sábado, 16 de abril de 2016

sexta-feira, 15 de abril de 2016


Exortação pós-sinodal Amoris laetitia:

primeiras reflexões sobre

um documento catastrófico


Roberto de Mattei, Corrispondenza Romana, 10 de Abril de 2016

Com a exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, publicada em 8 de Abril, o Papa Francisco pronunciou-se oficialmente sobre problemas de moral conjugal, em discussão há dois anos.

No Consistório de 20 e 21 de Fevereiro de 2014, Francisco havia confiado ao cardeal Kasper a tarefa de introduzir o debate sobre esta questão. A tese do cardeal Kasper, de que a Igreja deve mudar a sua prática pastoral nas questões matrimoniais, foi o leitmotiv dos dois sínodos sobre a família de 2014 e 2015, e constitui hoje a pedra angular da exortação do Papa Francisco.

No decurso desses dois anos, ilustres cardeais, bispos, teólogos e filósofos intervieram no debate, a fim de mostrar que deve existir uma íntima coerência entre a doutrina e a práxis pastoral da Igreja. Pois, de facto, a pastoral baseia-se na doutrina dogmática e moral. «Não pode haver pastoral que esteja em desarmonia com as verdades da Igreja e com a sua moral, e em contraste com as suas leis, e que não seja orientada a alcançar o ideal da vida cristã», observou o cardeal Velasio De Paolis no seu discurso inaugural ao Tribunal Eclesiástico Umbro de 27 de Março de 2014. A ideia de separar o Magistério de uma prática pastoral passível de evoluir de acordo com as circunstâncias, as modas e as paixões, segundo o cardeal Sarah, «é uma forma de heresia, uma perigosa patologia esquizofrénica» («La Stampa», 24 de Fevereiro de 2015).

Nas semanas que antecederam a exortação pós-sinodal, multiplicaram-se as intervenções públicas e privadas de cardeais e bispos junto do Papa, a fim de evitar a promulgação de um documento cheio de erros, detectados pelas numerosas alterações que a Congregação para a Doutrina da Fé fez ao projecto. Francisco não retrocedeu, mas parece ter confiado a última reescritura da exortação, ou pelo menos de algumas das suas passagens-chave, a teólogos da sua confiança, que tentaram reinterpretar São Tomás à luz da dialéctica hegeliana. O resultado foi um texto que não é ambíguo, mas claro na sua indeterminação. A teologia da práxis exclui qualquer declaração doutrinária, deixando à história desenhar a linha de conduta dos actos humanos. Portanto, como afirma Francisco, «é compreensível» que, sobre a questão crucial dos divorciados recasados,»(…) se não devia esperar do sínodo ou desta exortação uma nova normativa geral de tipo canónico, aplicável a todos os casos» (§300). Se se está convencido de que os cristãos, no seu comportamento, não devem conformar-se com os princípios absolutos, mas porem-se a escutar os «sinais dos tempos», seria contraditório formular regras de qualquer género.

Todos esperavam resposta a uma pergunta de fundo: Podem receber o sacramento da Eucaristia aqueles que, depois de um primeiro casamento, se recasam civilmente? A esta pergunta a Igreja sempre respondeu categoricamente que não. Os divorciados recasados não podem receber a comunhão porque a sua condição de vida contradiz objectivamente a verdade natural e cristã sobre o casamento, significada e realizada na Eucaristia (Familiaris Consortio, §84).

A resposta da exortação pós-sinodal  é o contrário: em linha geral não, mas «em certos casos» sim (§305, nota 351). Os divorciados recasados devem realmente ser «integrados» e não excluídos (§299). A sua integração «a sua participação pode exprimir-se em diferentes serviços eclesiais, sendo necessário, por isso, discernir quais das diferentes formas de exclusão actualmente praticadas em âmbito litúrgico, pastoral, educativo e institucional possam ser superadas» (§299), sem excluir a disciplina sacramental (§336).

