sábado, 12 de junho de 2010

A Associação Cultural Além-Guadiana
prossegue na defesa da cultura oliventina


Nascem as "Lusofonias" em Olivença

Hoje, sábado, 12 de Junho, levar-se-á a cabo em Olivença a primeira edição das "Lusofonias", espaço dedicado à cultura do âmbito dos países de língua portuguesa.

As "Lusofonias" nascem com a vocação de ser um ponto de encontro e difusão das mais diversas manifestações culturais das quais poder fruir, vitalizando as raízes portuguesas de Olivença e fomentando a aproximação a Portugal e aos países de herança lusa.

Organizado pela associação cultural "Além Guadiana" com a colaboração da Câmara Municipal de Olivença, a Aderco (Associação para o Desenvolvimento Rural da Comarca de Olivença) e a Junta da Estremadura, terá lugar no Passeio Grande (antigo Terreiro do Chão Salgado) e contará com actividades de teatro, música, literatura e animação de rua, entre outras, que se desenvolverão durante todo o dia e até a meia-noite.

Paralelamente e ao longo de toda a jornada, haverá uma zona expositiva reservada a artesãos, à gastronomia e a instituições do espaço lusófono, bem como trabalhos ao vivo e animação por parte de agrupações musicais de Portel.

Às 10:30 h proceder-se-á à inauguração das "Lusofonias" e a um simbólico acto de apresentação das placas em português das ruas mais antigas da localidade, cujos nomes ancestrais acabam de ser recuperados, um acto que vai contar com a presença do presidente das câmaras municipais de Olivença e Tálega, Manuel Cayado e Inmaculada Bonilla, de representantes políticos locais e do presidente da Junta de Extremadura Guillermo Fernández Vara.

A seguir, os gigantes e cabeçudos dos "Gigabombos do Imaginário" animarão as ruas da cidade antes de passar a um dos actos mais importantes da jornada, a Leitura Pública Contínua em Português, na qual participarão oliventinos de todas as idades lendo ou recitando na língua de Camões.

A manhã será encerrada com o folclore de La Encina de Olivenca e das Cantadeiras de Granja.

À tarde, às 17:30 h, será projetada no Espacio para la Creación Joven o filme O Leão da Estrela, e haverá actividades de animação nas ruas, e às 19:30 h. uma actuação dos alunos de português da escola pública Francisco Ortiz.

As actividades continuarão com o conta-contos "Estória da Galinha e do Ovo" e, como encerramento, o concerto "O Canto dos Poetas", ambos interpretados pela associação eborense "Do Imaginário".

Criada há mais de dois anos para promover a cultura portuguesa em Olivença, nas suas aldeias e em Táliga, a associação Além Guadiana foi impulsionadora de diversas iniciativas no campo da língua, das tradições e, enfim, da cultura imaterial duma terra de rica história partilhada.

Realizadas só dois dias depois do Dia de Camões em Portugal, as Lusofonias, que apresentam na sua imagem promocional referências a ícones como Amália Rodrigues, Fernando Pessoa e Vasco da Gama, pretendem reivindicar que Olivença também pertence ao espaço cultural lusófono.

Associação Além Guadiana
Antigo Largo de Sto. António, 13
Olivença





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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Palavras da Senhora Dona Maria do Carmo Oliveira e Carmo
nas comemorações do Dia de Portugal



 
Esta foi a narrativa breve de um acto de sacrifício e coragem de um português que morreu, conscientemente, pelos seus valores.

Um homem que, além de fiel aos valores transcendentes que justificam desde tempos imemoriais «morrer pela pátria», era também filho, pai e marido.

É nesta perspectiva que quero aqui, com a memória da minha história, dirigir-me às Famílias, sobretudo às Mães e Mulheres que, como eu, vêem a vida bruscamente, brutal e definitivamente mudada.

Somos as mulheres e as famílias dos que escolhem o ofício de servir o País pelas armas; as que temos que viver uma angústia diária, silenciosa e discreta quando eles partem para missões de risco. Eles contam connosco, pensam em nós, e também servem por nós.

Foi o exemplo de fidelidade e coerência aos valores espirituais, vividos até ao limite da vida a grande Herança que a nossa família aqui presente recebeu de um desses homens.

Esta é a nossa herança: crença nos valores espirituais, difícil e duradoura experiência, partilha tranquila de um sacrifício muito nosso e muito rico.

Uma herança que só faz sentido porque são os valores espirituais que fazem a diferença e a dignidade dos homens; e, porque acreditamos no futuro destes valores, sabemos que feitos como o do Jorge Oliveira e Carmo orgulham todos os portugueses e já fazem parte das páginas que honram a História de Portugal.

