Nuno Serras Pereira
«É verdadeiramente
extraordinário que a autoproclamada, sem pingo de vergonha, rádio católica
portuguesa (RR), propriedade do Episcopado português, chame sistematicamente
casais àqueles que não o são nem o podem, de facto, ser, contribuindo assim,
com inusitado fervor, para a propaganda lgbt.
«Mais inacreditável ainda é
a passividade dos prelados portugueses, os quais porventura cuidarão que a
publicação de uma nota pastoral sobre a família, aliás bem-feita e com
linguagem acessível, é suficiente para se desobrigarem de qualquer outra acção
no combate contra este violento vampirismo espiritual e moral. Mas a verdade é
que, se puserem de lado as racionalizações autojustificativas e olharem de
frente, diante de Deus, as suas consciências saberão muito bem que isso não
passa de uma mentira infame. Nem será necessário meditarem atentamente na
importantíssima entrevista recente, a propósito de um outro assunto, embora com
este relacionado, mas igualmente aplicável neste caso, que o Cardeal Burke concedeu a uma prestigiada
agência noticiosa.
«Evidentemente que quando
falta o ensinamento insistente, repetido para ser assimilado, o exemplo, o
encorajamento e a liderança, andam as ovelhas tresmalhadas, anuindo a tudo o
que os lobos vorazes propõem, como meio mais pronto e eficaz para dizimarem
facinorosamente o rebanho. Verdadeiramente há pastores que, se não são lobos,
imitam muito bem.»
O presidente russo,
Vladimir Putin, pediu esta sexta-feira que se modifiquem os acordos bilaterais
em matéria de adopção com a França para evitar que as crianças do seu País
sejam entregues a casais invertidos após a aprovação legal das uniões invertidas.
«Precisamos de reagir ao
que acontece à nossa volta. Respeitamos os nossos parceiros, mas pedimos que
respeitem as nossas tradições culturais, as nossas normas éticas, legislativas
e morais», disse Putin citado pelas agências locais.
Putin respondeu assim à
proposta apresentada pela presidente da assembleia do enclave báltico de
Kaliningrado, Marina Orguíeva, que sugeriu mudanças no acordo com a França para
que as crianças russas não sejam adoptadas por casais invertidos.
«Você tem razão (...).
Considero que temos motivos para introduzir mudanças no chamado documento. O
assunto está em aberto, temos que pensar sobre isso», acrescentou Putin.
O acordo bilateral com a
França foi assinado em Novembro de 2011 e ratificado em Julho do ano passado.
A vice-presidente do comité
para os Assuntos da Família da Duma Baixa e deputada oficialista, Olga Vatálina,
assegurou que para emendar o acordo bilateral com Paris seria suficiente
receber a conformidade, por escrito, dos franceses.
«A legalização das uniões invertidas
preocupa muito os deputados, que reagiram de maneira sensível perante esta
decisão em França e estão categoricamente contra a possibilidade da adopção de
crianças russas por parte de famílias do mesmo sexo», assinalou.
O Defensor do Menor, Pável
Astájov, que depende directamente do Kremlin, já expressou em várias ocasiões a
sua oposição a que os casais invertidos adoptem crianças. O funcionário disse
que a Rússia fará tudo o que for possível para impedir que no país se repita a
situação da Espanha, Canadá ou França.
Na homilia da Missa desta
manhã (30 de Abril) na Casa Santa Marta, o Papa Francisco disse que quando a
Igreja se converte em mundana, por causa do demónio, faz-se incapaz de anunciar
o Evangelho e o «escândalo» da Cruz. «Este é o maior perigo!».
Francisco explicou que «pode-se
proteger a Igreja, pode-se curar a Igreja e nós devemos fazê-lo com o nosso
trabalho; mas é mais importante o que faz o Senhor: Ele é o único que pode
olhar cara a cara o maligno e vencê-lo. (…) Se queremos que o príncipe deste
mundo não tome a Igreja nas suas mãos, devemos confiá-la ao único que pode
vencê-lo». Ele pode levá-la adiante, protegê-la e fazê-la crescer, defendê-la
de quem quer que a Igreja se torne mundana. «Este é o maior perigo!».
Nuno Serras Pereira
«Diz um dos periódicos de hoje (30 de Abril de
2013), em primeira página, que o Senhor Bispo do Porto é o preferido para
Patriarca de Lisboa. Eu confesso que tenho a maior estima e admiração pelo
Senhor D. Manuel Clemente, a quem aliás
devo imenso, mas rezo a Deus, apesar de já ter
pensado o contrário, que não seja ele.
«O que precisamos é de alguém que saiba
governar, tenha mão firme e ortodoxa, seja desassombrado em relação aos
princípios inegociáveis, não se deixe lisonjear com adulações, não seja político
mas sim Pastor, tenha a coragem de vir para a rua, e o arrojo da verdadeira e
completa Misericórdia, com a inteireza de quem sabe, pois é impossível
ignorá-lo, que a defesa e promoção da vida e da família são o factor decisivo
na Nova Evangelização, isto é, no evangelizar de novo.
«Não saberei
dizer se há algum Bispo em Portugal capaz do que digo, mas, se não há, ordene-se. E será seguramente tempo
de ser mais rigoroso e responsável nas consultas que a Santa Sé faz em relação
aos «episcopáveis». Conheço bem verdadeiros
hereges, no rigoroso sentido do termo, que são sistematicamente consultados
e santos presbíteros, já anciãos, que nunca o
foram… Basta de diabólicos respeitos humanos, de silêncios cobardes e
cúmplices. Os tempos são demasiado graves para que nos deixemos afundar nestas
areias movediças.»
A SPA não adopta o novo acordo ortográfico
perante as posições do Brasil e de Angola sobre a matéria
A SPA
continuará a utilizar a norma ortográfica antiga nos seus documentos e na comunicação escrita com o exterior, uma vez que o Conselho de Administração
considera que este assunto não foi convenientemente resolvido e se encontra
longe de estar esclarecido, sobretudo depois de o Brasil ter adiado para 2016
uma decisão final sobre o Acordo Ortográfico e de Angola ter assumido
publicamente uma posição contra a entrada em vigor do Acordo.
Assim,
considera a SPA que não faz sentido dar como consensualizada a nova norma
ortográfica quando o maior país do espaço lusófono (Brasil) e também Angola
tomaram posições em diferente sentido. Perante esta evidência, a SPA continuará
a utilizar a norma ortográfica anterior ao texto do Acordo, reafirmando a sua
reprovação pela forma como este assunto de indiscutível importância cultural e
política foi tratado pelo Estado Português, designadamente no período em que o
Dr. Luís Amado foi ministro dos Negócios Estrangeiros e que se caracterizou por
uma ausência total de contactos com as entidades que deveriam ter sido
previamente ouvidas sobre esta matéria, sendo a SPA uma delas. Refira-se que
também a Assembleia da República foi subalternizada no processo de debate deste
assunto.
O
facto de não terem sido levadas em consideração opiniões e contributos que
poderiam ter aberto caminho para outro tipo de consenso, prejudicou seriamente
todo este processo e deixa Portugal numa posição particularmente embaraçosa,
sobretudo se confrontado com as recentes posições do Brasil e de Angola.
Lisboa,
9 de Janeiro de 2013