sábado, 19 de julho de 2014


O sexo das palavras


Gonçalo Portocarrero de Almada

Anda por aí uma flamante moda de chamar «presidentas» às senhoras que chefiam alguma instituição, seja ela um Estado, como a auto-denominada «presidenta» do Brasil; um parlamento, como a Assembleia da República; ou uma fundação, como a que administra o legado do Nobel português José Saramago.

Não decorrendo esta extravagância do nefasto desacordo ortográfico, talvez proceda da ideologia do género, que muito gosta de baralhar, na vida e na linguagem, o masculino e o feminino.

Como é sabido, mas não de todos, quando se denomina um sujeito que exerce a acção expressada por um verbo, adiciona-se à raiz verbal os sufixos «ente», como em docente; «ante», como em navegante;  ou «inte», como em contribuinte. É esta a forma correcta, qualquer que seja o sexo ou género do indivíduo de quem se predica. Uma mulher polícia é uma agente da autoridade e não uma «agenta»; quem fabrica é uma fabricante e não uma «fabricanta»; uma mendiga é uma pedinte e não «pedinta». Portanto, pela mesma razão, quem ocupa a presidência, seja mulher ou homem, é presidente e não «presidenta». Outro tanto se diga dos substantivos invariáveis quanto ao género como, por exemplo, atleta, autista, doente, belga, motorista, etc.


É curioso que as promotoras destes femininos não defendam, que se saiba, uma forma masculina para os mesmos étimos. Se a forma «presidente» não é, a bem dizer, feminina nem masculina e se se pode dizer «presidenta», porque não também «presidento»?! Portanto, quem diz «presidenta» também deveria referir-se ao «presidento» da República, aos ex-«presidentos» do parlamento e ao «presidento» da Fundação Gulbenkian ...

Desculpem o atrevimento de quem não é «especialisto» na matéria, nem «jornalisto», mas um mero «cronisto», que espera chegar, um dia, a «pensionisto» … E valha-nos a Sophia, que não era «pedanta»!


Nota da redacção

O artigo é óptimo. Só peca ao pretender absolver destes disparates a Sofia (com pH ácido), que era uma feminista igual às outras, tão tola como todas as feministas. E substancialmente mais pedante que as demais. Esta não era presidenta mas dizia-se poeta em vez de poetiza... O poema é o mesmo. As moscas é que variam.

                                                                                             L.Lemos





Ah, ganda camarada!!!


Para ler, clicar sobre a imagem.





sexta-feira, 18 de julho de 2014


Só faltava mais esta…


Humberto Nuno Oliveira

O camaleónico Freitas do Amaral afirmou que «Se a abstenção cresce não seria de estabelecer o voto obrigatório, pelo menos nas legislativas?» apontando o voto obrigatório como uma solução que não considera antidemocrática e que inverteria «o crescente desinteresse que os cidadãos demonstram relativamente às decisões que definem o futuro do país», contribuindo «para aumentar a participação daqueles que se vão afastando», aqueles que se encontram descontentes e que por aquela via poderiam renovar o sistema político português.

Não consigo parar de me surpreender com esta gente que agora vislumbra na imposição do voto obrigatório mais uma das possibilidades de salvação da sua «democracia». Foram apenas precisos quarenta anos (alguns menos que a «negra noite fascista») para que os portugueses assistindo à sua decadência, à corrupção galopante, ao amiguismo instalado e ao nojento tráfico de influências se esquecessem das maravilhosas promessas e fantasias de Abril em que os charlatães do regime os fizeram acreditar.

Claro que esta gente do sistema nunca estabelece a ilação devida: os portugueses fartaram-se deles e do regime que eles estabeleceram para se beneficiarem mais aos seus amigos desta podre república. Vivendo em torres de marfim alheados da realidade, pensam que os portugueses ainda não reparam que nenhum político do sistema os acompanha nas privações quotidianas e que, para todos eles, há sempre um bom lugarzinho guardado numa qualquer entidade onde se traficam influências e se ganham largos milhares, quando ao cidadão comum se pedem sacrifícios que nunca chegam aos políticos, às suas chafaricas e interesses. Mas caros senhores, já toda a gente o viu!

