terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Os gritinhos do Pimentinha e o progressismo do Mira Amaral

Heduíno Gomes


No «Prós e Contras» de 13 de Janeiro de 2012, o tema era o problema energético de Portugal. A favor das energias renováveis estava o Carlos Pimenta, mais conhecido pelo Pimentinha.
O Pimentinha é conhecido pelo seu histerismo, com os gritinhos que mais não são do que bombas terroristas para atemorizar os que com ele discutem. Foi assim que participou no debate. Um palhaço.
Fez-me lembrar a sua cena – segundo me contaram – no Congresso da Figueira da Foz, em 1985, em que o sujeito, opondo-se ao Cavaco, o trata de nazi (isto porque constava que o Cavaco seria de direita – mal sabia ele o que estava por detrás daquela esfinge de Boliqueime, a esfinge do monstro no funcionalismo público, do aborto, do «casamento» de invertidos, do apoio aos aliados africanos da União Soviética, etc…).
Voltemos ao Pimentinha. Dado que o Cavaco ganhou a presidência do PPD-PSD, eis que o herói antinazi e anticavaquista via ameaçada a sua carreira política. Mas não se atrapalha. Também segundo me contaram, o próprio Cavaco teria confidenciado o seguimento da atitude do Pimentinha: num dos dias seguintes, o Pimentinha procura o Cavaco e põe-se a chorar (literalmente) e a pedir-lhe mil desculpas… E este, magnânimo, deu-lhe o tacho de deputado europeu. Tudo em família.
Nesse mesmo debate da RTP1 participou o Mira Amaral. Perante umas tiradas histéricas e demagógicas do Pimentinha, o Mira Amaral comparou «a demagogia» Mira Amaral «à de Salazar», que – segundo o ex-ministro cavaquista –, quando queria combater alguém, dizia que essa pessoa era comunista.


Aqui, Mira Amaral comete o erro de emprenhar pelos ouvidos. E quem o emprenhou foi o PCP. Mira Amaral, que nunca foi nenhum opositor ao Estado Novo, ouviu dizer esta falácia e repete-a. Na verdade, foi o próprio PCP que a lançou para que os seus militantes, ilegalizados, se camuflassem de «democratas», que efectivamente não estavam ilegalizados. E como Mira Amaral não tem a noção da grandeza da infiltração dos militantes do PCP na sociedade e até no Estado, mesmo antes do 25A, cai que nem um patinho nessa falácia. E ao mesmo tempo mostra-se como um progressista. Politicamente correcto.

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