sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Mulher narra o drama de ser
criada por pai homossexual

Dawn Stefanowicz
Com a finalidade de mostrar a influência negativa que as crianças sofrem quando são criadas por pais homossexuais, a canadense Dawn Stefanowicz publicou o livro «Out from Under: The Impact of Homossexual Parenting» (Fora da escuridão. O impacto da paternidade homossexual), onde narra a sua experiência de crescer num lar com um progenitor gay.

«A pequena Cynthia Dawn – este é o seu nome completo – nasceu em Toronto nos anos 60 numas condições de grave mal-estar familiar e pessoal, em grande parte, ignoradas deliberadamente pelo mundo dos adultos, começando pelos seus professores», explica um artigo escrito pela neuropsiquiatra infantil Caterina Saccà.

A menina, afirmou, «sente-se traída afectivamente por um pai ausente, na busca contínua de relações homossexuais com casais de convivência ou ocasionais, e sem o cuidado adequado de uma mãe que, por sua vez, precisa de ajuda (devido à diabete). Cynthia entra numa espiral de confusão e vergonha alimentada pela exposição directa e precoce a práticas de natureza explicitamente sexual».

O texto difundido através da página Web familyandmedia.eu, narra que logo depois de cair «num estado de destruição da personalidade e da dignidade humana», Dawn conseguiu na vida adulta reconciliar-se com o seu passado «complicado e traumático» graças a anos de terapia «e à profunda fé em Deus».

«Só depois da morte do pai – derrotado pela AIDS como muitos dos seus companheiros sexuais – e logo após a morte da mãe; esta mulher convertida com o passar dos anos em esposa e mãe de um menino e de uma menina, teve a coragem de tornar pública a sua terrível experiência, com o fim de ‘mostrar a todos como as estruturas familiares podem incidir negativamente no desenvolvimento das crianças’», acrescentou o site.

Actualmente, divulgar o seu testemunho converteu-se para Dawn Stefanowicz «numa batalha a favor do bem-estar dos filhos e da importância da família natural – instituição natural fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher – e contra a legalização das adopções e das uniões homossexuais».

Neste sentido, Saccà esclarece que «qualificar precipitadamente como homófobas, enganosas ou desleais, as argumentações que defendem a paternidade natural, além de ser reducionista, não contribui com elementos significativos de crescimento e de novidade num debate destinado ao público, na ausência de uma mudança de rumo, para escorregar no pântano dos estéreis combates ideológicos».

Sobretudo, tendo em conta resultados como o da recente pesquisa realizada no Reino Unido pela agência ComRes (encomendado pela fundação Catholic Voices), que mostra «como os mesmos gays e transexuais não consideram o matrimónio homossexual uma prioridade».

«Portanto, em vésperas de decisões destinadas indevidamente a reavivar a polêmica (…), chegam também testemunhos fortes como o de Dawn Stefanowicz, capazes de oferecer elementos concretos para a reflexão sobre a identidade e responsabilidade dos pais de família. São testemunhos que podem, ao menos uma vez, colocar-nos com os pés na terra», finalizou.

Mais informações sobre o testemunho de Dawn Stefanowicz no site (em inglês):

http://www.dawnstefanowicz.org/index.html

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A lei de «identidade de género» e os limites
da omnipotência do legislador (2)


Pedro Vaz Patto
 
A ideologia do género

Mas detenhamo-nos na análise da definição e fundamentos da ideologia do género[5].

Parte esta teoria da distinção entre sexo e género, a qual se insere na distinção mais ampla entre natureza e cultura. O sexo representa a condição natural e biológica da diferença física entre homem e mulher. O género representa a construção histórico-cultural da identidade masculina e feminina. Retomando a célebre frase de Simone Beauvoir, «uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher»; as gender theories consideram que «somos» homens e mulheres na base da dimensão biológica em que nascemos, mas nos «tornamos» homens e mulheres, no sentido em que adquirimos uma identidade masculina ou feminina, na base da nossa percepção psíquica e da nossa vivência interior (do nosso modo pessoal de sentir e viver a identidade pessoal no plano psicológico), por um lado, e na base da socialização (da interiorização dos comportamentos, funções e papeis que a sociedade e cultura a que pertencemos atribui aos homens e às mulheres), por outro lado. O sexo é um facto empírico, real e objectivo, de ordem biológica, genética, anatómica e morfológica, que se nos impõe desde o nascimento. A identidade de género constrói-se através de escolhas psicológicas individuais, expectativas sociais e hábitos culturais e independentemente dos dados naturais. Para estas teorias, o género assim concebido deve sobrepor-se ao sexo assim concebido; a cultura deve sobrepor-se à natureza; a uma perspectiva essencialista deve sobrepor-se uma perspectiva construtivista.

