Giulio
Meotti, Il Foglio, 28
de Fevereiro de 2017
Original em inglês:
- Já
há inúmeros observadores católicos questionando a cegueira da Igreja em
relação ao perigo que a Europa está a enfrentar.
- «O
Islão conta com todas as oportunidades para fortalecer, de maneira
expressiva, a sua presença na Europa com a bênção da Igreja... a Igreja
não só está a conduzir o continente a um impasse como também está a dar um
tiro no pé.» — Laurent Dandrieu, editor cultural da revista francesa Valeurs
Actuelles.
- «É
claro que os muçulmanos têm um objectivo final: conquistar o mundo... O
Islão, por intermédio da Lei Islâmica (Sharia), permite o uso da violência
contra os infiéis, como por exemplo os cristãos... E qual é a conquista
mais importante? Roma». — Entrevista concedida pelo Cardeal Raymond Burke
ao Il Giornale.
- «Eles
não são refugiados, isto é uma invasão, vêm para cá com gritos de 'Allahu
Akbar', querem assumir o poder». — Laszlo Kiss Rigo, chefe da comunidade
católica do Sul da Hungria.
- François
Fillon publicou um livro que tem o título: Conquistando o
Totalitarismo Islâmico, subiu nas sondagens por ter prometido
controlar o Islão e a imigração: «temos que reduzir a imigração para o
mínimo dos mínimos», salientou Fillon. «O nosso país não é uma soma
de comunidades, é uma identidade!»
Em breve na Itália e no
resto da Europa todos «serão muçulmanos» devido à nossa «estupidez», alerta
o Monsenhor
Carlo Liberati, arcebispo emérito de Pompeia. Liberati
afirmou que graças ao grande número de migrantes muçulmanos, aliado ao
crescente secularismo dos europeus autóctones, em breve o Islão se tornará a
principal religião da Europa. «Toda essa decadência moral e religiosa favorece
o Islão», esclarece o arcebispo Liberati.
Decadência também
é o título de um novo livro do filósofo francês Michel Onfray, no qual sugere
que a Era judaico-cristã pode ter chegado ao fim. Compara o Ocidente ao Islão:
«nós temos o niilismo, eles têm o fervor, nós estamos exaustos, eles têm o
vigor, nós temos o passado, eles têm o futuro».
O arcebispo Liberati
pertence a uma crescente parcela de líderes católicos que se recusa a aceitar
que o futuro irá pertencer ao Islão na Europa. Manifestam-se abertamente
contrários ao Papa Francisco, que não parece estar muito siderado com o colapso
do cristianismo devido à queda na natalidade, acompanhada pela apatia religiosa
e a sua substituição pelo Islão.
A visão oficial do Papa
Francisco é personificada pelo bispo Nunzio Galantino que foi nomeado pelo
Pontífice ao posto de Secretário Geral dos Bispos de Itália. Em Dezembro
passado Galantino concedeu uma entrevista à imprensa na qual descartou que
qualquer motivação religiosa esteja por trás dos ataques jihadistas afirmando
que na realidade eles estão atrás do «dinheiro».
Já há inúmeros
observadores católicos a questionar a cegueira da Igreja em relação ao perigo
que a Europa está a enfrentar. Um desses observadores é o editor cultural da
revista francesa Valeurs Actuelles, Laurent Dandrieu,
que salienta:
«O Islão conta com todas
as oportunidades para fortalecer, de maneira expressiva, a sua presença na
Europa com a bênção da Igreja. A Igreja contempla o estabelecimento de milhões
de muçulmanos na Europa... e o culto muçulmano no nosso continente como
inevitável manifestação da liberdade religiosa. Mas simplesmente jamais se
menciona a questão civilizacional... Ao afastar-se dos povos autóctones da
Europa e dos seus legítimos temores, a Igreja não só está conduzindo o continente
a um impasse como também está dando um tiro no pé.»
Dandrieu apresenta uma
série de gestos e discursos do Papa Francisco a favor do Islão e dos migrantes:
«Em 1 de Outubro de 2014
o Papa recebeu sobreviventes eritreus de um naufrágio ocorrido na costa de
Lampedusa, em 8 de Fevereiro de 2015 fez uma visita surpresa a um campo de
refugiados em Ponte Mammolo que fica na região nordeste de Roma, em 18 de Abril
aproveitou a primeira visita oficial do novo presidente italiano Sergio
Mattarella para exigir «um comprometimento muito maior» no tocante aos
migrantes, em 6 de Setembro de 2015 no final das orações do Angelus na Praça de
São Pedro, conclamou cada paróquia, comunidade religiosa, mosteiro e
santuário na Europa a acolher uma família de refugiados, em 24 de
Março de 2016 escolheu um alojamento que abrigava 900 refugiados para celebrar
a Quinta-Feira Santa e lavar os pés de doze candidatos a asilo, em 28 de Maio
recebeu crianças cujos pais tinham falecido num barco que naufragou repleto de
migrantes, durante a audiência geral de 22 de Junho o Papa Francisco juntou-se
à multidão para resgatar quinze refugiados.»
No entanto, conforme
mostra o caso de Liberati, a resistência à visão do Papa Francisco em relação à
Europa está a aumentar dentro da Igreja católica.
«É claro que os
muçulmanos têm um objectivo final: conquistar o
mundo», salientou o cardeal Raymond Burke.
