quinta-feira, 14 de outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

As nossas cabecinhas pensadoras comemoram a I República


MARIA DE BELÉM LEVOU A MEDALHA
Afonso Perdigão
Maria de Belém distinguiu-se nas comemorações no Parlamento com a intervenção mais ridícula.
A feminista começa logo por dirigir-se ao semi-circo com a fórmula «Senhoras deputadas e senhores deputados». Então se os homens, por cortesia, colocam em primeiro lugar as senhoras, por que ordem deve uma convicta feminista colocá-los? Onde é que estará a «igualdade do género»? Feministas, feministas, mas é quando lhes convém.
O discurso está cheio de patacoadas como esta da «igualdade do género», aquela doença que a afecta. E tem ainda umas saídas que demonstram a sua grande inteligência. A melhor de todas é sem dúvida a sua preocupação com o efeito das «mudanças geoestratégicas»: é que são estas que nos lixam o financiamento externo! Para começar, o que a preocupa não é a viabilidade económica de Portugal mas o financiamento externo! Continuassem a emprestar-nos massa e tudo estaria bem para aquela cabecinha pensadora. E depois, a relação causa-efeito que estabelece é genial!
Como, ao contrário dos monárquicos, tem um coração muito bonzinho, acusou a monarquia de ter deixado Portugal com 75% de analfabetos. Só é pena que não tenha referido a parte da responsabilidade dos seus manos Pombal e Joaquim António de Aguiar, o mata-frades, nessa calamidade. E também é pena que não tenha referido a percentagem de analfabetos que a I República deixou de herança à II República. Era só para quantificarmos a «obra»…


SABERÁ O ROSAS CONTAR ATÉ 3?
Heduíno Gomes
Nas comemorações da I República, a vedeta da história contemporânea Fernando Rosas massacrou-nos com as suas habituais baboseiras. Uma delas foi a numeração das repúblicas. Para aquela cabecinha de historiador, estaríamos na II República porque o Estado Novo não foi república…
Então o que foi?
(Lobo Xavier subscreve tudo o que disse o Rosas e o Pacheco)


A ESCOLA DO ROSAS E O SEU CONCEITO DE «REVOLUÇÃO POPULAR»
Heduíno Gomes
Como é sabido, o intelectual Rosas provém do MRPP, local onde desde a sua génese, a ideologia política não apresentava qualquer rigor. A evocação de Mao e da China (no que não era retribuído...), uns slogans prafrentex, uma cassete-metralhadora, uns punhos erguidos, uns murais pintados, era quanto bastava naquele mundo de loucos. De pensamento marxista (isso não se recomenda mas existe), nada. Nem este, para quem se reclamava do marxismo e do leninismo! Aos mais novos pode explicar-se brevemente o fenómeno dizendo que o MRPP era assim uma espécie de IURD do comunismo.
O Rosas até era chefe e, sendo intelectual, era mesmo um dos teóricos do MRPP. Teórico ao nível da própria seita, onde não se aprendia nada, o que corresponde de facto às suas próprias capacidades intelectuais. Por isso não admira que continue agora a produzir literatura de baixo rigor.
O Rosas não destoa do Portugal de hoje e está integrado no sistema. Temos um sistema político dominado por medíocres fala-barato, uma meia dúzia de frascos de veneno que constitui a «elite» e domina o panorama intelectual, com direito a lugar cativo nos meios de comunicação. E aí está, entre eles, o Rosas.
Discursando no Parlamento em nome do BE (6 de Outubro), este historiador de pacotilha chamou «revolução popular» àquilo que foi um golpe armado de uma dúzia de insurrectos perante a apatia do povo. E ao movimento nacional do 28 de Maio, que teve a participação da generalidade das forças armadas e o apoio popular nas ruas, de Norte a Sul, chamou «golpe militar». Afinal, onde estava o povo tão querido do Rosas? No 5 de Outubro ou no 28 de Maio? Qual deles foi popular?
No mesmo discurso, o Rosas mais uma vez revela a sua falta de rigor chamando «movimentos» a reduzidos grupos armados que se insubordinaram contra o Estado Novo. Que «movimentos» eram esses grupos isolados?
É isto um «historiador».
(Lobo Xavier subscreve tudo o que disse o Rosas e o Pacheco)


