo sexual», disse Anita Chandra, autora principal do estudo e científica condutual no RAND.
A investigação analisou os resultados de três pesquisas entre 2000 adolescentes de idades entre 12 e 17 anos durante os anos de 2001 a 2004. O estudo focou-se nos resultados dos mais de 700 participantes em todos os Estados Unidos que já tinham tido relações sexuais para o momento da terceira sondagem.
Para a professora de pediatria clínica da Escola de Medicina Morehouse e Directora médica do Centro de Excelência em Saúde Sexual, Wimberly Yolanda, a relação não é surpreendente.
Nesse sentido, a professora aconselhou os pais a falarem com seus filhos sobre estes temas e ensinem valores morais, porque poderão limitar sua exposição ao conteúdo sexual nos meios, já que também está a influência dos amigos e da Internet.
Conforme informou a CNN, os peritos assinalam que os programas de televisão quase nunca retratam os riscos do sexo. Indicou que anteriores investigações também mostraram que os adolescentes com maior exposição a estes conteúdos são mais propensos a terem relações sexuais pela primeira vez no ano seguinte.

Suicídio de politico corrupto em directo !!!----CHOCANTE


Ver mais em:

POR FAVOR, MANDEM A TODOS OS POLÍTICOS. PORTUGUESES E BRASILEIROS...PODE SER QUE SE INSPIREM A FAZER ALGUMA COISA DIGNA NA VIDA..

Suicídio de político corrupto em directo!!!

O filme mostra um político norte-americano que, após ter sido descoberto numa corrupção em seu nome de (somente) US$ 15.000,00, chama a imprensa, lê sua carta de renúncia, pede desculpas à família, e suicida-se em frente às câmaras e aos estupefactos jornalistas...

Se esta moda pegasse em Portugal ficávamos em auto-gestão... sem governos...sem políticos. Viveríamos em luto permanente com a bandeira «a meia haste»!

Eli Pariser: Atenção a "bolhas de filtro" online

Eli Pariser










Ver o vídeo em:
http://www.ted.com/talks/lang/pt/eli_pariser_beware_online_filter_bubbles.html


À medida que as companhias cibernéticas se esforçam para adaptar os seus serviços (incluindo notícias e resultados de pesquisas) às nossas preferências, cria-se uma perigosa consequência não intencional: ficamos presos dentro duma «bolha de filtros» de maneira a que não somos expostos à informação que poderia desafiar ou alargar a nossa visão global. Eli Pariser faz um argumento poderoso de que, no final, esta bolha de filtro vai provar ser má para nós e para a democracia.

Época da Ditadura !!! Não deixa de ser engraçado…


Na época da ditadura...

Podíamos acelerar os nossos automóveis pelas auto-estradas acima dos 120km/h sem nenhum risco  e não éramos multados por radares maliciosamente escondidos mas...não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos comprar armas e munições à vontade, pois o governo sabia quem era bom cidadão, quem era bandido e quem era terrorista mas...não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos dar piropos à funcionária, à menina do «guiché» das contas a pagar ou à recepcionista sem correr o risco de sermos processados por «assédio sexual» mas...não podíamos falar mal do Presidente.
 Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (ei preto!), credos(esse crente aí) ou preferências sexuais (fala sua bicha!) e não éramos processados por «discriminação» por esse motivo mas...não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos tomar nossa redentora cerveja no fim do expediente do trabalho para relaxar e conduzir o carro para casa, sem o risco de sermos atirados à vala da delinquência, ser presos por estarmos "alcoolizados"mas...não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos cortar a árvore do quintal, empestada de praga, sem que isso constituísse crime ambiental mas...não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos ir a qualquer bar ou boite, em qualquer bairro da cidade, de carro, de autocarro, de bicicleta ou a pé, sem nenhum medo de sermos assaltados, sequestrados ou assassinados mas...não podíamos falar mal do Presidente.
Hoje, a única coisa que podemos fazer...é falar mal do Presidente!
Que porra...!!! Como os tempos mudaram...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

«Encorrer» os espanhóis

Ainda há homens...

