sábado, 28 de junho de 2014


João Lobo Antunes sobre a chamada
«opressão intelectual» no Estado Novo



SOL, 19 de Junho de 2014

O conselheiro de Estado e neurocirurgião João Lobo Antunes [não confundir com o irmão António] declarou esta quinta-feira à Antena 1 que «é injusto» afirmar que havia «opressão intelectual» antes do 25 de Abril. «Dizer que havia uma opressão intelectual é injusto. Não é verdade». «Não é verdade», considerou o antigo director do serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria e dirigente da Juventude Universitária Católica.


Lobo Antunes recorda a publicação do jornal Encontro, da JUC, com artigos de bispos críticos do antigo regime, como exemplo de liberdade intelectual.





sexta-feira, 27 de junho de 2014


A lei da «procriação medicamente assistida»
discutida no PSD


MOÇÃO DA ASSEMBLEIA DISTRITAL DE LISBOA DO PPD-PSD

A Lei que regula a Procriação Medicamente Assistida (PMA) foi aprovada, em 2006, na Assembleia da República com indicação de voto contra do PSD. Foi posteriormente promulgada pelo Presidente da República que, em Mensagem enviada ao parlamento, manifestou inúmeras e fundadas reservas a este diploma.

Recentemente foram apresentados 2 Projectos Lei (um do BE e outro do PS) a que se juntou um terceiro da iniciativa de alguns deputados do PSD. Chumbado o projecto do BE, baixaram os restantes à especialidade, sem votação, estando neste momento o processo de reenvio a plenário, praticamente concluído.

Ainda que com condicionantes que variam de documento para documento, em todos estes Projectos de Lei se encontra a admissibilidade dos negócios jurídicos de maternidade de substituição/barrigas de aluguer, (considerados nulos na Lei 32/2006) e a ampliação do uso de embriões humanos para investigação científica.

A barriga de aluguer é uma opção de Bioética profundamente fracturante. Isto porque:

a) Permite, ainda que gratuitamente na aparência, a mercantilização do corpo da mulher o que há muito é vedado pelas ordens jurídicas nacional e internacional.

b) Reduz a mãe portadora à condição de coisa. Uma escravidão.

c) Permite que crianças venham a ter três mães (genética, gestação e social).

d) Nega a relação de afectos, estabelecida durante a gravidez, entre mãe e filho, e cuja importância para o desenvolvimento da criança está cientificamente comprovada, conforme o vem alertando os especialistas da pediatria e da psicologia.

e) Nega direitos futuros do filho quanto à plena informação genética.

f) Permite negócios jurídicos onde todos podem sair prejudicados sem que a lei possa acautelar os interesses das pessoas em questão.

As questões acima, porque socialmente fracturantes, requerem um amplo debate na sociedade o que não aconteceu com a apresentação dos presentes projectos de Lei. Saliente-se que o PSD não apresentou ao eleitorado, em sede de programa eleitoral, qualquer proposta nesta área e nem o Congresso nem o Conselho Nacional, em qualquer das suas reuniões após as últimas eleições legislativas, discutiu este assunto.

A iniciativa do BE e do PS tem rastro político, visa dividir o PSD e criar fracturas ao nível da coligação. Alinhar com os partidos da oposição (salvo o PCP que também se opõe a este projecto) significa andar a reboque de uma minoria expressivamente derrotada nas últimas eleições e a servir uma agenda política que não é a do PSD.

Nestas circunstâncias, os militantes reunidos na Assembleia Distrital de Lisboa manifestam:

1) o seu total desacordo com qualquer projecto de lei que viabilize as barrigas de aluguer;

2) o seu desejo de que se realize um amplo debate no PSD sobre esta matéria antes de que se tome qualquer decisão sobre a mesma.


18 de Junho de 2014

Primeiro subscritor: António Pinheiro Torres

(Membro do Conselho de Jurisdição Distrital de Lisboa)





quinta-feira, 26 de junho de 2014


Acordo ortográfico:

«Abrir mão» ao descalabro ou do descalabro?


(Carta ao Jornal  Público)

Em entrevista publicada na sexta-feira, dia 13 de Junho, neste jornal, o director do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, António Sartini, declarou:

«Acho portanto muito justo que esta língua [portuguesa] se torne oficial nos organismos internacionais. É lógico que esse processo sempre gera descontentamentos [devido ao acordo ortográfico]. Mas para que ela seja oficial é preciso que seja coesa, pelo menos na sua forma culta, normativa
. Ela não se tornou oficial até hoje porque há uma forma de escrever no Brasil, outra em Portugal... Para chegarmos a uma forma única, alguém tem de abrir mão de alguma coisa – e isso deixa as pessoas desconfortáveis».