Como o género é uma construção social, este pode ser desconstruído e reconstruído. A diferença sexual entre homem e mulher em sentido natural e imutável está na base da opressão da mulher, relegada para a sua condição de mãe. Para a superar, impõe-se superar o dualismo sexual natural e reconduzir o género à escolha individual. O género não tem de corresponder ao sexo, corresponde a uma escolha subjectiva, ditada por instintos, impulsos, preferências e interesses, que vai para além dos dados naturais e objectivos. Convergem, neste aspecto, as teses do feminismo de género (que sustenta que o fim da opressão feminina supõe a negação da relevância das diferenças naturais entre homem e mulher, designadamente o relevo da maternidade como condição particular da mulher) e as dos movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais, e, mais especificamente, em prol da legalização do casamento homossexual e da adopção por pares homossexuais. As gender theories sustentam a irrelevância da diferença sexual na construção da identidade de género, e, por consequência, também a irrelevância dessa diferença nas relações interpessoais, nas uniões conjugais e na constituição da família. Como afirma Laura Palazzani, da «diferença sexual passa-se à in-diferença sexual».Se é indiferente a escolha do género a nível individual (pode escolher-se ser homem ou mulher, independentemente dos dados naturais), também é indiferente a escolha de se ligar a pessoas de outro ou do mesmo sexo. Daqui surge a equiparação entre uniões heterossexuais e uniões homossexuais. Ao modelo da família heterossexual, numa perspectiva «essencialista», sucedem-se vários tipos de «família», tantos quantas as preferências individuais e para além de qualquer «modelo» de referência. Deixa de se falar em «família» e passa a falar-se em «famílias» (também esta é uma inovação semântica que muitas pessoas passam a adoptar sem se aperceberem da sua conotação ideológica). Privilegiar a união heterossexual é uma forma de discriminação, um heterocentrismo opressor. Deixa de falar-se em «paternidade» e «maternidade» e passa a falar-se em «parentalidade» (mais uma evolução semântica que muitos adoptam sem se aperceberem da sua conotação ideológica).

Das gender theories passa-se às teorias multi-gender, post-gender e transgender Àgéneros, um continuum de identidades em cujos extremos se colocam o masculino e o feminino, o homossexual e o heterossexual, mas onde se inserem também posições intermédias, o bissexual e o transexual, assim como posições oscilantes. O movimento queer representa a ala extrema das gender theories. O seu objectivo á a desconstrução de qualquer normatividade sexual e a construção de um novo paradigma antropológico assente num «polimorfismo sexual» sem restrições. A identidade deve ser construída para além do sexo e do género, como uma subjectividade complexa e múltipla, móvel e indefinível, sem qualquer fixação estática. dualidade sexual (homem e mulher), contrapõe-se uma multiplicidade de identidades.

Não irei aqui desenvolver muito a análise da ideologia do género e a sua crítica. Mas a exposição que antecede é suficiente para que se compreenda o alcance ideológico dos diplomas que venho comentando. Quando neles se alude ao «sexo social desejado» e se opta pela prevalência deste sobre o sexo biológico, a opção é ideológica e não puramente «humanitária», como poderá parecer à primeira vista. Como vimos, é a ideologia de género que sustenta essa prevalência. E também se compreende a ligação entre esta questão e as do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não é por acaso que surgem, em Portugal como em Espanha, uma na sequência da outra. São, uma e outra, decorrência da ideologia de género. Fazem parte, uma e outra, da chamada «agenda LGBT» (lesbian, gay, bissexual and transgender). É ilusório pensar que se trata apenas do fim de uma discriminação, ou do respeito pelas minorias. É um novo paradigma antropológico que está em jogo e que se quer impor desde cima, desde as instâncias políticas e jurídicas. E também é fácil compreender, a partir desta breve exposição, como esse paradigma choca com o senso comum das nossas sociedades e representa uma verdadeira revolução de mentalidades.

Para além da desconformidade entre o registo oficial do sexo de uma pessoa transexual e o seu sexo biológico, a ideologia de género poderá levar ao registo de uma terceira categoria, de um sexo «não determinado». Foi o que tentou fazer Norrie May-Welby no Estado australiano de Nova Gales do Sul, quando se considerou incluído (ou incluída) nessa categoria de «sexo não determinado» depois de ter cessado tratamentos hormonais tendentes à «mudança» do seu sexo de nascença[6]. Essa pretensão acabou por ser recusada pelas autoridades governamentais, não sem que essa recusa tenha motivado uma queixa junto da Human Rights Comission por violação do Australian Sex Discrimination Act de 1984.