Convocam boicote contra a Benetton por ofensa ao Papa

O Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana e Arcebispo de Maracaibo, Dom Ubaldo Santana, chamou os fiéis a não comprarem os produtos da marca italiana Benetton, como protesto pela ofensiva montagem que apresentou o Papa Bento XVI beijando um imã muçulmano.

Este chamado foi feito neste último 17 de Novembro no perfil do Bispo no Twitter. «Indignação ante o desrespeito publicitário da Benetton não fazendo mais propaganda, mas boicotando seus produtos», escreveu Dom Santana.

Por sua parte, o Arcebispo de Lima (Peru), Cardeal Juan Luis Cipriani, criticou a Benetton por chamar à tolerância quando não é capaz de respeitar a imagem de pessoas que representam sectores da sociedade.

«Não pode brincar com a imagem de pessoas que significam um respeito. Um presidente personifica uma nação, o Santo Padre personifica Cristo na Terra. Estes senhores se equivocaram», acrescentou

«Pedem-nos tolerância de não odiar e maltratam de uma maneira grosseira os sentimentos e ideais de milhões de pessoas», expressou no sábado 19 de Novembro em seu programa radial Diálogo de Fé o arcebispo peruano.

No último 16 de Novembro o Vaticano protestou pelo «uso absolutamente inaceitável da imagem do Santo Padre».

No dia seguinte a Secretaria de Estado anunciou que «deu ordem a seus advogados para empreender, na Itália e em outros países, as acções oportunas para impedir a circulação, também através dos meios de comunicação de massas, da montagem fotográfica realizada no âmbito da campanha publicitária da Benetton».

Oposição firme, construtiva e leal

Sem amigos no Próximo Oriente

Daniel Pipes






Ler mais em:
http://pt.danielpipes.org/10329/sem-amigos-no-oriente-medio



Os levantes árabes de 2011 inspiraram respostas tremendamente inconsistentes do Ocidente. Como por exemplo, pode-se justificar a contínua opressão de dissidentes no Bahrein e ao mesmo tempo enaltecer os dissidentes no Egipto? Ou proteger os rebeldes líbios dos ataques do governo e não seus análogos sírios? Opor-se aos ataques dos islamistas no Iêmen mas não na Tunísia?
Tais discriminações usadas especialmente para este fim reflectem algo mais profundo do que simples incompetência: a dificuldade em desenvolver uma política construtiva no que diz respeito a uma região onde, tirando algumas excepções (Chipre, Israel e Irã), as populações são predominantemente hostis ao Ocidente. Os amigos são poucos, impotentes e com fracas perspectivas de assumir o controle. Democracia, por conseguinte, se traduz em relações hostis com governos hostis.
Tanto a primeira onda de eleições em 2005 como a segunda, começaram exactamente na Tunísia, o que confirma que, dada a liberdade de escolha, a maioria das populações do Oriente Médio votam nos islamistas. Dinâmico, culturalmente autêntico e ostensivamente democrático, apresentam um corpo de ideias politicamente vibrantes e únicas, constituindo o único movimento político muçulmano importante.
Mas o islamismo é a terceira ideologia totalitária (atrás do fascismo e do comunismo). Ele afrontosamente propõe um código medieval para lidar com os desafios da vida moderna. Retrógrado e agressivo, denigre os não muçulmanos, oprime as mulheres e justifica o uso da força para expandir o domínio muçulmano. Democracia no Oriente Médio ameaça não apenas a segurança do Ocidente como também a sua civilização.
O que explica a razão pela qual os líderes ocidentais (com a breve excepção de George W. Bush) evitam estimular a democracia no Oriente Médio muçulmano.
Em contrapartida, os presidentes não eleitos da região, Reis e Emires representam uma ameaça menor ao Ocidente. Com Muammar al-Gaddafi há muito tempo punido pelo poder americano e Saddam Hussein afastado pelas forças lideradas pelos Estados Unidos, os egocêntricos se foram por volta de 2003 e os homens fortes sobreviventes, quase que na totalidade, aceitaram o status quo. Não desejavam mais do que a permissão de reprimir seu próprio povo e extravagantemente aproveitar os seus privilégios.