Em virtude destas declarações, graves pelas responsabilidades linguísticas e pedagógicas de quem as proferiu, vimos chamar a atenção para os seguintes factos objectivos:

1. A língua inglesa possui mais do que uma forma de escrever, com diferenças sensíveis entre cada uma (por exemplo, entre a norma adoptada nos EUA e a adoptada no Reino Unido), e isso não a impede de ser a língua mais divulgada no mundo, língua oficial de quase todos os organismos internacionais.

2. O «acordo ortográfico» que António Sartini refere na entrevista, como está cientificamente comprovado, leva ao AUMENTO das divergências entre as ortografias de Brasil e Portugal. Antes do «acordo», escrevia-se recepção e detectar nos dois países. Depois do «acordo», nasceram novas palavras em Portugal, receção e detetar, criando uma divergência ortográfica onde existia convergência. Isto sucede em centenas de casos. Logo, o dito «acordo» não somente não contribui em nada para «chegarmos a uma forma única», como possui exactamente o efeito oposto.

3. Os organismos internacionais, ao contrário do que sugere António Sartini, não ficam a ganhar rigorosamente nada com o «acordo». Este não supera, nem sequer reduz, as divergências ortográficas antigas entre as variantes brasileira e portuguesa. Basta pensar na ONU e na OMS, por exemplo. Com ou sem este «acordo», continuará a ter de decidir-se entre República Checa(pt) / República Tcheca (br), Islão (pt) / Islã (br), Madrid (pt) / Madri (br), Moscovo (pt) / Moscou (br), SIDA (pt) / AIDS (br), etc. Qual a versão a escolher? Não há «forma única» possível na ortografia da língua portuguesa. O «acordo», precisamente onde o director do Museu da Língua Portuguesa Sartini afirma ser mais necessário, continua a ser um des-acordo.

4. As pessoas que se sentem «desconfortáveis» com o mesmo «acordo ortográfico» não se sentem assim por terem de «abrir mão de alguma coisa». É a verificação das falhas descomunais na sustentação linguística deste «acordo ortográfico», bem como a verificação dos efeitos desastrosos que o «acordo» está a provocar no ensino-aprendizagem, que tem levado à recusa deste por grande parte dos sectores mais ilustrados de Portugal e Brasil. O «acordo» tem criado as maiores confusões em crianças e adultos, tem levado a situações de perda absoluta de referenciais históricos, prosódicos e etimológicos da Língua, e nem sequer conseguiu criar correctores ortográficos para computador que sejam coerentes com ele e entre si. Maior desacordo do que aquele obtido com este «acordo» é difícil, senão impossível, de imaginar.

Noutro ponto da entrevista, António Sartini afirma que «essa reforma [ortográfica] vai oficializar alguma coisa que na prática já vinha existindo. Interessa-nos muito mais essa evolução natural, essa prática do que a cristalização trazida por uma reforma ou um acordo». Na verdade, o actual «acordo ortográfico» não reflecte qualquer evolução natural da língua. Ele foi antes orquestrado por um número muito reduzido de pessoas, em circunstâncias verdadeiramente penosas, para não dizer fraudulentas. Para informações sobre o processo levado a cabo no Brasil, recomendamos a audição da entrevista ao Prof. Sérgio de Carvalho Pachá, ex-lexicógrafo-chefe da Academia Brasileira de Letras e testemunha do processo, cuja ligação segue aqui: 
http://www.youtube.com/watch?v=-_wIluG3yRs

O «acordo» não serve para unificar, nem para simplificar; nem sequer serve para os fins políticos internacionais que António Sartini e outros como ele pretendem. Pelo contrário: acaba por ser prejudicial em todos esses aspectos. A conclusão só pode ser que o dito «acordo ortográfico» é um péssimo serviço criado aos países e às pessoas que falam e escrevem a língua portuguesa.


António de Macedo, Cristina Pimentel, Helena Buescu, Hélio J. S. Alves, João Barrento, José Luís Porfírio, José Pedro Serra, Maria do Carmo Vieira, Maria Filomena Molder, Paula Ferreira, Pedro da Silva Coelho, Rui Miguel Duarte, Teolinda Gersão






quarta-feira, 25 de junho de 2014

Escola: como devastar as crianças


Agostino Nobile

Muito provavelmente os nossos jardins de infância, em breve, seguirão o exemplo sueco do jardim de infância chamado Egalia. O que aí se ensina? No Egalia não existem rapazes ou raparigas. Todos são chamados pelo nome de família neutro e nada se refere a estereótipos demasiados retrógrados como masculino e feminino. Além disso, ensina-se os meninos a beijarem-se na boca e da mesma maneira entre meninas. Neste ponto nasce espontânea uma pergunta: as discriminações são contra os homossexuais ou contra os heterossexuais?