Laura Palazzani caracteriza deste modo a filosofia gender: «um pensamento antimetafisico, que reduz a natureza a mero facto contingente em sentido materialista e mecanicista (a natureza como matéria orgânica extensa em movimento); um pensamento antropológico empirista que reduz o indivíduo a meros impulsos e instintos (não mediados pela razão, mas directamente ligados à vontade); um pensamento não-cognitivista, que nega a cognoscibilidade através da razão de uma verdade objectiva na natureza (com base na «lei de Hume», não se pode passar dos factos aos valores e aos direitos); um pensamento subjectivista, que nega uma relevância metafactual da natureza para o ser humano em sentido ético e jurídico, nega, portanto, a relevância normativa da natureza como ordem, radicando os valores e os direitos directamente na vontade individual (determinada pelos instintos e pelos impulsos); um pensamento relativista, que a partir da negação da existência e da cognoscibilidade de uma verdade objectiva na natureza, considera que normas e valores são equivalentes (todos temos a mesma dignidade), são variáveis (de sociedade para sociedade, de época para época, de sujeito para sujeito), não são passíveis de juízos (uma vez que não existe um critério objectivo para poder exprimir um juízo) e, portanto, são e devem ser todos toleráveis (ou seja, pragmaticamente aceitáveis e suportáveis). É esta a moldura teórica pós-moderna que conduz ao afastamento da natureza, ao «desnaturar» ou «desnaturalizar» o homem e as relações intersubjectivas na sociedade»[7].


[5] Ver uma exposição destas teorias, numa perspectiva crítica, em Laura Palazzani,Identità di genere. Dalla differenza alla in-diferenza sessuale nel diritto, Edizioni San Paolo, Cinisella Bálsamo (Milão), 2008, e Giulia Galeotti, Gender Genere, Chi vuole negar ela differenza maschio-femina? L´alleanza tra femminisno e Chiesa cattolica, Edizioni Viverein, Roma, 2009.
 
[6] Ver Friday Fax, edição on-line, vol. 13, nº 161, Abril de 2010.
 
[7] Op. cit., p. 44 e 45 (tradução minha).
 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Mais padres pedófilos?


Nuno Serras Pereira 

Como recebi um número significativo de missivas e perguntando-me das razões de ter enviado a notícia Ex-provedora da Casa Pia diz que há outros casos de padres pedófilos e escasseia-me o tempo para retorquir individualmente peço que me desculpem esta réplica geral, tanto mais que poderão existir outros leitores perplexos ou interrogativos.

Em primeiro lugar, considero que importa muito atentar nas malsinações, de enorme gravidade, lançadas por Catalina Pestana: há mais padres pedófilos, e somente na Diocese de Lisboa, de seu conhecimento, há cinco; o Cardeal Patriarca conhece-o mas alega não o saber, e juntamente com o Arcebispo de Braga (anterior Presidente da Conferência Episcopal) limitam-se a mudar os alegados padres abusadores de lugar.

Das duas, uma: ou estas recriminações são verdadeiras ou são falsas.

a) No caso de serem exactas isso significaria que membros da Igreja, ao mais alto nível, estariam a trair gravemente a sua missão e a boicotar o esforçado empenho de Bento XVI em purificar a Igreja, que não pode admitir que no Sacerdócio ministerial haja padres que abusam de menores, como o escreveu João Paulo II. Se assim for, a Santa Sé deveria ser informada pelo Núncio Apostólico para agir em consequência. A Igreja não teme a verdade, e faz parte da sua missão expulsar os demónios, mesmo, ou principalmente, quando os possuídos receberam Ordens.

b) Se, pelo contrário, são uma colossal calúnia o Cardeal Patriarca, bem como o Arcebispo de Braga, têm ao seu dispor quer o Direito Canónico quer o Civil para limparem o bom nome e a honra da Igreja disciplinando a detraidora.

Foi lançada uma suspeição geral sobre o clero em geral e sobre o que vive em Lisboa em particular. «Quem não se sente, não é filho de boa gente». Nós, pela Graça de Deus, somos filhos da Igreja, a melhor de todas as mães. Esta, por si só, é uma razão de peso quer para estar ao facto das arguições que nos são feitas quer para as vermos esclarecidas e resolvidas.