A ESTRELA DE BELÉM

Naquela noite estrelada
uma estrela abençoada
desceu do céu, devagar,
e mansinho foi pousar
sobre uma humilde cabana
onde estava pra nascer
uma simples criancinha
que pra sempre mudaria
os valores da raça humana.

E a estrela, maravilhada,
emitindo intensa luz
viu nascer, toda enlevada,
o Pequenino Jesus.
Viu pastores ajoelhados
e viu olhos marejados
por lágrimas de alegria.
Era noite e fez-se dia!


A Fé, como um longo véu,
cobriu de amor todo o mundo.
E com um brilho mais profundo
a estrela voltou pro céu,


Maria de Lourdes Borges de Castro                 
Natal de 2011

Eleição fraudada no Egito

Daniel Pipes e Cynthia Farahat






Ler mais em:
http://pt.danielpipes.org/10396/eleicao-fraudada-no-egito

Segundo a comissão eleitoral do Egito, a Irmandade Muçulmana conquistou 37 porcento na primeira rodada de votações e os salafistas, que fomentam um programa islamista ainda mais extremista, 24 porcento, recebendo juntos impressionantes 61 porcento dos votos.


Esse assombroso resultado desperta duas questões: Trata-se de um resultado legítimo ou manipulado? Os islamistas estão prestes a controlar o Egito?
Legítimo ou Manipulado? Ninguém levava a sério as eleições soviéticas com os seus 99 porcento de eleitores votando a favor dos comunistas, enquanto o processo e o resultado das eleições egípcias sejam menos flagrantes, merecem ceticismo semelhante. O jogo é mais sutil, ainda assim um jogo, a seguir, como ele é praticado:
A Irmandade Muçulmana (fundada em 1928) e a ditadura militar (que governa o Egito desde 1952) têm uma ideologia paralela e uma longa história que faz deles simultaneamente rivais e aliados. Durante décadas, cooperaram intermitentemente em um sistema autocrático ligados pela lei islâmica (Sharia) e na opressão dos elementos liberais e seculares.
Nesse espírito, Anwar El-Sadat, Hosni Mubarak e agora Mohamed Tantawi conferiram poderes, taticamente, aos islamistas, como manobra para obter apoio do Ocidente, armas e dinheiro. Por exemplo, quando George W. Bush pressionou Mubarak a permitir maior participação política, ele (Mubarak), respondeu que o parlamento tinha 88 membros da Irmandade Muçulmana eleitos, advertindo assim Washington que democracia = tomada de poder pelos islamistas. A aparente fraqueza dos não islamistas amedrontou o Ocidente a continuar insistindo em uma transição para a participação política. Contudo, um olhar minucioso nas eleições de 2005 mostra que o regime ajudou os islamistas a obterem 20 porcento das cadeiras.
Hoje, Tantawi e o Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF) ainda apostam nesse antigo jogo já desgastado. Veja os diferentes métodos: (1) Notícias sobre o aparecimento de fraude eleitoral, por exemplo em Helwan. (2) O SCAF, de acordo com o destacado islamista Safwat Hijazi, ofereceu um "acordo" aos islamistas: compartilhar o poder com eles contanto que façam vista grossa a sua corrupção.
(3) Os militares subsidiaram tanto a Irmandade Muçulmana quanto os partidos salafistas durante as recentes eleições parlamentares. Marc Ginsburg faz menção de um caixa dois do SCAF acumulando milhões de dólares "em dinheiro para a compra de votos, doações de alimentos e roupas", que possibilitou a centenas de sucursais de organizações políticas islamistas a comprarem votos. Ginsburg fala de um emissário do SCAF que "se encontrou secretamente com representantes da Irmandade Muçulmana e de outros movimentos de orientação política islamista no último mês de abril, para criar contas bancárias para os "comitês de ação" de política local para canalizar uma cadeia clandestina de suprimentos de apoio financeiro e de commodities".
Outros ditadores no Oriente Médio, como o presidente iemenita e o presidente da Autoridade Palestina, também fazem esse jogo duplo, fingindo que são anti-islamistas moderados e aliados do Ocidente, quando na realidade são violentos, cooperam com os islamistas e reprimem os verdadeiros moderados. Até mesmo tiranos contrários ao Ocidente como o presidente Assad da Síria e Kadafi da Líbia fazem esse jogo oportunista quando há necessidade, ao retratarem gigantescos levantes contrários a eles como movimentos islamistas. (Recorde de como Kadafi culpou a Al-Qaeda pela insurreição líbia por terem misturado o café dos adolescentes com drogas alucinógenas).
Controlar o Egito? Se os militares conspiraram com os islamistas para se manterem no poder, obviamente eles e não os islamistas é que irão, em última análise, manter o controle. O que significa que o ponto-chave que os analistas convencionais não percebem é o seguinte: os resultados da última eleição permitirão que os militares continuem no poder. Conforme observa corretamente o ambicioso político egípcio Mohamed ElBaradei, «agora está tudo nas mãos do SCAF».
Verdade, se os islamistas controlarem o parlamento (o que ainda não é certo, os militares poderiam ainda decidir reduzir a porcentagem deles em futuras rodadas de um procedimento de votação excepcionalmente complexo aberto a irregularidades), eles adquirem certos privilégios e movem o país mais em direção à Sharia – até onde, de qualquer jeito, o SCAF permitir. O que continua a tendência de longo prazo de islamização em andamento, desde que os militares tomaram o poder em 1952.
E a política ocidental? Primeiro, pressionar o SCAF a construir a sociedade civil que deve preceder a verdadeira democracia, de modo que os civis moderados e modernos no Egito tenham a oportunidade de se expressarem.
Segundo, cessar instantaneamente toda ajuda econômica ao Cairo. É inaceitável que os contribuintes ocidentais paguem, mesmo que indiretamente, pela islamização do Egito. Voltar com a ajuda somente quando o governo permitir que muçulmanos seculares, liberais e coptas, entre outros, se expressem com liberdade e se organizem.
Terceiro, opor-se tanto à Irmandade Muçulmana como aos salafistas. Menos ou mais extremistas, qualquer tipo de islamistas são nossos piores inimigos.