O facto é o seguinte: a proibição de os divorciados recasados se aproximarem da comunhão já não é absoluta. O Papa não autoriza, como regra geral, a comunhão aos divorciados, mas tampouco a proíbe. «Aqui – havia sublinhado o cardeal Caffara contra Kasper – se toca na doutrina. Inevitavelmente. Pode-se arguir que não se toca, mas toca-se. Não só. Introduz-se um costume que a longo prazo incute a seguinte ideia nas pessoas, até nas não cristãs: não existe nenhum casamento absolutamente indissolúvel. E isto é certamente contra a vontade do Senhor. Não há dúvida sobre isso» (Entrevista a «Il Foglio», 15 de Março de 2014).

Para a teologia da práxis, as regras não contam, mas sim os casos concretos. E aquilo que não é possível em abstrato, é possível na prática. Mas, como bem observou o cardeal Burke: «Se a Igreja permitisse a recepção dos sacramentos (ainda que num só caso) a uma pessoa que está em união irregular, significaria ou que o casamento não é indissolúvel e, portanto, que a pessoa não está vivendo em estado de adultério, ou que a sagrada comunhão não é a comunhão no Corpo e no Sangue de Cristo, o que, pelo contrário, requer uma recta disposição da pessoa, ou seja, o arrependimento do pecado grave e a firme resolução de nunca mais pecar» (Entrevista a Alessandro Gnocchi no «Il Foglio», 14 de Outubro de 2014).

Além disso, a excepção é destinada a tornar-se uma regra, porque em Amoris laetitia o critério do acesso à comunhão é deixado ao «discernimento pessoal» do indivíduo. O discernimento é feito através do «diálogo com o sacerdote, no foro interno» (§300), «caso a caso». Mas quais serão os pastores de almas que ousarão vetar o acesso à Eucaristia, se «o próprio Evangelho exige que não julguemos nem condenemos» (§308), que é necessário «integrar todos» (§297) e «valorizar os elementos construtivos nas situações que ainda não correspondem ou já não correspondem à sua doutrina sobre o matrimónio» (§292)? Os pastores que quisessem recordar os mandamentos da Igreja correriam o risco de agir, segundo a exortação, «como controladores da graça e não como facilitadores» (§310). «Por isso, um pastor não pode sentir-se satisfeito apenas aplicando leis morais àqueles que vivem em situações ‘irregulares’, como se fossem pedras que se atiram contra a vida das pessoas. É o caso dos corações fechados, que muitas vezes se escondem até por detrás dos ensinamentos da Igreja ‘para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas’» (§305).

Esta inédita linguagem, ainda mais dura que a dureza de coração que ela recrimina nos «controladores da graça», é o traço distintivo da Amoris laetitia, a qual, não por acaso, na conferência de imprensa de 8 de Abril, o cardeal Schönborn definiu como «um evento linguístico». «A minha maior alegria em relação a este documento», disse o cardeal de Viena, é que ele «constantemente supera a artificial, externa, clara divisão entre regular e irregular». A linguagem, como sempre, exprime um conteúdo. As situações que a exortação pós-sinodal define como «chamadas irregulares» são o adultério público e a coabitação extraconjugal. Para Amoris laetitia, ambos realizam o ideal do matrimónio cristão, embora «de forma parcial e analógica» (§292). «Por causa dos condicionalismos ou dos factores atenuantes, é possível que uma pessoa, no meio duma situação objectiva de pecado – mas subjectivamente não seja culpável ou não o seja plenamente –, possa viver em graça de Deus, possa amar e possa também crescer na vida de graça e de caridade, recebendo para isso a ajuda da Igreja»(§305), «em certos casos, poderia haver também a ajuda dos sacramentos» (nota 351).

De acordo com a moral católica, as circunstâncias que formam o contexto no qual a acção se desenvolve não podem alterar a qualidade moral dos actos, tornando bom e recto o que é intrinsecamente mau. Mas a doutrina dos absolutos morais e do intrinsece malum é frustrada pela Amoris laetitia, que se alinha à «nova moral» condenada por Pio XII em numerosos documentos e por João Paulo II na Veritatis Splendor. A moral de situação deixa às circunstâncias e, em última análise, à consciência subjectiva do homem, a determinação do que é bom e do que é mau. A união sexual extraconjugal não é considerada intrinsecamente ilícita, mas, enquanto acto de amor, sujeita a uma avaliação de acordo  com as circunstâncias. Mas geralmente não há nenhum mal em si, pois não existe pecado grave ou mortal. A equiparação entre pessoas em estado de graça (situações «regulares») e pessoas em estado permanente de pecado (situações «irregulares») não é apenas linguística: parece sucumbir à teoria luterana do homem simul iustus et pecator, condenada pelo decreto sobre a justificação do Concílio de Trento (Denz-H, nn. 1551-1583).

