domingo, 12 de junho de 2011

O dia de Santo António Barreto

Heduíno Gomes
Começa a ser fatídico, enjoativo e sonolento ouvir em cada 10 de Junho a conversa do santinho António Barreto: conversa moralista e aparentemente crítica sobre a política e os políticos vinda de alguém que dá provas de ser tão mau como os que critica.

Merecerá alguma confiança um sujeito que edita livros na linha da decadente III República, nomeadamente a promover as tais «liberdades» dos invertidos?

Merecerá alguma confiança um sujeito que pensa nos moldes dos mitos ideológicos e antivalores morais que imperam, como ficou patente na série televisiva que produziu, na qual mentiu descaradamente sobre a vida social e política antes de 1974 e promoveu a decadência moral? (Ele deixou o PCP em 1968 apenas porque a União Soviética invadiu a Tchecoslováquia mas a mentalidade continuou a mesma do Rumo à Vitória de Cunhal, que ainda perdura na sua actual visão sobre Portugal de antes de 1974.)

Merecerá alguma confiança um sujeito que sistematicamente se opõe à clarificação política e moral (a que chama «crispação»), comportando-se como um oportunista politicamente correcto e um vulgar relativista?

Porque o tipo faz uma conversa de santinho para agradar,  politicamente correcta, agora até já há para aí uns patós que começam a falar dele como candidato às próximas eleições presidenciais. Para que tudo fique na mesma.

Depois de Eanes, Sampaios e Cavacos, tudo é possível e louvado nesta III República.



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