Boas Festas da Lusitânia

Olhem a cara safada de dois...

E DIZ O PASSOS AO GASPAR:

«QUE TAL ENVIARMOS AS BOAS FESTAS A TODOS OS CONTRIBUINTES DESEJANDO UM PRÓSPERO ANO DE 2012?»

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Excelente programa sobre corrupção

com Paulo Morais e Medina Carreira

«Olhos nos Olhos» apresentou no passado dia 21 de Novembro o olhar de Henrique Medina Carreira e Paulo Morais, antigo vereador da Câmara Municipal do Porto. Pode ver este programa em:

http://www.tvi24.iol.pt/programa/4407/11.

Sabe que cidade é esta?

[Clique na imagem para descarregar o diaporama]

Mudanças no Ministério de Defesa

[Clique na imagem para visualizar o vídeo]

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Petição Contra a extinção do feriado do 1.º de Dezembro


Ler a petição e assinar em:

http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N17387

«Barrigas de Aluguer»

Pedro Vaz Patto

Foi anunciada a apresentação, pelo Bloco de Esquerda, de um projecto de lei que altera a regulação da procriação medicamente assistida, designadamente no que se refere à chamada «maternidade de substituição» (vulgarmente conhecida como «barriga de aluguer»), isto é, a situação em que a mulher se dispõe a suportar uma gravidez por conta de outrem e a entregar a criança após o parto, renunciando aos poderes e deveres próprios da maternidade. Pretende-se tornar lícita tal prática quando não lucrativa, indo, assim, de encontro aos desejos de casais inférteis devido a patologias não superáveis de outro modo, e evitando, através de um regime transparente, os abusos da exploração lucrativa.

