Na
memória da Igreja Greco-Católica estão os cerca de 50 anos em que teve de
operar na clandestinidade, tendo sido declarada extinta pelo regime soviético.
O Governo da Ucrânia recuou nas ameaças que tinha feito à Igreja Greco-Católica
daquele país, garantindo que não pretende exercer qualquer pressão sobre ela.
No início da semana a Igreja, que é a maior de rito oriental em comunhão com
Roma, tinha revelado uma carta recebida do Ministério da Cultura a ameaçar
tornar ilegais as suas actividades devido à presença de alguns padres na praça
onde têm decorrido as manifestações pró-europeias e contra o Governo.
As manifestações começaram há cerca de dois meses quando o Governo anunciou uma
reviravolta na política de aproximação à União Europeia, preferindo uma aliança
com Moscovo.
A questão não é apenas política, mas revela grandes divisões geográficas e
sociais entre a população ucraniana. O sector da população mais favorável à
Rússia tende a falar russo e pertencer à Igreja Ortodoxa Russa. Já os fiéis da
Igreja Ortodoxa da Ucrânia e os da Igreja Greco-Católica, tendem a falar
ucraniano e a ser pró-europeus.
Não é de estranhar, por isso, que muitos padres da Igreja Greco-Católica tenham
sido vistos e tenham mesmo liderado orações entre os manifestantes. Também a Universidade Greco-Católica tomou uma posição firme contra o
Governo.
Mas as ameaças do Ministério da Cultura foram recebidas com particular
preocupação uma vez que está bem fresca na memória da Igreja Greco-Católica os
cerca de 50 anos em que teve de operar na clandestinidade, tendo sido declarada
extinta pelo regime soviético.
Na reunião que decorreu esta manhã de Sexta-Feira entre o Ministro da Cultura e
o Patriarca Sviatoslav Shevchuk, houve garantias por parte do Governo de que as
actividades da Igreja Greco-Católica não seriam impedidas de qualquer maneira e
que a liberdade religiosa não seria limitada no país.
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