sexta-feira, 8 de novembro de 2013

As referências morais de certos católicos


José Lemos

Daniel Oliveira, um conhecido bloquista, politicamente estravagante, defensor do aborto, das feministas e dos invertidos e de tudo o que é a destruição da família, é mais uma referência moral do mui católico blog Povo, dirigido pelo igualmente mui católico Pedro Aguiar Pinto, do grupo Comunhão e Libertação, de que foi mentor o padre João Seabra (ver reprodução de artigo do bloquista no referido blog).

Esse mesmo grupo até já desempenhou um papel positivo contra o aborto e o chamado «casamento» entre sujeitos do mesmo sexo. «Coerências» que mostram bem como certos indivíduos e grupos se servem de uma boa causa para se servirem a eles.


Pedro Aguiar Pinto
P. João Seabra
Daniel Oliveira






quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Edite Estrela, a euro-deputada
que mais valia estar quieta


João Silveira

Edite Estrela é a autora dum relatório que, caso tivesse sido aprovado no hemiciclo do Parlamento Europeu, teria que ser levado à prática na União Europeia. As medidas passavam por:

– legalizar o aborto em todos os países (estariam sobre ataque cerrado os poucos países onde o aborto não é legal);

– acabar com a ideia de que os pais são os primeiros educadores e não o Estado;

– educação sexual obrigatória em todas as escolas (falar de masturbação a crianças dos 0 aos 4 anos, por exemplo);

– o fim da objecção de consciência por parte dos médicos, que passariam a ser obrigados, a bem ou a mal, a fazer abortos, mesmo sabendo que estavam a matar crianças indefesas.

Rapidamente surgiu uma movimentação de cidadãos europeus indignados com tudo isto (o que raramente acontece). O resultado foi o melhor possivel, e o estudo foi remetido à precedência.

Perante esta derrota, diz Edite (que quer ser uma estrela):

«Houve aqui uma grande mobilização das forças mais conservadoras, dentro e fora do Parlamento. Recorreram a todos os meios para que este relatório não fosse aprovado. É preciso saber que são forças que se estão a mobilizar: mobilizaram-se em França, e estão a mobilizar-se em vários países, para que haja retrocessos na legislação. Apelo aos cidadãos esclarecidos e progressistas que não se abstenham e que votem, porque o que se decide no Parlamento Europeu tem consequências ao nível da legislação nacional e da vida de cada pessoa.»

Nisto a euro-deputada tem toda a razão, o que eles decidem por lá afecta-nos por cá. Obrigado a todos os que ajudaram nesta vitória. Até breve!





quarta-feira, 6 de novembro de 2013

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Negacionismo já não é o que era…



Agora vou viver para uma prisão...

Bem-vindos à França do século XXI, onde recusar oficializar um «casamento» entre pessoas do mesmo sexo por objecção de consciência o pode levar à cadeia.

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=126869

Os bispos europeus pedem às Nações Unidas que protejam melhor as minorias religiosas no mundo.

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=126921

A definição de «negacionismo» do holocausto foi alterada para se tornar mais abrangente. Dizer que o holocausto aconteceu mas que a culpa foi dos judeus passa a ser condenado também, e não só.

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=126916

Por falar em Holocausto, Randall Smith convida-nos a pensar o que faríamos se alguém nos apontasse uma arma à cabeça e ordenasse a matar um judeu. Neste artigo do The Catholic Thing, Smith argumenta que a nossa resposta ajuda-nos a tornar o tipo de pessoa que gostaríamos de ser.

http://www.actualidadereligiosa.blogspot.pt/2013/10/quem-queres-ser.html

Por fim, não deixem de ler este obituário no The Daily Telegraph sobre uma freira com uma história de vida muito, muito invulgar!

http://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/10399707/Mother-Antonia-Brenner.html





segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A idiota útil e perigosa



EDITE ESTRELA pegou no «trabalho» da organização de origem americana «International Planned Parenthood Federation» (IPPF), delegação de Bruxelas, assumiu-o como se fosse dela e apresentou o chamado Relatório Estrela no parlamento europeu.

Entre outras aberrações ideológicas, o Relatório da IPPF plagiado por Edite Estrela pretendia proibir a objecção de consciência dos profissionais de saúde em relação ao aborto, como podemos verificar nesta passagem do relatório da IPPF, aka Relatório Edite Estrela:

«regulate and monitor the use of conscientious objection so as to ensure that reproductive health care is guaranteed as an individual’s right, while access to lawful services is ensured and appropriate and affordable referrals systems are in place».

Além disso, o Relatório da IPPF plagiado pela Edite Estrela pretendia estabelecer o aborto como um «direito humano», na seguinte passagem do relatório:

«(…) as a human rights concern, abortion should be made legal, safe and accessible to all.»

Finalmente, o Relatório da IPPF, que Edite Estrela assumiu como seu, pretendia impor (coercivamente, através da força bruta do Estado) uma educação sexual, nas escolas e fora delas, de acordo com um relatório da OMS para a Europa, cujo conteúdo pode ser lido aqui. Um dos aspectos dessa «educação sexual» proposta pela OMS/Europa é o de impor o ensino da masturbação a crianças entre os zero e os quatro anos de idade.

A pessoa Edite Estrela deve merecer, dos portugueses, o mais profundo desprezo; deve inspirar uma vergonha inominável e repulsa. O problema, neste caso concreto, não é só as ideias de Edite Estrela: é também a pessoa que as representa: neste caso concreto, o argumento ad Hominem não pode ser considerado ilegítimo, porque não é possível separar estas ideias de merda da merda da pessoa que as detêm.