É isso, caros senhores, que leva os portugueses a não votar: deixaram de acreditar em vós e nas vossas promessas ocas, e não vão lá com obrigatoriedades porque a questão de fundo permanecerá presente. Qual é a importância que o regime dá aos abstencionistas, e aos que votam nulo e branco? Os descontentes não contam para esta gentalha que se perpetua no poder e não se importa de ser eleita nem que seja só com os votos dos amigalhaços…






quinta-feira, 17 de julho de 2014


OCDE...

Estrangeiros e estrangeirados
que opinam sobre Portugal


Heduíno Gomes

Dando bons ou maus conselhos – e alguns já deram bons e outros maus –, as instituições internacionais não são as pessoas (colectivas, na circunstância) mais indicadas para velar pelos interesses de Portugal e dos Portugueses. Bem podem opinar...

Umas vezes essas instituições internacionais são simplesmente compostas por indivíduos incompetentes, tecnocratas ou burocratas, fora da realidade económica, social e política, indivíduos que na sua vida real não deram uma para a caixa e que, por currículo académico livresco ou por artes e magias, são guindados a esses altos postos internacionais. Portanto não nos servem para conselheiros.

Outras vezes são indivíduos descaradamente corruptos, ao serviço das agendas dos grandes interesses financeiros especulativos mundiais. Portanto também não nos servem para conselheiros.

E outras vezes são apenas criados de governos estrangeiros, quer directa e secretamente investidos nessa missão por esses governos, quer através de órgãos internacionais dominados pelos referidos interesses, como o FMI, a OCDE, o BCE, a actual União Europeia e outros. Portanto também não nos servem para conselheiros.

A questão importante na discussão que se trava sobre os conselhos da OCDE não é saber se o sujeito que deu a cara tem razão nisto ou naquilo, se nos dá um ou outro bom conselho. Pode falar à vontade. Pode dizer as asnidades que lhe vierem à cabeça. Pode defender os interesses que quizer, coincidindo ou não com os interesses de Portugal. Devemos ouvi-los, aprendendo ou sorrindo.

A questão importante é simples.

(1) A primeira questão importante é a independência de Portugal para se governar a si próprio. A rejeição de toda e qualquer política de subserviência perante o estrangeiro. Este espírito deve estar presente mesmo na situação de crise e especialmente em negociações para ultrapassá-la.

(2) A segunda questão importante é a competência e seriedade de um governo verdadeiramente nacional para governar no interesse de Portugal e dos Portugueses. O que significa varrer do espectro partidário os protagonistas da desgraça a que se chegou.


É assim que devemos olhar para as altas autoridades que opinam sobre Portugal, sejam elas estrangeiras e estrangeiradas.





quarta-feira, 16 de julho de 2014


O novo canal de TV do PSD



A equipa técnica deverá incluir:

Director Financeiro: Oliveira e Costa
Provedor de Ética: Miguel Relvas

Para além dos normais telejornais, conduzidos por Manuela Moura Guedes, a programação deverá incluir, no prime-time, uma série de «talk shows»:

           Segunda: «CSI S. Domingos de Benfica», com Rodrigo Gonçalves
           Terça: «Portugal dos Pequeninos», com Marques Mendes
           Quarta: «Moda e Elegância», com Carlos Abreu Amorim
           Quinta: «Macho Latino», com Paulo Rangel
           Sexta: «Ética nos Negócios», com Dias Loureiro

Ao Sábado e ao Domingo, haverá três Concursos de Cultura:

           «Onde param os violinos de Chopin?», com Santana Lopes
           «De onde sopra o Vento?», com Marcelo Rebelo de Sousa, e
           «Quem matou a Velha?», com Duarte Lima.

