sábado, 31 de março de 2012

«Tiro ao Cavaco» ou crónica inesgotável?


Heduíno Gomes

Há pessoas que não param de lamentar as críticas ao Cavaco, tendo encontrado mesmo uma forma literária de contestá-la: tratar-se-ia de «tiro ao Cavaco».
De facto, não deixa de ser novidade a generalidade das pessoas, incluindo eleitores e membros do PSD, criticarem a personagem, em contraste com a situação anterior, onde só alguns se atreviam a criticar a intocável «Nossa Senhora de Boliqueime».
Mas esta mudança dever-se-á a alguma moda ditada por algum costureiro da politiquice ou resultará de matéria produzida pela personagem?
É óbvio que Cavaco conseguiu enganar muita gente durante muitos anos. Mas já lá diz o rifão que se apanha mais facilmente um mentiroso do que um coxo. E Cavaco tem feito tantas que as pessoas, mesmo as menos atentas, acabaram por lhe tirar o retrato. Por outro lado, a Presidência da República, ao invés dos governos cavaquistas, não dispõe de grande quantidade de favores para distribuir, o que também levou muitos dos seus apoiantes de outrora a demarcarem-se do sujeito.
Em resumo, criticar Cavaco não é uma moda mas sim um exercício mais frequente dado que a personagem fornece permanentemente matéria para uma crónica inesgotável.


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