A ONU e o governo de Bruxelas, juntamente com a Maçonaria e os poderes fortes, usam a economia, as finanças e os meios de comunicação como uma arma apontada à cabeça, para forçar os governos de todos os países a introduzir nas constituições as novas regras sociais. Quem imprime o dinheiro tem nas suas mãos a política, a escola e os media. Os governantes que não aceitarem as «novas regras» não terão ajuda económica, e estarão sujeitos a multas onerosas. Não é preciso ser um génio para perceber que através da união monetária privaram cada país da comunidade europeia à auto-determinação sócio-económica. Os governos nacionais, quer de direita quer de esquerda, estarão sempre a mendigar e a dizer «sim» a todas as leis decididas por legisladores anónimos. E dizemos anónimos, porque estes senhores que dão ordens aos nossos governantes, não foram eleitos pelos cidadãos. De facto são quase desconhecidos.
Os antropólogos e os sociólogos não têm dúvidas sobre isso: através do aborto, da eutanásia, da eugenia, da liberdade sexual e da supressão da família natural, o Ocidente encaminha-se para uma estrada que o levará ao suicídio cultural e demográfico. Os mações já no século XIX, escreviam que os católicos são uma raça de imbecis, muito fácil de enganar. O importante é agir com circunspecção. Step by step.

Se os pais controlam as avaliações dos filhos na escola primária, verão que, no boletim de avaliações, depois da data e do nome, foi adicionada uma pergunta onde a criança deve escrever o seu sexo. Será que se pode imaginar que um rapaz que se chama Marco, ou Mário, etc..., ou uma rapariga que se chama Madalena ou Laura, etc... precisem de definir o seu próprio sexo? Sim, porque, como explicam os legisladores de Bruxelas, que decidiram criar crianças multissexuadas, uma criança de quatro ou de seis anos de idade pode escolher ser lésbica, gay, travesti, bissexual, interssexual (neologismo para hermafrodita), ou assexuado. O próximo passo será, como já vimos, obrigar as crianças do mesmo sexo a beijarem-se na boca.

A Maçonaria e os lobbies a ela ligados, consideram-se o verdadeiro deus. Eles decidem sobre a nossa vida, a nossa morte, os nossos filhos e a nossa vida sexual.

Um pequeno conselho: acabemos de nos dividir em partidos de esquerda e de direita. A coisa é muito mais grave do que se possa pensar. A devassidão sexual sem limites visa enfraquecer qualquer forma de reacção às injustiças sociais. Se não nos opusermos todos juntos a esta nova ditadura, acabaremos fatalmente como carne moída. Os pais e os políticos que renunciarem a lutar tornar-se-ão cúmplices dos carrascos dos seus próprios filhos.





terça-feira, 24 de junho de 2014

A quarta revolução secularista


Agostino Nobile

O objectivo é educar as crianças de acordo com as leis decididas por alguns legisladores, os quais definem o que é o bem e o que é o mal, segundo o seu critério.

No início do ano lectivo de 2013-2014, o ministro francês da Educação, Vincent Peillon, decidiu exibir em todas as escolas uma notícia de duas páginas, dividida em dezassete pontos e dois capítulos que declaram: «La République est laïque» e «L'école est laïque». O que é que isso significa? O ministro Peillon apresentando o seu livro La Révolution française n'est pas terminée (Le Seuil, Paris 2008) afirmou que «nunca podemos construir um país livre com a religião católica». O ministro da Educação, em absoluta harmonia com o presidente Hollande, esclarece o seu pensamento: «não se pode fazer uma revolução só no sentido material, deve ser feita no espírito. Até hoje fizemos a revolução essencialmente política, mas não aquela dita moral e espiritual. Assim, temos deixado a moral e a espiritualidade entregues à Igreja Católica.
 Devemos substituí-los, (...), é preciso inventar uma religião republicana e essa nova religião é o secularismo». O melhor lugar para realizar esta transformação é a escola, e Peillon confirma: «A revolução implica estabelecer o esquecimento de tudo o que antecedeu a nova revolução. Então a escola passa a ter um papel importante, porque a escola deve fazer com que a criança corte todas as suas ligações pré-republicanas para ensiná-la a ser um verdadeiro cidadão. É como um novo nascimento, uma transubstanciação para trabalhar na escola e para a escola. Precisamos de uma nova igreja com os seus novos ministros, a sua nova liturgia e as suas novas Tábuas da Lei». 
Na prática, os pais não têm quaisquer direitos na educação moral da criança e, aqueles que se opuserem serão perseguidos pela lei. O objectivo é educar as crianças de acordo com as leis decididas por alguns legisladores, os quais definem o que é o bem e o que é o mal, segundo o seu critério. De que maneira se aplicam essas novas leis? Peillon, no rescaldo da aprovação do casamento gay, mandou que todas as escolas recebessem uma circular ministerial com uma ordem clara e urgente para educar os seus alunos a aceitar a igualdade de género, na luta contra a homofobia. Como resultado, o snuipp, o sindicato principal dos professores, promoveu livros com títulos sugestivos, como por exemplo: «Jean a deux mamans» (O João tem duas mães), ou «Tango a deux papas» (Tango tem dois papás), ou «Papa porte une robe» (O papá usa um vestido). Pergunta-se: afinal o que é que se pretende?
Esta imposição institucional é promulgada tendo em vista a realização plena dos direitos dos homossexuais, ou é, como parece evidente, a favor da «homossexualização das crianças»? Semanários como Le Point e Le Nouvelle Observateur, durante anos, descreveram como funciona a política francesa, e parece óbvio que a Maçonaria francesa representa um dos poderes que influenciam fortemente os candidatos a cargos políticos. Quem quiser subir nas fileiras da política deve antes vergar-se obedientemente diante do poder dos pedreiros livres, ou seja, dos mações. Segundo os dois semanários franceses o «Grande manipulador das consciências» intervém sempre com muito peso, não só em termos económicos, mas acima de tudo, sobre os princípios, valores, mentalidade e cultura, numa palavra, sobre os costumes e tradições dos franceses.





segunda-feira, 23 de junho de 2014

Vitória do Tea Party provoca onda
de choque no Partido Republicano



(da imprensa)

Derrota do líder do partido na Câmara dos Representantes é vista como uma viragem ainda mais à direita, mas também como uma revolta contra a forma de se fazer política em Washington.

A política norte-americana foi abalada por uma das maiores surpresas das últimas décadas, com a derrota do republicano Eric Cantor nas eleições primárias do seu partido no estado da Virginia.

Eric Cantor, actual líder da maioria republicana e forte candidato a Presidente da Câmara dos Representantes, foi ultrapassado pela direita por David Brat, um professor de Economia, por uns expressivos 11 pontos de diferença (55,5% contra 44,5%).

O principal trunfo de David Brat nas primárias da Virginia foi a posição politicamente correcta de Eric Cantor sobre a reforma da lei da imigração, mas alguns analistas consideram que o problema é mais profundo – indica um crescente desagrado do eleitorado republicano com as relações íntimas entre os seus representantes e os grandes interesses, e reflecte também um voto de protesto contra os políticos oportunistas de Washington.

Brat acusou Cantor especificamente pelo seu apoio ao reforço do programa de vistos H1B, uma política particularmente do agrado das empresas de tecnologia como o Facebook, já que lhes permite contratar mais engenheiros estrangeiros. Os críticos têm dito que o programa permite às empresas contratarem mão-de-obra barata para aumentar as margens de lucro, e que põe os trabalhadores estrangeiros à frente dos americanos.

Independentemente das qualidades e defeitos de Brat, isto constitui uma pesada derrota dos políticos de direita ligados aos grandes interesses…





domingo, 22 de junho de 2014


Adriano Moreira e as suas tretas (4):

a sua semântica do ridículo


Heduíno Gomes

Parecendo pretender fazer humor, a alta autoridade académica Adriano Moreira (TVI24, 8.6.2014) invoca nuances da semântica portuguesa e diz que, quando ouve falar de Instituto Superior de…, ando ouve falar de Instituto Superior de..., fica a saber que não se trata de universidade.

Isto já deve ser falta de memória.

Então na sua universidade, a Universidade Técnica de Lisboa, antes e depois da fusão com a clássica, como é que são designadas as escolas que a compõem?

Como é que a sua própria escola era e é designada? Não será Instituto Superior?

Sua excelência a alta autoridade académica passou da fase de carreirismo e lavagem de imagem à fase do ridículo. Não há dúvida: claramente o novo Freitas do Amaral.