Luís Lemos
A Agência Ecclesia publica uma peça do seu jornalista Luís Filipe Santos (LFS) que constitui um exemplo de desavergonhada e alta manipulação e que por isso não pode passar em claro.
Luís Filipe Santos começa por referir-se a uma declaração do Papa Francisco, no dia 15 de Maio, assinalando o 1700.º aniversário do Édito de Milão. Isto é, temos, para começar, Papa Francisco.
De seguida, Luís Filipe Santos constrói as teses que quer impingir ao leitor.
Primeira tese: o bispo António Ferreira Gomes seria uma referência teológica e política – quando afinal este senhor não passou de uma nulidade em qualquer destes campos.
Segunda tese: o bispo Carlos Azevedo seria uma pessoa com autoridade moral para falar de coisas da Igreja – quando afinal deveria era estar retirado, muito caladinho, e discreto para que ninguém se lembrasse que ele existe, para não conspurcar mais a imagem da Igreja. Ora, o que Luís Filipe Santos tenta fazer é lavar o bispo Carlos Azevedo.
Entretanto, avança com os nomes de teólogos nada recomendáveis, como Chenu (que viu um dos seus livros colocados no Index) e Kasper (assistente de Hans Kung, um dos principais críticos de Bento XVI).
Finalmente, Luís Filipe Santos chama de novo à baila o Papa Francisco, como se tudo e todos bebessem da mesma água. Mas, na realidade, que sintonia teológica, política e moral existirá entre o Papa Francisco, por um lado, e os dois referidos bispos e os dois referidos teólogos, por outro?
Luís Filipe Santos faz assim uma sandes em que o pão, a abrir e a fechar, é o Papa Francisco. E depois mete lá no meio a porcaria teológica, política e moral. E assim está a dizer ao leitor desprevenido: come, que isto tem a ver com o que diz o chefe da tua Igreja.
É preciso ser um grande manipulador e ter uma grande falta de vergonha para escrevinhar deste modo. Luís Filipe Santos revela-se como estando à altura daqueles que o Papa Francisco tem vindo a denunciar: os oportunistas no seio da Igreja.
Nota: era melhor que o indivíduo fosse aprender pontuação para não transformar o sujeito em atributo do sujeito. Não falando já no «Acordo Ortográfico», que adopta.
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