A polícia começou a tentar desalojar os
manifestantes que se encontram há meses na praça da Independência. O resultado,
até agora, são 14 mortos confirmados, seis agentes da polícia e oito
manifestantes.
O patriarca da Igreja Greco-católica da Ucrânia, Sviatoslav Shevchuck,
responsabiliza o presidente Yanukovich pela violência e as mortes que se
registaram na noite desta terça-feira em Kiev.
Numa nota em que apela ao fim da violência, o patriarca e líder da maior Igreja
oriental em comunhão com Roma foi claro: «Gostaria de sublinhar que
aquele que tem o poder é inteiramente responsável pelo que está a acontecer no
país.»
Shevchuk lamenta que os apelos pela paz que têm sido feitos pelas igrejas não
tenham sido escutados: «Em nome de Deus condeno a violência e o
desrespeito pelos direitos humanos e a vontade do povo», escreve. «Peço
a todos que ponham um fim imediato ao derramamento de sangue!».
No fim do seu comunicado, o patriarca ordena a que todas as igrejas
greco-católicas toquem os seus sinos «nesta altura em que a Ucrânia
está em perigo de fratricídio».
Os problemas na Ucrânia começaram quando o presidente Yanukovich rompeu
unilateralmente as negociações com a União Europeia aproximando-se política e
economicamente da Rússia. Os manifestantes exigem o regresso a uma política
centrada na adesão à UE e pedem a demissão de Yanukovich.
As divisões são agravadas por factores linguísticos, geográficos e religiosos.
A maioria dos cidadãos que vivem no Leste do país falam russo, pertencem à
Igreja Ortodoxa Russa e sentem-se próximos de Moscovo, enquanto os ocidentais
tendem a falar ucraniano, ser fiéis da Igreja Ortodoxa da Ucrânia ou Católicos
de rito bizantino e sentem-se mais próximos do Ocidente.
Esta noite a polícia começou a tentar desalojar os manifestantes que se
encontram há meses na praça da Independência. O resultado, até agora, são 14 mortos
confirmados, seis agentes da polícia e oito manifestantes.
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