quinta-feira, 2 de março de 2017

«O Islão está a ganhar força na Europa com a bênção da Igreja»



Giulio Meotti, Il Foglio, 28 de Fevereiro de 2017


Original em inglês:



  • Já há inúmeros observadores católicos questionando a cegueira da Igreja em relação ao perigo que a Europa está a enfrentar.
  • «O Islão conta com todas as oportunidades para fortalecer, de maneira expressiva, a sua presença na Europa com a bênção da Igreja... a Igreja não só está a conduzir o continente a um impasse como também está a dar um tiro no pé.» — Laurent Dandrieu, editor cultural da revista francesa Valeurs Actuelles.
  • «É claro que os muçulmanos têm um objectivo final: conquistar o mundo... O Islão, por intermédio da Lei Islâmica (Sharia), permite o uso da violência contra os infiéis, como por exemplo os cristãos... E qual é a conquista mais importante? Roma». — Entrevista concedida pelo Cardeal Raymond Burke ao Il Giornale.
  • «Eles não são refugiados, isto é uma invasão, vêm para cá com gritos de 'Allahu Akbar', querem assumir o poder». — Laszlo Kiss Rigo, chefe da comunidade católica do Sul da Hungria.
  • François Fillon publicou um livro que tem o título: Conquistando o Totalitarismo Islâmico, subiu nas sondagens por ter prometido controlar o Islão e a imigração: «temos que reduzir a imigração para o mínimo dos mínimos», salientou Fillon. «O nosso país não é uma soma de comunidades, é uma identidade!»
Em breve na Itália e no resto da Europa todos «serão muçulmanos» devido à nossa «estupidez», alerta o Monsenhor Carlo Liberati, arcebispo emérito de Pompeia. Liberati afirmou que graças ao grande número de migrantes muçulmanos, aliado ao crescente secularismo dos europeus autóctones, em breve o Islão se tornará a principal religião da Europa. «Toda essa decadência moral e religiosa favorece o Islão», esclarece o arcebispo Liberati.

Decadência também é o título de um novo livro do filósofo francês Michel Onfray, no qual sugere que a Era judaico-cristã pode ter chegado ao fim. Compara o Ocidente ao Islão: «nós temos o niilismo, eles têm o fervor, nós estamos exaustos, eles têm o vigor, nós temos o passado, eles têm o futuro».

O arcebispo Liberati pertence a uma crescente parcela de líderes católicos que se recusa a aceitar que o futuro irá pertencer ao Islão na Europa. Manifestam-se abertamente contrários ao Papa Francisco, que não parece estar muito siderado com o colapso do cristianismo devido à queda na natalidade, acompanhada pela apatia religiosa e a sua substituição pelo Islão.

Monsenhor Carlo Liberati, arcebispo emérito de Pompeia (esquerda) pertence a uma crescente parcela de líderes católicos que se recusam a aceitar que o futuro irá pertencer ao Islão na Europa
e que se manifestam abertamente contrários ao Papa Francisco (direita).

A visão oficial do Papa Francisco é personificada pelo bispo Nunzio Galantino que foi nomeado pelo Pontífice ao posto de Secretário Geral dos Bispos de Itália. Em Dezembro passado Galantino concedeu uma entrevista à imprensa na qual descartou que qualquer motivação religiosa esteja por trás dos ataques jihadistas afirmando que na realidade eles estão atrás do «dinheiro».

Já há inúmeros observadores católicos a questionar a cegueira da Igreja em relação ao perigo que a Europa está a enfrentar. Um desses observadores é o editor cultural da revista francesa Valeurs ActuellesLaurent Dandrieu, que salienta:

«O Islão conta com todas as oportunidades para fortalecer, de maneira expressiva, a sua presença na Europa com a bênção da Igreja. A Igreja contempla o estabelecimento de milhões de muçulmanos na Europa... e o culto muçulmano no nosso continente como inevitável manifestação da liberdade religiosa. Mas simplesmente jamais se menciona a questão civilizacional... Ao afastar-se dos povos autóctones da Europa e dos seus legítimos temores, a Igreja não só está conduzindo o continente a um impasse como também está dando um tiro no pé.»

Dandrieu apresenta uma série de gestos e discursos do Papa Francisco a favor do Islão e dos migrantes:

«Em 1 de Outubro de 2014 o Papa recebeu sobreviventes eritreus de um naufrágio ocorrido na costa de Lampedusa, em 8 de Fevereiro de 2015 fez uma visita surpresa a um campo de refugiados em Ponte Mammolo que fica na região nordeste de Roma, em 18 de Abril aproveitou a primeira visita oficial do novo presidente italiano Sergio Mattarella para exigir «um comprometimento muito maior» no tocante aos migrantes, em 6 de Setembro de 2015 no final das orações do Angelus na Praça de São Pedro, conclamou cada paróquia, comunidade religiosa, mosteiro e santuário na Europa a acolher uma família de refugiados, em 24 de Março de 2016 escolheu um alojamento que abrigava 900 refugiados para celebrar a Quinta-Feira Santa e lavar os pés de doze candidatos a asilo, em 28 de Maio recebeu crianças cujos pais tinham falecido num barco que naufragou repleto de migrantes, durante a audiência geral de 22 de Junho o Papa Francisco juntou-se à multidão para resgatar quinze refugiados.»

