sábado, 30 de julho de 2016


O Bergoglio diz que não...

Nice: prossegue a guerra de religião




Roberto de Mattei, Il Tempo, 16 de Julho de 2016

O Papa Francisco tinha razão quando há mais de um ano afirmou que a Terceira Guerra Mundial já havia começado e que está sendo travada «em fragmentos». Mas é preciso acrescentar que se trata de uma guerra de religião, pois os motivos dos que a declararam são religiosos e até os homicídios perpetrados em seu nome são de índole ritual.

Francisco qualificou o massacre de Nice de acto de violência cega. Ora, a fúria homicida que induziu o condutor do caminhão a semear a morte na orla marítima não foi um acto irracional de loucura, mas fruto de uma religião que incita ao ódio e instiga à violência. Os mesmos motivos religiosos desencadearam as carnificinas do Bataclan de Paris, dos aeroportos de Bruxelas e Istambul e do restaurante de Dacca. Por mais bárbaros que tenham sido esses atentados, nenhum deles foi cego, mas foi parte de um plano lucidamente exposto pelo Estado Islâmico nos seus documentos.

O porta-voz do EI, Abu al-Adnani, numa gravação difundida pelo Twitter em fins de Maio, lançou um apelo ao assassinato na Europa em nome de Alá, com estas palavras: «Quebra-lhe a cabeça com uma pedra, assassina-o a facadas,  atropela-o, atira-o de um lugar elevado, estrangula-o ou envenena-o.» E o Corão não se expressa de modo diverso ao falar dos infiéis. O que sim constitui sintoma de loucura cega é continuar fechando os olhos para esta realidade.

É uma ilusão crer que a guerra ora travada não foi declarada pelo Islão ao Ocidente, mas que é uma guerra intestina do mundo muçulmano, e que a única forma de se salvar é ajudando o Islão moderado a derrotar o fundamentalista. Mas falar de Islão moderado é cair em contradição, porque os maometanos que se secularizam e se integram na sociedade ocidental deixam de ser muçulmanos, ou se tornam muçulmanos não observantes ou maus muçulmanos. Um verdadeiro muçulmano pode renunciar à violência por oportunismo, mas sempre considerará legítimo fazer uso dela contra os infiéis, porque assim ensina Maomé.

A guerra actualmente em curso é uma guerra contra o Ocidente, mas também contra o cristianismo, porque o Islão quer substituir a religião de Cristo pela de Maomé. Por isso, o objectivo final da sua conquista não é Paris nem Nova York, mas Roma, centro da única religião que o Islão se propõe aniquilar desde a sua origem. A guerra contra Roma remonta ao nascimento do próprio Islão, no século VIII. Roma era o objectivo dos árabes que em 830 e 846 ocuparam, saquearam e depois se viram obrigados a abandonar a Cidade Eterna. Roma era o ponto de mira dos muçulmanos que em 1480 decapitaram os 800 cristãos de Otranto e degolaram os nossos compatriotas em Dacca em 2016.

Trata-se de uma guerra religiosa, declarada pelo EI à irreligiosidade ocidental e à sua religião, que é o cristianismo. E à medida que este se seculariza, vai abrindo caminho para o seu adversário, que só pode ser derrotado por uma sociedade com uma identidade religiosa e cultural forte. Como observa o historiador inglês Christopher Dawson, o factor de coesão de uma sociedade e de uma cultura é o impulso religioso: «As grandes civilizações não dão à luz as grandes religiões como uma espécie de subproduto cultural; as grandes religiões são a base sobre as quais se sustentam as grandes civilizações. Uma sociedade que perdeu a sua religião está fadada a perder cedo ou tarde a sua cultura.»

Esta guerra religiosa já é uma guerra civil europeia, porque se combate no interior das nações e das cidades de um continente invadido por milhões de imigrantes. Ouve-se com frequência que, face à invasão, devemos construir pontes em vez de levantar muros; mas só se defende uma fortaleza sitiada subindo a ponte levadiça, e não baixando. Alguns começam a dar-se conta.