As manhãs da semana, serão abrilhantadas com um programa de Culinária:

           «Os meus Aventais», com Luís Montenegro,
                     assistido por Carlos Carreiras e Nuno Crato.

Para assegurar a total independência do canal, estão ainda pensados diversos debates de membros do Governo com os principais líderes da oposição:

           Manuela Ferreira Leite, José Pacheco Pereira e Rui Rio.

Quinzenalmente, Alberto João Jardim animará um debate de Alcoólicos Anónimos.





terça-feira, 15 de julho de 2014


O confronto final


Pe. C. John McCloskey

«Estamos agora diante da maior confrontação histórica que a humanidade alguma vez enfrentou. Penso que grande parte da sociedade americana e da comunidade cristã ainda não compreenderam bem isto. Estamos diante da confrontação final entre a Igreja e a anti-Igreja, entre o Evangelho e o anti-Evangelho.»

«Temos de estar preparados para nos submetermos a grandes provas no futuro próximo; provas que nos obrigarão a estarmos dispostos a dar até as nossas vidas e uma dádiva total de nós mesmos a Cristo e por Cristo. Pelas vossas orações, e pelas minhas, será possível aliviar estas tribulações, mas já não será possível evitá-las... Quantas vezes a renovação da Igreja não foi alcançada através do sangue! Desta vez não será diferente.»

– Conferência proferida nos EUA, pelo futuro São João Paulo II, então Cardeal Karol Wojtyla de Cracóvia, Polónia, a propósito dos 200 anos da independência dos Estados Unidos.

Da primeira vez que li isto os meus olhos quase que saíram das órbitas. Não queria acreditar que fosse autêntico, mas já confirmei várias vezes e é. E disse-o a nós, americanos, quando estávamos no apogeu da nossa grandeza, pouco antes da queda do «Império do Mal».

É para levar a sério? Sim, muito a sério. Afinal de contas, o orador estava prestes a tornar-se um dos maiores papas da história da Igreja. Mais, era um místico e, sim, um profeta e proclamador da verdade, que sofreu debaixo dos nazis e do comunismo, e de certa forma do Islão. (Recordemos que quase foi morto por um assassino muçulmano, sendo salvo apenas pela intercessão de Nossa Senhora de Fátima, como o próprio admitiu).


Deixem-me ser claro: A minha meditação sobre as palavras de João Paulo II não pretende levar-vos a vender tudo o que têm, fechar as contas no banco, construir um abrigo nuclear e esperar pelo Juízo Final. Essa não é a atitude católica. Mas é difícil não «meditar estas coisas no nosso coração». O que é que o Papa viu? Ou o que é que lhe foi revelado? Talvez o melhor seja procurar respostas nos seus escritos, embora não haja aqui espaço para os analisarmos exaustivamente.

Também podemos olhar à nossa volta, para o que resta daquilo que em tempos se chamava o Ocidente cristão e notarmos uma quantidade de comportamentos e crenças que parecem feitos à medida para acelerar o declínio. Por exemplo, no Ocidente damos conta da crise demográfica, aborto legal, homossexualidade aberta e «casamento» homossexual, níveis epidémicos de pornografia, queda nos índices de casamento e aumento dos níveis de coabitação.

Politicamente, até os Estados democráticos e tolerantes como o nosso estão a começar a negar os direitos de liberdade religiosa a famílias, empresas e igrejas. Mais, notamos uma crescente centralização do poder nas mãos daqueles que se opõem a qualquer crença religiosa excepto a idolatria da saúde, riqueza e tecnologia. Colocam a sua esperança de longo prazo na possibilidade de a ciência encontrar formas de impedir a morte. Viram demasiados filmes do Star Trek e da Guerra das Estrelas quando eram crianças. Infelizmente, acabarão por ir para onde muitos homens já foram – e não para o espaço.

Esta é, certamente, a anti-Igreja que São João Paulo previa – seja como for está aqui, está a crescer e, até certo ponto, já destruiu a Europa.

