O facto foi revelado posteriormente visando
amortecer o seu impacto previsível.
Em 22 de Setembro, dois bombardeiros
nucleares russos Tupolev TU-16 ingressaram no espaço aéreo europeu pelo norte
da Noruega e chegaram próximo de Bilbao, Espanha, antes de regressar às suas
bases, noticiou o «Le Figaro» de
Paris.
A invasão teve um carácter provocatório e
relembrou os piores momentos de tensão da Guerra Fria. Os bombardeiros foram
sendo acompanhados por dez aviões de quatro países europeus: Noruega,
Grã-Bretanha, França e Espanha.
Um Tupolev Tu 160 escoltado por um jacto francês. |
Os intrusos não aceitavam comunicações nem
contacto algum. Os dois foram interceptados a uma centena de quilómetros da
costa da Bretanha por caças Rafale franceses, segundo o site do ministério da
Defesa em Paris.
E daí, desviaram para a Espanha onde foram
interceptados por caças bombardeiros F18. A dança da morte durou quatro horas.
O Tupolev Tu-160 Blackjack é um grande bombardeiro
supersónico construído no fim dos anos 1970 em plena era soviética. É o maior
supersónico do mundo e está destinado a ataques a grandes distâncias. Pode e
leva entre 12 e 24 misseis, com ogivas nucleares.
O avião só teve o seu baptismo de fogo em
Novembro de 2015 bombardeando a população civil na Síria. Vladimir Putin
ordenou modernizá-los e relançar a sua produção, pois encontram-se deteriorados
pelo tempo e desfasados tecnologicamente.
A provocação desta envergadura foi a segunda
em 2016. A anterior em costas francesas aconteceu em Fevereiro. Nessa ocasião
dois Blackjack fizeram um percurso análogo.
O chefe do Estado Maior da Força Aérea
francesa, general André Lanata, explicou à France Press que esse tipo de
manobras «faz parte das gesticulações russas», segundo «Le Figaro».
Só um dos Tu-160 que protagonizou o incidente pode levar entre 12 e 24 mísseis com ogivas atómicas. |
Outros atritos aconteceram com grandes
bombardeiros russos Tu-95 Bear sobre
o Canal da Mancha em datas recentes.
O jornal «La Vanguardia» de Barcelona sublinhou que a irrupção sem
aviso prévio dos aviões de ataque vindos da Rússia, constituíram «um insólito e
provocativo movimento da parte de Moscovo».
O maior jornal catalão sublinhou o facto de
os bombardeiros terem chegado até Bilbao, grande cidade no mar Cantábrico onde
foram afastados pelos F18 espanhóis.
Quatro bases aéreas francesas estão em estado
operacional permanente para defender o território. Em caso de alerta, os
interceptores encostam-se aos intrusos suspeitos e tentam comunicar.
Se o intruso não responde ou o nível de
ameaça parece alarmante, só o primeiro-ministro pode dar a ordem de abrir fogo.
Os aviões russos habitualmente não respondem,
e criam um enigma a respeito dos seus objectivos, por certo não amigáveis.
Mas o Kremlin sabe que tem bons amigos ou
opositores moles nos governos da União Europeia e que não tem a temer uma
reacção firmes, até que um dia aconteça o irreparável.
Sem comentários:
Enviar um comentário