sábado, 22 de junho de 2013

A diferença entre 1964 e 2012


(da net)

Situação: O fim das férias.

Ano 1964: Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, ou passar esses 15 dias na praia do Castelo do Queijo, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar.

Ano 2012: Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e diarreia.

Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.

Ano 1964: Não se passa nada.

Ano 2012: As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e diarreia.

Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.

Ano 1964: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.

Ano 2012: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.

Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.

Ano 1964: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.

Ano 2012: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês antiviolência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar uma equipe de reportagem à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.

Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.

Ano 1964: Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.

Ano 2012: Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.

Situação: O Luís parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.

Ano 1964: O Luís tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.

Ano 2012: Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã de que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís torna-se amante do psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.

Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo e arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.

Ano 1964: Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.

Ano 2012: A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego.Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zezinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.

Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado «chocolate» ao outro.

Ano 1964: Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.

Ano 2012: A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.

Situação: Fazias uma asneira na sala de aula.

Ano 1964: O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque «alguma deves ter feito».

Ano 2012: Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.





quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um documentário comovente na TVI 24
sobre os «montoneros»


Heduíno Gomes

A TVI 24 acaba de passar um documentário acerca da repressão do ditador argentino Vilela. Raptos, torturas, desaparecimentos, assassínios, tudo aquilo que sabemos próprio das ditaduras.

Depoimentos de filhos de desaparecidos, de sobreviventes, de testemunhas. Para que não haja dúvidas sobre os factos. E as vítimas eram principalmente os «montoneros».

Só que… pois, só parte dos factos.

E quem eram esses «montoneros» e o que faziam essas santas criaturas?

Tratava-se de uma organização armada, responsável por vários massacres, atentados à bomba e cocktails Molotov, raptos, tortura, centenas de mortos e feridos. Em 1973 haviam-se fundido com outra organização do género, as Forças Armadas Revolucionárias, cisão do Partido Comunista da Argentina e de feição castrista.

Não falando já dos interesses soviéticos na destabilização da América do Sul na época, será legítimo a um estado defender-se, defender o seu país e defender os seus cidadãos destes criminosos, aplicando as medidas proporcionais à ameaça e necessárias para aniquilá-la? Afinal, quem deu o exemplo desses crimes, Vilela ou os «montoneros»?

Eis as perguntas que devem ser colocadas aos «democratas» da TVI responsáveis pela transmissão deste produto tóxico televisivo.





O Inverno demográfico








terça-feira, 18 de junho de 2013

As boas novas da Turquia


Daniel Pipes (Resumo)
Como interpretar os recentes distúrbios nas ruas de Istambul e noutras 65 cidades turcas? Especificamente, será que esses distúrbios são comparáveis aos levantamentos árabes que vem ocorrendo há dois anos e meio para cá na Tunísia, Líbia, Egito, Síria, Iémen e Bahrein?

Até certo ponto, parece que não há relação, dado que a Turquia é um país bem mais adiantado, usufruindo de uma cultura democrática e uma economia moderna. Mas duas conexões as une: a autocracia e a Síria.
Os turcos divertem-se retratando o Primeiro
Ministro Erdoğan como governante Otomano

A rebelião não surgiu do nada. As tendências ditatoriais do Primeiro Ministro Recep Tayyip Erdoðan preocupavam os turcos mais do que as suas aspirações islâmicas: um «califa informal» e «engenheiro social chefe eleito da Turquia».

Existe uma longa lista de sintomas autoritários sob o domínio do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP de Erdoðan) há uma década no poder: supressão da oposição política, capitalismo de compadrio, manipulação judiciária, detenções injustas, julgamentos de fachada e desrespeito à independência dos poderes.
O que começou como uma contestação localizada sobre a remoção de um pequeno parque na Praça Taksim, no coração de Istambul, rapidamente se transformou numa resistência nacional.

A violenta repressão da polícia provocou já 2300 feridos e duas mortes.

Segundo Erdoðan, uma mesquita será construída em Taksim.

Abdullah Gül, presidente da Turquia e rival de Erdoðan, adoptou uma postura totalmente diferente em relação às manifestações. «Democracia não significa apenas eleições», disse ele. Ao distanciar-se do primeiro ministro, Gül agravou o isolamento de Erdoðan.
Fãs obstinados de clubes de futebol, de torcidas rivais,
fazem o impensável e juntam forças contra Erdoğan.
Parece que a década de tranquilidade eleitoral, estabilidade política e abundantes investimentos externos chegou ao seu termo e uma era nova, mais difícil, começou para o governo do AKP. Os partidos moribundos da oposição talvez possam reerguer-se. Os secularistas poderiam explorar a insatisfação generalizada com facilidade para forçar os cidadãos a tornarem-se moralmente mais correctos segundo a visão islâmica.

Embora seja uma democracia, o governo AKP encarcerou mais jornalistas que qualquer outro país no mundo. Embora secular, impôs, com crescente insistência, diferentes variações de regulamentações islamistas, incluindo a apressada limitação de bebidas alcoólicas, bem como advertências contra exibições de afecto em público.