A exortação pós-sinodal Amoris laetitia é muito pior do que o relatório do cardeal Kasper, contra o qual foram justamente lançadas tantas críticas em livros, artigos, e entrevistas. O cardeal Kasper tinha colocado algumas perguntas, a exortação Amoris laetitia oferece a resposta: abre a porta para os divorciados recasados, canoniza a moral de situação e inicia um processo de normalização de todas as coabitações more uxurio [NdT: incluindo a dimensão de intimidade conjugal].

Considerando que o novo documento pertence ao Magistério ordinário não infalível, deve-se desejar que seja objecto de análise crítica aprofundada por parte de teólogos e pastores da Igreja, sem se iludirem com a ideia de que a ele se pode aplicar a «hermenêutica da continuidade».

Se o texto já é catastrófico, mais catastrófico ainda é o facto de que ele foi assinado pelo Vigário de Cristo. Mas para aqueles que amam a Cristo e à sua Igreja, esta é uma boa razão para falar, não para calar. Assim, fazemos nossas as palavras de um bispo corajoso, Dom Athanasius Schneider: «‘Non possumus!’. Não aceitarei um ensinamento ofuscado nem uma abertura habilmente disfarçada da porta dos fundos para que por ela passe uma profanação dos Sacramentos do Matrimónio e da Eucaristia. Da mesma forma, não aceitarei uma burla do Sexto Mandamento de Deus. Prefiro ser ridicularizado e perseguido a ter que aceitar textos ambíguos e métodos insinceros. Prefiro a cristalina ‘imagem de Cristo, a Verdade, à imagem da raposa ornamentada com pedras preciosas’ (Santo Irineu), porque ‘Sei em quem pus a minha confiança’, ‘Scio credidi cui’ (II Tm 1, 12)» («Rorate Coeli», 2 de Novembro de 2015).


[Tradução de Hélio Dias Viana]






Ex-alunos do Colégio Militar são sempre gente

com outra postura perante o dever e a sociedade


Luís Campos e Cunha, Público, 13 de Novembro de 2009

A ideia de que a natureza tem horror ao vácuo fazia parte da física na Idade Média. Mas esta lei do horror tem corolários na vida actual: os políticos incompetentes têm horror a novas caras nos partidos; os escroques têm horror a uma justiça que funcione; e, do mesmo modo, os bons investidores têm horror a uma justiça que não funciona. E podíamos continuar, mas vem tudo isto a propósito das notícias recentes sobre o Colégio Militar.

Devo declarar que não frequentei o colégio, embora com pena minha, porque o meu pai entendeu que eu poderia ser seduzido pela vida militar e para tal bastava ele. O meu irmão esteve no colégio, por circunstâncias familiares extremas, não se deu bem, e saiu ao fim de dois anos, se bem me lembro. Não tenho, portanto, especiais ligações ao Colégio Militar (CM) mas tenho muitos amigos (e dos bons) que por lá passaram.

As recentes notícias dão uma ideia do colégio como uma escola de sevícias e de maus tratos. Problemas de maus tratos em escolas sempre existiram e devem ser combatidos com determinação pelas autoridades da escola em causa, mas não faz da escola uma instituição a fechar. Lembro-me bem de, há uns anos na minha faculdade, terem ocorrido praxes indignas das nossas caloiras e imediatamente o director de então tomou medidas para que tal não voltasse a acontecer. E não aconteceu. O CM não é excepção, mas o que está em causa é uma tentativa de fazer desaparecer uma das instituições mais antigas de ensino na Europa com uma longa tradição de serviço ao País.

