sábado, 9 de abril de 2016


Bento Domingues, o tornadiço


L. Lemos

O alarve tornadiço.

Não constitui novidade qualquer intervenção nas televisões do tornadiço Bento Domingues mas esta (RTP 3, 8.4.2016) merece referência dado inserir-se no chorrilho de elogios que aí vem à «Alegria do Amor» de Bergoglio por parte dos anti-Igreja que pretendem moldá-la a seu jeito.

Com o apoio implícito e explícito da sonsa Ana Lourenço a entrevistá-lo, o tornadiço debitou então uma série de alarvidades.

1 — Grandes elogios à «Alegria do Amor» de Bergoglio.

Atirando para o lixo os princípios de defesa da família, inclusivamente dando alento ao lóbi dos invertidos.

2 — Confessa que Bergoglio não foi mais longe porque não podia, mas que criou «o ambiente».

Já sabíamos que o jogo duplo de Bergoglio consiste nisso.

3 — Citou como referência a seita abortista e apoiante do lóbi dos invertidos «Nós Somos Igreja» (aliás já recebida por Bergoglio), a que o tornadiço está ligado (entre outras ligações).

Seitas dentro da Igreja que vão continuar a exigir «mais abertura» até à destruição total da Igreja.

4 — Afirmou que o Catecismo da Igreja Católica é a «indústria da conserva», por isso não tendo validade.

Isto é, a doutrina da Igreja, no seu conjunto, deveria ir para o lixo. O progresso é que é bom.

5 — Na mesma linha, atacou o que é norma moral, apoiando a conduta de cada um segundo «a sua própria consciência» e que cada um deve «pensar».

O que representa mandar o Antigo e o Novo Testamento para o lixo, substituindo a Palavra de Deus pelo pensamento de cada um. Isto é, a defesa do mais descarado subjectivismo e relativismo — na linha de Bergoglio.

6 — Atacou os movimentos católicos que defendem os valores cristãos, etiquetando-os de «grupos rígidos».

Se alguém defende os valores cristãos, leva com o anátema da rigidez, ou do sectarismo, ou do dogmatismo, ou do fundamentalismo... em contraste com o politicamente correcto do tornadiço e a sua flexibilidade, tolerância, consenso, abertura, modernidade... Tudo à Bergoglio, o que o tornadiço também já vem defendendo há anos.

7 — Referindo-se aos papados posteriores ao de João XXIII, que defenderam os princípios cristãos, classificou-os de «um interregno de Inverno».

Interregno porque depois do amiguinho do progresso João XXIII, vem finalmente trazer a Primavera o amiguinho Bergoglio, que se desclassifica ele próprio a cada dia.

8 — Defendeu o relativismo religioso, colocando todas as religiões como iguais, ao classificar de «interesses mesquinhos» a defesa do cristianismo na relação com as outras religiões.

Tal como o mestre Bergoglio faz com o seu falso ecumenismo.



MAIS SOBRE O TORNADIÇO BENTO DOMINGUES:

https://espectivas.wordpress.com/2016/03/21/o-frei-bento-domingues-nega-os-smbolos-do-cristianismo-substituindo-os-por-sinais/





sexta-feira, 8 de abril de 2016


Uma excelente análise

sobre o «aborto ortográfico»


«Insegurança ortográfica»

«Uma excelente análise, por Acílio Estanqueiro Rocha, Professor Emérito da Universidade do Minho, Departamento de Filosofia, Instituto de Letras e Ciências Humanas, sobre a Insegurança Ortográfica que o AO/90 gerou entre aqueles que aceitaram, sem pestanejar, a imposição ilegal e inconstitucional deste monumental engano

Acílio Estanqueiro Rocha

1 — Já afirmámos que o Acordo Ortográfico veio criar enorme «insegurança ortográfica», onde esta antes não existia; subestimaram-se vários pareceres solicitados que alertavam para isso mesmo. Aliás, no ano passado, o Parlamento recomendou ao Governo a constituição de um grupo de trabalho para acompanhar o processo de aplicação do AO, com elaboração de relatório; que se saiba, nem grupo nem relatório.

Mostrámos já que a obsessão pela unificação ortográfica criou, em vez das duas, três grafias, patente em exemplos simples (portuguesa/brasileira):

aspeto/aspecto,
detetar/detectar,
receção/recepção,
conceção/concepção,
deceção/decepção,
perceção/percepção,
espetador/espectador,
perentório/peremptório,
tática/táctica,
espetro/espectro,
cato/cacto,
perspetiva/perspectiva,
interceção/intercepção, etc.