Mesmo sendo membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Turquia participou em manobras aéreas conjuntas com a China em 2010. Apesar de ser candidata a fazer parte da União Europeia, coopera por debaixo da mesa com a Organização de Cooperação de Xangai, fundada em 1996 pelos líderes chineses e russos como agrupamento anti-OTAN. Embora seja supostamente aliada dos EUA, a Turquia enalteceu o Hamas, organização listada como terrorista.
A polícia de Erdoğan mostrando aos manifestantes pacíficos, quem manda.






segunda-feira, 17 de junho de 2013

O Papa Francisco e o «lóbi gay» no Vaticano
– 10 coisas para saber e partilhar


Jimmy Akin
É certo que o Papa Francisco admitiu a existência de um «lóbi gay» no Vaticano?

Se admitiu, o que é que vai fazer com ele?

O Papa Francisco foi recentemente notícia ao, aparentemente, reconhecer a existência de um «lóbi gay» no Vaticano.  O que foi que disse?

O que é que quis dizer? O que é que vai fazer no futuro?

Eis 10 coisas para saber e partilhar...


1. O que o Papa Francisco disse?

Segundo a imprensa, o Papa disse recentemente:

Na cúria há gente santa, é verdade, há gente santa.

Mas também há uma corrente de corrupção, também há, é verdade.

Fala-se do «lobby gay», e é verdade, está aí… temos de ver o que podemos fazer…

2. Quando e onde o disse?

De acordo com Rocco Palmo:

Estes comentários foram supostamente feitos durante a audiência de uma hora que o Papa concedeu na 5.ª Feira (6 de Junho) a responsáveis da «Confederación Latino Americana y Caribeña de Religiosas y Religiosos» (CLAR).

Uma síntese não assinada do encontro – coligindo uma selecção de citações fortes, mas sem ser uma transcrição integral – foi dada, em exclusivo, e publicada no Domingo à tarde por Reflexión y Liberación, um site dedicado a temas da Igreja e com uma abordagem próxima da teologia da libertação.

Não se tratou, pois, de declarações públicas, o que levanta a questão da sua autenticidade.

3. Mas terá mesmo dito o que dizem que disse?

A minha impressão é que sim. As citações têm muito o aspecto de serem do Papa Francisco, abordam os seus temas típicos, e mostram uma franqueza desarmante que é muito dele.

Além disso, a Sala Stampa do Vaticano fez aquilo que, na gíria do Watergate, se pode chamar uma «confirmação não-confirmativa». Rocco aponta:

Chamado a reagir e comentar, o porta-voz do Vaticano padre Federico Lombardi declarou à CNN que «foi uma reunião privada.

Não tenho comentário a fazer».

ACTUALIZAÇÃO

Está a ser noticiado que o site que originalmente publicou a conversa está a «demarcar-se» da parte relativa ao lóbi gay. Pode ler mais sobre isso aqui.

Com efeito foram acrescentadas algumas nuances, no entanto a demarcação não foi total. Alegadamente a conversa foi transcrita de memória e não a partir de qualquer gravação, por isso diz-se que as expressões «não se podem atribuir ao Santo Padre, com segurança» (o itálico é meu).

Isto não nega ou retira veracidade à história. Não dizem que ele não disse.

Dizem que se baseia na memória e, por tanto, não é 100% fiável (particularmente quanto às palavras exactas), mas não é a mesma coisa que dizer que a afirmação nunca foi feita.

Pessoalmente, sempre imaginei que o relato era baseado na memória e não numa gravação, e dado que a fonte é a memória de várias testemunhas que estiveram presentes, a minha convicção é que a afirmação foi feita, mesmo que persista a interrogação sobre quais as palavras exactas que empregou.

4. O que quis dizer com «lóbi gay»?

Não é claro.

Qualquer grupo considerável de pessoas pode ter pessoas que têm atracção pelo mesmo sexo (SSA – same sex attraction) e uns poucos dentre essas que actuam conduzidos por essa atracção.

Tais pessoas podem ter sabido da existência de outras nas mesmas condições e terem formado uma rede de algum tipo.

Mas uma rede assim não é a mesma coisa que um «lóbi».

Uma rede de conhecimentos só é um «lóbi» quando tenta influenciar decisões de algum modo. Se o que fizessem fosse usar o conhecimento recíproco para obter relacionamentos sexuais, isso não faria deles um «lóbi».

5. O que poderia um «lóbi» tentar fazer?

Um objectivo óbvio de longo prazo seria tentar influenciar o ensinamento da Igreja sobre o comportamento homossexual.

Se é esse o seu objectivo, então não estão a ter grande êxito. A Igreja tem sido muito firme sobre esse assunto.

A Congregação para a Doutrina da Fé publicou vários documentos que abordam o tema mantendo o ensinamento tradicional da Igreja, apesar da crescente oposição cultural.

Também podem tentar influenciar procedimentos como, por exemplo, os relativos à admissão ao sacerdócio de pessoas com orientação homossexual.

Se é isso que pretendem, também aí não tiveram grande êxito.

