Com Medina Carreira, Alexandre Relvas e António Carrapatoso, teve lugar na SEDES um colóquio sobre o suposto tema da competitividade. E se digo suposto tema é porque mal se falou do assunto. Falou-se, sim, da desgraça em que se encontra o País e do futuro negro que nos espera, com a verdade incómoda que Medina Carreira não permite esconder.
Em contrapartida, ouvimos o optimismo ideológico descabelado de Alexandre Relvas, aquele tecnocrata cavaquista habituado a chafurdar no chiqueiro da política, no caso no laranjal, sempre superficial, com ideias sobre tudo mas sobre nada, falando de números e de pobrezinhos que impressiona pela sabedoria e até comove pela bondade do seu coração. E ele cita mesmo a grande referência que é o «filósofo» bloquista e defensor de maus costumes José Gil a justificar o seu optimismo de princípio! Sim, de princípio! O seu leitmotiv é exportar, coisa que o Estado deve financiar. Pudera, ele exporta vinhos. Sistema de ensino? É tu cá, tu lá, com números e tudo. Assim tipo Deus Pinheiro, Roberto Carneiro, Grilo ou Cavaco. Problema demográfico? Com creches e transportes escolares e já está (vê-se bem nos países da Europa onde isso não falta). Enfim, é um crânio do Cavaquistão.
O outro vendedor de optimismo foi o tecnocrata e liberal confesso António Carrapatoso, sem partido mas a ajeitar-se a uma pasta de «independente». Como é seu costume, lá vociferou contra o Estado, pretendendo reduzi-lo a um faz de conta, entregando aos privados tudo o que compete a um estado moderno. E, fazendo história, pretendeu que «as coisas correram bem» entre 1985 e 1995, isto é, durante o cavaquismo, isto é, durante os governos daquele senhor que, dispondo de maioria absoluta para decidir livremente, criou o monstro, liquidou a agricultura e as pescas, e deu continuidade à burla do ensino que temos.
E são estas as alternativas que se apresentam ao fabuloso Sócrates. Se não se arranja solução, estamos feitos.