sexta-feira, 10 de maio de 2013

António Primaldo e 800 mártires
assassinados por mulçumanos
serão canonizados este Domingo


Este Domingo o Papa Francisco presidirá na Praça de São Pedro à Missa de canonização do Beato António Primaldo e dos seus 800 companheiros, martirizados pelos muçulmanos do Império Turco durante a sua incursão na pequena cidade italiana de Otranto, na Apulia, em 29 de Julho de 1480.

António Primaldo é o único nome que se conhece dos oitocentos desconhecidos pescadores, artesãos, pastores e agricultores de Otranto, cujo sangue foi derramado pelo exército muçulmano só porque eram cristãos.

Nesse dia, às primeiras horas da manhã, nas muralhas de Otranto avistou-se no horizonte uma frota de 90 galeras, 15 mahonas e 48 galeotas, com 18 mil soldados a bordo. A armada era comandada pelo paxá Agometh, que estava às ordens de Maomé II, chamado Fatih, o Conquistador, que em 1453 tinha conquistado Bizâncio e agora queria Roma.

Em Junho de 1480 Maomé II retirou o cerco a Rodi, defendida com coragem pelos seus habitantes, e dirigiu a sua frota em direcção ao mar Adriático. Otranto era – e é – a cidade mais oriental da Itália. A importância do seu porto fez com que assumisse o papel de ponte entre o oriente e o ocidente.

Cercado, o castelo converteu-se no refúgio dos habitantes e era defendido somente por 400 soldados que não demoraram em abandonar a cidade deixando os refugiados sozinhos.

Depois de quinze dias de cerco, ao amanhecer de 12 de Agosto, os turcos concentraram o fogo contra um dos pontos mais fracos das muralhas, abriram uma brecha, irromperam nas ruas, massacraram todos os que viram pela frente e chegaram à catedral onde se refugiou boa parte dos habitantes.

Derrubaram a porta e cercaram o Arcebispo Stefano, que estava com os trajes pontificais e com o crucifixo na mão. Ao ser intimado a não falar mais no nome de Cristo, já que desde aquele momento quem mandava era Maomé, o Prelado respondeu exortando os assaltantes à conversão, e por isso foi decapitado.

Entre aqueles heróis houve um de nome António Primaldo, alfaiate de profissão, de idade avançada, que, em nome de todos, afirmou: «Todos acreditam em Jesus Cristo, Filho de Deus, e estamos dispostos a morrer mil vezes por Ele». Agometh decreta a condenação à morte de todos os 800 prisioneiros.

Na manhã seguinte estes foram conduzidos com cordas ao pescoço e com as mãos amarradas  atrás até à colina de Minerva, a poucas centenas de metros fora da cidade. Repetiram todos a profissão de fé e a generosa resposta dada antes; por isso o tirano ordenou que começasse a decapitação e, que primeiro cortassem a cabeça do velho Primaldo.

Ele era motivo de ódio para os muçulmanos porque não deixava de representar-se como apóstolo entre os seus, mais ainda, antes de inclinar a cabeça sobre a rocha, afirmava aos seus companheiros que via o céu aberto e os anjos a encorajá-los; que se mantivessem fortes na fé e que olhassem o céu já aberto para recebê-los.

Ele inclinou-se, a sua cabeça foi cortada, mas o corpo ficou de pé: e apesar dos esforços dos assassinos, permaneceu erguido imóvel, até que todos fossem decapitados.

Este facto teria sido uma lição para a salvação dos muçulmanos. Um só verdugo de nome Berlabei, valorosamente acreditou no milagre e, declarando-se em alta voz cristão, foi também martirizado.

Bento XVI assinou em 20 de Dezembro de 2012 o decreto com o qual se reconhece o milagre graças à intercessão deste grupo de mártires.





quarta-feira, 8 de maio de 2013

Francisco continuará a «operação limpeza»
perante os abusos sexuais, asseguram especialistas


Especialistas assinalaram que a luta do Papa Francisco contra os casos de abusos sexuais contra menores seguirá a mesma linha introduzida por Bento XVI continuando assim com a «operação limpeza».

Até agora, o Papa Francisco já condenou em duas ocasiões os abusos sexuais a menores, uma no dia 5 de Abril deste ano quando solicitou à Congregação para a Doutrina da Fé «actuar com decisão» ante estes casos e outra neste Domingo ao pedir um compromisso «com claridade e coragem».

