Heduíno Gomes
TVI 24, 13 de Maio de 2011. Num programa supostamente cultural, é entrevistado Vitorino, cantor de Abril, que se nos apresenta com o seu artificialismo e narcisismo do costume.
Então tivemos a oportunidade de o ouvir falar mais uma vez do seu heroísmo de resistente «antifascista». Entre as várias que largou, a mais cómica foi dizer que a Comissão Pro-Associação da Escola de Belas-Artes de Lisboa era clandestina (na realidade, as comissões pro-associação de algumas escolas superiores, e liceus, eram na prática as associações de estudantes dessas escolas, actuando perfeitamente às claras, com eleições públicas, sendo reconhecidas pelas autoridades escolares, possuindo sedes cedidas pelas mesmas autoridades, afixando livremente propaganda nas suas escolas – eventualmente com regras ambientais... – e apenas se distinguindo das associações por não terem os seus estatutos aprovados pelo Ministério da Educação).
É desta maneira, intoxicando com a mentira, que estes tipos pretendem escrever a história de Portugal na época do Estado Novo…
E como sobremesa lá tivemos num vídeo previamente gravado o artista abrilista, a cantar, desafinando como de costume, a eito, como de costume, e fora do tempo, como de costume. É que este artista abrilista, como não tem a mínima noção do tempo musical, nem um playback decente é capaz de fazer.
Aconteceu uma vez, nos anos 80, que, na gravação de um programa de televisão no Porto, um técnico da régie, comparando o desempenho desastroso do artista abrilista com o de um miúdo da primária que também participou nesse mesmo programa (miúdo que ainda por cima estava sonolento por já se encontrar doente com mononucleose, embora ainda não diagnosticada), comentou: – O gajo devia era aprender com o puto a fazer um playback!
E vamos gramando estes tipos, artistas de terceira, heróis de opereta e pedras vivas da resistência «antifascista», a cantar mal e a ensinar às novas gerações como se vivia no Estado Novo!