As autoridades francesas previram a irrupção de uma guerra civil destinada a ser travada antes de tudo no interior dos grandes centros urbanos, onde a multiculturalidade impôs a impossível convivência de grupos étnicos e religiosos diversos. Em 1 de Junho passado, um comunicado do Estado-Maior francês anunciou oficialmente a criação de uma força convencional do Exército, o Comando terrestre para o território nacional (COM TN), destinado a combater a jihad em território francês. Baptizado de Au contact, o novo modelo estratégico compõe-se de duas divisões sob um comando único, com um total de aproximadamente 77 mil homens dispostos a enfrentar o perigo de uma insurreição islâmica.

Ante esse perigo, além das armas materiais, utilizadas em todo o conflito para exterminar o inimigo, são também e sobretudo necessárias as armas culturais e morais, consistentes na consciência de que somos herdeiros de uma grande civilização que definiu a sua identidade ao longo dos séculos precisamente combatendo o Islão. Instamos respeitosamente o Papa Francisco, Vigário de Cristo, a ser o porta-voz da nossa história e da nossa tradição cristã face ao perigo que nos ameaça.






A Amoris laetitia abre os braços da Igreja

e da sociedade para a demolição programada

do casamento e da família


Apelo aos bispos, aos sacerdotes
e aos movimentos de leigos silenciosos

http://ipco.org.br/ipco/wp-content/uploads/2016/07/Amoris-laetitia-IPCO.pdf







Bispos polacos contra Bergoglio

Isto está a aquecer...


TEXTO EM INGLÊS: http://www.thetablet.co.uk/news/5920/0/polish-bishops-vow-to-refuse-communion-to-divorced-and-remarrieds


TRADUÇÃO AUTOMÁTICA:

Bispos polacos prometem se recusar
a comunhão a divorciados e recasados

Christopher Lamb, The Tablet, 28 de Julho de 2016

Anúncio destaca as tensões entre Francis e hierarquia do polonês após o porta fechada reunião ontem à noite.

Um bispo sênior disse que a Igreja na Polónia irá se recusar a comunhão aos católicos divorciados e recasados, apesar de o documento marco da família do papa Francis, que abriu a possibilidade.

Arcebispo Stanislaw Gadecki, o Presidente da Conferência Episcopal Polaca ', disse que dar a comunhão não pode ser autorizada após um período de discernimento pastoral - algo que Francis tem defendido - acrescentando que, se os divorciados recasados ​​teve um primeiro casamento válido eles não podem receber a Eucaristia.

As declarações foram feitas poucas horas após a chegada do Papa em Cracóvia para um encontro mundial de jovens católicos e destacou as tensões entre a hierarquia de Francis e na Polónia. "Este [comunhão para divorciados novamente casados] não pode ser resolvido em um confessionário em dois minutos ou mesmo um par de anos ", o arcebispo disse aos jornalistas em uma coletiva de ontem à noite. "Este é um caminho para os sacerdotes e os leigos a caminhar juntos sabendo que, se um casamento tem sido validamente celebrado não há motivo para administrar a comunhão aos divorciados recasados.

"O arcebispo citou documento de João Paulo II sobre a família - onde a comunhão para divorciados novamente casados ​​foi efetivamente excluída -. ​​E disse que o texto de Francisco, emitido na sequência de duas reuniões sinodais, tinha tomado em consideração as recomendações da hierarquia Polish  Estes, acrescentou, " reter a verdade do evangelho que não podemos deliberadamente ultrapassar preceito de Cristo contra o divórcio ".

Arcebispo Gadecki também apontou para o desejo de Francisco para as igrejas locais para ter uma palavra a dizer:  "O Santo Padre diz que as leis gerais são muito difíceis de cumprir em cada país - o Papa fala sobre a descentralização, ou seja, as conferências em países individuais podem interpretar encíclicas papais olhando para suas próprias situações religiosas e culturais ", disse o arcebispo Gadecki em um briefing a jornalistas na noite passada.

