domingo, 3 de janeiro de 2010

Homenagem a Carlos Candal, o socialista que os topava


Heduíno Gomes

Foi em 1995 que Carlos Candal escreveu um manifesto que ficou célebre, com o qual participava na campanha eleitoral para a AR no seu distrito, Aveiro, opondo-se a Pacheco Pereira, pelo PSD, e Paulo Portas, pelo PP. O tom frontal e irónico levou a um coro de críticas. Nesse manifesto, intitulado «Breve manifesto anti-Portas em português suave», Carlos Candal reafirma as suas ideias socialistas, de que não comungamos, mas tem a coragem de denunciar uma série de práticas corruptas vividas na política e nos meios de comunicação.

Por isto, neste momento em que o lóbi sodomita atingiu as altas esferas do poder e se prepara para legalizar o chamado «casamento» entre essa espécie, aqui prestamos a nossa homenagem a Carlos Candal reproduzindo dois parágrafos desse manifesto.

21.- Por definição, as interferências do género são discretas ou mesmo subliminares - e passam geralmente desapercebidas aos cidadãos influenciáveis. Na verdade, quem é que, de manhã, ao acompanhar a torrada e o galão do dejejum com a leitura do 'Público', pondera que esse jornal tem dono - e que o editorialista Vicente Jorge Silva é capataz dos respectivos interesses (mesmo quando - agora instalado - escreve considerações que fazem lembrar os tempos remotos e diferentes em que foi considerado pelos situacionistas de então como um jovem rasca da 'geração de 60')? E quem perceberá que está a ser condicionado na formação da sua opinião, quando escuta na rádio uma análise ou critica - injustamente lisonjeira - da acção de um diplomata, do trabalho de um artista ou da capacidade de um político homossexual proferida por outro homossexual, se não souber que tal apreciação reporta afinal a solidariedade de pessoas da mesma minoria ?

22.- A acção de todos ou alguns desses 'lobbies' perpassa de facto os principais partidos - transversalmente. E, por vezes, é no espírito-de-corpo ou jogo de conveniências dos respectivos protagonistas que se encontra explicação para surpreendentes convívios gastronómicos no 'Gambrinus' ou na província e para inesperados apoios ou solidariedades espúrias ocasionalmente detectáveis nos mais variados campos da nossa vida colectiva.

Carlos Candal (Aveiro, 1 de Junho de 1938 — Coimbra, 18 de Junho de 2009)




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