Nas suas palavras prévias à
oração do Ângelus, na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI mencionou que
o Evangelho de hoje, «nos convida a perguntar-nos sobre a nossa
capacidade de escuta». «Antes de poder falar de Deus e com Deus, é preciso
escutá-Lo».
O Santo Padre revelou que «a
liturgia da Igreja é a ‘escola’ desta escuta do Senhor que nos fala».
O Evangelho de hoje, mencionou o
Papa, «apresenta-nos Jesus que «com o poder do Espírito» ia aos Sábados
à sinagoga de Nazaré» onde «se levantou para ler uma passagem do
profeta Isaías que principia assim: «o Espírito do Senhor Deus
repousa sobre mim, / porque o Senhor consagrou-me pela unção; / enviou-me a
levar a boa nova aos humildes»».
«Jesus, de facto, ao
terminar a leitura, num silêncio cheio de atenção, disse: «Hoje
cumpriu-se esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir»».
O Papa especificou que «São
Cirilo de Alexandria afirma que o «hoje», localizado entre a primeira e a
última vinda de Cristo, está ligado à capacidade do crente em escutar
e arrepender-se. Mas em sentido ainda mais radical, é o próprio Jesus o «hoje» da
salvação na história, porque completa a plenitude da redenção. O termo «hoje»,
muito querido por São Lucas, relata-nos o título cristológico preferido pelo
próprio Evangelista, aquele de salvador (s?t?r). Já nos relatos da
infância está presente nas palavras do anjo aos pastores: «Hoje, na
cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, Cristo Senhor».
Queridos amigos, esta canção
desafia-nos «hoje» também a nós. «Antes de tudo faz-nos pensar
no nosso modo de viver o Domingo: dia de repouso, da família e de
dedicação ao Senhor, participando na Eucaristia, onde nos
alimentamos do Corpo e Sangue de Cristo e da sua Palavra de vida».
«Cada dia (kath?meran)
pode-se transformar no hoje salvífico, porque a salvação é história que
continua para a Igreja e para cada um dos discípulos de Cristo. Este é o
sentido cristão do «carpe diem»: aproveite o hoje em que Deus te
chama para doar-te a salvação!».
«A Virgem Maria seja sempre
o nosso modelo e a nossa guia no saber reconhecer e acolher, a cada dia da
nossa vida, a presença de Deus, Salvador nosso e de toda a humanidade»,
concluiu.
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