Heduíno Gomes
Com o título «Os ‘boys’», a senhora Dona Zita Seabra publicou hoje no JN (29.5.2011) um artigo que me entusiasmou pela sua oposição à corrupção no meio político. Trata-se, de início, de generalidades morais muito correctas. Pensei logo que, afinal, a senhora se teria convertido (à moral na política, na circunstância, bem entendido).
Vou por aí abaixo no artigo e começo a interrogar-me sobre o ponto a que a senhora Dona Zita quer chegar. É que a senhora Dona Zita começa a dar exemplos de imoralidades na política mas queda-se pelas pulhices humanas de um dos gangues. Sobre o gangue que lhe comprou o passe, moita-carrasco.
E a senhora Dona Zita termina magistralmente a sua prosa: «Mas vai dar muito trabalho ao PSD e a Pedro Passos Coelho fazer regressar à política a nobreza de quem quer apenas que esta volte a ser um mero serviço do bem comum e que a esperança regresse a Portugal.»
A senhora Dona Zita parece querer dizer que o gangue que lhe comprou o passe possui nobreza e se preocupa com o bem comum. Penso eu que se trata de um juízo moral sincero e não de uma graxazinha ao poder a que lhe possa cheirar.
E a senhora Dona Zita fala em regresso à nobreza na política. Regresso significa que já houve. Quando, depois do seu querido 25 de Abril, é que houve nobreza? Vá, diga lá quando, que é para ficarmos a saber que referências tem para a moral na política!
E depois cá estamos para concordar ou não. Sim, porque, na classe política de Abril, alguma pessoa séria haverá! Não são todos iguais! Precisamos é de saber quais são as referências aconselhadas pela senhora Dona Zita, para além dos compradores do seu passe.
E depois cá estamos para concordar ou não. Sim, porque, na classe política de Abril, alguma pessoa séria haverá! Não são todos iguais! Precisamos é de saber quais são as referências aconselhadas pela senhora Dona Zita, para além dos compradores do seu passe.
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