quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Afinal, quem é que defende a Civilização?


Heduíno Gomes

A defesa da Civilização não é novidade na literatura política portuguesa. Contudo, por pressão ideológica da esquerda, principalmente daquela esquerda mais badalhoca, a anarco-liberal, tornou-se politicamente incorrecta. Civilização? Valores morais? Regras entre as pessoas? Religião? Isso é tudo reaccionário! Isso é voltar ao antigamente, ao fascismo (???)!

Nos anos 90 do século XX, apesar do ambiente ideológico adverso, a revista Lusitânia Expresso acentuou a defesa do conceito de Civilização. Mas não tardou que alguns dos próprios inimigos da Civilização passassem a recuperar a palavra adulterando o conceito. Passaram então a adoptar a linguagem da «civilização», dos «avanços» e «conquistas civilizacionais», enquanto designavam com isso precisamente retrocessos civilizacionais, fenómenos bárbaros, contra o ser humano e a natureza.

Pela boca desses novos «adeptos da civilização», passámos a saber que «avanços» e «conquistas civilizacionais» eram, por exemplo, os atentados à vida na figura do aborto, da eutanásia ou da destruição de embriões humanos, numa palavra, a destruição da espécie humana. Ou os chamados «casamentos» entre invertidos do mesmo sexo. Ou a adopção de crianças por essa sub-espécie. Ou os atentados ao equilíbrio psíquico de crianças, jovens e mesmo adultos através da chamada «educação sexual» e banalização da pornografia. Ou outros fenómenos atentando contra a família e as crianças. Tudo, numa palavra, a destruição da espécie humana.

Para os novos «adeptos da civilização», a degradação e a destruição da espécie humana é que são «conquistas civilizacionais».

A tentativa de adulteração do conceito de Civilização, uma vez iniciada por essa esquerda festiva, não ficaria naturalmente por aí. Chegou-se ao ponto de ouvir alguns sindicalistas (profissionais da defesa dos «direitos dos trabalhadores»...) chamar «retrocesso civilizacional» ao corte de qualquer regalia corporativa!

Perfeita manipulação de linguagem que é preciso desmontar.

O «civilizador» do gulag Arménio Carlos, contra a Civilização da responsabilidade e do trabalho, chama «retrocesso civilizacional» ao corte de qualquer regalia corporativa.

Carlos Silva, concorrente do Arménio na disputa da massa laboral, e procurando não perder a freguesia, repete as palavras daquele.





terça-feira, 27 de agosto de 2013

MDN, MAI, incêndios e asneiras escusadas


João José Brandão Ferreira
Uma das primeiras intervenções do novel Ministro da Defesa (MDN), efectuada numa visita à Força Aérea (FA), foi a de perspectivar o regresso daquele Ramo militar ao combate aos incêndios florestais (IF).

A ideia é boa, apesar de requentada, e mereceu desde logo – e bem – um alerta do respectivo Chefe de Estado Maior, lembrando que tal desiderato não seria viável de um dia para o outro.

Como as pessoas em Portugal têm a memória curta por esquecimento ou conveniência, vamos tentar dilucidar, sucintamente, todo este imbróglio. Porque de um imbróglio se trata, apesar da aparente candura das palavras ministeriais.

O Governo tinha adquirido, em 1982, equipamentos com o acrónimo «MAFFS», que foram adaptados aos aviões C-130, e que permitiam largar sobre os incêndios uma quantidade apreciável de uma calda retardante. Custaram, na altura, cerca de 200.000 contos.

Para além disto, na «época dos fogos» distribuíam-se pelo país meia dúzia de helicópteros AL III, que ficavam em alerta aos incêndios. Estes helicópteros tinham uma capacidade muito reduzida de actuação, pois apenas podiam transportar equipas até cinco elementos e largar um pequeno balde de água sobre o fogo.

Com o agravamento anual do número de fogos e área ardida, cada vez foi necessário alugar mais hélis e aviões a empresas privadas, o que gerou um negócio de muitos milhões.