Também é importante saber até que ponto as ideias de Edite Estrela e da IPPF americana são partilhadas pelo Partido Socialista. Se pensarmos que a maioria dos dirigentes do Partido Socialista concorda com o Relatório da IPPF/Edite Estrela, temos de facto um grande problema em Portugal — porque não é possível um regime democrático quando se nega o princípio fundamental da democracia: o direito à vida.

Ao querer transformar o aborto em «direito humano», a deputada do Partido Socialista ao parlamento europeu pretendeu erradicar o direito à vida consagrado na Carta dos Direitos do Homem; pretendeu eliminar um dos princípios básicos da democracia que é o princípio da objecção de consciência (em relação ao aborto ou em relação a qualquer outro tipo de objecção).





domingo, 3 de novembro de 2013

O poder de Sócrates


José António Saraiva

Não sou nem nunca fui adepto de teorias da conspiração. Em 99% dos casos não passam de fantasias delirantes. Por isso, o leitor não inclua por favor a história que vou contar nessa categoria.

Quando o Governo nacionalizou o BPN, os accionistas da sociedade, por intermédio de Miguel Cadilhe (que não é propriamente uma pessoa sem credibilidade), tinham acabado de apresentar uma proposta de viabilização do banco.

O Governo recusou-a e partiu para a nacionalização, com o argumento de estar a defender as poupanças dos pequenos depositantes.

Sabe-se no que aquilo deu.

Assim, não é correcto atirar todas as culpas para os accionistas.

Estes propuseram-se salvar o banco, o Governo é que não os deixou.

Claro que podiam não o ter conseguido.

Mas, aí, a responsabilidade seria deles – e o Estado não se teria metido naquela alhada.

Recorde-se que, na altura em que o BPN foi nacionalizado, o Governo controlava a CGD (que é pública) e já dominava o BCP, através de Santos Ferreira e Armando Vara, ambos socialistas e próximos de Sócrates, que tinham vindo da Caixa para ali.

Simultaneamente, Sócrates mantinha óptimas relações com o BES, dada a sua conhecida boa relação com Ricardo Salgado, que sempre o defendeu (quebrando a distância que mantivera no passado em relação à política).

O Banif também era muito vulnerável às pressões governamentais, dada a sua precária situação financeira.

Pode pois dizer-se que, com a nacionalização do BPN, o primeiro-ministro passou a «controlar» boa parte da banca portuguesa: controlo directo da Caixa e do BPN, ascendente sobre o BCP, grande proximidade com o BES e neutralidade do Banif.

Só verdadeiramente o BPI, liderado pelo irreverente Fernando Ulrich, escapava ao controlo do Governo socialista.

E, mesmo assim, Sócrates namorou o chairman daquele banco, Artur Santos Silva, convidando-o para elevados cargos.

Vejamos, agora, o sector dos media.

Sócrates controlava directamente o grupo RTP, que é do Estado (e do qual faz parte a RDP).

Tinha também bastante influência na Controlinvest, mercê das dívidas deste grupo à banca, sendo do domínio público os telefonemas cúmplices entre José Sócrates e Joaquim Oliveira.

E a Controlinvest inclui meios como o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, a Máxima e a TSF.

Sócrates mantinha também relações estreitas com a Ongoing, de Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, detentora do Diário Económico.

Entretanto, através da PT, o Governo montou uma operação para comprar o grupo TVI, mandando um emissário a Espanha (Rui Pedro Soares) para tratar do negócio.

Este grupo, além da TVI, detem meios como a Lux e a Rádio Comercial.

Só fugiam ao controlo do Governo o grupo Impresa, liderado por Balsemão, e o grupo Cofina, de Paulo Fernandes.

Mesmo assim, ainda houve uma tentativa de assalto à Impresa por parte da Ongoing.

Quanto à Cofina, o Governo conhecia bem a vocação «negociante» de Paulo Fernandes e nunca recearia muitos males vindos daí.

Finalmente, José Sócrates fez uma tentativa para fechar o SOL – através precisamente do BCP, que era accionista do jornal.

O SOL era um David ao pé de vários Golias, mas irritaria Sócrates precisamente por ser um dos poucos media que ele não controlava.

E – recorde-se – foi este jornal que denunciou o caso Freeport, o caso Face Oculta (compra da TVI e tentativa de controlo de outros media) e o caso Tagusparque (apoio eleitoral de Luís Figo).

Fica claro, portanto, que houve um momento em que José Sócrates esteve mesmo à beira de dominar ou ter o apoio de importantes meios de três sectores nevrálgicos:

– Banca, com a CGD, o BPN, o BCP e o BES;

– Comunicação social, com a RTP, a RDP, o DN, a TSF, o JN e a tentativa de compra da TVI;

– Poder político, através do domínio da máquina do Governo e do aparelho do partido, onde não se ouvia uma única voz dissonante.

Só hoje, quando olhamos para essa época, percebemos até que ponto estivemos à beira do abismo.

Como foi possível permitir que se concentrasse tanto poder nas mãos de um homem psicologicamente tão instável?

E como foi possível derrubá-lo?

O que derrotou Sócrates, primeiro, foram as contas públicas – que, contrariamente aos outros sectores, ele se revelou incapaz de controlar.

Tentou até à última esticar a corda e evitar um Resgate, mas a corda acabou por partir – e isso foi a sua primeira grande derrota.

Depois foi a derrota eleitoral.

E esta constitui uma homenagem à democracia.

A democracia mostrou a sua força ao conseguir apear um homem que, à escala do país, acumulou um enorme poder «de facto».

Ele julgar-se-ia quase invencível, mas as urnas derrubaram-no.

Por isso, é muito natural que, embora afirme o contrário, hoje odeie a democracia.


P.S. – Numa entrevista publicada no fim-de-semana, Sócrates mostrou por que lhe tenho chamado «o Vale e Azevedo da política». Com uma diferença: Vale e Azevedo é mais educado.