domingo, 1 de novembro de 2015


Opiniões de vários «direitistas»

contra um governo Costa-Jerónimo


Álvaro Beleza, membro da Comissão Política do PS:
«O Bloco e o PCP não aceitam a Europa em que nós estamos. São dois partidos que não defendem a economia de mercado. Nós somos sociais-democratas e aí há uma linha vermelha.»

Ana Gomes, eurodeputada do PS:
«Mais do que uma vitória da coligação há uma derrota do PS. O partido, mais do que nunca, tem que fazer uma análise nos órgãos próprios.»

António Galamba, ex-deputado e membro da Comissão Política do PS:
«Depois de quatro anos de vale-tudo à direita, a tentação de um vale-tudo à esquerda. Uma solução sem respeito pela vontade popular, ao arrepio dos valores republicanos e democráticos.»

Ascenso Simões, ex-membro do Secretariado Nacional do PS e ex-director de campanha de António Costa:
«Deve o PS assumir os riscos de uma gestão dificílima em que, sem qualquer linha de contacto à direita, se confrontaria, logo no primeiro orçamento, com o inevitável aumento da despesa e a circunstância previsível de incumprir as obrigações europeias? Que condições encontraria na concertação social perante uma UGT fragilizada e uma CGTP mais robustecida?»

Augusto Santos Silva, ex-ministro da Defesa, da Educação e dos Assuntos Parlamentares:
«A Constituição dá uma margem grande ao Presidente para interpretar os resultados eleitorais. O critério relevante deve ser o do grupo parlamentar mais numeroso. É este que deve assumir as responsabilidades de formar governo.»

Carlos Silva, secretário-geral da UGT:
«Não me parece que as forças à esquerda do Partido Socialista dêem garantias de estabilidade em relação ao futuro.»

Carlos Zorrinho, ex-líder parlamentar e eurodeputado do PS:
«Os eleitores que confiaram no PS não perdoarão uma troca dos seus votos por cargos de poder. Esperarão, antes, o uso desses votos para concretizar melhorias concretas na vida do País e nas suas vidas.»

Eduardo Marçal Grilo, ex-ministro da Educação do governo Guterres:
«O País está entalado. Governo à esquerda será um enorme desastre.»

Eurico Brilhante Dias, deputado e ex-membro do Secretariado Nacional do PS:
«Quem perde as eleições deve ir para a oposição. Um governo minoritário do PS que substitua um governo minoritário da coligação, tendo esta ganho as eleições, é politicamente pouco sustentável e é um governo que começa politicamente fragilizado – se assim for. O mais razoável é que a coligação e o PS cheguem a um entendimento.»

Francisco Assis, ex-líder parlamentar e eurodeputado do PS:
«Quanto à perspectiva de se constituir uma maioria assente num apoio parlamentar dos partidos de esquerda, mantenho o cepticismo que sempre tive. Entendo que subsistem divergências de tal modo insanáveis que não vislumbro a possibilidade de se constituir um Governo de coligação – o que me parece absolutamente impensável.»

Francisco Seixas da Costa, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus:
«Não tenho a menor confiança – e reivindico essa liberdade – de que seja possível garantir que o PCP e o BE sustentem, ao longo da legislatura, um apoio contínuo que, por exemplo, permita aprovar eventuais medidas, de natureza institucional ou em matéria de política financeira, que possam vir a ser indispensáveis para garantir a continuidade da nossa presença no euro.»

Helena Freitas, deputada e cabeça de lista do PS por Coimbra:
«Passos Coelho ganhou as eleições e tem todo o direito a governar. (...) Uma maioria que não se apresentou aos eleitores e portanto, para efeitos de governo, não existe, não é legítima.»

João Proença, ex-secretário-geral da UGT:
«O PS está a subverter os resultados eleitorais e isso é perigoso.»

José Lello, ex-ministro e deputado do PS:
«Esses indivíduos do BE e do PCP não estão a ser sérios. Há 15 dias diziam uma coisa totalmente diferente. Não vão aceitar o euro nem o Tratado Orçamental nem coisa nenhuma. Eles mudaram assim tanto?»

José Luís Carneiro, líder do PS/Porto, a maior distrital socialista:
«Quem ganha as eleições deve ter condições para governar.»

José Vera Jardim, ex-ministro da Justiça e membro da Comissão Política do PS:
«Vejo o diálogo com a coligação PSD/CDS. Com a esquerda não vejo capacidade nenhuma de diálogo.»

Luís Bernardo, ex-assessor de António Guterres e ex-director de comunicação de José Sócrates:
«O PS tem de virar a página. Terminar este seu ciclo santanista com uma liderança sustentada por uma elite que a todo o custo se quer perpetuar na política.»

Manuela Arcanjo, ex-ministra da Saúde e ex-secretária de Estado do Orçamento nos executivos de Guterres:
«O PR deverá começar por indigitar Passos Coelho mesmo que venha a existir uma moção de censura que chumbe o seu programa de governo. Alguns argumentam que tal seria uma perda de tempo. Pois que seja. Outros defendem que existe uma maioria absoluta à esquerda. Lamento, mas o que existe é uma maioria aritmética de deputados dos partidos que representam as diversas esquerdas.»

Rui Paulo Figueiredo, deputado do PS:
«Não acredito numa solução de entendimentos pontuais do PS com os partidos de esquerda.»

Sérgio Sousa Pinto, ex-líder da JS e membro do Secretariado Nacional do PS:
«Os comunistas não querem ir para o governo. Como também não o quer o Bloco. Não lhes interessa partilhar o fardo de governar. Querem um governo fraco do PS, para derrubarem quando for oportuno.»

Teixeira dos Santos, ex-ministro das Finanças dos executivos Sócrates:
«Pelo maior alinhamento que existe nas questões europeias entre a coligação [Portugal à Frente] e o PS, diria que à partida um acordo que envolvesse estas forças políticas teria maior probabilidade de garantir estabilidade.»

Vasco Cordeiro, líder do PS-Açores e presidente do Governo Regional açoriano:
«Mais importante do que os resultados das construções técnico-jurídicas de transformação de votos em mandatos, é o respeito pela vontade popular. E a vontade do povo, da mesma forma que foi clara nos Açores, foi clara a nível nacional.»

Vital Moreira, constitucionalista e ex-deputado do PS:
«Trazer o PCP e o BE para a esfera do governo pode ser uma receita para o desastre.»

Vitalino Canas, deputado do PS:
«Não ouvi do BE ou do PCP uma única palavra da linha europeia. Esse é uma parte essencial do programa do PS. Vale a pena estabelecer linhas de actuação: o PS estabeleceu as suas, outros partidos não o fizeram.»

Vítor Ramalho, membro da Comissão Política do PS:
«A direita, tendo tido mais votos que o PS, deve governar.»





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