«O Islão, por intermédio
da Lei Islâmica (Sharia), quer dominar o mundo, permitindo o uso da violência
contra os infiéis, como por exemplo contra os cristãos. Mas achamos difícil
reconhecer esta realidade e responder defendendo a fé cristã (...) Tenho escutado
inúmeras vezes a seguinte ideia islâmica: 'o que não conseguimos fazer com as
armas no passado, estamos fazendo hoje com a taxa de natalidade e imigração'. A
população está a mudar. Se continuar assim, em países como a Itália a maioria
será muçulmana (...) O Islão alcança a sua meta na conquista. E qual é a
conquista mais importante? Roma».
O primeiro a dar a
conhecer este rumo dramático foi o missionário mais importante de Itália,
padre Piero Gheddo,
tornando saliente que devido à queda da fertilidade somada ao fervor muçulmano,
«o Islão irá, mais cedo do que se imagina, conquistar a maior parte da Europa«.
Este temor não se restringe apenas à ala conservadora da Igreja católica.
O cardeal Christoph
Schönborn, arcebispo de Viena, cotado como candidato a ser o próximo papa,
muito próximo do Papa Francisco, é um centrista. Em Setembro passado, no
aniversário do Cerco a Viena, quando tropas otomanas da
Turquia por pouco não conquistaram a Europa, Schönborn emitiu um apelo
dramático para salvar as raízes cristãs da Europa. «Muitos muçulmanos querem e
dizem que a Europa está acabada», enfatizou o Cardeal Schönborn, em
seguida acusou a Europa de «esquecer a sua identidade cristã». Então alertou,
de forma contundente, sobre a possibilidade da «conquista islâmica da Europa.»
Assim que um tunisiano,
chegou no meio da avalanche de imigrantes à Alemanha, assassinou 12 pessoas
numa feira natalícia em Berlim, o arcebispo católico da capital alemã Heiner Koch, outro
líder católico «moderado» nomeado pelo Papa Francisco, também soou o alarme:
«talvez nós nos activemos demais em cima da imagem radiante da humanidade, no
que é louvável. Nesta altura, no último ano ou talvez também nos últimos anos,
vimos que não, também há o perverso».
O chefe da Igreja
católica romana Tcheca, Miloslav Vlk, também fez um alerta sobre a
ameaça da islamização. «Os muçulmanos na Europa têm muito mais filhos do que as
famílias cristãs, isto explica porque é que os demógrafos chegaram à conclusão
de que num determinado momento a Europa se tornará muçulmana», segundo afirmou
o cardeal Vlk. Ele também culpou a própria Europa pela
conquista islâmica:
«A Europa vai pagar
muito caro por ter abandonado os seus fundamentos espirituais, este é o último
período que não irá continuar por décadas, quando ainda é relativamente
possível fazer alguma coisa. A menos que os cristãos acordem, a vida será
islamizada e o cristianismo não terá forças para marcar o seu carácter na vida
das pessoas, isto sem falar na sociedade».
O Cardeal Dominik Duka,
arcebispo de Praga e Primaz da Boémia também questionou a «a cultura de
boas-vindas» do Papa Francisco.
No âmbito dos bispos
católicos orientais há muitas vozes a levantar temores quanto à revolução
demográfica e religiosa na Europa. Uma dessas vozes é a do líder dos católicos do Líbano,
os quais pagaram um preço altíssimo em virtude da islamização do seu próprio
país, incluindo assassinato e exílio e agora vê o mesmo perigo a vir para a
Europa. «Tenho ouvido muitas vezes de muçulmanos que o seu objectivo é
conquistar a Europa com duas armas: a fé e a taxa de natalidade», salientou o cardeal Bechara Rai.
Outra voz é a do bispo
Paul Desfarges, natural de França, que dirige a diocese de Constantine na
Argélia: «não é de se admirar que o Islão assumiu uma importância desta
envergadura», salientou Desfarges.
«É um problema que preocupa a Europa». O cardeal de Sydney, George Pell, logo
urgiu «um debate sobre as consequências da presença islâmica no mundo
ocidental». Pell foi repercutido por Laszlo Beijo Rigo,
chefe da comunidade católica do Sul da Hungria, que afirmou: «eles não são
refugiados, isto é uma invasão, vêm para cá com gritos de 'Allahu Akbar',
querem assumir o poder».
Na esfera política há
outra propensão, a de fortes líderes católicos que desafiam o Papa Francisco na
questão islâmica e da imigração. O mais importante deles é o candidato à
presidência da França François Fillon, um dos primeiros políticos que «não esconde o facto de ser
católico». Fillon publicou um livro que tem o título: Conquistando o Totalitarismo
Islâmico, subiu nas sondagens por ter prometido controlar o
Islão e a imigração: «temos que reduzir a imigração para o mínimo dos
mínimos», salientou Fillon. «O
nosso país não é uma soma de comunidades, é uma identidade»!
Estes políticos, bispos
e cardeais podem convencer o Papa Francisco a não abandonar a Europa, o berço
do cristianismo e da Civilização ocidental a um iminente e sombrio destino
tomando forma no horizonte. Michel Onfray escreveu
no final do seu livro: «os valores judaico-cristãos governaram por dois
milénios. Um período honroso para uma civilização. O barco está a afundar neste
momento: só nos resta afundar com elegância». É urgente evitar isso. Já!
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