O que podemos fazer? Em primeiro lugar, claro, não desesperar. Enquanto católicos, vivemos esta vida com os olhos postos na próxima. Não podemos perder pois, como disse São Paulo, para nós a morte é lucro e não temos que temer.

Então como devemos enfrentar a anti-Igreja? Imitando as vidas dos primeiros cristãos! Considerem esta famosa descrição dos cristãos na «Carta a Diogneto», escrita por um autor desconhecido, no ano 79 depois de Cristo.:

Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular. (...) Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos: participam de tudo, como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira. Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os neonatos. Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito. Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne. Moram na terra e são regidos pelo céu. Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas. Amam todos e por todos são perseguidos. São pobres, mas enriquecem muita gente; de tudo carecem, mas em tudo abundam. São desonrados, e nas desonras são glorificados; injuriados, são também justificados. Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras. Fazendo o bem, são punidos como maus.

Se vivermos como viveram os primeiros cristãos, também nós podemos confrontar e triunfar sobre a Igreja dos Impérios Globais do Mal.

(Publicado pela primeira vez a 1 de Junho de 2014 em The Catholic Thing. Tradução de Filipe d’Avillez)





segunda-feira, 14 de julho de 2014


Ex-autarca e vice-presidente do PSD-Lisboa

acusado por corrupção


José António Cerejo, Público, 10 de Julho de 2014

O ex-presidente da Junta de São Domingos de Benfica, até agora adjunto do secretário de Estado do Emprego, e o seu pai, presidente da Junta das Avenidas Novas, foram acusados pelo Ministério Público por corrupção passiva.

Parte da acusação refere-se a obras feitas no Jardim de Infância no Bairro Grandella

Rodrigo Gonçalves, vice-presidente da concelhia do PSD de Lisboa e até agora adjunto do secretário de Estado do Emprego, e o seu pai, Daniel Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, em Lisboa, foram acusados no passado dia um por corrupção passiva para acto ilícito, em dois casos relacionados com a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica de que o primeiro foi presidente até ao Verão passado.

O despacho da 9.ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa acusa também um antigo fiscal da Junta de São Domingos de Benfica, um empresário de construção civil e um dirigente de uma associação de moradores de crimes de corrupção e peculato.
O filho. Rodrigo Gonçalves.
Protegido-aliado de Carlos Carreiras.
Ex-Presid. da JF de S. Domingos de Benfica.
Até há 2 dias adjunto do Sec. Estado do Emprego.
Vice-Pres. da Comissão Política Distrital de Lisboa do PSD.
Uma parte dos factos que sustentam a acusação, revelada pelo PÚBLICO em 2008, prende-se com a adjudicação à firma Better Building de um conjunto de obras efectuadas em 2006 na sede da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e com o destino dado a dois subsídios, no valor de 75.000 euros, atribuídos pela Câmara de Lisboa e pela junta à Associação de Moradores de São Domingos de Benfica, em 2005 e 2006.

Uma outra parte da acusação tem a ver com uma alegada exigência de dinheiro feita por Rodrigo Gonçalves na mesma época, através do fiscal Carlos Vicente (militante da secção do PSD então dirigida pelo ex-autarca), à empresa de manutenção de espaços verdes Cupressus que tinha um contrato com a junta. Essa exigência, que consistia no pagamento de 2 000 euros mensais, não terá sido aceite pelo sócio-gerente da empresa.

Já no caso das obras na sede da autarquia, o Ministério Público diz que Rodrigo Gonçalves combinou com o dono da Better Building, Armando Pinto de Abreu, que aquele lhe pagaria, por intermédio de Carlos Vicente e do seu pai, Daniel Gonçalves, uma determinada quantia em troca da adjudicação da empreitada. Esse pagamento, no valor de cerca de 6 000 euros, veio a ser feito em numerário e entregue num envelope a Carlos Vicente que, segundo a acusação, o entregou a Daniel Gonçalves, conforme combinado, para que este o entregasse ao filho.

