sábado, 10 de março de 2018

Pacheco manipulando as palavras, em defesa da «civilização» sem valores éticos, da dita «civilização» da esquerda, isto é, da barbárie




Heduíno Gomes

Num extenso artigo publicado no Público sobre a extinção das livrarias e o valor do livro físico (3 de Março de 2018) que bem se poderia resumir a meia-dúzia de linhas, Pacheco Pereira termina o penúltimo parágrafo com uma frase que até parece lapidar:

(...) «é preciso combater essa degradação daquilo que era um valor civilizacional (sim, há valores civilizacionais...) que era caminhar do fim do analfabetismo para uma qualificação da leitura como modo de dominar melhor o mundo e a vida de cada um.»

Ora bem... Vejamos o conteúdo da frase.

Pacheco Pereira afirma que existem «valores civilizacionais», e envia uma mensagem pedagógica antecipada aos seus camaradas da esquerda. Mas certo.

Pacheco Pereira afirma que a alfabetização é um valor civilizacional. Digo eu, tal como a roda, em abstracto, que também serviu para Hitler, Stalin e Brejnev construírem tanques. Mas certo.

Pacheco Pereira afirma que a qualificação da leitura é um valor civilizacional. Digo eu, tal como a imprensa de Gutenberg, em abstracto, que também serviu para editar e pôr o pessoal a ler Das Kapital, o Mein Kampf  e as cartilhas liberais, nomeadamente onde ele publica. Mas certo.

E onde constará no seu artigo a referência ao fundamental da Civilização, que são os seus valores éticos e políticos?

Bem, Pacheco Pereira não diz...  Mas nós conhecêmo-los.

Ei-los.

1 — Apoio ao cavaquismo, e até envolvimento na coisa, isto é, apoio aos «valores éticos» do pragmatismo e amoralismo tecnocratista.

2 — Apoio aos abortistas.

3 — Apoio à eutanásia.

4 — Oposição geral à ética cristã, que constitui a base da Civilização ocidental.

5 — Apoio político à esquerda, fora e dentro do PPD, que comunga, toda ela, destas mesmas posições de Pacheco Pereira.

Em conclusão, Pacheco Pereira fala de civilização apenas para inglês ver, apenas a tentar apoderar-se da palavra para subverter o conceito. Mais uma manipulação das palavras, em que Pacheco Pereira é fértil.