E é esta herança que queremos – a minha Família e eu aqui presentes – oferecer hoje à Nação, neste dia de Portugal, partilhando-a com todos os nossos compatriotas, especialmente com todas as Mulheres Portuguesas.

Que Deus nos abençoe a todos.

10 de Junho de 2010



Grande discurso no 10 de Junho!

Heduíno Gomes

Não, não foi o do Cavaco nem o do seu gochô contratado António Barreto. 



Grande discurso no 10 de Junho, nas genuínas comemorações do Dia de Portugal, em frente ao monumento aos combatentes do Ultramar, junto à Torre de Belém, foi o da viúva do herói Tenente Oliveira e Carmo, Dona Maria do Carmo Oliveira e Carmo. Uma livre e simples lição de respeito pelos valores patrióticos e morais, lição de responsabilidade, de dignidade e de consciência nacional, sobretudo vinda de quem sofreu na carne o preço da coerência.

Lição que merece ser lida por todas as mulheres de actuais militares e também por todas as flores de estufa, «do género» masculino e feminino, que por aí há a dominar os meios de comunicação ou que a eles têm acesso para debitar irresponsabilidades «humanistas» sobre defesa nacional. Só ouvimos essa gente evocar com lamechices os naturais horrores das guerras e pregar a capitulação da Civilização ocidental e da Nação portuguesa perante o inimigo. Essa gente nunca fala da defesa nacional sem sobrepor-lhe os dramas individuais ocorridos. O indivíduo acima da Nação, a comodidade acima do dever.

Reproduzimos aqui o texto na íntegra.





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Para que servirão as mulheres na tropa?

Afonso de Aguiar Perdigão

Nas verdadeiras comemorações do 10 de Junho, que foram em frente do monumento aos combatentes, junto à Torre de Belém, e não por onde anda o Cavaco a fazer campanha eleitoral, tivemos uma senhora tropa a cantar o Hino Nacional. Não quero dizer que a senhora estivesse particularmente desafinada. Mas canta mal. Muito mal. Pior ainda, não sabe o Hino – principalmente naquela parte ...nobre po-o-ovo ..., em que, aliás, muita gente descarrila. Para interpretação oficial, é grave.

E isto faz reflectir, se é que é preciso reflectir mais ainda, como se não fosse já óbvio: afinal, para que servem as mulheres na tropa, se nem para cantar servem?





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Grande biólogo taxologista!

Heduíno Gomes

Para a RTP1 (dia 10 à tarde), falava um barbudo das comunidades portuguesas no estrangeiro, de conversa claramente alinhada e de cujo nome e país não me apercebi. A propósito do 10 de Junho e da sua antiga denominação, de «Dia da Raça» – denominação obviamente simbólica a evocar a epopeia lusitana! –, dizia ele com ar de exalar ciência: raça só há uma, «a raça humana».
Grande biólogo taxologista! Academia das Ciências com o gajo, já!


terça-feira, 8 de junho de 2010

Pobres desgraçadas

Nuno Serras Pereira

Deparei, no dia de hoje, com grandes parangonas nos jornais on-line apregoando que se tinha “consumado o casamento” de duas pessoas do mesmo sexo. Quando a mentira toma o poder, se infiltra na lei, metamorfoseando-a, se publicita na comunicação social e entra no linguajar comum acaba por dominar o pensamento, manipular as consciências e introduzir-se nas crenças e costumes de um povo. Como consequência minará a coesão social, desagregará a família fundada no matrimónio indissolúvel entre um homem e uma mulher, perverterá infância e a juventude, aumentará a violência, provocará a perseguição, suscitará graves problemas de saúde pública.
A falsidade da notícia é dupla: Primeiro porque diz que houve casamento quando o que houve foi um emparelhamento. Os ladrões e malabaristas das palavras cuidam que por mudarem o nome às coisas lhes transformam o ser. Ora estas são o que são independentemente da nossa opinião ou decisão. A realidade está aí e é dotada de uma consistência própria que resiste às nossas manigâncias e se afirma não obstante as nossas prestidigitações mentais, escritas ou verbais; em segundo lugar, porque afirma que o “casamento” foi consumado quando isso é evidentemente totalmente impossível (e se fora possível seria caso para perguntar como é que os jornalistas o sabiam – seria o “acto” público?).
Compactuar quer pessoal, quer institucionalmente, com a quimera daquelas duas desgraçadas afigura-se-me um manifesto desfavor e um enorme desamor para com elas. Pois que, recorrendo a S. Paulo, esta gente entrega-se “à imundície” e a “paixões vergonhosas” desonrando “entre si os próprios corpos” cometendo “torpeza(s)” com “sentimentos depravados”[1].

