terça-feira, 1 de novembro de 2016


Halloween: mera diversão?

Pois quem se diverte mesmo é o diabo!


Pe. Aldo Buonaiuto, exorcista italiano:

«Por trás das brincadeiras, a obra do diabo»

Das brincadeiras do Halloween para o ocultismo há só um pequeno passo, afirma o pe. Aldo Buonaiuto, da Comunidade Papa João XXIII. Ele é exorcista e coordenador de um serviço de ajuda a vítimas do ocultismo. Durante o mês de Outubro, a linha 0800 desse serviço toca sem parar.

Este é um relato de há poucos dias:

«Ligou uma mãe desesperada, que tinha descoberto as mentiras do filho, um rapaz excelente, sincero, que, de repente, mudou de círculo de amizades. Descobriu que o rapaz tinha profanado um cemitério… Eu falei com o rapaz. Porque fizeste isso? E a primeira palavra foi Halloween. Chorando, falou-me da forte persuasão dos novos amigos. No começo parecia tudo uma brincadeira, um jogo. Depois, descobriu que eles estavam agindo a sério; que todos eles acreditavam mesmo naquilo que estavam a fazer. E ele não conseguia livrar-se deles». O episódio quase banal revela como é fácil entrar nesses circuitos. Mas, «especialmente para um jovem, não é fácil sair deles, por vergonha, medo e tantas dinâmicas típicas dessa idade».


O pe. Aldo Buonaiuto acaba de lançar, em Itália, o livro «Halloween: Lo scherzetto del diavolo» (A brincadeira do diabo – título livremente traduzido; a obra ainda não está disponível em português), que examina aspectos históricos e sociológicos desse fenómeno dito cultural.

Segundo ele, a famosa frase «doçura ou travessura?» vem de outra: «oferenda ou maldição?», de origens celtas e usada em sacrifícios ao deus da morte, Samhain, para propiciar um bom Inverno. Embora este significado mais recôndito fique escondido sob a pátina comercial, «o Halloween continua a ser a festa mais importante dos satanistas, envolvendo ocultismo, esoterismo, magia e bruxaria». Por trás das máscaras, o pe. Aldo vê «a obra insidiosa do diabo, uma rasteira indirecta para derrubar as suas vítimas». Os média fazem o resto: «As crianças de hoje nem sabem que existe a festa de Todos os Santos, mas sabem, porque isso é incutido até nas escolas, que existe o Dia das Bruxas – ou Halloween».

E quanto à memória dos falecidos?

«Sequer é comparável. O Halloween exalta o espiritismo, o mundo invisível ligado às forças demoníacas. O Dia de Finados está ligado à crença na vida eterna, na ressurreição do corpo. As religiões têm respeito pelos mortos. O Halloween não tem. Ele ultraja os mortos».

«Não se pode banalizar este fenómeno. Para muita gente, é só um momento de diversão, mas, para os satanistas, a participação indirecta também conta: quem se fantasia está de certa forma exaltando o reino do mal. Que pai quer ver o seu filho de rosto desfigurado, sem os olhos, gotejando sangue? Qual é a diversão nisso? O que se esconde de verdade por trás desse fenómeno que leva a considerar esse tipo de coisa como normal?».

O exorcista está convicto:

«A nossa sociedade não precisa de Halloween, de monstruosidade, de imagens agressivas e violentas do macabro e do horror. Esta sociedade não precisa das trevas. Os nossos filhos precisam da luz. Porque não lhes oferecemos a festa dos santos? Esta é que é uma beleza! É um grande desafio numa sociedade que se devota às coisas ruins para torná-las normais».

Daí o convite: preparar festas temáticas sobre as vidas dos santos. E um apelo aos sacerdotes, professores e catequistas:

«Tenham a coragem de testemunhar a fé desses grandes heróis, os santos e beatos, que têm muito a transmitir para esta sociedade. Abram as portas das paróquias não para abóboras vazias, mas para belas festas! O Dia de Todos os Santos é uma grande oportunidade para sermos quem somos: filhos da luz!».





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