domingo, 26 de fevereiro de 2012

RR - Mas que embirração!

Nuno Serras Pereira








1. A rádio renascença (rr) no seu verosímil perseverante propósito de confundir, deformar, e escandalizar os católicos tem vindo a referir-se às pessoas do mesmo sexo que desconchavadamente se emparelharam como casais homossexuais. Não faço ideia se a rr se justificará com o facto de existir uma «lei» promulgada que concede a possibilidade de que, após a realização de um ritual civil, duas pessoas do mesmo sexo sejam declaradas casadas. Seja como for convirá recordar a esta emissora delambida algumas verdades elementares:
a) O casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma impossibilidade antropológica cujos fundamentos são ontológicos.
b) Nem o estado nem a rr têm o poder de mudar a substância das coisas. O pensamento de que uma coisa pode passar a ser outra ao sabor da nomeação que lhe dêmos não passa de uma superstição mágica sem qualquer fundamento na realidade. O facto das mentes relativistas e niilistas actuais regredirem a essa crença primitiva não lhe concede validade alguma. As coisas são o que são independentemente da nossa opinião ou decisão. E há que dizer-se das coisas aquilo que elas são.
Só Deus pode criar a partir do nada. Somente Ele, pela Sua Palavra Omnipotente, pode transformar a substância do que existe, como acontece, por exemplo, na transubstanciação eucarística do pão no Seu próprio Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
Se num futuro que se afigura cada vez mais provável os deputados legislarem e o presidente promulgar uma lei consagrando o pseudocasamento intergeracional (de pedófilos), ou o pseudocasamento interespécies (entre pessoas e animais) a rr estará disposta a noticiá-los com o nome de casamento? Infelizmente, a partir dos dados que temos, tudo parece indicar que sim.
Os proprietários da rr, o Episcopado português, não conhecem o mandato da Escritura: «Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar … » (Rom 12, 2)?
c) Toda e qualquer «lei» iníqua, assim o ensinam a Tradição viva da Igreja e a Lei Moral Natural, pelo facto de ser injusta, pura e simplesmente, não é lei: «A lei humana tem valor de lei enquanto está de acordo com a recta razão: derivando, portanto, da lei eterna. Se, porém, contradiz a razão, chama-se lei iníqua e, como tal, não tem valor, mas é um acto de violência» (S. Tomás d’ Aquino, cit. in João Paulo II, O Evangelho da vida, nº 72). A autoridade que a estabelece « … perde a sua razão de ser como também as suas disposições estão privadas de qualquer valor jurídico.» (João Paulo II, O Evangelho da vida, nº 71); «A autoridade (de facto) é exigência da ordem moral e promana de Deus. Por isso, se os governantes legislarem ou prescreverem algo contra essa ordem e, portanto, contra a vontade de Deus, essas leis e essas prescrições não podem obrigar a consciência dos cidadãos. ... Neste caso, a própria autoridade deixa de existir, degenerando em abuso do poder.» (João XXIII, cit. in Idem). «Leis deste tipo não só não criam obrigação alguma para a consciência, como, ao contrário, geram uma grave e precisa obrigação de opor-se a elas através da objecção de consciência … no caso de uma lei intrinsecamente injusta … nunca é lícito conformar-se com ela … .»(João Paulo II, O Evangelho da vida, nº 73).
2. Mas que embirração será esta que a rr, «emissora católica portuguesa», tem sistematicamente com a Lei Moral Natural e com a Doutrina da Igreja?

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