Recordo, com alguma tristeza, que uma das «regalias» de um militar morto em combate em África era os filhos terem educação gratuita no CM. Por esse facto e por as pensões de sobrevivência serem, à época, absolutamente miseráveis (recordo-me de casos concretos), havia sempre vários órfãos no Colégio. Fazia parte das obrigações dos graduados (ou seja, alunos finalistas do CM) terem não só uns ratas (alunos caloiros) como seus protegidos mas também cuidarem dos dramas de algum aluno cujo pai tivesse morrido. Quem conhece ex-alunos do Colégio sabe que têm uma organização e uma coesão ímpar em qualquer outra escola. Falam do colégio com saudade e têm um respeito pela instituição como ninguém tem da sua escola. Nela se fizeram amizades que perduram para toda a vida e alguns dos meus melhores amigos são ex-alunos do CM e devo confessar que são sempre gente com outra postura perante o dever e a sociedade.

O Colégio Militar dá educação em sentido pleno do termo. Tem um ensino de excelente qualidade e dá quadros de valores que nenhuma outra escola garante.

Em 1975, numa acção de dinamização organizada para os alunos do colégio por gente afecta ao PCP – Varela Gomes, Faria Paulino e outros – começaram a atacar a instituição e a apelidarem os alunos de príncipes privilegiados.

Um aluno dos mais novos, ou seja com uns 11 anos, levanta-se e calmamente diz que é filho de um oficial que morreu em combate, que se não fosse o colégio não poderia estudar e não percebia onde estava o príncipe. Os protestos generalizaram-se (teve lugar uma gigantesca boiada, usando a terminologia do CM) e a comissão de dinamização foi forçada a sair pela porta dos fâmulos – porta de serviço – e não pela porta principal. Foi o enxovalho total, apesar de os oficiais tentarem, em vão, acalmar os alunos. É gente de fibra.

Aliás sempre foi assim. Faz parte da sua história mais antiga que quando teve lugar o atentado a Sidónio Pais gerou-se, naturalmente, o pânico entre a população e as unidades militares ajudaram à turbamulta. A única unidade que manteve a calma, ajudou a população e evitou mais mortos foi exactamente uma unidade do Colégio. Portanto, a tradição vem de longe.

O ensino tem uma qualidade excepcional e que não é possível sem um internato, onde os laboratórios de línguas e as salas de estudo estão ao lado do picadeiro e da sala de esgrima. Qualquer pai, cá fora, que tente dar a mesma formação passaria o tempo a servir de motorista do filho. É, aliás, uma tradição muito antiga dos melhores colégios ingleses.

Como professor na universidade, sempre que tenho conhecimento de que um aluno meu veio do CM, posso testemunhar o aprumo, o à vontade, a auto-confiança e o profissionalismo com que está numa aula. Tudo isto, em flagrante contraste com os colegas, especialmente os mais betinhos.

Além disso, como os alunos são tratados por igual, têm um número (que vem antes do nome), andam vestidos com farda e os filhos de pais ricos não se distinguem dos filhos de pais pobres. Também por isso, o convívio democrático hierarquizado é a regra. Ainda bem.

O contraste é gritante com o que se passa nas nossas escolas. E a anarquia, quase geral em que vive o ensino secundário, tem horror ao Colégio Militar, obviamente. Aliás, a verdade é mais funda: a anarquia quase geral da nossa sociedade tem horror à Instituição Militar. Uma instituição organizada, como a militar, que cultiva os valores da honra, da camaradagem, da disciplina e do dever para com a Pátria, não pode ser bem vista pela sociedade actual. A nossa vida colectiva – a civil – privilegia o oportunismo, habituou-se aos casos de corrupção (com ou sem fundamento), tem uma imprensa virada para o escândalo e uma televisão com novelas que são difusoras da falta de valores e da ausência dos bons costumes.

O Colégio Militar poderá acabar mas as razões estão na nossa sociedade e não dentro dos muros do colégio. O horror à decência é dos indecentes.





domingo, 10 de abril de 2016


Começaram as naturais reacções dos católicos

à exortação anti-apostólica de Bergoglio


As naturais reacções dos católicos à exortação anti-apostólica de Bergoglio não se fizeram esperar.

Eis uma da Voice of Family, que apresentamos em tradução automática.

Pode encontrar o texto original em: http://voiceofthefamily.com/catholics-cannot-accept-elements-of-apostolic-exhortation-that-threaten-faith-and-family/ (inglês)

ou em http://leblogdejeannesmits.blogspot.pt/2016/04/voice-of-family-premiere-analyse-critique-amoris-laetitia.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+blogspot/jeannesmits+(Le+blog+de+Jeanne+Smits) (francês).