Quanto aos subsídios atribuídos à associação de moradores para a reabilitação de um jardim de infância que aquela associação possuía no Bairro Grandella, na Estrada de Benfica, a procuradora-adjunta Andrea Marques concluiu que só uma parte deles acabou por servir para pagar as obras, igualmente executadas pela Better Building sem qualquer contrato. O remanescente, no montante de cerca de 27 000 euros, terá sido desviado para proveito próprio por Carlos Valente (actualmente residente na Suiça), que terá ficado com 21 500 euros, e por Albino da Silva, o presidente da associação de moradores que se terá aproveitado de perto de 5 500 euros.
O pai. Daniel Gonçalves.
Actualmente Pres. da JF das Avenidas Novas.
Por ter pago os 6 000 a Rodrigo Gonçalves, Armando Pinto de Abreu foi acusado por um crime de corrupção activa para acto ilícito, enquanto que Carlos Vicente foi acusado de dois crimes de corrupção passiva para acto ilícito e Albino da SIlva de um crime de peculato.

No caso de Rodrigo Gonçalves, o Ministério Público requereu ao tribunal que lhe fosse aplicada a pena acessória de proibição do exercício de funções públicas que envolvam a competência para autorizar a realização de despesa com a aquisição de bens e serviços.

O PÚBLICO tentou ouvir Rodrigo Gonçalves, deixando recados no gabinete do secretário de Estado do Emprego, mas não obteve resposta até agora. O gabinete do ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, por seu lado, respondeu apenas que  Rodrigo Gonçalves «não integra o Gabinete do Secretário de Estado do Emprego desde o dia 8 de Julho.»

A acusação, recorde-se, é do dia 1 deste mês.

O presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Mauro Xavier, escusou-se a pronunciar-se sobre a manutenção ou não de Rodrigo Gonçalves no lugar de vice-presidente uma vez que ainda não conhece a acusação do Ministério Público.

Já Daniel Gonçalves respondeu, por email, o seguinte: «Relativamente a qualquer acusação que me envolva, considero que a mesma só pode ser um erro grosseiro do Ministério Público.»

Rodrigo Gonçalves, que é também membro da Assembleia Municipal de Lisboa, está a ser julgado desde há alguns meses pelo crime de «ofensa à integridade física» do seu colega de partido e ex-presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Domingos Pires. A agressão pela qual está a ser julgado ocorreu, segundo o despacho de pronúncia, em 2009, altura em que Domingos Pires tinha 71 anos e o arguido 35.
Domingos Pires, ex-Presidente da JF de Benfica,
com as marcas da agressão.
Julgamento a decorrer.
As alegações finais deste julgamento, que terá ainda uma audiência na próxima terça-feira e outra no dia 12 de Agosto, estão marcadas para 5 de Setembro.





domingo, 13 de julho de 2014

Mundial




Ratzinger 1 – Bergoglio 0






Obama


Uma opinião

Os historiadores do futuro, se houver futuro, talvez nos dêem a solução do maior enigma político de todos os tempos. Por enquanto, tudo são névoas e perguntas sem respostas.

Um homem que veio não se sabe de onde, que nunca teve um emprego fixo, que pagou os seus estudos nas universidades mais caras com dinheiro de fonte misteriosa, que trocou de nome pelo menos quatro vezes, que nunca exibiu um só documento de identidade válido mas apresentou pelo menos três falsificados, que tem uma história de vida toda repleta de episódios suspeitos e passou anos em companhia íntima de gangsters e terroristas, um dia elegeu-se senador pelo Estado de Illinois e, depois de somente alguns meses de experiência política – se é que se pode chamar de experiência a ausência na maioria das sessões –, foi elevado à presidência da nação mais poderosa do globo, sob aplausos gerais.