No dia da sua chegada, o Papa teve um encontro de portas fechadas com os bispos, onde há discursos foram feitas - no passado Francis usou tais reuniões no México e nos Estados Unidos a censurar hierarquias nacionais. Mas, dado que o legado do seu antecessor polonês João Paulo II se agiganta durante a sua visita, o Papa procurou evitar quaisquer confrontos públicos.

Durante sua visita à Polônia Francis citou regularmente João Paulo II e na noite passada repetiu a frase palavra de ordem do papado Wojtyla - "não tenha medo" - ao cumprimentar uma multidão de jovens. A figura de João Paulo II também paira sobre a visita papal à Polônia dado que Francis é aqui para o Dia Mundial da Juventude, um evento criado pelo Papa polonês.

Esta manhã Francis viajou para Czestochowa, cerca de 90 milhas de Cracóvia, para marcar o 1050 aniversário do que é conhecido como o Baptismo da Polónia. Lá, ele orou em frente à famosa imagem da Virgem Negra, no mosteiro de Jasna Gora e depois celebrou uma missa ao ar livre para centenas de milhares se reuniram em frente.


Houve uma grande preocupação durante a procissão de entrada quando o Papa tropeçou e caiu no chão, enquanto ainda segurando o turíbulo. Mas ele foi ajudado a se levantar e foi bem o suficiente para continuar com a celebração da missa, sem assistência médica.  Durante a homilia, o Papa disse que Deus não é algo que nos livros de história, mas uma realidade concreta na vida das pessoas.  "O Senhor não quer a ser temido como um soberano poderoso e distante. Ele não quer manter-se no seu trono no céu ou nos livros de história ".

Esta tarde ele vai voltar para Cracóvia para saudar oficialmente os cerca de 400.000 jovens católicos que se reuniram para o evento que está sendo acompanhado por cerca de 800 bispos e 70 cardeais.  Na sexta-feira ele vai viajar para o local do antigo campo de concentração nazista de Auschwitz, onde vai orar em silêncio e se reunir com alguns sobreviventes do Holocausto.

O Tablet Roma Correspondente Christopher Lamb está em Cracóvia para o Dia Mundial da Juventude





segunda-feira, 25 de julho de 2016


Quem irá escrever o futuro de França?


Daniel Pipes, Washington Times, 7 de Junho de 2016

Dois romances franceses de grande repercussão, diferentes quanto ao tom e ao timing, retratam duas influentes visões de França no futuro. Não se trata apenas de boa leitura (ambos já foram traduzidos para o inglês), juntos estimulam o pensamento sobre a crise da imigração no país e as mudanças culturais.

Jean Raspail (1925-) imagina a invasão racial vinda pelo mar, por meio de jangadas e botes partindo do subcontinente indiano navegando vagarosamente, inexoravelmente rumo ao Sul de França. No Le Camp des Saints (O Campo dos Santos, 1973), primordialmente documenta a impotente reacção francesa, tomada pelo pânico, à medida que a horda (palavra usada 34 vezes) «continua engrossando ainda mais as suas fileiras».

É uma perfeita fantasia anti-utópica sobre a raça branca e a vida europeia que corresponde aos receios articulados por ninguém menos que Charles de Gaulle, o principal político de França pós-guerra, que dava cordial acolhimento a cidadãos franceses não brancos, «desde que permanecessem uma pequena minoria. Senão, a França deixará de ser a França. Afinal de contas, somos todos, acima de tudo, um povo europeu de raça branca».

Camp também antecipa a noção da «Grande Substituição» (Le Grand Remplacement) conceptualizada pelo intelectual francês Renaud Camus, que antecipa a rápida substituição «do histórico povo do nosso país por povos de origem imigratória que são em grande medida não europeus». É o mesmo receio, a grosso modo – dos imigrantes passarem o povo francês autóctone para segundo plano e apoderarem-se do país – que inspira o partido Frente Nacional, que já atinge índices de 30% dos votos nas pesquisas de opinião e continua crescendo.