PACHECO: OUTRO «HISTORIADOR» CONTEMPORÂNEO
Heduíno Gomes
Pacheco Pereira é mais um do lote de intelectuais do sistema. E, tal como o Rosas, historiador sem verdade. Conhece uns factos, ignora outros que são fundamentais, floreia e analisa torto. Em nome do PSD, na mesma circunstância, brindou-nos igualmente com uns exemplos.
Pacheco explicou-nos que, na monarquia, só «os de nascimento» (presume-se que os aristocratas) é que podiam escolher os governantes. Eu ouvi bem?! E teria sido então graças à República que deixou de ser só «os de nascimento» a votar. Eu ouvi bem?! Para azar dele, o direito de voto até ao 5 de Outubro era mais extenso do que passou a ser com a I República. Esta o que fez foi restringir o direito de voto! Como é que se chama em futebolês a uma aldrabice histórica? Inverdade, não é?
Pacheco explicou-nos que Salazar chegou ao poder como «ditador das finanças». Ora não deixa de ser engraçado vindo isto de alguém que factura todas as semanas na SIC umas larachas a defender o controlo das despesas do Estado e a criticar o Governo por não o fazer. Como é que se chama em futebolês a uma hipocrisia? Atitude menos boa, não é?
Pacheco explicou-nos que os tipos dos vários reviralhos durante a Ditadura Nacional (1926-1933) e no início do Estado Novo (leia-se dos atentados à bomba, da comuna da Marinha Grande e outros), coitadinhos, foram reprimidos. Também não deixa de ser engraçado vindo isto do mesmo alguém facturador que critica o Governo por não nos garantir a ordem e a segurança. Como é que se chama em futebolês a uma posta de pescada demagógica? Drible, não é?
Pacheco explicou-nos que os republicanos da I República mostraram de si próprios o melhor… durante a II República! Os tipos que não deram conta do recado enquanto detiveram o poder aí estavam eles na II República a dar lições a quem equilibrou as finanças, a quem repôs a legalidade e a ordem, a quem salvou Portugal das ameaças comunista e fascista espanholas e da guerra ajudando os Aliados, a quem liquidou o analfabetismo nas novas gerações, a quem fez os planos de fomento que conduziram Portugal a taxas de crescimento de 8% de média na década de 60 (tendo ultrapassado os 10%), enfim, a quem arrumou a casa! Brilhante análise «histórica»! Como é que se chama em futebolês a um tipo que não pesca nada do que diz? Que funciona só com um neurónio e é lá quando funciona, não é?
(Lobo Xavier subscreve tudo o que disse o Rosas e o Pacheco)


SE A ASSUNÇÃO CRISTAS APRENDESSE MAIS UMAS COISAS,
TALVEZ FOSSE AO LUGAR
Afonso Perdigão
A Assunção Cristas fez sem dúvida o melhor discurso das comemorações na AR. Contudo há umas observações a fazer-lhe.
A primeira é ter reclamado um «mundo multicultural». Se conhece o sentido do que disse, saiu asneira. Se não conhece, também. Nós devemos reclamar é a evangelização do mundo e não o relativismo cultural.
A segunda é ter reclamado «um Portugal onde todos possam ser tudo». Se conhece o sentido do que disse, saiu asneira. Se não conhece, também. Rousseau subscreveria completamente esta tirada igualitarista e utópica.
A terceira é sobre a sua pouca discrição. D. Francisco Manuel de Melo fazia-lhe bem.


domingo, 10 de outubro de 2010