Heduíno Gomes
Tivemos hoje conhecimento pelas televisões do chamado «casamento» entre duas fressureiras que estão integradas nas fileiras da GNR, uma delas com o posto de «cabo» e outra com a responsabilidade do comando do destacamento territorial de Santarém da instituição, com o posto de «capitão». Assim, verificamos que a instituição militar de segurança interna de Portugal integra gente deste quilate moral e desta saúde mental. Mais, gente que internamente comanda pessoas normais e exerce autoridade policial sobre a comunidade e as famílias e seus membros, nomeadamente crianças.
Ora, possuindo a GNR um Comandante-Geral, até há pouco o medalhado tenente-general Nélson dos Santos (à esquerda), recentemente substituído pelo igualmente medalhado tenente-general Newton Parreira (à direita), cabe perguntar que atitude tomaram até aqui estes dois guardiões da Grei sobre a permanência dessas fressureiras nas fileiras da instituição. Que atitude irá tomar o novo Comandante-Geral perante os factos acumulados com a boda?
Por que decência velou o anterior e velará o novo Comandante-Geral dentro da instituição?
Por que decência pública?
Por que ordem moral na sociedade?
Por que segurança das crianças e jovens de Portugal?
Certamente, pelo serviço de informações interno, o senhor tenente-general Nélson dos Santos estaria informado da degradação moral – e disciplinar – das fileiras que comandou. Contudo, assobiou para o lado. Também o senhor tenente-general Newton Parreira, anteriormente Inspector-Geral da GNR, inspeccionou ao lado. Já sabemos, respeitaram a lei… E agiram com a bênção do «progressista» ministro da tutela, Rui Pereira, do entusiasta dos ditos «casamentos» Sócrates e do promulgador Cavaco.
Segundo o Wikileaks, o ex-Embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, no meio de vários disparates, terá, contudo, observado algumas verdades sobre a nossa terra. Por exemplo, teria informado o seu governo de que os nossos generais são «carreiristas que evitam entrar em polémicas», «generais sentados». Estamos entendidos sobre esta estirpe de oficialada abrilista, pos-abrilista e, pelos vistos, também pos-moderna, abundantemente automedalhada, que participa, do seu posto, na palhaçada da III República e arrasta Portugal para o abismo.
Salvo as devidas e honrosas excepções – porque ainda há militares com honra!
P.S. Não venham com a treta de respeitar a lei e regulamentos porque, como é sabido, com a mesma lei e regulamentos, ou idênticos, anteriores comandantes da GNR punham na alheta os invertidos que eram descobertos e assim mantinham a necessária higiene íntima da GNR, que parece desnecessária para os recentes e actuais responsáveis.