Entretanto, resta-nos rezar pelas vítimas daqueles que chamados a ser Cristo para eles, ao invés foram o demónio, e implorar a Misericórdia infinita de Deus para a conversão dos padres desGraçados.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Moção de resolução sobre direitos
fundamentais no Parlamento Europeu


Mensagem de Carlos Fernandes aos deputados portugueses do Parlamento Europeu. O autor convida os leitores a utilizá-la ou a redigir outra e enviar aos deputados. 
Os endereços electrónicos dos 22 deputados portugueses encontram-se em baixo. 

Ex.mos(as) Senhores(as),
 
Venho apelar a que votem desfavoravelmente a moção de resolução sobre direitos fundamentais aprovada pelo Comité Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos que pode ser consultada na ligação abaixo.
Levanta questões sérias para os cidadãos europeus que, ou não são da competência desse parlamento, como por exemplo o Aborto; ou tenta impor aos cidadãos europeus Leis que penalizam a liberdade de expressão em questões religiosas e sociais tendentes à censura. Ainda condicionam a formação social e cívica dos cidadãos alienando os seus valores civilizacionais e culturais.
 
Por favor pensem bem antes de votar sobre os direitos e deveres dos cidadãos europeus. Cada povo é um povo e tem a sua cultura e matriz civilizacional que deverá ser respeitada. Esta moção de resolução é na sua generalidade e na maioria dos casos particulares, absolutamente contrária aos valores civilizacionais da Europa. Viva a Liberdade!
 
Com os melhores cumprimentos,
 

domingo, 9 de dezembro de 2012

A RTP, antro de corrupção da juventude e infância



A PSP teve acesso a vídeos da RTP… A administração não deu autorização… Os desordeiros foram indevidamente identificados pela polícia… Que atentado à liberdade! Que chatice! Isto já parece o fascismo, pá!
Serão estes para os Portugueses os verdadeiros problemas da RTP nesta sociedade democratista?

Publicamos um texto de 2005 que ilustra o verdadeiro problema que é a RTP: um antro de corruptores da juventude e da infância, ainda por cima pagos com os nossos impostos. São aqui referidos Manuel Falcão e Teresa Paixão. Outros poderiam ser referidos em tantos casos, tais como Maria Elisa, Júlio Isidro, Soares Louro e nunca esquecendo o queridinho Carlos Cruz.

O texto aqui reproduzido foi apresentado por Heduíno Gomes à Direcção da CNAF em Maio de 2005, na sequência do visionamento prévio pela CNAF de 2 filmes sobre a suposta «educação sexual» de crianças e jovens na RTP2.

Refere-se à operação lesiva do equilíbrio moral e psíquico de crianças e jovens montada por Manuel Falcão, então director do referido canal do Estado, e protegido de Pedro Santana Lopes, e Teresa Paixão, produtora da estação.)

 



Relatório à direcção da Confederação Nacional

das Associações de Família

sobre o visionamento prévio de dois filmes

a emitir pela RTP2

 
1 – O convite à CNAF para o visionamento dos filmes

1.1 – Através de carta datada de Abril de 2005, a direcção da RTP2 dirigiu à CNAF um convite para visionar dois filmes, supostamente de «educação sexual de crianças e jovens».

1.2 – Tal convite por parte de uma estação de televisão à Confederação Nacional das Associações de Família é, em si mesmo, louvável. A CNAF, não tendo o exclusivo de representação das famílias portuguesas e dos seus valores, não deixa de representar associações de família e os valores perenes da célula fundamental da sociedade. Neste sentido, a CNAF teria de estar à altura de exprimir a opinião das famílias por si representadas e de defender os valores que justificam a sua existência como instituição.

1.3 – Por decisão da sua Comissão Executiva, reunida em Abril de 2005, foram designados em representação da CNAF para aceder ao convite da RTP2 a sua Presidente, D.ra Maria Teresa da Costa Macedo e Heduíno Gomes.

1.4 – Assistiram ao visionamento, além dos representantes da CNAF, pessoas da RTP (Manuel Falcão, Director da RTP2; Teresa Paixão, da RTP2, produtora, se não me falha a memória; uma psicóloga de um programa da RTP; e uma médica pediatra da RTP) e uma senhora, também convidada, representando uma associação relacionada com crianças.


2 – Os filmes visionados

2.1 –Trata-se de duas curtas metragens, de banda desenhada, de origem dinamarquesa, dobradas em português a partir de uma versão canadiana. A origem dos filmes foi inicialmente indicada como sendo canadiana, o que afinal não correspondia à verdade.
 

