Luís Lemos
Esta notícia (que reproduzimos a azul) foi redigida por algum jornalista da RR ou então será de agência noticiosa e foi reproduzida no sítio pela dita rádio, sem pestanejar. Isto significaria que o jornalista da RR subscreve o texto. Os nossos comentários serão entremeados na peça.
Uma clériga inglesa citou o Papa Francisco
no seu discurso a favor da ordenação
episcopal de mulheres.
Apenas oito pessoas votaram contra.
A Igreja de Inglaterra poderá ter mulheres bispo já em 2014 ou 2015.
O sínodo geral da Igreja Anglicana aprovou esta tarde a ordenação episcopal de mulheres, apenas um ano depois de a mesma medida ter sido bloqueada por forças conservadoras. Topam a posição dos «progressistas» da RR, «emissora católica portuguesa»? Forças conservadoras!
O chumbo de 2012 foi inesperada e um grande choque para a maioria dos anglicanos. Coitadinhos! Sofreram tanto com tal choque provocado pelas forças conservadoras! Na altura foi a câmara dos leigos que não conseguiu os dois terços necessários para passar a medida, mas os líderes da Igreja, incluindo o Arcebispo de Cantuária, prometeram fazer tudo para ultrapassar a situação. Quer dizer que os leigos não são tão progressistas como a hierarquia. Esta, sim, é progressista! (Onde é que já vimos este filme?)
A votação desta quarta-feira encurta o tempo que seria necessário esperar para voltar a apresentar a moção. Um total de 378 membros do sínodo, que inclui bispos, clérigos e leigos, votou a favor. Oito pessoas votaram contra e houve 25 abstenções. Viva a democracia! Viva o referendo popular! Vivam «as bases»! Falta ainda uma votação mais formal, mas com estes níveis de apoio não há possibilidade de qualquer das câmaras chumbar a iniciativa.
A aprovação apenas foi possível com a cedência das facções mais conservadoras. É que estes tipos conservadores, além de conservadores, são facções. Não serão mesmo máfias? A RR não estará a exagerar na sua caridade? Estas apenas alinharam perante garantias de que as suas dioceses ou paróquias não seriam servidas por mulheres bispo, uma vez que não aceitam a validade das suas ordens.
A Igreja de Inglaterra está assim prestes a tornar-se a mais recente igreja da Comunhão Anglicana a permitir a ordenação de mulheres para o episcopado, juntando-se à Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos, cujo ramo anglicano, a Igreja Episcopaliana, é mesmo chefiado por uma mulher.
Papa citado
Durante o debate que antecedeu a votação, várias pessoas falaram a favor da medida.
A certa altura uma cónega resolveu mesmo citar o Papa Francisco neste contexto: «O Papa Francisco percebeu – ele deixou de julgar as pessoas e começou a amá-las».
A citação é duplamente curiosa uma vez que a Igreja Anglicana não reconhece a primazia e a autoridade do Papa e, na conferência de imprensa que deu no regresso do Rio de Janeiro, o Papa Francisco foi claro na sua resposta quando questionado sobre a eventual ordenação de mulheres para o sacerdócio, dizendo que «essa é uma porta que está fechada».
A Igreja Católica considera que não tem a autoridade para ordenar mulheres, uma vez que nem nas escrituras nem na tradição da Igreja existe sustento para essa inovação.
Anglicana |
A Igreja de Inglaterra poderá ter mulheres bispo já em 2014 ou 2015.
O sínodo geral da Igreja Anglicana aprovou esta tarde a ordenação episcopal de mulheres, apenas um ano depois de a mesma medida ter sido bloqueada por forças conservadoras. Topam a posição dos «progressistas» da RR, «emissora católica portuguesa»? Forças conservadoras!
O chumbo de 2012 foi inesperada e um grande choque para a maioria dos anglicanos. Coitadinhos! Sofreram tanto com tal choque provocado pelas forças conservadoras! Na altura foi a câmara dos leigos que não conseguiu os dois terços necessários para passar a medida, mas os líderes da Igreja, incluindo o Arcebispo de Cantuária, prometeram fazer tudo para ultrapassar a situação. Quer dizer que os leigos não são tão progressistas como a hierarquia. Esta, sim, é progressista! (Onde é que já vimos este filme?)
A votação desta quarta-feira encurta o tempo que seria necessário esperar para voltar a apresentar a moção. Um total de 378 membros do sínodo, que inclui bispos, clérigos e leigos, votou a favor. Oito pessoas votaram contra e houve 25 abstenções. Viva a democracia! Viva o referendo popular! Vivam «as bases»! Falta ainda uma votação mais formal, mas com estes níveis de apoio não há possibilidade de qualquer das câmaras chumbar a iniciativa.
A aprovação apenas foi possível com a cedência das facções mais conservadoras. É que estes tipos conservadores, além de conservadores, são facções. Não serão mesmo máfias? A RR não estará a exagerar na sua caridade? Estas apenas alinharam perante garantias de que as suas dioceses ou paróquias não seriam servidas por mulheres bispo, uma vez que não aceitam a validade das suas ordens.
A Igreja de Inglaterra está assim prestes a tornar-se a mais recente igreja da Comunhão Anglicana a permitir a ordenação de mulheres para o episcopado, juntando-se à Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos, cujo ramo anglicano, a Igreja Episcopaliana, é mesmo chefiado por uma mulher.
Papa citado
Durante o debate que antecedeu a votação, várias pessoas falaram a favor da medida.
A certa altura uma cónega resolveu mesmo citar o Papa Francisco neste contexto: «O Papa Francisco percebeu – ele deixou de julgar as pessoas e começou a amá-las».
A citação é duplamente curiosa uma vez que a Igreja Anglicana não reconhece a primazia e a autoridade do Papa e, na conferência de imprensa que deu no regresso do Rio de Janeiro, o Papa Francisco foi claro na sua resposta quando questionado sobre a eventual ordenação de mulheres para o sacerdócio, dizendo que «essa é uma porta que está fechada».
A Igreja Católica considera que não tem a autoridade para ordenar mulheres, uma vez que nem nas escrituras nem na tradição da Igreja existe sustento para essa inovação.