segunda-feira, 2 de novembro de 2009

João Brandão Ferreira lança livro sobre a guerra do Ultramar



Três décadas após o fim da guerra colonial, no livro Em Nome da Pátria, Brandão Ferreira questiona se os portugueses travaram uma «Guerra justa» e se tinham o direito de a fazer e conclui que a descolonização enfraqueceu o País.
O livro, com quase 600 páginas, foi lançado na Academia Militar, em Lisboa, pela Publicações D. Quixote.

O tenente-coronel piloto-aviador Brandão Ferreira, 56 anos, é um militar de transição entre dois regimes políticos. Estava ainda na Academia Militar quando ocorreu o 25 de Abril de 1974 e seguiu depois para os Estados Unidos.

No entender do autor, impõe-se «conseguir um conjunto elaborado de conhecimento que permita que a nação portuguesa caminhe para um futuro assente em bases sólidas e verdadeiras e não sobre falsos postulados».

Os seus princípios parecem inabaláveis: «Por aquilo que é secundário, negoceia-se; pelo que é importante, combate-se; pelo que é fundamental, morre-se».

No seu entender, com a descolonização, os portugueses perderam liberdade estratégica e ficaram enfraquecidos e divididos como comunidade.

O militar culpa Marcelo Caetano («uma pessoa de bem», com «grandes qualidades intelectuais») de nada ter feito «para contrariar eficazmente» aqueles que então começaram a defender a independência das ex-colónias.

No livro, Brandão Ferreira rejeita que a guerra fosse insustentável, nomeadamente devido ao número de baixas portuguesas: «A verdade é que, por ano, morria mais gente nas estradas de Portugal Continental do que nas três frentes de luta em África».
«Será mais digno combater no Afeganistão que no Estado português da Índia? No Líbano que em Angola? Na Bósnia que na Guiné-Bissau? No Kosovo, que em Moçambique? São estes os novos ventos da história?»

Texto condensado da Lusa

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