sábado, 1 de abril de 2017

Exagero no receio da extinção das espécies


Luis Dufaur, Instituto Corrêa de Oliveira, 30 de Março de 2017


Pesquisas revelam que não é proporcional e carece de objectividade o medo espalhado por movimentos ambientalistas da eventual extinção de certas espécies.
Ao se prestar ouvidos ao catastrofismo ecologista, as espécies vivas vegetais e animais estariam em risco de desaparecer mais cedo ou mais tarde por culpa da intromissão da civilização criada pelos humanos. Neste contexto, toda a medida, até a mais descabelada, para se salvar alguns insectos ou parasitas estaria justificada.

Entretanto, os pesquisadores especializados na classificação dos seres vivos apresentam um panorama muito mais objectivo, e por isso mesmo mais optimista. Julgam que na Terra há ainda nada mais nada menos que entre 8 e 30 milhões de espécies a serem descobertas. É o que havia noticiado o periódico parisiense «Le Monde». Agora, a recente expedição na selva colombiana anunciou a feliz descoberta de mais cem espécies, especialmente de borboletas.

Em matéria de espécies vivas, o quadro não teria o carácter apocalíptico espalhado pela propaganda ambientalista.

Philippe Bouchet [foto no topo], zoólogo do Museu Nacional de História Nacional (MNHN), em França, recorda: «Nos anos de 1970, era dominante a ideia de que já tudo tinha sido visto e catalogado. Explorar a biodiversidade era uma ideia que se julgava própria do século XIX, e superada».

A partir dos anos 80 houve uma mudança radical: «Entomologistas que passaram a usar métodos modernos de prospecção emitiram a hipótese de que vários milhões de espécies de insectos viviam na canopeia» — tecto de vegetação formado pela folhagem superior das árvores. E encontrou-se todo um ecossistema insuspeitado.

Neste período, enquanto os ambientalistas na moda se exibiam nos congressos e nos média a anunciar a extinção das espécies, os verdadeiros cientistas começaram as explorações de oceanos e fontes hidrotermais, que se revelaram «meios inteiramente novos para a ciência, onde viviam espécies nunca antes vistas!».

Paralelamente, explicou Bouchet, «o acesso a técnicas moleculares, menos caras e mais simples de usar, fez com que pudéssemos ver com os novos olhos espécies da fauna e da flora que acreditávamos serem bem conhecidas».

E os esforçados investigadores constataram que estavam diante da perspectiva de rever tudo quanto já havia sido catalogado. Enquanto isso, ignorantes de todo este trabalho científico, ou fingindo não saber deles, apóstolos do apocalipse ecológico espalhavam — como Al Gore — livros e filmes prenhes de falsos científicos.

Na condição de chefe da expedição, Philippe Bouchet acompanhou durante quatro meses, em 2006, mais de 150 cientistas à ilha Espírito Santo, no arquipélago de Vanuatu, no Sul do Pacífico: eles imergiram no mar, subiram as montanhas, fizeram espeleologia. Obviamente, os grandes média, devotados em espalhar o pânico sensacionalista do fim das espécies, pouco falou deles.

Uma expedição como esta pode trazer entre «1 000 e 2 000 espécies novas». Mas, cinco anos depois, apenas uma centena tinha sido devidamente catalogada pela falta de especialistas na enorme massa das novas espécies.


Se anunciassem a descoberta de uma espécie vítima do «aquecimento global antropogénico» e talvez tivessem sido contemplados com volumosas verbas para completar o serviço.

Acresce-se a isso que o desaparecimento ou a falta de colecta de novos exemplares é algo que não espanta em nada os cientistas. É até um facto recorrente na actividade quotidiana.





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