Assim se pretende que se escreva agora (em Portugal) «aspeto», «conceção», «perspetiva», que antes se escrevia (Portugal e Brasil) «aspecto», «concepção», «perspectiva», e que continua a ser «aspecto», «concepção», «perspectiva» (Brasil).

Não entendo tamanha estultícia! Se eu escrever, por ex., a «receção do texto» em vez de «recepção do texto», como evitar que o leitor não pense em «recessão», se é isso que ouve a toda a hora e sofre no seu vencimento ou pensão? Um brasileiro, ao ler «receção», não entende…

Como sabemos, a aprendizagem da ortografia não se faz só na escola: é um processo quotidiano, multímodo, que envolve a memória visual; escrever «Egito» causa calafrios: é um triste espectáculo, que já não tem espectadores mas «espetadores» (a primeira vez que li, pensei em «espeto»). Aliás, como é sabido, as grandes diferenças que separam as variantes portuguesa e brasileira da língua não são ortográficas, mas são lexicais, semânticas e morfossintácticas.

2 — Sobre as consoantes não pronunciadas, importaria evitar a homografia, por ex., «acto»/«ato» (verbo), «corrector»/«corretor» (da bolsa), «óptico» (relativo à vista)/«ótico» (relativo ao ouvido), sendo que, no Brasil, continua a escrever-se «óptico»; seria também imprescindível evitar a homofonia (por ex., «intersecção» e «intercessão»), como é necessário ainda evitar o fechamento vocálico («acção», «aspecto», «baptismo», «lectivo», etc.). Note-se que o português europeu está a tornar-se, por vezes, dificilmente inteligível na oralidade, dada a tendência para fechar as vogais. Já um linguista advertiu que «adoção» (de «adoptar») poderia conduzir à pronúncia de «adução» (de «aduzir»); este é um problema grave: as próximas gerações tenderão a ler «setor», «receção», «deceção», etc., sem abrirem as vogais.

As consequências gravosas do AO saltam à vista: ao contrário de outras alterações ortográficas do século XX, este AO atinge aspectos estruturais da Língua Portuguesa. Todo este processo tem sido, pois, arrogante e autoritário.

3 — A sanha em simplificar (complicando) o português europeu, acaba por o desfigurar como património que opera a comunhão entre gerações, reduzindo a língua a um mero veículo de comunicação, a um artefacto instrumental, não atendendo ao carácter consuetudinário e à estabilidade ortográfica que são dimensões valiosas de identificação. A simplificação a todo o custo, a redução à pura fonética, como se de uma experiência laboratorial se tratasse, é uma das consequências mais nocivas do AO: é assim, por ex., que «acto» se torna «ato»; se, no artigo anterior, demos o exemplo de «directo», veja-se, entre outros, por ex., «acção», do latim «actio», «action» (em inglês), «action» (francês), «Aktion» (alemão), «acción» (espanhol), «actiune» (romeno).

Tal afasta o Português europeu dessas línguas europeias românicas e germânicas (incluindo o inglês). Por isso, o AO vai dificultar que alunos portugueses aprendam (sem erros) línguas estrangeiras e que estudantes de países europeus aprendam (sem erros) o Português.

Note-se que na língua inglesa abundam palavras com consoantes e vogais não pronunciadas, as «silent letters» – «dou(b)t», «forei(g)n», «ni(gh), «thou(gh)t», etc.

Ao pretender-se que a grafia coincida com a «pronúncia», esquece-se que esta é contingencial, variando de país para país, de região para região, de pessoa para pessoa. Aliás, se nos orientássemos apenas por critérios fonéticos, deveríamos escrever, por ex., «úmido» (como no Brasil), o que seria por demais ridículo.

Não conheço nenhum AO em nenhuma outra língua. Quem se preocupa com a unificação do inglês? E há, pelo menos, dezassete variantes do inglês, meia dúzia do alemão, quinze do francês e vinte do espanhol.

Trata-se de mais uma originalidade da política portuguesa, própria de políticos modernaços mas ignaros, pós-modernos, que não sabem o que é um livro; se citam versos de um poema, é só ao jeito de tique decorativo.