Manuel Falcão, o então director-geral
das operações de corrupção
de crianças e jovens
através da chamada
«educação sexual»,
utilizando os meios do Estado.


 

Teresa Paixão, a operacional
da corrupção de crianças e jovens
através da chamada
«educação sexual»,
no que é profissional
à custa do dinheiro dos contribuintes.

2.2 – Os filmes foram apresentados por Manuel Falcão como sendo destinados à «educação sexual» de crianças e jovens e merecendo uma apreciação por eventualmente poderem levantar «alguns problemas». Esses eventuais problemas seriam causados pela «falta de evolução dos portugueses». Determinar se, nestas circunstâncias, os filmes deveriam ou não ser transmitidos seria o objecto do visionamento.

2.3 – Observando ambos os filmes, podem fazer-se deles as observações que se seguem.

2.3.1 – Nos filmes, é usada a máscara da «ciência» e da «pedagogia» para encobrir uma visão amoral do mundo. Com efeito, trata-se de uma ciência de trazer por casa e de uma pedagogia permissiva, onde temas íntimos são colocados fora do tempo certo, fora do local certo, fora do modo certo, fora da moral e até fora da sanidade mental e física.

2.3.2 – Os filmes colocam os impulsos sexuais acima da razão e da moral. Citando o insuspeito Lenin -- supõe-se que não vaticanista, nem metropolista, nem reaccionário --, numa carta sobre a matéria dirigida a uma conhecida feminista, ele acusa as feministas de encararem o acto sexual como quem bebe um copo de água. Os filmes em questão estão na linha da sinistra e decadente teoria do copo de água.

2.3.3 – Os filmes sobrepõem a espontaneidade dos instintos à razão e à moral. A mensagem é clara. Faz o que mandam os teus instintos, não penses, não ligues aos valores morais... Apetece-te ter relações sexuais... não te reprimas, não cries traumatismos psicológicos com a repressão sexual...

2.3.4 – Os filmes reduzem o sexo entre humanos a um conjunto de técnicas visando a satisfação dos instintos. A exemplificação é clara. Relações sexuais... olha, é assim... a penetração é desta maneira... apetece-te masturbares-te... olha, os rapazes é assim e as raparigas é assado...

2.3.5 – Os filmes incentivam as raparigas à autodestruição do hímen. Sugerem assim que esta mutilação consiste apenas numa simples questão técnica, numa simples questão de correcção anatómica. E até ensinam como o processo pode ser tecnicamente controlado através de um espelho colocado no chão.

2.3.6 – Os filmes colocam a actividade sexual humana no mesmo plano da actividade sexual animal. Mostram inclusivamente o acto sexual entre cães, donde resulta o óbvio estabelecimento de um paralelismo. A parte positiva da história é que não ousaram, por enquanto, sugerir a zoofilia. Talvez num próximo episódio.

2.3.7 – Os filmes são instrumento de destruição de pudor nas raparigas e rapazes. A comparação é clara. Tudo se passa sem inibições como entre os cães e as cadelas, onde tais sentimentos não existem...

2.3.8 – Os filmes promovem o experimentalismo, o aventureirismo e a irresponsabilidade sexuais, dando origem a situações irreversíveis de saúde física e mental. A sugestão é clara. Vá lá, experimentar é natural... é tudo natural... vê lá se gostas assim deste modo...

2.3.9 – Os filmes, sob o pretexto de «preparar para a vida» e «precaver acidentes» e «agressões», incentivam de facto a prática precoce e inconsciente da actividade sexual.

2.3.10 – Os filmes fazem a apologia de uma modernidade descabelada, contra a natureza humana e contra a moral natural. A lição é clara. Sê moderno, sê moderna, não sejas bota de elástico, os valores morais estão antiquados, são coisas do passado...

2.3.11 – Os filmes incitam explicitamente a práticas homossexuais entre rapazes e entre raparigas. Desenvolvem a teoria das «opções sexuais» e colocam cenas de homossexualidade como naturais. A desdramatização é clara. Para mais, aqui, os cineastas já não se limitam a sugerir seguir os instintos naturais, que são os da heterossexualidade. Aqui, eles já vão ao ponto de tentar desviá-los para actos contra natura, contra os próprios instintos.