Há que salientar, porém, que os malefícios da maternidade de substituição não decorrem apenas, nem principalmente, da sua eventual exploração lucrativa e que a experiência de outros países tem revelado a extrema dificuldade em impedir a comercialização encapotada por detrás da suposta não onerosidade dos contratos.

O filho nunca deixa de sentir o abandono da «mãe de substituição». Cada vez se conhece melhor os intercâmbios entre a mãe gestante e o feto e a importância desse intercâmbio para o salutar desenvolvimento físico, psicológico e afectivo deste. Esse intercâmbio ajuda a construir a própria identidade da criança. Esta não poderá experimentar a segurança de reconhecer, depois do nascimento, o corpo onde habitou durante vários meses.

A «mãe de substituição» também sofre graves danos porque uma qualquer mulher não fica indiferente ao que lhe acontece quando está grávida. Este estado não é uma actividade como qualquer outra; transforma a vida da mulher física, psicológica e moralmente. Esta não pode deixar de viver a gravidez como sua e de sofrer com o abandono do filho. É, por isso, compreensível que, mais tarde, queira ter o direito de visitar o seu filho (e o que lhe responder, então, quando a lei lhe nega esse direito?). O útero é inseparável do corpo e da pessoa, não é um alojamento temporário, ou um instrumento técnico.

Dir-se-á que tudo isto já sucede quando uma criança é abandonada ou «dada» para adopção. Mas essa é uma situação que não pode ser evitada (se tal fosse possível, seria evitada). Aqui, estamos perante um abandono deliberadamente programado, institucionalizado pela lei, que veda a obrigação mais natural que existe: a de assumir a vida que se gerou.

A investigação empírica vem demonstrando que, quase sempre, só situações de grande carência económica (não o altruísmo) levem mulheres a sujeitar-se a tão traumatizante experiência (não é por caso que a prática se vem difundindo na Índia). A «compensação de despesas» acaba por ter efeitos idênticos aos do pagamento. E será sempre difícil o controlo judicial de compensações indirectas ou não monetárias.

Na instrução da Congregação para a Doutrina da Fé Domum Vitae, de 1987, afirma-se (II, A, 3), a respeito da «maternidade de substituição», que «representa falta objectiva contra as obrigações do amor materno, da fidelidade conjugal e da maternidade responsável; ofende a dignidade e o direito do filho a ser concebido, levado no seio, posto ao mundo e educado pelos próprios pais; em detrimento da família, instaura divisão entre os elementos físicos, psíquicos e morais que a constituem». Mais genericamente, também aí se afirma (II, B, 8), a respeito do pretenso «direito ao filho» frequentemente invocado para justificar esta prática: «Um verdadeiro e próprio direito ao filho seria contrário e sua dignidade e à sua natureza. O filho não é algo devido e não pode ser considerado como objecto de propriedade; é um dom, ''o maior'' e o mais gratuito dom do matrimónio, e é testemunho vivo da doação recíproca dos seus pais.»

Mas a oposição à legalização desta prática vem também de sectores ditos «progressistas» e «de esquerda», que a consideram um grave retrocesso social. É o que faz, de forma muito categórica, o documento Mères Porteuses; Extension du Domaine de l´Aliénation elaborado no âmbito da fundação Terra Nova – La Fondation Progressiste. Nele se afirma que a maternidade de substituição representa «a mais recente e a mais chocante das extensões do domínio da alienação», ou seja, da coisificação e instrumentalização da pessoa, assim ferida na sua iminente dignidade. E de que são principais vítimas as mulheres mais pobres.

sábado, 3 de dezembro de 2011

O Estripador a Presidente!...