Naturalmente são indiferentes à estabilidade ortográfica – essencial na Língua –, como a qualquer estabilidade (legislativa, fiscal, etc.), quando esta é apanágio de um povo desenvolvido.





quarta-feira, 6 de abril de 2016


Da polémica com um apoiante de Rui Rio


Heduíno Gomes

Porto primeiro ou Portugal primeiro?

As coisas são claras e cada um faz as suas opções...

1 —  Rui Rio poderia limpar os ficheiros dos mortos e desavindos sem semear a anarquia da refiliação. Limpar ficheiros é uma tarefa permanente. Teremos de fazer refiliações permanentes?

2 —  Rui Rio mudou mesmo de posição sobre a regionalização. Ele próprio declarou que «depois» é que percebeu... Factos são factos. Antes, na presidência do Marcelo, foi contra.

3 —  Rui Rio já demonstrou ser um doentinho regionalista. Basta estar atento ao que ele diz. Demagogo, populista e oportunista —  como são os politiqueiros regionalistas, entre outros, sejam do PPD-PSD, do PS, do PCP, do CDS ou outro.

4 —  Rui Rio ser contra o desastre antinacional chamado Pinto da Costa não lhe confere o estatuto de não-regionalista e não-incendiário. A guerra entre eles é a guerra entre dois regionalistas. Cada um no seu estilo. Um parolo mais boçal, outro parolo mais contido.

5 —  Rui Rio é um ignorante que não percebe patavina da política externa de Portugal no contexto ibérico. O problema dos gastos desmesurados com os elefantes brancos e não só deveria ser resolvido correctamente e não com o disparate político de subordinação à Espanha.

6 — Uma asneira não se resolve com outra asneira —  aliás, ainda mais grave do que a dos elefantes brancos por afectar directamente a identidade nacional, mais importante do que as finanças, coisa que, para esse cérebro, parece não existir. Mentalidadezinha tecnocrata, que, se não foi de nascença, aprendeu com o mestre Cavaco.

7 —  Rui Rio tem de facto tanta visão geo-estratégica como o Cavaco. Quando, em plena guerra fria, apoiou o aliado soviético no Atlântico Sul (a troco de outros apoios...), criando um eventual e grave problema de segurança para todo o Ocidente ao poder ficar bloqueada a rota do Cabo, o Cavaco revelou logo aí a sua capacidade na matéria. Estão bem um para o outro.

Aliás, a propósito de elefantes brancos, o Cavaco criou um muito maior, o «monstro» do funcionalismo público, que continuamos a pagar —  foi o seu próprio ministro das finanças, o Cadilhe, que o acusou de ser «o pai do monstro».

8 —  Rui Rio é de facto o sucessor de Cavaco na nebulosa cavaquista. De facto o grupo cavaquista, que perdeu o poder no PPD-PSD, tenta recuperar os tachos. E ele é o ponta-de-lança desse grupo. Grupo que ficou furioso por lhe terem ido às reformas milionárias e outras mordomias, e por isso passou todo o tempo nas televisões e jornais a morder nos calcanhares do PPC.

9 — Rui Rio apoiou precisamente o lóbi dos invertidos. Invertidos! Isso mesmo! E isso não lhe perdoo. Nem a ele nem a nenhum político.

Preconceito? Não, lei natural, família natural, defesa intransigente dos valores da Civilização, recusa liminar do oportunismo de apoiar esses lóbis. Tendo em conta a situação das pessoas com problema de identidade sexual, que merecem respeito, declaro guerra ao lóbi e aos seus apoiantes. Só isso.

Quer mais nomes de gente cá dentro do PSD alinhada com o lóbi? Há mais, mas aqui estão os que são agora deputados. Pode juntar o Rangel e o José Eduardo Martins.

http://uniaodasfamiliasportuguesas.blogspot.pt/2015/12/os-deputados-e-ex-deputados-do-psd-e.html





segunda-feira, 4 de abril de 2016


Afinal, quem é que ganhou as presidendiais?


Luís Lemos

A TVI foi buscar para comentadora aquela gaja do Bloco de sorrisinho a apelar aos afectos e que teve 10% dos votos nas eleições presidenciais. Então põe-se agora a dar conselhos de política a quem ganhou com 52% na primeira volta.

Não é só a gaja que está em causa. Está igualmente o director de informação do canal, em engenheiro político: Sérgio Figueiredo.