sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sem amigos no Próximo Oriente

Daniel Pipes






Ler mais em:
http://pt.danielpipes.org/10329/sem-amigos-no-oriente-medio



Os levantes árabes de 2011 inspiraram respostas tremendamente inconsistentes do Ocidente. Como por exemplo, pode-se justificar a contínua opressão de dissidentes no Bahrein e ao mesmo tempo enaltecer os dissidentes no Egipto? Ou proteger os rebeldes líbios dos ataques do governo e não seus análogos sírios? Opor-se aos ataques dos islamistas no Iêmen mas não na Tunísia?
Tais discriminações usadas especialmente para este fim reflectem algo mais profundo do que simples incompetência: a dificuldade em desenvolver uma política construtiva no que diz respeito a uma região onde, tirando algumas excepções (Chipre, Israel e Irã), as populações são predominantemente hostis ao Ocidente. Os amigos são poucos, impotentes e com fracas perspectivas de assumir o controle. Democracia, por conseguinte, se traduz em relações hostis com governos hostis.
Tanto a primeira onda de eleições em 2005 como a segunda, começaram exactamente na Tunísia, o que confirma que, dada a liberdade de escolha, a maioria das populações do Oriente Médio votam nos islamistas. Dinâmico, culturalmente autêntico e ostensivamente democrático, apresentam um corpo de ideias politicamente vibrantes e únicas, constituindo o único movimento político muçulmano importante.
Mas o islamismo é a terceira ideologia totalitária (atrás do fascismo e do comunismo). Ele afrontosamente propõe um código medieval para lidar com os desafios da vida moderna. Retrógrado e agressivo, denigre os não muçulmanos, oprime as mulheres e justifica o uso da força para expandir o domínio muçulmano. Democracia no Oriente Médio ameaça não apenas a segurança do Ocidente como também a sua civilização.
O que explica a razão pela qual os líderes ocidentais (com a breve excepção de George W. Bush) evitam estimular a democracia no Oriente Médio muçulmano.
Em contrapartida, os presidentes não eleitos da região, Reis e Emires representam uma ameaça menor ao Ocidente. Com Muammar al-Gaddafi há muito tempo punido pelo poder americano e Saddam Hussein afastado pelas forças lideradas pelos Estados Unidos, os egocêntricos se foram por volta de 2003 e os homens fortes sobreviventes, quase que na totalidade, aceitaram o status quo. Não desejavam mais do que a permissão de reprimir seu próprio povo e extravagantemente aproveitar os seus privilégios.

Sem comentários: