quarta-feira, 5 de outubro de 2011

5 de Outubro, 1143: Tratado de Zamora

Paulo Mendonça, em Área Militar (5 de Outubro de 2006)

Comemora-se hoje, dia 5 de Outubro de 2006, o 863.º aniversario do tratado de Zamora.

Bandeira de Portugal em 1143
Nesta data, naquele ano do século XII, os selos reais, reconheciam pela primeira vez o Reino de Portugal, e D. Afonso Henriques como seu suserano.
A data é da maior importância para a História do País, dado representar e demonstrar no papel e em documentos escritos, a determinação de D. Afonso Henriques e dos homens livres, especialmente da burguesia da região de entre Douro e Minho, que nunca aceitou que a capital da antiga Gallaecia, situada em Braga, se tivesse transferido de Braga para a actual cidade de Lugo na Galiza, onde a nobreza visigótica estava protegida pelas muralhas romanas.
Desde aí, que a norte e a sul do Minho se criou uma cisão entre um povo outrora homogéneo, e que resultou numa guerra civil entre portugueses e galegos, que acabou com a separação e a criação do Reino de Portugal.
O Rei de Leão e Castela, um suserano medieval, tinha dificuldade em manter os seus vários domínios e preferia dar-lhes autonomia e garantir a sua lealdade que com a manutenção de unidades nacionais, que na altura não faziam sentido, como aliás não fazem hoje.
Com o Sul aberto à reconquista contra os árabes, o reino português teve por isso a possibilidade de se expandir para sul, atingindo o Algarve no século seguinte, e deixando o Reino de Leão enclausurado entre Portugal e Castela e marcando assim a sua destruição e absorção por parte do seu vizinho castelhano.
O Estado Português comemora no entanto a implantação da República Portuguesa. Um regime imposto aos portugueses por um golpe de estado feito contra a vontade do povo e do qual se aproveitaram organizações mais ou menos criminosas como a maçonaria, ou abertamente criminosas como a Carbonária, que dois anos antes tinha dado ordens para o assassínio do Monarca.
O golpe foi também dado com o objectivo a médio prazo e em conjugação com as organizações congéneres em Espanha, destituir a monarquia de Afonso XIII e criar finalmente a República Ibérica de raiz Hispânica.
De muitos pontos de vista, a comemoração do 5 de Outubro de 1910 é a comemoração de um crime, e a conclusão da primeira fase dos planos da Maçonaria portuguesa, propostos pela geração de 70, absolutamente crente que Portugal tinha chegado ao fim e que já nada restava que não fosse o suicídio e o desaparecimento do País.
Apenas alguns meses depois, começaram os primeiros contactos com a Inglaterra com vista a perguntar se esse país se oporia à absorção, e apenas a I Guerra Mundial complicou os planos da maçonaria, que no entanto aproveitou para enviar o exército para morrer na França, quando se sabia que o exército era essencialmente monárquico.
Numa altura em que de novo as organizações maçónicas de forma cada vez mais aberta conspiram para assassinar Portugal, é sintomático que se comemore o crime, e se esqueça o acto fundador na Nação a que temos orgulho de pertencer.
A República, embora não referendada, transformou-se em instituição legítima, mas a sua legitimidade ganharia se houvesse coragem de perguntar aos portugueses se de facto a querem, e se respeitasse a História do País, lembrando o acto fundador de 1143 e da conferência de Zamora, da qual resultou o tratado que transformou Portugal numa realidade até hoje.



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