domingo, 26 de outubro de 2014


O «estupefactável» Presidente da Cáritas

a Ministro das Finanças, já!


Luís Lemos


«estupefacto» senhor Fonseca, Presidente da Cáritas.

O Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca, declara-se à RR «estupefacto» com a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, defendendo que gastar em educação, saúde e na protecção social «não é uma despesa, mas sim um investimento».

Nós, que nada temos a ver com a alheia ao bem comum e incompetente classe política
, incluindo a que actualmente se encontra no poleiro, é que não podemos deixar de ficar estupefactos com as declarações económicas e financeiras de certos (ir)responsáveis que falam em nome da Igreja. Mas, à força de tanta matéria para estupefacção, é verdade que vamos ficando habituados. Essa matéria tem vindo há anos e anos a ser produzida por cardeais, bispos e padres. E também por leigos com responsabilidades em órgãos da Igreja. E especialmente por certas organizações da Igreja. Querem parecer bem. É por isso que há por aí uma série de Dons Januários e Dons Manuéis Martins, para citar os mais castiços.

Mas convém que o hábito de os ouvir nas fantasias não prevaleça sobre as nossas consciências sobre a realidade.

Pois o senhor Fonseca, em vez de se reduzir à sua função de ajudar os necessitados, é daqueles que, aproveitando o poleiro da função, não perde uma oportunidade para se armar em comissário político e largar umas biscas financeiras demagógicas, populistas, completamente irresponsáveis, e, diga-se de passagem, por vezes parcas de inteligência. É caso para lhe dizer que se meta na sua vida, isto é, na sua função de executivo de uma organização católica de caridade, pois os católicos não têm de o aturar com a suas posições políticas.

Claro que a capa desta gente é sempre a sua duvidosa bondade cristã (duvidosa neles, não duvidosa a bondade cristã – esclareça-se!).

Até já tivemos um desses bons cristãos, Bagão Félix, que foi Presidente de uma outra bondosa organização dita católica – a Comissão Nacional Justiça e Paz, onde tinha a seu lado um bloquista –, e depois Ministro das Finanças. A coisa não resultou dessa vez. Quem sabe se com o senhor Fonseca em Ministro das Finanças a coisa vai resultar?






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