António Ribeiro Ferreira,
Correio da Manhã, 15 de Novembro de 2009
A questão não é nova. Dura há anos e tem marcado a vida do PS nesta primeira década do século XXI. Começou com o processo Casa Pia, em que os dirigentes do PS, antigos e actuais, mostraram uma total falta de respeito pelas instituições e revelaram uma enorme falta de sentido de Estado. Foi a época das conspirações, das urdiduras e das cabalas montadas sabe-se lá por quem, mas em que os agentes judiciais estiveram sempre na linha de fogo dos socialistas.
Veio mais tarde o caso Freeport e voltaram as campanhas negras e os ódios concentrados na Comunicação Social. Agora, está aí a `Face Oculta', um caso de corrupção em que estão envolvidas diversas empresas estatais ou participadas pelo Estado. E, claro, muitos dos arguidos são gradas figuras do PS, como Armando Vara, amigo de José Sócrates. E quando a Justiça começa a descobrir actuações suspeitas do próprio primeiro-ministro, reveladas em escutas telefónicas autorizadas por um juiz, começa de novo o desvario socialista. Desta vez não são conspirações ou campanhas negras. Desta feita o PS foi mais longe e acusa inspectores da PJ e procuradores do Ministério Público de espionagem política. É caso para dizer que o PS está de cabeça perdida e a passar todas as marcas. E revela, mais uma vez, uma enorme falta de sentido de Estado.
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