Heduíno Gomes
Começa a ser fatídico, enjoativo e sonolento ouvir em cada 10 de Junho a conversa do santinho António Barreto: conversa moralista e aparentemente crítica sobre a política e os políticos vinda de alguém que dá provas de ser tão mau como os que critica.
Merecerá alguma confiança um sujeito que edita livros na linha da decadente III República, nomeadamente a promover as tais «liberdades» dos invertidos?
Merecerá alguma confiança um sujeito que pensa nos moldes dos mitos ideológicos e antivalores morais que imperam, como ficou patente na série televisiva que produziu, na qual mentiu descaradamente sobre a vida social e política antes de 1974 e promoveu a decadência moral? (Ele deixou o PCP em 1968 apenas porque a União Soviética invadiu a Tchecoslováquia mas a mentalidade continuou a mesma do Rumo à Vitória de Cunhal, que ainda perdura na sua actual visão sobre Portugal de antes de 1974.)
Merecerá alguma confiança um sujeito que sistematicamente se opõe à clarificação política e moral (a que chama «crispação»), comportando-se como um oportunista politicamente correcto e um vulgar relativista?
Porque o tipo faz uma conversa de santinho para agradar, politicamente correcta, agora até já há para aí uns patós que começam a falar dele como candidato às próximas eleições presidenciais. Para que tudo fique na mesma.
Depois de Eanes, Sampaios e Cavacos, tudo é possível e louvado nesta III República.
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