Em declarações à Europa Press, o professor de Teologia da Universidade de Navarra, Pablo Blanco, referiu que, assim como Bento XVI foi «muito proativo» na luta contra os abusos sexuais, – «talvez o mais urgente e o que mais clamava ao céu» –, o Papa Francisco continuará provavelmente «na mesma direcção» de «purificação» na Igreja.

«Criou-se uma cultura de tolerância zero com estes temas, criaram-se também uns instrumentos jurídicos para erradicá-los; eu não sei se agora é mais ou menos urgente, mas o Papa Francisco quer recordar que não podemos cantar vitória embora tenham sido tomadas muitas medidas nesse sentido, que a necessária purificação tem que seguir em frente, esclarecer de modo definitivo estes temas e acabar com eles», indicou, ao mesmo tempo que precisou que é um problema urgente não só na Igreja, mas também «noutros âmbitos».

Entre os passos que se devem dar perante estes casos, Blanco apontou que a medida número um é sempre «cuidar das vítimas que foram ultrajadas e inclusive traumatizadas» para depois «seguir com o procedimento jurídico que é bastante inexorável». De facto, recordou que «o Parlamento Inglês tomou como modelo e exemplo as medidas que a Igreja Católica assumiu neste âmbito».

Por outro lado, o professor de História da Igreja da Universidade de São Dâmaso, Andrés Martínez, mostrou-se convencido de que o Papa Francisco continuará a linha de «tolerância zero» marcada pelo seu predecessor, algo que se observa não só nas suas últimas declarações como Papa, mas também nos seus pronunciamentos sobre este assunto «nas congregações gerais» dizendo «que era um escândalo para a Igreja».

Sobre o facto de que Bento XVI ter demorado mais de um ano para pronunciar-se publicamente sobre os abusos sexuais frente à rapidez de Francisco, Martínez explicou que se trata de «dois momentos distintos», pois quando Bento XVI foi eleito o processo estava a iniciar-se e era necessário um «tempo de prudência até saber o que é que havia» enquanto que na actualidade já se realizaram todas as investigações.

Martínez indicou que as medidas que têm que adoptar-se perante estes casos têm que ser «sempre preventivas para não chegar ao que se chegou» e, por isso, confia em que se cuidará muito mais da formação nos seminários e ter-se-á «um cuidado extremo» em tudo o que se refere à vida sacerdotal.

Na mesma linha, a catedrática de Direito Eclesial do Estado da Universidade de La Rioja, Ana Vega, considera que, com as suas condenações públicas, o Papa Francisco está dizendo ao mundo graças ao seu «marketing mediático» que tudo o que foi feito nesse sentido por Bento XVI «foi sério».

Para ela, o Bispo Emérito de Roma deu «uma resposta categórica juridicamente» e demonstrou «uma vontade clara de transparência» com intervenções «mais rápidas, mais incisivas e mais eficazes». Igualmente, tem constância de que o Papa Francisco, já como cardeal, foi «duro» com estas condutas apoiando todas as reformas introduzidas pelo seu predecessor.

Entre as reformas que se adoptaram, Vega destacou o facto de que se possa julgar os cardeais, patriarcas e bispos que incorram nestas condutas directamente, o aumento até 20 anos do prazo para a prescrição destas acções e o facto de que possam fazer parte dos tribunais não só sacerdotes mas também leigos.

Para a catedrática, a falta de informação no passado pode ter acontecido devido à forma «tão descentralizada» de organizar a Cúria, algo que fazia com que «a informação pudesse parar em qualquer um dos degraus – a paróquia, a diocese – », mas referiu que as reformas farão com que agora estes casos «saltem directamente para Roma».





domingo, 5 de maio de 2013

A Igreja deve ter coragem
e não deve ser de mornos, diz o Papa


Ao presidir à habitual Missa na manhã de hoje ( 3 de Maio ) na Casa de Santa Marta, o Papa Francisco disse que «quando a Igreja perde a coragem, entra nela uma atmosfera morna. Cristãos mornos, sem coragem... Isso prejudica a Igreja, começam os problemas entre nós: não temos horizonte, não temos coragem, nem a coragem da oração para o céu nem a coragem de anunciar o Evangelho. Somos mornos».

«E devemos ter a coragem de enfrentar as nossas pequenas coisas, os nossos ciúmes, as nossas invejas, o carreirismo, de avançar egoisticamente… Em todas estas coisas porque isto não faz bem à Igreja: A Igreja deve ser corajosa! Todos nós devemos ser corajosos na oração, confiando em Jesus!».