Despertou em centenas de milhões de eleitores a maior onda de esperanças messiânicas de que se tem notícia desde Lenin, Mussolini, Stalin, Hitler e Mao Zedong. Decorridos seis anos de uma administração indescritivelmente desastrosa, continua no posto, impávido colosso, sem que ninguém possa investigar as zonas obscuras da sua biografia sem ser injuriado de tudo quanto é nome pelos maiores jornais do país, bem como pela elite dos dois partidos, Democrata e Republicano.

Aparentemente a obrigação mais incontornável do eleitor norte-americano, hoje em dia, é deixar-se governar sem perguntar por quem, fazendo de conta que tudo está perfeitamente normal.

Uma vez persuadido a acomodar-se a essa situação, sob pena de tornar-se um inimigo público, o cidadão está pronto para aceitar silencioso e cabisbaixo qualquer decisão que venha do governo, por absurda, imoral e inconstitucional que seja.

A última foi essa incrível troca de cinco dos mais temíveis líderes dos talibans por um soldadinho desertor – sem consulta ao Senado, é claro, o que soma à injúria o insulto.

Mas antes disso o número e a gravidade dos crimes do presidente já haviam ultrapassado as mais tétricas especulações futuristas: duplicou a dívida nacional que prometera reduzir, desmantelou o sistema de saúde para colocar no seu lugar a fraude monumental do Obamacare, pressionou hospitais religiosos para que realizassem abortos, entregou armas a traficantes mexicanos e terroristas sírios, encheu de dinheiro estatal firmas falidas dos seus amigos e contribuintes de campanha, desprestigiou o dólar, estragou as relações diplomáticas com Israel, fez mil e um discursos culpando os EUA de tudo quanto acontece de mau no mundo, teve dezenas de encontros secretos com membros e parceiros da Fraternidade Muçulmana, usou o imposto de renda para perseguir inimigos políticos, instalou um monstruoso sistema de espionagem interna para chantagear jornalistas, incentivou enquanto pôde o ódio racial, armou a polícia civil com equipamentos de guerra para aterrorizar cidadãos desarmados, acabou com a liderança americana no mundo, recusou socorro a um embaixador cercado por terroristas e, mais tarde ele foi assassinado, tentou enganar o país inteiro com a historinha ridícula de que foi tudo culpa de um vídeo do youtube.

Entretanto, tirou mais férias, deu mais festas e jogou mais partidas de golfe do que qualquer dos seus antecessores, além de faltar sistematicamente ao «briefing» diário com os seus assessores. Nas horas vagas, a sua esposa dedicava-se a uma campanha altamente humanitária para que as crianças comessem mais nabos e menos batatinhas fritas, provocando a ira da população infantil.

A sucessão de acções maldosas e antipatrióticas, entremeada aqui e ali de futilidades obscenas, é tão assíduo, tão coerente, que toda a tentativa de explicá-la pela mera incompetência vai contra o mínimo senso de verosimilhança. Como escreveu Eileen F. Toplansky no último número do American Thinker, o homem não é um fracasso: é um sucesso. Sucesso num empreendimento frio e calculado de destruição do país.

Se, a despeito disso, ele continua blindado e inatingível, é porque a Constituição e as leis foram desactivadas, sendo substituídas por um novo princípio de ordem: a autoridade dos média, aliada à força de intimidação de uma vasta rede de colaboradores dispostos a tudo e amparada em corporações bilionárias interessadas em remover os EUA do caminho do governo mundial.

O sistema americano, em suma, já não é o mesmo, e a restauração do antigo, se for possível, levará décadas. A obra de devastação foi muito além dos seus efeitos políticos imediatos: mudou o quadro inteiro da autoconsciência americana, fez da grande potência um país doente e aleijado, incapaz de reagir às mais brutais agressões psicológicas. Incapaz até mesmo de escandalizar-se.

A passagem de Barack Hussein Obama pela presidência do país é o acontecimento mais desastroso que já se abateu sobre os Estados Unidos desde o bombardeamento de Pearl Harbor.