2.3.12 – Os filmes, utilizando ainda uma estratégia indirecta, procuram mais uma vez fomentar a homossexualidade masculina. Com efeito, à semelhança da publicidade sobre produtos de higiene íntima, manipulada por homossexuais nos grandes meios de comunicação, é exibido o sangue menstrual mas aqui ainda mais explicitamente. Sabendo-se de que género de pessoas isto vem, os propósitos não são inocentes: o nítido objectivo é criar nojo nos rapazes em relação às raparigas.

2.3.13 – Os filmes, sob a aparência de protegerem as crianças em relação a abusos sexuais de adultos, favorecem de facto a pedofilia. Na realidade, os filmes iniciam prematuramente as crianças e jovens na actividade sexual, o que «abre o mercado» aos pedófilos. Mais, deixam a porta aberta para uma relatividade de idades permitidas. A conclusão é clara. Os filmes, à primeira vista, aparentam substituir a aberração da pedofilia pela «simples» aberração da promiscuidade. Mas, na realidade, acumulam ambas as aberrações.

2.3.14 – Os filmes contribuem para a desorientação moral e sexual das crianças e jovens e para a sua futura infelicidade. O drama é evidente. Os filmes empurram essas crianças e jovens, assim como as famílias que venham a constituir no futuro, para situações irreversíveis, com fardos que vão ter de carregar durante todas as suas vidas.

2.3.15 – Os filmes incentivam a irresponsabilidade e a insanidade sexual. Com a promiscuidade que geram, contribuem para o alastramento do SIDA, hepatites e outras doenças sexualmente transmissíveis.

2.3.16 – Os filmes apresentam como modelos, no papel de narradores, crianças e jovens sexualmente «avançados», «ousados», auto-educados e auto-educadores, e sem terem de prestar contas aos pais. É assim colocado de cabeça para baixo o processo de educação e controlo familiar das crianças e jovens: além de perderem completamente a autoridade, passam os pais e educadores a aprender com os clarividentes outrora educandos.

2.3.17 – E ainda, já não no plano sexual mas no do relacionamento familiar, os filmes, através de referências insolentes de crianças em relação a familiares adultos, incentivam ao desrespeito, desobediência e condutas erradas. Também este aspecto não é inocente, pois integra-se igualmente na estratégia de destruição dos laços afectivos e de autoridade no seio da família. É isso que lhes permite manipular e utilizar mais facilmente as crianças e adolescentes.

2.3.18 – Em conclusão, os filmes inserem-se completamente, sem a mínima dúvida, no grande plano perverso e decadente de conspiração global contra a Civilização, a moral e a família.


3 – A discussão em torno dos filmes

3.1 – Passando-se à exposição das opiniões sobre o que acabara de ser visto, com excepção das manifestadas pelos delegados da CNAF, todas as opiniões foram inteiramente favoráveis, ou favoráveis com algumas reservas pontuais (como, por exemplo, se, no filme para as crianças, se deveria dizer vagina ou pipi, pela simples razão de que as crianças podem não saber o que é vagina, enquanto pipi sabem o que é; ou, por exemplo, se deveriam aparecer os cães).
O pessoal ligado à RTP (empregado da RTP às ordens do Manuel Falcão) não tinha quaisquer reservas. Defendeu em bloco e afincadamente a transmissão dos filmes assim como os seus conteúdos (com vagina ou pipi), argumentando dentro dos parâmetros morais e sanitários da realização cinematográfica, que parecem ser igualmente os seus. Fizeram os mais rasgados elogios aos supostos dotes didácticos, científicos e artísticos dos filmes, assim como o facto de terem sido premiados (certamente por um júri formado por congéneres).

3.2 – Os delegados da CNAF opuseram-se à transmissão dos filmes com argumentos baseados nos valores da moral, da família e da sanidade mental e física das crianças e jovens, conforme na descrição dos filmes já acima apresentada.

3.3 – Contra as opiniões dos delegados da CNAF advogando a não transmissão dos filmes, foram usados os habituais argumentos decadentes anarco-liberais, amoralistas, das pedagogias modernas, da modernidade e da pseudociência que pretende que «a homossexualidade não é doença».

3.4 – O coro RTP dirigido pelo maestro Manuel Falcão também ousou puxar dos galões para «provar» a suposta superioridade e prevalência da opinião dos «especialistas» presentes e ausentes. Invocaram a sua enorme «competência técnica», a sua formação profissional e um suposto superior conhecimento das matérias em causa (a psicóloga e a pediatra). Foi assim colocada a técnica (?) versus natureza humana, versus moral e versus bom senso. Tais pretensões tecnocráticas, que apenas revelam ignorância doutoral, insensibilidade primária e amoraliade que ultrapassa mesmo a dita politicamente correcta – e também ignorância técnica –, foram naturalmente refutadas.

