L. Lemos
Francisco Sarsfield Cabral é um dos que aparece aí a elogiar Almeida Santos, isto é, a escrever a história recente de Portugal à sua maneira. Escreve ele (http://rr.sapo.pt/artigo/44679/almeida_santos_e_a_rr):
ALMEIDA SANTOS E A RR
Francisco Sarsfield Cabral RR 20 Jan, 2016
Vale a pena recordar a intervenção de Almeida Santos no final de 1975 para entregar a RR à sua legítima proprietária, a Igreja Católica, após a ocupação por elementos de extrema-esquerda.
Ao longo dos 40 anos de democracia representativa em Portugal, o Dr. Almeida Santos teve um papel importante, embora muitas vezes pouco conhecido.
Vale a pena recordar a intervenção de Almeida Santos, no final de 1975, para entregar a RR à sua legítima proprietária, a Igreja Católica, após a ocupação por elementos de extrema-esquerda. O episódio é relatado no volume I do livro do Eng. Fernando Magalhães Crespo Os Meus 31 Anos na Rádio Renascença (Ed. Principia).
O Dr. Almeida Santos, então ministro da Comunicação Social, convocou o Conselho de Gerência da RR para uma reunião, quatro dias após o 25 de Novembro de 1975. Aí, o ministro comunicou a dois gestores da RR, o Eng. Magalhães Crespo e o Dr. Torgal Ferreira, a decisão do Governo de nacionalizar todas as rádios privadas. Ora, estes gestores fizeram ver ao Dr. Almeida Santos que, no caso da RR, a nacionalização iria contra a Concordata com a Santa Sé, além de outras objecções.
Almeida Santos compreendeu os argumentos dos gestores da RR. E introduziu uma ressalva para a RR na lei que já estava redigida e foi aprovada em Conselho de Ministros, três dias depois. Inteligência e capacidade de decisão.
Com o seu Grão-Mestre. |
A cruz como cenário. |
Daqui se conclui que o grande mérito de Almeida Santos foi recuar no seu desejo afonsino costista de calar a RR, pois, se o fizesse, estaria a violar um tratado internacional.
Estes católicos da capela do Rato são o máximo!
Independentemente de Almeida Santos ser uma pessoa cordial — que reconheço —, era um maçon anti-Igreja, como se vê pela sua pretensão. Agia como tal, desempenhando o papel que a doutrina maçónica recomenda.
Eu gostaria de ver, a propósito da morte de Almeida Santos, da parte da Igreja, uma clarificação da questão maçónica (desde que não seja o bispo Carlos Azevedo a redigir a clarificação...). Mas ainda está a tempo...
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