sábado, 21 de dezembro de 2013

Podias andar de Clio


Ora aí está o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a lembrar-me pelo Natal que continuo reiteradamente a viver acima das minhas possibilidades e que por isso mesmo no final de Janeiro lá terei mais um corte na pensão que é para me deixar de armar ao fino. O aviso chega-me através de nota de encomenda, efectuada pela criatura, dos seguintes utilitários para uns quantos desgraçados que ali matam o tempo:
– Mercedes E 250 Blue EFFICIENCY Classic.
– BMW 520 d Berlina.
– Mercedes Benz E 220 CDI Blue EFFICIENCY.
– BMW 520 d Berlina.
– Mercedes 320 d Touring.
– BMW 320d Efficient Dynamics Touring.
– Lexus IS300h.
– BMW 320d Touring.
Recebido e entendido senhor governador, amanhã mesmo não deixarei de recarregar o Andante ou, bem vistas as coisas, andar a pé até ajuda a abater uns quilinhos, olhe que já lá vão quinze. Folgo em saber que a encomenda já foi satisfeita  e que os utilitários serão distribuídos antes do Natal ao mesmo tempo que imagino que por certo não deixará de ir ao circo com o coelhinho,
divirtam-se.





sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

D. Manuel Clemente entrevistado na SIC N


Luís Lemos

D. Manuel Clemente foi entrevistado na SIC Notícias pelo conhecido venenoso António José Teixeira (14.12.2013). As perguntas do venenoso do antro do Balsemão visavam sempre arrancar a D. Manuel Clemente respostas do género das que seriam dadas por Bento Domingues ou outro parecido. Mas D. Manuel Clemente não procedeu assim. Contudo, certas das suas respostas merecem algumas observações.

Solução para a crise: sol na eira e chuva no nabal

Sobre a crise económica que Portugal vive, D. Manuel Clemente, tal Robin dos Bosques, sugeriu que se deveria tirar mais aos ricos para distribuir pelos pobres. E, por outro lado, em resposta a uma pergunta saca-rolhas do venenoso, mostrou saber que os grandes, se são apertados, fogem para outros países, gerando cá mais desemprego.

Ora bem, a solução – pensamos nós – está em D. Manuel Clemente pedir a São Pedro para resolver a contradição: pôr sol na eira e chuva no nabal.

E porque não uma salada de políticas «cristãs»?

Dizia D. Manuel Clemente, sem se comprometer, que o cristianismo inspira e depois os próprios católicos encontrarão a fórmula política concreta para praticar o bem.

Deduzimos nós que poderá ser deste jeito.

O Alfredo, que é católico, é CDS, partido que até já se disse democrata-cristão. Mas, independentemente ser CDS, o Alfredo é um liberal. O liberalismo foi a fórmula política concreta para praticar o bem inspirado no cristianismo.

O Antunes, que é católico, é PSD, partido que até tem nas suas hostes vários católicos. Mas, independentemente ser PSD, o Alfredo é um liberal. O liberalismo foi a fórmula política concreta para praticar o bem inspirado no cristianismo.

O Ambrósio, que é católico, é PS, partido que até tem um ramo católico. Mas, independentemente ser PS, o Ambrósio é um socialista. O colectivismo foi a fórmula política concreta para praticar o bem inspirado no cristianismo.

E ficamos por aqui, pois poderíamos ir mais longe.

Afinal, que será isto mais do que transportar para a política cristã o subjectivismo?

E quanto à relação causa-efeito, também tem que se lhe diga: os princípios são os mesmos mas os resultados podem ser opostos.

(Limitamo-nos a demonstrar pelo absurdo o absurdo da tese em questão, e desde já nos antecipamos a declarar que a solução não é a Igreja formar um partido da Igreja. Aliás, dirigido por certos padres, seria pior a emenda do que o soneto. Na realidade, deveriam e poderiam de facto ajudar. Mas, como são na realidade, se não atrapalharem já ajudam).

Meias-palavras

D. Manuel Clemente defendeu a vida desde a concepção até à morte natural e opôs-se ao aborto. Mas fê-lo por meias-palavras, gaguejou, não quis contradizer frontalmente as teses implícitas nas perguntas do entrevistador.

D. Manuel Clemente opôs-se à «ideologia do género». Mas fê-lo por meias-palavras, sem clarificar a sua natureza anticristã. Perdeu uma boa ocasião para esclarecer algum do seu povo, que bem precisa. Aliás, já no texto da Conferência Episcopal Portuguesa sobre o assunto é deixada uma porta aberta ao feminismo dourado, que vem a dar na mesma coisa dessa «ideologia do género».

D. Manuel Clemente já recebeu o Prémio Pessoa das mãos do inimigo. Por este andar, irá receber outros prémios e honrarias. Assentam bem a um pastor católico.





domingo, 15 de dezembro de 2013

O «católico» Cavaco elogia
mais uma vez Maria Velho da Costa


Heduíno Gomes

Sábado, 14 de Dezembro. O «católico» Cavaco elogia a«extraordinária» literatura da manifesta anticristã e promotora do feminismo mais decadente, do chamado «casamento» entre invertidos e do aborto
Maria Velho da Costa (uma das «três Marias»).

Domingo, 15 de Dezembro. É dia do Cavaco ir à missa. E talvez comungar. Leia-se o que se segue para se ter a noção de que «católico» Presidente da República tem Portugal e do que valem os elogios que ele faz e as condecorações que atribui.


Eis um naco da «extraordinária» literatura segundo Cavaco

A Paz / Compraz-se Mariana com o seu corpo. (...) / Mariana deixa que os dedos retornem da vagina e procurem mais alto o fim do espasmo que lhe trepa de manso pelo corpo. (...) / E a noite devora, vigilante, o quarto onde Mariana está estendida. O suor acamado, colado à pele lisa, os dedos esquecidos no clitóris, entorpecido, dormente. / A paz voltou-lhe ao corpo distendido, todavia, como sempre, pronto a reacender-se, caso queira, com o corpo, Mariana se comprazer ainda.

21 de Março de 1971.

Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa,
Novas Cartas Portuguesas, Estúdios Cor, 1972, pp. 48 a 50.


Se isto não é uma pouca-vergonha, o que será uma pouca-vergonha?

Segundo o CM, Cavaco classificou como «extraordinária» a obra literária de Maria Velho da Costa.


Cavaco Silva falava na cerimónia de entrega à escritora Maria Velho da Costa do Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), que se realizou na Cultugest e que teve a presença do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

Cavaco salientou que o percurso de intervenção cultural de Maria Velho da Costa, ao longo de quase meio século, «é, de facto, extraordinário».

«Os escritores como Maria Velho da Costa não têm uma carreira, têm uma obra. A sua história confunde-se com as histórias que nos deram através da palavra».

«Tive, por isso, o grato prazer de a condecorar em 25 de Abril de 2011 com grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.»