3.5 – Mesmo depois de ouvirem as opiniões sobre os filmes visionados, os responsáveis presentes da RTP persistiram na sua argumentação e na sua determinação em prosseguir com a transmissão dos filmes.
Isto prova inequivocamente que o seu propósito não era propriamente ouvir o parecer de bom senso da CNAF e reponderar a questão, devendo concluir que os filmes não deveriam ser transmitidos e reconhecendo que a sua compra consistiu numa má aplicação do dinheiro dos contribuintes.
O propósito dos responsáveis presentes da RTP era de facto outro.
Contando intimidar os representantes da CNAF perante um ambiente orquestrado e dominante tão «desinibido», tão «progressista» e tão «cientificamente fundamentado», o seu propósito era apenas obter da instituição ali presente como representante das famílias, por omissão de uma oposição frontal, um alibi. Amanhã confrontados por este grave atentado moral e sanitário às crianças e adolescentes portugueses, eles pretenderiam invocar o agrément da CNAF... por falta de oposição frontal.
Se assim calcularam, enganaram-se.


4 – O suposto enquadramento educativo da transmissão dos filmes

4.1 – Supostamente, a transmissão dos filmes seria feita a umas horas sabiamente escolhidas para serem vistos pelas crianças e adolescentes com os pais ao lado. Trata-se apenas de mais uma falácia destinada a mascarar de «pedagogia» a pornografia. Na realidade, os responsáveis por este atentado às crianças e adolescentes não têm nenhuma garantia da presença dos pais ao lado dos filhos durante a transmissão.

4.2 – E para que serviriam os pais ao lado dos filhos? Só se fosse para, a cada cena, uma pior do que a outra, lhes irem dizendo que o que estavam a ver era uma perversão. Será que a RTP2 aposta em transmitir matéria «interessante» e «esclarecedora» pela negativa para suscitar o papel educativo dos pais? Será esta a nova (?) técnica educativa da RTP? Mais uma falácia desculpabilizante de quem sabe muito bem o mal que está a fazer.

4.3 – Suponhamos o cenário em que os filmes são vistos por crianças e adolescentes em companhia dos pais. Quais serão os pais normais e filhos normais que não se sentirão naturalmente incomodados e feridos no seu pudor perante tais porcarias? Obviamente que estamos a pensar em pais e filhos normais, isto é, pessoas normais, como o são a esmagadora maioria. Não estamos a pensar nos anormais que são os obcecados por sexo, os decadentes, os perversos, os indivíduos sem tabús, como se apresentou afinal o grupo encabeçado por Manuel Falcão e parece dominar a televisão pública.

4.4 – Como mais uma forma de dourar a pílula, foi anunciado que, posteriormente à emissão dos filmes, estaria previsto um «debate». Se por acaso houvesse alguma incompreensão dos filmes, então, com o «debate», tudo ficaria esclarecido. Na realidade, tratar-se-ia de um pseudodebate, entre jovens, com certeza sem maturidade nem preparação intelectual para procederem a uma abordagem séria dos problemas. Tal pseudodebate só poderia ser útil aos conspiradores anti-sociais e agradar a gente de superficialidade mental e preparação intelectual idênticas às dos garotos participantes.

4.5 – O «debate» teria a agravante de ser dirigido por Júlio Machado Vaz, um indivíduo que, com a sua postura doutoral, na televisão e em todo o lado, é um dos maiores propagandistas da decadência, do amoralismo, da homossexualidade. À partida, seria um debate triplamente manipulado: pela imaturidade dos participantes em geral, pela escolha massiva e certamente criteriosa de jovens participantes «avançados» feita pelos responsáveis da RTP2 e, por fim, pela «autoridade científica» do já tristemente conhecido «moderador».


5 – O enquadramento ideológico e conspirativo dos filmese as óbvias conclusões sobre a pretensão da sua transmissão

5.1 – Tais transmissões televisivas, por constituírem uma agressão aos portugueses, deveriam pura e simplesmente ser proibidas em qualquer estação. A transmissão pela televisão do Estado, que é paga com o dinheiro dos contribuintes, torna-se um abuso de poder do loby da perversão em interesse próprio, um desvio dos fins da televisão do Estado e uma utilização indevida de fundos públicos.