Pouco depois de ter sido eleito Bento XVI, a Santa Sé fixou como guia que pessoas com orientação homossexual estável e profundamente radicada não devem ser admitidas ao sacerdócio.

Um campo onde podem ter tido algum êxito é através da influência sobre a trajectória de casos individuais – p. ex. ajudando-se reciprocamente, procurando mutuamente a subida na carreira, procurando colocar os seus membros em posições de influência, procurando trazer pessoas que conhecem fora para dentro do Vaticano, e actuando para colocar homossexuais em posições influentes fora do Vaticano.

6. Que dimensão tem o «lóbi gay»

Como dissemos, qualquer grupo considerável de pessoas tem dentro de si pessoas que sentem atracção por pessoas do mesmo sexo (SSA), assim como qualquer grupo considerável de pessoas inclui uns poucos que serão alvo de alguma tentação.

Se o grupo for de tamanho suficientemente considerável, haverá sempre alguém que cede à tentação.

O Estado da Cidade do Vaticano emprega cerca de 2.000 pessoas, e num grupo com essa dimensão, é inevitável que haja pessoas com SSA, incluindo algumas que actuaram ou actuam nesse sentido.

«Quantos» é uma pergunta interessante, mas não há grande maneira de saber.

Em todo o caso, não devemos assumir que seja um número massivo.

Afinal, o Papa Francisco disse:

«Na cúria há gente santa, é verdade, há gente santa.»

Depois, anotou:

Mas também há uma corrente de corrupção, também há, é verdade.

Esta «corrente de corrupção» é, aparentemente, na sua perspectiva, menor do que o grupo de pessoas santas.

Então, aparentemente dentro da «corrente da corrupção», acrescentou:

Fala-se do «lóbi gay», e é verdade, está aí…

Isto sugere que o «lóbi gay» pode ser apenas uma parte da «corrente de corrupção», que em si pode ser pequena em comparação com o grupo muito maior de pessoas santas que trabalha na cúria.

Portanto, não devemos entrar em pânico.

7. «Onde é que eu já ouvi isto antes?»

Um possível membro do «lóbi gay» foi tirado do armário pelos media italianos em 2007.

Foi rapidamente demitido das suas funções.

Mais recentemente, na esteira do escândalo VatiLeaks, o Papa Bento nomeou uma comissão de três cardeais para realizar uma investigação, e nas vésperas do recente conclave a imprensa italiana começou a relatar que a comissão tinha encontrado provas de «lóbi gay» dentro do Vaticano.

Na época, havia rumores de que este lóbi teve alguma coisa a ver com a renúncia do Papa Bento XVI.

Observadores do Vaticano pensam que é improvável que tenha tido qualquer papel directo.

O Papa Bento XVI indicou que a sua renúncia se devia à falta de energia necessária para governar a Igreja do modo que ele pensava justo, e não há razões para duvidar disso.

É possível, porém, que os resultados da investigação dos cardeais tenha sido um factor que contribuiu para a convicção de que fazia falta um Papa com maior vigor para enfrentar a magnitude dos desafios que se apresentam.

8. Onde teve o Papa Francisco informação sobre o «lóbi gay»?

Provavelmente, encontrou-a nas 300 páginas do relatório que se diz ter sido preparado pela comissão de cardeais criada por Bento XVI.

Antes do conclave, havia dúvidas sobre se os resultados do relatório seriam partilhados com os cardeais eleitores.

O relatório completo, ao que parece, não foi, mas o relatório foi  aparentemente entregue ao Papa Francisco, após a sua eleição, e é sem dúvida uma das suas fontes de informação.

9. E agora, o que é que vai acontecer?

Estamos para ver. Segundo os comentários que ele próprio fez:

«temos de ver o que podemos fazer…»

O simples facto de ter feito estes comentários pode ser visto como um primeiro passo para resolver a situação.

Ao fazer estes comentários, o Papa Francisco pode ter previsto que acabariam por se tornar públicos, e pode ter pretendido que fosse como uma espécie de tiro de aviso ao «lóbi gay».

Por outras palavras: amigos, basta. Comecem a tirar o cavalo da chuva.

Isto pode ser entendido tanto quanto à actividade sexual ilícita por membros da rede como qualquer tentativa de influenciar a partir dela.

Mas há mais coisas que podem ser feitas.

10. Que mais se pode fazer?

Não é de esperar (em circunstâncias normais) que a Santa Sé venha publicamente demitir os membros desta rede, indicando a razão, tendo em conta a vaga de publicidade negativa que isso iria causar.

No entanto, pode bem decidir desmontar a rede removendo ou reafectando os seus membros, sem declarar publicamente as razões.

O facto de o Papa Francisco estar a preparar uma grande limpeza interna e provavelmente uma reestruturação da Cúria Romana (os departamentos que o ajudam a governar a Igreja) seria uma excelente oportunidade para executar esse plano.





domingo, 16 de junho de 2013

Petição pública


«Não a greves de professores
em dias de exames e avaliações»


http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=P2013N70079