Nuno Serras Pereira

O semanário Sol traz hoje a primeira parte de uma reportagem-entrevista com o estripador de mulheres de má-vida. Nela podemos ler horrorizados a descrição pormenorizada e macabra que o mesmo faz, de «consciência tranquila», dos crimes cometidos, a que ele chama limpezas da sujeira, «culpabilizando» simultaneamente, numa flagrante racionalização, a sua mãe. Não se compreende que assassínios tão hediondos, perpetrados por um homicida confesso, cujas declarações são em tudo coincidentes com as investigações da polícia, possa prescrever…
Mas o que mais espanta não é isso. A estupefacção maior advém de que os relatos de matadores de crianças nascituras, tão ou mais tenebrosos do que este, realizados com frieza e distância psicopáticas muito semelhantes (facilmente se encontra na Inter-rede relatos de médicos abortadores que testemunharam perante tribunais, nos U. S., os «procedimentos» dessa «arte»), nunca, mas mesmo nunca, sejam notícia ou objecto de reportagem e de escândalo. Pelo contrário, esses homicidas péssimos e os seus fautores são entrevistados - não na qualidade de criminosos mas como pessoas credíveis e merecedoras de atenção e seguimento -, por tudo quanto é comunicação social inclusive católica, e promovidos a lugares de destaque. É totalmente absurdo, por exemplo, que um estripador confesso de crianças nascituras, isto é, um assassino violento de pessoas, no seu estado de maior vulnerabilidade e de total inocência, como Miguel Oliveira da Silva tenha sido nomeado presidente do conselho nacional de ética para as ciências da vida (CNECV) e seja convidado da Rádio Renascença perorar sobre a defesa da vida. Propiciador desta besta-fera (a expressão é do P. António Vieira, para designar pessoas cruéis, bárbaras ou selvagens) é, entre outros, o presidente da república que ao promulgar a «lei» iníqua e injusta proporcionou os meios para que mais de sessenta mil crianças tenham sido «legalmente» esquartejadas com o patrocínio do estado, desde 2007. Pelo que não me admiraria nada que um dia um estripador prescrito venha a ser nomeado presidente do CNECV ou mesmo eleito Presidente da República, que já foi Portugal.
Creio que foi no mesmo jornal que vi uma adversão contra a violência doméstica com a fotografia, a toda a página, de um mulher ferozmente espancada e ferida até à morte. Fomos nos últimos tempos avisados de que viria aí uma campanha chocante para ajudar a pôr um ponto final, de vez, na violência doméstica de modo a que não mais aconteça a morte matada de 14 mulheres, como sucedeu no ano transacto. Muito bem. Mas é caso para perguntar, se é tão eficaz e necessária uma publicitação desse género porque não se faz o mesmo para proteger as, não já 14, mas vinte mil crianças nascentes, a maioria delas do sexo feminino, que são raivosamente escangalhadas e despedaçadas todos os anos. Esta fereza doméstica é bem mais intensa e furibunda.
Acresce que a iracúndia doméstica sobre crianças, já nascidas, por parte das mulheres, e também a exercida sobre os anciãos é mais vasta e grave, bem como o furor «doméstico» entre pessoas do mesmo sexo, que vivem sodomiticamente juntos. Mas destas coisas, é claro, o melhor é ignorar, não se venha a conhecer a essa coisa horrível que é a verdade…

NOTA BENE: No texto anterior, intitulado «Mas que Inferno!» houve quem, para minha grande surpresa, supusesse que eu advogava que quem não gostasse de Bach iria para o Inferno. Ora o ponto não era evidentemente esse, mas sim que uma mesma causa pode provocar efeitos opostos, dependendo estes das disposições sobre quem é exercida. Santa Catarina de Génova é muito clara quando diz que o Amor ardente de Deus, ou o Amor ardente que Deus é, para uns é Céu, para outros Purgatório e para outros Inferno.