5.2 – Tendo sido referido que os filmes em questão haviam recebido prémios, só pode concluir-se que os júris que lhos atribuíram se identificam com os seus autores quanto à ausência de valores e propósitos. É sabido que os concursos com júris que atribuem prémios a filmes deste quilate são simples montagens promovidas pelos apaniguados dessas causas perversas. Os nossos critérios morais e sanitários não são, definitiva e inequivocamente, os dos júris dos Hollywoods.

5.3 – O facto de, na RTP, responsáveis pela compra de programas terem adquirido estes filmes – e outros também! –, vem mais uma vez provar que esta instituição, que foi fundada para participar na educação dos portugueses, está, na melhor das hipóteses, nas mãos de pessoas «distraídas», e portanto incompetentes para a função. A outra hipótese é de quem adquiriu estes filmes e persiste na atitude ser da mesma índole moral dos autores desses filmes. Acresce que alguns desses funcionários têm dado provas de insistente e feroz militância a favor da apresentação de filmes e produção própria idêntica, tal e qual os filmes visionados, conduzindo à degradação moral das crianças, jovens e sociedade em geral.

5.4 – Do ponto de vista policial e judicial, a promoção televisiva de tal decadência pode não ser encarada como simples «distracção», «tolerância», permissividade, laxismo, ideologia... Pode igualmente ser encarada como eventual actividade promocional de indústrias paralelas, tendendo ao desenvolvimento do comércio sexual, nomeadamente de pedofilia. Pode, portanto, eventualmente, fornecer pistas que permitam a identificação de autores desses delitos. Assunto a seguir pelas polícias.

5.5 – Estes filmes e outros que tais, assim como a sua divulgação, inserem-se na orientação anarco-liberal, hedonista e amoral, que serve a estratégia, nuns casos, ou tácticas, noutros casos, de vários grupos de interesses, e que, organizada ou espontaneamente, a promovem, e que abaixo são referidos.

5.5.1 – O complexo social-industrial. A essência da lógica interna do complexo social-industrial é fomentar a existência de chagas sociais para ter mercado. Ele apresenta os seus sacerdotes como «especialistas» dos problemas humanos e detentores únicos da verdade científica e recusando o bom senso não só das pessoas comuns como dos especialistas não corrompidos. Encontramos assim um calculismo perverso entre alguns psicólogos, psiquiatras e sociólogos freudianos e aparentados, pedagogos «modernos» e permissivos, assistentes sociais sem sentido social mas com sentido carreirista e comercial, terapeutas permissivos da toxicodependência, sexólogos reichianos, etc. O mesmo calculismo perverso existe ainda da parte de alguns laboratórios de antidepressivos e outras drogas da psiquiatria, da toxicodependência e das suas consequentes doenças do foro estritamente físico, resultantes dos distúrbios primários.

5.5.2 – A indústria da droga. Às indústrias das drogas naturais, semi-sintéticas e sintéticas interessa a existência de uma juventude desorientada e hedonista, que lhe proporcione um extenso mercado. A indústria da droga é um dos buldozzers do complexo social-industrial.

5.5.3 – As indústrias da noite, do álcool e do tabaco. Pelas mesmas razões.

5.5.4 – As indústrias do cinema e da música rascas. Pelas mesmas razões.

5.5.5 – As indústrias e os lobies do sexo. Pelas mesmas razões.

5.5.6 – Os lobies homossexuais e feministas. Tanto aos homossexuais como às feministas, radicais ou soft, interessa o triunfo da depravação, pois em tal situação consideram ter alcançado estatisticamente a sua «normalidade».

5.5.7 – As seitas satânicas. Elas visam o triunfo do mal, promovem-no e prestam culto a Satanás. Para atingirem o seu fim, servem-se de todos os expedientes enumerados, nomeadamente filmes como os referidos.

5.6 – Todas estas actividades contra a Civilização são orquestradas por indivíduos com interesses e motivações diversas. Muitos fazem dessas actividades, no seu dia-a-dia, uma permanente militância. Eles recebem depois o apoio de pessoas que influenciam mentalmente, que subornam pelos mais variados meios, ou que simplesmente são confusas e frouxas, pessoas que, embora não defendam explicitamente essas doutrinas e práticas com o mesmo empenho, constroem uma argumentação eventualmente filosófica relativista, «ponderada», permissiva, cúmplice, que, na prática, apoia as maquinações dos conspiradores contra a Civilização.

5.7 – A situação exige medidas urgentes e firmes por parte dos responsáveis pela RTP.
 
Lisboa, 4 de Maio de 2005
 
Heduíno Gomes





.