Pedro Quartin Graça
Selvagens:
independentistas
vão pagar multa
de quatro euros
Os dois independentistas das Canárias, membros do
ANC com ligações à Frente Polisário, que, na segunda-feira, protagonizaram um
protesto nas Ilhas Selvagens, ficaram alojados num hotel no Funchal, Madeira,
não foram detidos e, inclusive, «apanharam uma boleia» da Marinha no seu
regresso ao Funchal por não disporem de meios de transporte.
Pela invasão e ocupação do território nacional
foram multados em, pasme-se, apenas quatro(!!!) euros, por terem pernoitado nas
Ilhas Selvagens, sem autorização da gestão do Parque Natural da Madeira. Foram,
ademais, muito bem tratados pela Marinha e pelas autoridades portuguesas.
Eis o resultado da forma ligeira como o Governo de
Portugal tratou do assunto. Da forma ligeira e, sobretudo, do erradíssimo
entendimento que por parte dos governantes portugueses existiu relativamente ao
incidente em causa.
A este propósito, vejam-se as nossas próprias
declarações ao Diário de Notícias da Madeira:
«Quando uma parte do território é ocupada e
hasteiam uma bandeira que não é nossa o mínimo é enviarem meios aéreos e não um
barco» (...) «O Governo reagiu de forma muito lenta e pouco ousada» (...) «os
poucos recursos alocados à defesa fazem com que «nos tomem o pulso e façam o que
entendem». (...) «Há uma parte do território ocupado e o Governo
português está mudo» (...) «Isto
não é mais um incidente, faz parte de uma escalada de incidentes e desta vez
até foram mais longe» (...) e, por último, é «inacreditável que um Governo não
reaja de forma firme a
um desaforo destes». «Quem está a reagir é a sociedade civil», concluímos, não
deixando de apontar a «irresponsabilidade total» do Governo da República
já que (...) «o facto de se tratar de um
movimento separatista não é caso para desvalorizar a questão, já que há vários
exemplos destes pelo mundo em que se põe em causa a soberania dos países.»
Esta atitude do Governo português é demonstrativa
de uma enorme incapacidade de análise e de total ausência de sentido de
responsabilidade que seria expectável por parte de um Governo que encarasse de
forma séria a conjuntura geo-estratégica internacional. Estamos,
infelizmente, entregues a um grupo de amadores.
COMENTÁRIO:
Daquela inteligência em Ministro da Defesa, que já
promoveu exercícios militares com o arqui-inimigo castelhano para poupar
dinheiro, o que se esperava?
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