OS CATÓLICOS NÃO PODEM ACEITAR
ELEMENTOS DA EXORTAÇÃO APOSTÓLICA
QUE AMEAÇAM A FÉ E A FAMÍLIA

08 de abril de 2016


A promulgação da Exortação Apostólica Amoris Laetitia  pelo Papa Francis marca a conclusão de um processo sinodal que tem sido dominada por tentativas de minar a doutrina católica sobre assuntos relacionados com a vida humana, do matrimônio e da família, em questões, incluindo, mas não limitado a, o indissolubilidade do matrimónio, a contracepção, métodos artificiais de reprodução, homossexualidade, "ideologia de gênero" e os direitos dos pais e crianças. Estas tentativas de distorcer o ensinamento católico enfraqueceram o testemunho da Igreja para as verdades da ordem natural e sobrenatural e têm ameaçado o bem-estar da família, especialmente seus membros mais fracos e mais vulneráveis.

A Exortação Apostólica Amoris Laetitia é um documento muito longo, que discute uma ampla variedade de assuntos relacionados com a família. Há muitas passagens que reflectem fielmente a doutrina católica, mas isso não pode, e não, diminuir a gravidade dessas passagens que comprometem o ensino ea prática da Igreja Católica. Voz da Família pretende apresentar análises completas dos problemas graves no texto ao longo dos próximos dias e semanas.

Voz da família expressa as seguintes preocupações iniciais com a maior reverência para o escritório papal e unicamente por um desejo sincero de ajudar a hierarquia na sua proclamação da doutrina católica sobre a vida, o casamento ea família e para promover o verdadeiro bem da família e seus membros mais vulneráveis.

Consideramos que em levantar as seguintes preocupações que cumprimos nosso dever, como claramente definidos no Código de Direito Canônico, que afirma:

"De acordo com o conhecimento, competência e prestígio que eles possuem, eles [os fiéis] têm o direito e às vezes até mesmo o dever, de manifestar aos sagrados pastores a sua opinião sobre questões que dizem respeito ao bem da Igreja e para fazer manifestaram junto do resto dos fiéis cristãos, sem prejuízo da integridade da fé e dos costumes, a reverência para com os pastores, e atenta a utilidade comum ea dignidade das pessoas." ( Canon 212 §3 )

Admissão da "divorciados novamente casados" a Sagrada Comunhão

Amoris Laetitia , ao longo do capítulo VIII (parágrafos 291-312), propõe uma série de abordagens que preparam o caminho para os católicos "divorciados novamente casados" para receber a Sagrada Comunhão, sem verdadeiro arrependimento e mudança de vida. Estes números incluem:

(I) confundiu exposições da doutrina católica sobre a natureza e os efeitos do pecado mortal, sobre a imputabilidade do pecado e sobre a natureza da consciência

(Ii) o uso da linguagem ideológica no lugar da terminologia tradicional da Igreja

(Iii) o uso de citações seletivas e enganosas de documentos da Igreja anteriores.

Um exemplo particularmente preocupante de misquotation do ensino anterior é encontrado no parágrafo 298 que cita a declaração do Papa João Paulo II, feito em Familiaris Consortio, que existem situações "em que, por motivos graves, tais como a educação dos filhos, um homem e uma mulher não podem satisfazer a obrigação de separar. "no entanto, em Amoris Laetitia  a segunda metade da frase do Papa João Paulo II, que afirma que esses casais" assumem a obrigação de viver em plena continência, isto é, de abster-se dos actos próprios dos casados casais "( Familiaris Consortio , n ° 84), é omitido.

Além disso, na nota de rodapé a esta citação enganosa, lemos:

"Em tais situações, muitas pessoas, conhecer e aceitar a possibilidade de viver" como irmãos e irmãs ", que a Igreja lhes oferece, apontam que, se certas expressões de intimidade estão faltando", acontece frequentemente que a fidelidade está em perigo e para o bem de as crianças sofre "(Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et Spes , 51)".