[1] Cf. Rom, 1, 24-29

Cristãos no Irão estão em perigo de extinção

A jornalista e observadora das igrejas do Próximo-Oriente Camille Eid considerou que os cristãos no Irão estão em perigo de extinção devido às severas limitações quotidianas e pressões políticas que sofrem.
Em declarações ao programa radial "WhereGodWeeps (Onde Deus chora)", produzido pelo Catholic Radio and Television Network (CRTN) da associação Ajuda à Igreja que Sofre, Eid explicou o problema do Irão é contar com um regime teocrático muçulmano que restringe a vida diária dos cristãos.
É difícil para os cristãos encontrarem trabalho na administração pública. Inclusive os directores das escolas cristãs são muçulmanos a não ser em alguns casos excepcionais. E os convertidos ao cristianismo sofrem perseguições.
No exército, há alguns anos, descobriram que um coronel se converteu ao cristianismo. Este foi processado e só pôde sair do Irão pela pressão internacional. É muito difícil para os cristãos trabalharem em postos governamentais.
Os convertidos ao cristianismo não podem tornar público este processo no país e costumam abandonar o Irão para viver sua fé. Dentro do Irão não podem expressar ou demonstrar sua fé, pois enfrentariam a morte.
Segundo Eid, embora a pressão política afecte não-muçulmanos e muçulmanos, os cristãos têm dupla pressão porque sentem que a sua liberdade está restringida. É por isso que existe esta fuga massiva e de facto existe um risco real do desaparecimento, de uma extinção do cristianismo no Irão.



Cavaco e Sócrates foram os padrinhos

Afonso Perdigão

Dia memorável para a liberdade em Portugal, só comparável ao 25A! Efectivamente, 7 de Junho é dia do casamento das duas queridas noivas. Como padrinhos tiveram Cavaco e Sócrates.
Como o jovem casal tem dificuldade em encontrar casa e emprego dadas os preconceitos da nossa sociedade, os padrinhos vão pedir ao Costa da Câmara de Lisboa que arranje uma habitação social, de preferência com bons acabamentos e sem ciganos e pretos por perto. Uma daquelas casas que a Câmara costuma arranjar para os amigos. E vão também empregá-las como assessoras de comunicação, em Belém e São Bento, respectivamente.
Dados os preconceitos da nossa sociedade, justifica-se plenamente essa discriminação positiva.
Entrevistado pela revista Papiro Rosa, que fez a cobertura do evento, Sócrates declarou não saber ainda qual o dia da sua própria felicidade.






segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mourinho, Portugal e o Real Madrid


Heduíno Gomes

Na sequência do artigo de L. Marques
( http://maislusitania.blogspot.com/2010/05/mourinho-e-deus.html ), tenho ainda uma coisa a acrescentar de bom a Mourinho: trata mal muitos jornalistas, que, na sua maioria, bem merecem. Mas ocorrem-me algumas ideias politico-futebolísticas, para mim mais importantes do que vitórias e guerras fúteis.
Em relação ao torcer por Mourinho por representar Portugal, para mim também não há dúvidas.
Contudo, vai agora colocar-se um grande problema: no Real Madrid, é verdade que representa Portugal mas também é verdade que o reforço deste clube castelhano-iberista tem aproveitamento político no contexto do Estado espanhol, e, por tabela, no contexto ibérico. Portanto, as vitórias de Mourinho podem contribuir agora para reforçar psicologicamente Madrid como centro daquilo a que se chama Espanha.
Quem tem dúvidas sobre esses aproveitamentos políticos, passados mas também presentes, que se informe sobre as manobras franquistas para fanar Di Stefano ao Barça, em 1953, e as suas motivações políticas, envolvendo pessoalmente Franco e o Ministro dos Desportos franquista, o general Moscardo.
Ora, o que eu mais desejo – porque convém a Portugal – é que o Estado espanhol se desfaça, coisa que, aliás, está a ser tratada por catalães, bascos, andaluzes e os nossos irmãos – não nuestros hermanos – galegos. Basta acabar a monarquia – que também há quem prepare – e o apito da desintegração se ouvirá.
Por isso, futebolisticamente falando, viva o Barça, viva o Corunha, vivam todos, excepto o castelhano-iberista!
Concretamente, desejo sempre ao Real Madrid os maiores investimentos financeiros, os maiores défices financeiros e as maiores derrotas em todos os campeonatos.
E o nosso Ronaldo? Que meta sempre golos mas que o adversário meta sempre pelo menos mais um do que o clube castelhano-iberista.
Relativamente ao Mourinho, esgotou-se, quanto a mim, o seu estado patriótico. Que mude de clube estrangeiro e voltará a ter o meu apoio como português.
Sei que há gente que vê apenas a bola a bater no poste ou a entrar na baliza e que acha tudo isto um exagero. Porém, não é o meu caso.