No entanto, conforme mostra o caso de Liberati, a resistência à visão do Papa Francisco em relação à Europa está a aumentar dentro da Igreja católica.

«É claro que os muçulmanos têm um objectivo final: conquistar o mundo», salientou o cardeal Raymond Burke.

«O Islão, por intermédio da Lei Islâmica (Sharia), quer dominar o mundo, permitindo o uso da violência contra os infiéis, como por exemplo contra os cristãos. Mas achamos difícil reconhecer esta realidade e responder defendendo a fé cristã (...) Tenho escutado inúmeras vezes a seguinte ideia islâmica: 'o que não conseguimos fazer com as armas no passado, estamos fazendo hoje com a taxa de natalidade e imigração'. A população está a mudar. Se continuar assim, em países como a Itália a maioria será muçulmana (...) O Islão alcança a sua meta na conquista. E qual é a conquista mais importante? Roma».

O primeiro a dar a conhecer este rumo dramático foi o missionário mais importante de Itália, padre Piero Gheddo, tornando saliente que devido à queda da fertilidade somada ao fervor muçulmano, «o Islão irá, mais cedo do que se imagina, conquistar a maior parte da Europa«. Este temor não se restringe apenas à ala conservadora da Igreja católica.

O cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, cotado como candidato a ser o próximo papa, muito próximo do Papa Francisco, é um centrista. Em Setembro passado, no aniversário do Cerco a Viena, quando tropas otomanas da Turquia por pouco não conquistaram a Europa, Schönborn emitiu um apelo dramático para salvar as raízes cristãs da Europa. «Muitos muçulmanos querem e dizem que a Europa está acabada», enfatizou o Cardeal Schönborn, em seguida acusou a Europa de «esquecer a sua identidade cristã». Então alertou, de forma contundente, sobre a possibilidade da «conquista islâmica da Europa

Assim que um tunisiano, chegou no meio da avalanche de imigrantes à Alemanha, assassinou 12 pessoas numa feira natalícia em Berlim, o arcebispo católico da capital alemã Heiner Koch, outro líder católico «moderado» nomeado pelo Papa Francisco, também soou o alarme: «talvez nós nos activemos demais em cima da imagem radiante da humanidade, no que é louvável. Nesta altura, no último ano ou talvez também nos últimos anos, vimos que não, também há o perverso».

O chefe da Igreja católica romana Tcheca, Miloslav Vlk, também fez um alerta sobre a ameaça da islamização. «Os muçulmanos na Europa têm muito mais filhos do que as famílias cristãs, isto explica porque é que os demógrafos chegaram à conclusão de que num determinado momento a Europa se tornará muçulmana», segundo afirmou o cardeal Vlk. Ele também culpou a própria Europa pela conquista islâmica:

«A Europa vai pagar muito caro por ter abandonado os seus fundamentos espirituais, este é o último período que não irá continuar por décadas, quando ainda é relativamente possível fazer alguma coisa. A menos que os cristãos acordem, a vida será islamizada e o cristianismo não terá forças para marcar o seu carácter na vida das pessoas, isto sem falar na sociedade».

O Cardeal Dominik Duka, arcebispo de Praga e Primaz da Boémia também questionou a «a cultura de boas-vindas» do Papa Francisco.

No âmbito dos bispos católicos orientais há muitas vozes a levantar temores quanto à revolução demográfica e religiosa na Europa. Uma dessas vozes é a do líder dos católicos do Líbano, os quais pagaram um preço altíssimo em virtude da islamização do seu próprio país, incluindo assassinato e exílio e agora vê o mesmo perigo a vir para a Europa. «Tenho ouvido muitas vezes de muçulmanos que o seu objectivo é conquistar a Europa com duas armas: a fé e a taxa de natalidade», salientou o cardeal Bechara Rai.

Outra voz é a do bispo Paul Desfarges, natural de França, que dirige a diocese de Constantine na Argélia: «não é de se admirar que o Islão assumiu uma importância desta envergadura», salientou Desfarges. «É um problema que preocupa a Europa». O cardeal de Sydney, George Pell, logo urgiu «um debate sobre as consequências da presença islâmica no mundo ocidental». Pell foi repercutido por Laszlo Beijo Rigo, chefe da comunidade católica do Sul da Hungria, que afirmou: «eles não são refugiados, isto é uma invasão, vêm para cá com gritos de 'Allahu Akbar', querem assumir o poder».

Na esfera política há outra propensão, a de fortes líderes católicos que desafiam o Papa Francisco na questão islâmica e da imigração. O mais importante deles é o candidato à presidência da França François Fillon, um dos primeiros políticos que «não esconde o facto de ser católico». Fillon publicou um livro que tem o título: Conquistando o Totalitarismo Islâmico, subiu nas sondagens por ter prometido controlar o Islão e a imigração: «temos que reduzir a imigração para o mínimo dos mínimos», salientou Fillon. «O nosso país não é uma soma de comunidades, é uma identidade»!

Estes políticos, bispos e cardeais podem convencer o Papa Francisco a não abandonar a Europa, o berço do cristianismo e da Civilização ocidental a um iminente e sombrio destino tomando forma no horizonte. Michel Onfray escreveu no final do seu livro: «os valores judaico-cristãos governaram por dois milénios. Um período honroso para uma civilização. O barco está a afundar neste momento: só nos resta afundar com elegância». É urgente evitar isso. Já!


Tradução: Joseph Skilnik





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