O documento faz referência a esta visão errônea mas não explica por que é uma abordagem falsa, que é saber que:

(I) Todos os atos sexuais fora do matrimônio válido é intrinsecamente mau e nunca é justificável para cometer um ato intrinsecamente mau, mesmo a fim de alcançar um bom final

(Ii) "A fidelidade está em perigo" por atos de intimidade sexual fora do casamento mas a fidelidade é vivida quando dois indivíduos em um refrão união inválida de intimidade sexual na fidelidade à sua união original, que continua válida

(Iii) A citação implica que as crianças vão sofrer porque seus pais, com a ajuda da graça divina, viver a castidade. Pelo contrário, esses pais estão dando aos seus filhos um exemplo de fidelidade, da castidade e da confiança no poder da graça de Deus.

O documento cita  Gaudium et Spes , mas a passagem é citada fora de contexto e não suporta o argumento apresentado. O contexto deixa claro que Gaudium et Spes está falando de católicos casados, no contexto da procriação, e não aqueles que coabita em uma união inválido. A frase completa é a seguinte:

"Mas onde a intimidade da vida de casado é interrompida, a sua fidelidade às vezes pode ser colocada em perigo e sua qualidade de fecundidade arruinado, pois então a educação dos filhos e a coragem de aceitar os novos estão ambos em perigo de extinção" ( Gaudium et Spes , n ° 51).

Por isso, é difícil evitar a conclusão de que a Exortação Apostólica é, pelo menos, levantando a possibilidade de que os atos sexuais adúlteras pode em alguns casos ser justificável e tem mal interpretado Gaudium et Spes  como se a fornecer razões para isso.

Outras abordagens que minam a doutrina católica sobre a recepção dos sacramentos será discutido pelo Voice of the Family, em devido tempo.

direitos parentais e educação sexual

Amoris Laetitia inclui uma seção intitulada "A Necessidade de Educação Sexual" (parágrafos 280-286). Esta seção abrange mais de cinco páginas sem fazer sequer uma referência para os pais. Por outro lado, há referência a "instituições educacionais". No entanto, a educação sexual é "um direito e dever fundamental dos pais", que "deve ser sempre realizada sob a sua solícita guia, quer em casa quer nos centros educativos escolhidos e controlados por eles" (Papa João Paulo II, Familiaris Consortio , n ° 37 ). A omissão deste ensinamento faltar gravemente os pais num momento em que os direitos dos pais sobre educação sexual estão sob ataque grave e persistente em muitas nações do mundo, e as instituições internacionais. Nesta seção Amoris Laetitia  não cita qualquer um dos documentos da Igreja anteriores que afirmam claramente esse direito; que faz no entanto citar um psicanalista, Erich Fromm, associado com a escola de Frankfurt. Referências anteriores do documento para os direitos dos pais (parágrafo 84), embora bem-vinda, não pode compensar a exclusão dos pais a partir desta secção.

uniões homossexuais

Amoris Laetitia , seguindo uma abordagem semelhante à que anteriormente adotado em documentos sinodais, implica que "uniões do mesmo sexo" pode oferecer uma "certa estabilidade" e pode ter um tipo de semelhança ou relação ao casamento. Ele afirma que:

"Precisamos reconhecer a grande variedade de situações familiares que podem oferecer uma certa estabilidade, mas uniões de fato ou do mesmo sexo, por exemplo, não pode ser simplesmente equiparada com o casamento." (§ 53)

Há uma grande pressão nas instituições internacionais para a rejeição do entendimento tradicional da família através da adoção de uma linguagem que se refere a "variedade" ou "diversidade" nas formas de família. A implicação de que "uniões do mesmo sexo" forma parte da "grande variedade de situações familiares" é precisamente o pró-família grupos estão lutando arduamente para se opor. Ao usar esse tipo de linguagem a Exortação Apostólica prejudica o trabalho do movimento pró-família para proteger a verdadeira definição de família e, consequentemente, para proteger as crianças que dependem da estrutura da família querida por Deus para o seu bem-estar e desenvolvimento saudável.

Deve notar-se que, no n.º 251 do Magistério da Igreja, que "não há absolutamente nenhuma razão para as uniões homossexuais e estar em qualquer forma semelhante ou mesmo remotamente análogo ao plano de Deus para o casamento e a família" é reajustado.