Nota da Redacção:
Já lá dizia o Mao Zedong que «as causas externas operam através das internas» (em Da Contradição). Até ele via estas coisas!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

S.O.S. PELA FAMÍLIA

Homoparentalidade versus filiação
A ideologia do género, na sua escalada contra a família natural, obteve no ano passado uma importante vitória, com a aprovação parlamentar do casamento legal entre pessoas do mesmo sexo. Uma tal reforma subverteu, em termos legais, o matrimónio civil, agora equiparado à união de duas pessoas do mesmo sexo. Mas, como a lei em vigor não permite que estas uniões possam adoptar, está em curso uma tentativa de substituir o conceito de filiação pela volátil noção de «homoparentalidade».
A homoparentalidade significa, em termos práticos, que é pai ou mãe não apenas quem gera biologicamente, mas também – e esta é a novidade – o seu cônjuge. Assim sendo, nada obsta a que uma infeliz criança possa ter duas mães ou dois pais e, a bem dizer, até alguns mais.
São recorrentes o uso e o abuso do princípio da igualdade, como fundamento jurídico desta pretensão. Mas o casal natural – homem e mulher – está legitimado para adoptar não só por estar casado mas, sobretudo, por ser realmente um potencial pai e uma possível mãe. Ora tal não acontece quando são duas pessoas do mesmo sexo. Por isso, é lógico que não se lhes permita a adopção, que frustraria a legítima expectativa do menor, o qual não precisa de vários tutores, mas de uma verdadeira família, ou seja, de um pai e de uma mãe.
As uniões do mesmo sexo querem o privilégio de um estatuto parental não fundado na geração biológica, mas na sua relação conjugal. Como se o facto de ser casado com o pai, ou a mãe, concedesse a alguém o direito de ser mãe, ou pai, dos seus filhos!
Mas se, por absurdo, se viesse a concretizar esta ameaça contra a família e se concedesse esta aberrante benesse às uniões de pessoas do mesmo sexo, seria então necessário, por razão do dito princípio da igualdade, dar esse mesmo direito aos casais de pessoas de diferente sexo. Com efeito, se o marido do pai também é pai, com mais razão o deveria ser o marido da mãe. E se a mulher da mãe é mãe, também o deve ser a mulher do pai.
Mais: se o filho do progenitor é também, juridicamente, filho do cônjuge deste, tem de ser igualmente herdeiro dos ascendentes da pessoa que casou com seu pai ou mãe. Portanto, se o príncipe herdeiro do Reino Unido tivesse a infelicidade de «casar» com Elton John, o filho deste passaria a ser filho do príncipe e, como tal, herdeiro do trono britânico, apesar de não ter nenhuma relação de parentesco com os referidos monarcas! Seria cómico, se não fosse dramático.
Na realidade, a homoparentalidade, ao substituir a filiação natural, destrói as noções de paternidade e maternidade. Porque ou a filiação legal está fundada na geração, ou então as palavras «pai» e «mãe» deixam de fazer sentido e nem sequer se distinguem. De facto, por que razão o marido do pai, ou a mulher da mãe, têm que ser, respectivamente, pai e mãe do filho do marido ou da mulher? Se pode ser pai, ou mãe, quem de facto não gerou tal filho, o marido do pai poderia ser mãe – na realidade, não sendo progenitor, não é mais pai do que mãe … – como a mulher da mãe deveria poder ser pai. No limite, o filho de dois indivíduos do mesmo sexo poderia ser legalmente filho de dois pais, de duas mães ou até – quem diria! – de um pai e de uma mãe! 
«Se se põe de parte o Direito, que distingue o Estado de um grande bando de salteadores?», perguntava Santo Agostinho (De civitate Dei, IV, 4, 1), recentemente citado por Bento XVI. Se se ignora a ecologia familiar, se se falsifica a noção de casamento, equiparando-o às uniões entre pessoas do mesmo sexo, e se se substitui a filiação pela «homoparentalidade», que resta senão uma fraude e uma mentira?! Se à família se nega o seu fundamento natural, é a sua identidade que é negada e, na realidade, nada mais seria do que a factualidade de uma qualquer aventura em comum.
E não é preciso ser bruxo para adivinhar que as principais vítimas da destruição da família natural, em que tanto se empenha a ideologia do género, são, como sempre, as mais vulneráveis: as crianças.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada