sábado, 18 de outubro de 2014


À atenção do BdP, regulador bancário!



Se pusermos Ricardo Salgado no banco dos réus, o mais provável é que o Banco dos Réus comece a dever dinheiro a toda a gente





sexta-feira, 17 de outubro de 2014


Francisco, o sínodo e os que ficaram à porta


Sandro Magister

Dois esposos que batem à porta do sínodo

Ludmila e Stanislaw Grygiel ensinam no Instituto Pontifício de Estudos do Casamento e da Família, criado pelo Papa Karol Wojtyla, seu amigo de toda a vida.Não foram convidados. Mas eles teriam muito para dizer aos padres sinoidais. E disseram-no. Com clareza e coragem.

Ler mais.


Em francês:



Em inglês:



Em italiano:



Em castelhano:

http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/1350891?sp=y






quinta-feira, 16 de outubro de 2014


Resistir à tendência herética


Roberto de Mattei




O relatório Erdö apaga de repente o pecado e a lei natural. No Sínodo, roturas, desentendimentos teológicos, desacordo de ideias sobre o pecado  e a redenção.




http://www.ilfoglio.it/articoli/v/121899/rubriche/sinodo-famiglia-resistere-alla-tendenza-eretica.htm




Sínodo: afinal, a culpa das confusões

é do tradutor de valutando...


Luís Lemos

Tudo tranquilo, pessoal! Afinal a culpa das confusões geradas no sínodo e em torno do sínodo é apenas de um reles e incompetente tradutor que traduziu mal valutando!

Sabem, valutando foi traduzido por valorizando, quando «seria mais correcto» traduzir por «tendo em conta». E isso «poderá ter feito toda a diferença na forma como se reagiu ao documento, embora este não seja o único ponto de discórdia sobre o seu conteúdo». (É esta a descoberta da fantástica Rádio Renascença e de outras renascenças que existem por esse mundo dito cristão e mesmo católico, descoberta esta que não deve ser confundida com aquilo de tapar o sol com uma peneira.)


Sim, pessoal, «ter em conta» os invertidos não é propriamente «valorizar» os invertidos, é apenas acarinhá-los, é praticar a caridade e a tolerância, é ser verdadeiramente cristão, é não pretender julgar!

Calma, pessoal!

O barco está na boa rota.

O homem do leme está firme e claro no seu posto.

Os seus imediatos, por ele nomeados, e da sua confiança, mantêm-se firmemente fiéis à rota.

Durmamos tranquilos. Como eles e os redactores da RR nos recomendam.







Uma tal Teresa Leal


Luís Lemos


A gaja pensará que é boa?

Para conhecer a competência dos que comandam o PSD, queira ler o link que se segue.

E antes fique a saber que esta sujeita, na AR, foi uma das maiores promotoras do aborto, do chamado «casamento» dos maricas e das fufas, e ainda da adopção de crianças por esses anormais. Leia mais...


http://contraprovas.wordpress.com/2012/02/09/teresa-leal-coelho-a-despedida-do-ccb-e-do-slb/





quarta-feira, 15 de outubro de 2014


A inacreditável discriminação no sínodo!


Nuno Serras Pereira, 14. 10. 2014

O «relatório intercalar» foi fundamentalmente redigido por hierarcas escolhidos a dedo pelo Papa Francisco. Provocou estranheza que apesar de já ter dois relatores, Baldisseri e Bruno Forte, claramente partidários de uma «revolução» a que chamam «abertura» ou «desenvolvimento doutrinal» – mas que na verdade é uma inversão das verdades contidas na Sagrada Escritura e na Tradição, proclamadas e explicitadas constantemente pelo Magistério da Igreja – à última da hora, de supetão» tenha nomeado mais seis relatores, todos eles, com a mesma configuração ideológica dos já referidos.

Esse «relatório preliminar» lançado à comunicação social, sem conhecimento nem autorização dos Padres Sinodais, foi, objectivamente, redigido e publicitado com o propósito de condicionar os trabalhos sinodais. Entre outras coisas, podemos verificar que esse texto demonstra uma verdadeira obsessão que se exprime pelo empenho em inverter ou falsificar a verdade doutrinal em relação aos, como eles dizem, homossexuais, à contracepção, à não admissão dos adúlteros «divorciados recasados», e, pela sua eloquentíssima ausência, ao aborto.

Mas em relação a estas obsessões há uma que se destaca, porque já aparecia também no «Instrumento de trabalho», e me espanta grandissimamente, a saber: por que se trata, num sínodo sobre a família, o tema das pessoas com inclinações e/ou práticas intrinsecamente desordenadas em relação a outras do mesmo sexo? Quando me ponho a cogitar sobre isto, se é que eu tenho alguma capacidade de pensar, conjecturo que será, talvez, porque essas pessoas são filhos, irmãos, tios, sobrinhos, netos e, por vezes, pais. Mas estas hipóteses não me convencem, pois se assim fosse ter-se-ia igualmente que tratar de uma infinidade de situações, igualmente desordenadas. Por exemplo, os alcoólicos, os toxicodependentes, os ladrões, os mafiosos, os cleptomaníacos, os viciados no jogo, as prostitutas, os pedófilos, os hereges, os ateus, os maçons, os homicidas, os assassinos em série, os advogados da eutanásia, os abortistas, os polígamos, os poliamorosos, os neonazis, os ditadores, os terroristas, etc. É claro, ou alguém tem dúvidas?, que toda esta gente é pessoa. E como, dizia Bruno Forte, sendo pessoas, têm a dignidade de criaturas de Deus, criadas à Sua imagem e semelhança. Por isso, seguindo o mesmo raciocínio, a Igreja tem de os acolher, fazê-los participantes das actividades eclesiais, dando-lhes cargos como sucedeu com um «homossexual», vivendo em união de facto com outro, em Viena, por decisão, contra a do Pároco, do Cardeal da capital austríaca. Se aguçarmos as nossas mentes de modo a ficarmos tão sagazes como alguns dos prelados que agora discorrem sobre a família poderemos mesmo encontrar «elementos de santidade» em toda esta gente que o Sínodo clamorosa e escandalosamente discrimina. Abaixo a discriminação! Viva a igualdade!