"Ideologia de gênero"

Amoris Laetitia subscreve um aspecto central da "ideologia de gênero", afirmando que "precisa ser enfatizado" que o sexo biológico e "género" sócio-cultural pode ser "distintos, mas não separados" (parágrafo 56). Esta aceitação do princípio subjacente da teoria de gênero prejudica a crítica de outra forma de boas-vindas do documento da ideologia e seus efeitos. A falsa noção de que o sexo biológico é distinguível do chamado "sexo" foi proposta pela primeira vez em 1950 e é a base da "ideologia de gênero". Oposição às consequências da "ideologia de gênero" será impossível se o seu primeiro princípio erróneo é aceito.

Atentados à vida humana inocente

Amoris Laetitia não consegue lidar com a escala da ameaça para as crianças não nascidas, idosos e pessoas com deficiência. Estimativas conservadoras indicam que mais de um bilhão de vidas por nascer foram destruídas pelo aborto ao longo do século passado. No entanto, em um documento abordando desafios para a família, que é 263 páginas, há apenas um pequeno número de referências passageiras ao aborto. Não há menção da destruição causada por métodos artificiais de reprodução, que também resultaram na perda de milhões de vidas humanas. A ausência de uma discussão séria dos atentados à vida por nascer, neste contexto, é uma grave omissão.

Há também é mínima referência à eutanásia e ao suicídio assistido, apesar da pressão crescente para sua legalização em todo o mundo. A falta de discutir adequadamente esta ameaça é igualmente uma outra omissão muito lamentável.

contracepção

Amoris Laetitia deixa de reafirmar adequadamente o ensinamento católico sobre o uso de contracepção. Esta é uma omissão preocupante dado que (i) a separação das extremidades procriação e de união do ato sexual é um importante catalisador para a cultura da morte e que (ii) não há desobediência generalizada e ignorância do ensinamento da Igreja nesta área com precisão por causa da falha da hierarquia para comunicar esta verdade. A discussão do documento de consciência é igualmente falho tanto no parágrafo 222, que trata de "paternidade responsável", e no Capítulo VIII que trata da admissão aos sacramentos daqueles em adultério público. Parágrafo 303 é particularmente preocupante, especialmente na seguinte afirmação:"

No entanto, a consciência pode fazer mais do que reconhecer que uma dada situação não corresponde objetivamente às exigências gerais do Evangelho. Ele também pode reconhecer com sinceridade e honestidade o que por enquanto é a resposta mais generosa que pode ser dado a Deus, e vem para ver com uma certa segurança moral que é o que o próprio Deus está pedindo, em meio a complexidade concreta dos próprios limites, embora ainda não totalmente o objectivo ideal. De qualquer forma, vamos relembrar que este discernimento é dinâmico; ele deve permanecer sempre aberto para novas fases de crescimento e de novas decisões que podem permitir o ideal a ser mais plenamente realizados.

"Esta declaração parece adotar uma falsa compreensão da «lei da gradualidade" e sugerem que há certas ocasiões em que o pecado não é apenas inevitável, mas ainda quis ativamente por Deus para essa pessoa. Isto seria claramente inaceitável.

conclusões

Esta é apenas uma breve introdução para os muito numerosos problemas para encontrados dentro Amoris Laetitia. Vai demorar um estudo mais aprofundado para tirar plenamente todas as implicações do texto, mas ele já está bem claro que o documento não consegue dar uma exposição clara e fiel doutrina católica e leva inevitavelmente a conclusões que podem resultar em violações do ensino imutável da Igreja Católica, e as disciplinas que estão intimamente fundada sobre ela.Nossa visão inicial fornece causa suficiente para considerar este documento como uma ameaça à integridade da fé católica eo verdadeiro bem da família.

Reiteramos mais uma vez que nós fazemos estas críticas com grande reverência para o escritório do papado, mas com a consciência de nossos deveres como leigos católicos para o bem da Igreja, e os nossos deveres como ativistas / pró-família pró-vida a trabalhar para proteger a família e seus membros mais vulneráveis.

Voz da Família é uma coalizão internacional de 26 organizações / pró-família pró-vida e estava presente em Roma ao longo de ambos os Extraordinária (2014) e Ordinária Sínodos da Família (2015). Voz da Família publicou análises aprofundadas dos documentos oficiais Sínodos '.