João Brandão Ferreira
Curiosa Opinião!
Será interessante, passadas duas décadas, conhecer a visão e opinião de
uma grande líder da Europa sobre o assunto de mulheres nas Forças Armadas.
Não foi ouvida, e talvez seja tempo de fazer uma análise das
consequências e alterações resultantes.…
…Mas os militares também são diferentes, porque a vida da
caserna é distinta da vida do civil. As virtudes que precisam ser cultivadas
por aqueles que são chamados a colocar em risco as suas vidas no cumprimento do
seu dever simplesmente não são as mesmas exigidas a um homem de negócios, a um
funcionário civil ou, sem sombra de dúvida, a um político. É vital, acima de
tudo, ter coragem — coragem física.
Os militares precisam desenvolver a camaradagem com os seus
companheiros em muito maior grau. Devem ser capazes, implicitamente, de confiar
uns nos outros. Soldados, marinheiros e aviadores também são indivíduos e basta
ler as suas biografias para compreender isso. Mas não podem ser
individualistas. Para aqueles que vivem em regime disciplinar, são os deveres e
não os direitos que balizam suas vidas. Eis por que a vida militar é justamente
considerada uma nobre vocação e por que, através dos anos, muitos dos que
abandonam a carreira militar para ingressar na vida civil sentem dificuldade
para se adaptar.
Como regra, os militares necessitam ser fisicamente fortes. Não
é suficiente ser talentoso, embora a habilidade certamente ajude. Nenhuma força
combatente pode se permitir abrigar, mesmo em pequena proporção, pessoal que
não esteja apto a cumprir missões que lhe possam vir a ser atribuídas.
Assim, sou contra as actuais tentativas de empregar conceitos
liberais e institucionais da vida civil nas nossas forças armadas. Programas
visando introduzir sistemas jurídicos segundo o modelo civil, promover direitos
homossexuais e franquear novas actividades para mulheres são, no mínimo,
irrelevantes para as funções que se espera sejam desempenhadas pelos militares.
Sob um enfoque pessimista, contudo, ameaçam a capacidade militar de forma
realmente perigosa.
O militarismo feminista nas forças armadas talvez seja o mais
pernicioso desses agentes «reformadores». O facto de a maioria dos homens ser
mais forte do que a maior parte das mulheres significa ou que as mulheres devem
ser excluídas das missões fisicamente mais exigentes, ou que precisa ser
reduzida a exigência de tais missões, algo evidentemente mais fácil em treino
do que em combate. Porém, obviamente, é essa segunda alternativa que as
feministas procuram ver adoptada e, com muita frequência, as suas pretensões
são aceitas.
Quando se constatou que as mulheres não são capazes de lançar
granadas comuns à distância desejável, para que não sejam atingidas pela
explosão, a solução foi não deixar a tarefa só para homens, mas construir
granadas mais leves (e menos letais). Quando se descobriu que mulheres a bordo
de navios de guerra precisam de instalações não exigidas pelos homens, A
Marinha dos Estados Unidos teve que «reconfigurar» as suas belonaves para
proporcioná-las — apenas no USS Eisenhower, ao custo de US$ 1 milhão.
Quando a maioria das mulheres (correctamente, em minha opinião)
opta por não assumir funções de combatente, a resposta, de acordo com um
professor da universidade de Duke, é fazer com que os militares abdiquem de
atributos como «autocontrole, autoconfiança, agressividade, independência,
auto-suficiência e determinação» para assumir riscos. As mulheres dispõem de
inúmeras tarefas em que podem servir com destaque. Algumas de nós até dirigimos
nações. Mas, em geral, somos melhores lidando com bolsas do que com baionetas.
Guerra sempre envolverá o emprego de baionetas ou equivalentes.
É irrealista pensar que as guerras possam vir a ser travadas sem jamais ocorrer
contacto físico e confronto directo com o inimigo.
Tendo em mente essas considerações, penso que os nossos líderes
políticos e militares devem:
· Revelar mais firmeza, resistindo aos lobies de pressão «politicamente
correctos» que contribuem para subverter a ordem e a disciplina em nossas
forças armadas.
· Deixar claro que a vida na caserna não pode tomar como modelo
os procedimentos, a moldura legal ou as peculiaridades da vida civil.
· Recusar-se a colocar a doutrina liberal adiante da eficácia
militar.
· Demonstrar um pouco de
bom senso.
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