Michel Houellebecq (1956-) conta a história, não de um país (França), mas de um indivíduo (François) em estado de Soumission (Submissão, 2015). François é um professor já cansado, decadente, do movimento decadente da literatura francesa. Não tem família, amigos nem ambição; embora tenha somente quarenta e poucos anos, a sua vontade de viver deteriorou-se e chegou ao tédio a ponto de se alimentar de pratos prontos e uma sucessão de troca de parceiros sexuais.

Quando um político muçulmano, ostensivamente moderado, inesperadamente se tornar presidente de França em 2022, uma série de mudanças radicais na vida francesa tomarão forma rapidamente. Numa guinada, o que começa de forma sinistra (um corpo num posto de gasolina) mais do que depressa se torna em algo bom (deliciosa comida do Médio Oriente). Atraído por uma boa e recompensadora oferta de trabalho com a vantagem de poder conhecer e casar com várias estudantes, todas cobertas com véus, François imediatamente abandona os seus antigos costumes e converte-se ao Islão, que lhe promete recompensas de uma vida sumptuosa, exótica e patriarcal.

Se por um lado o romance de 1973 nunca menciona a palavra Islão ou muçulmano, em contrapartida o romance de 2015 adapta-se às duas – começando pelo título: Islão que em árabe significa «submissão». Da mesma forma, o primeiro livro tem como foco a raça enquanto o segundo praticamente não toma conhecimento dela (a prostituta favorita de François é do Norte de África). A tomada do poder da primeira obra termina de forma diabólica, a outra de forma agradável. O primeiro livro é um tratado político apocalíptico disfarçado de entretenimento, o segundo apresenta uma visão literária e sardónica no tocante à perda de força de vontade sem também expressar qualquer ânimo em relação ao Islão ou aos muçulmanos. O primeiro documenta uma agressão o segundo um consolo.

Os romances capturam duas importantes e praticamente contraditórias correntes do pós-guerra: a atracção exercida pela Europa livre e rica nos povos remotos e empobrecidos, principalmente muçulmanos; e a atracção de um Islão vigoroso em vez de uma Europa pós-cristã enfraquecida. Em ambos os casos, a Europa – apenas 7% do território mundial, contudo a região dominante por cinco séculos, de 1450 a 1950 – está prestes a perder os seus costumes, cultura e convenções sociais, tornando-se uma mera extensão ou até dependente do Norte de África.

Os romances sugerem que a alarmante preocupação expressada há décadas (multidões de pessoas furiosas e violentas de pele escura) tornam-se um lugar comum e até benignas (as universidades do Médio Oriente pagam salários mais altos). Sugerem que o clima de pânico já passou, sendo substituído por uma época de graciosa capitulação.

Camp causou furor na Direita quando do lançamento do livro, os dois livros, no entanto, abordam temores muito mais disseminados nos dias de hoje; a republicação de Camp em 2011 saltou para o topo da lista de best sellers em França e Submissão  simultaneamente tornou-se o best seller n.º 1 quatro anos depois em França, Itália e Alemanha.

Um hiato de quarenta anos separa os dois livros; se saltarmos mais 42 anos, que tipo de história poderá contar um romance futurista publicado em 2057? Intelectuais como Oriana Fallaci, Bat Ye'or e Mark Steyn assumiriam a vitória do Islão e a caça aos poucos remanescentes franceses da fé cristã. A minha previsão, no entanto, é praticamente contrária a essa: um relato que assume o fracasso da grande substituição de Camus, imaginando a violenta repressão aos muçulmanos (nas palavras de Claire Berlinski) «libertando os franceses da ofuscação da História europeia» acompanhada pela reafirmação nativista francesa.

Original em inglês: Who Will Write France's Future?

Tradução: Joseph Skilnik