terça-feira, 14 de outubro de 2014


Alpoim Calvão:

Homem de guerra e português do Império


Jaime Nogueira Pinto

Conheci Guilherme Alpoim Calvão no início dos anos 70, quando ele, no rescaldo do raid sobre Conacri, a chamada operação Mar Verde, estava numa semiclandestinidade burocrática no Porto de Lisboa, na Polícia Marítima, ou coisa que o valha.

Quem mo apresentou foi o meu sogro, Luís d’Avillez. Almoçámos numa tasquinha do Parque Mayer, e Calvão desfiou-me a história da expedição a Conacri, da preparação, das confusões, traições e imprevistos dessa madrugada de Novembro de 1970; mas também do sucesso – dos militares portugueses ali presos, que conseguira libertar.

Era uma história em que viviam a imaginação e o atrevimento operacionais e outras coisas importantes e apaixonantes para um miúdo como eu, aficionado de romantismos imperiais e de aventuras de «cães de guerra» que aqui se combinavam com the fog of the war e as suas voltas e azares.

Nascido em Chaves em Janeiro de 1937 e logo a seguir levado para Moçambique, Calvão fizera o Curso da Escola Naval e frequentara especialidades de Mergulho e Combate na Grã-Bretanha. Oficial Fuzileiro, fizera várias comissões de serviço na Guiné, nas quais se distinguira como combatente e comandante e que lhe valeriam as mais altas condecorações nacionais, entre elas a Torre e Espada.

Alpoim Calvão era, como Jaime Neves e Heitor Almendra, um militar – homem de guerra, com uma mistura rara de inteligência operacional, coragem física, iniciativa e sobretudo um carisma único de levar os homens – os seus homens, o seu pessoal – para onde quisesse, até às portas e labirintos do Inferno, se preciso fosse.

Depois da revolução do 25 de Abril tentou, na medida do possível – medida que hoje sabemos que era curta – salvar o que podia ser salvo do Império e do País. Calvão conhecia a maioria dos revolucionários do MFA, as suas folhas de serviços e capacidades e por isso tinha-os na devida (não muito elevada) consideração. Mas não desistiu.

Foi por isso que conspirou e participou no 11 de Março, afinal uma maquinação e provocação esquerdista, para antecipar e sabotar a reacção conservadora nas Forças Armadas. Depois do fracasso anunciado, escapou para Espanha.

Voltei a encontra-lo aí, ele no MDLP, eu mais ligado a outro dos movimentos clandestinos anticomunistas que então se organizavam.

Esses movimentos tiveram um papel importante na articulação da resistência popular que, respondendo à violência com a violência, equilibrou o balanço de forças em Portugal e permitiu o 25 de Novembro e o Thermidor que se lhe seguiu.

Alpoim Calvão serviu-me de inspiração para uma das personagens de Novembro, em que, ficcionando e imaginando, procurei contar uma parte e uma percepção – a do outro lado, do «nosso» – desse tempo de exílios, lutas e melancólicos balanços da História.

Regressado a Portugal, Calvão reintegrou-se na vida civil e normal do país pós-imperial. Como era um homem de acção e com grande força de viver, não se remeteu, como muitos outros, a uma nostálgica e passiva contemplação mórbida de passados gloriosos, amaldiçoando sistematicamente o presente.

É difícil para as gerações que vieram depois da Guerra e do Império compreender o ethos, a vida e o sentido da vida de homens como Alpoim Calvão. São, somos, de «outro país», o que não quer dizer que não entendamos e que até possamos gostar deste.

Calvão não era um «prisioneiro do passado». Aí há 10 anos, em 2004, decidiu arrancar para a Guiné-Bissau com uma empresa destinada a empregar os seus antigos fuzileiros ou os seus descendentes. Fê-lo com outro combatente de África, o Francisco Van Uden, naquele espírito – também ás vezes  incompreensível para estranhos –  de que os que gostávamos de África, não éramos necessariamente colonialistas opressores: gostávamos daquelas pessoas e daquelas terras. E continuámos ou voltámos a gostar quando de «nossas» passaram a ser «deles».

Voltando a esta história.

Quando soube dessa decisão, telefonei-lhe e convidei-o para almoçar no Alecrim às Flores. E não resisti a dizer-lhe:

«Comandante, eu tenho muito respeito e admiração por si; mas mesmo assim, conhecendo-o há muitos anos, sabendo quem o Senhor é e o que vale, acho extraordinário que na sua idade e com os seus problemas de saúde (ele tinha uma insuficiência renal), volte agora para a Guiné, para Bolama!».

A resposta veio pronta:

«Sabe, Jaime, quando ando por aí e vejo alguns dos meus amigos e camaradas Almirantes na reforma e lhes pergunto o que estão a fazer, eles respondem-me:

«Olha, estou a fazer horas para ir buscar a minha mulher ao cabeleireiro», ou «para trazer os netos da ginástica»… E eu digo cá para mim: ninguém me apanha nessa!».

Não apanharam.