Frei Clemente Rojão
Não acompanhei, de facto, o sínodo das famílias por causa das eleições [no Brasil]. Mas no final, do lido, uma coisa me surpreendeu: o Cardeal Kasper saiu mal.
E eu não estou celebrando isso, não! É evidente que o Cardeal Kasper tentou o que tentou por instigação do papa Francisco, que desejava que o sínodo referendasse a mudança de doutrina que ele por si só não tem coragem de assinar. Esta estratégia é muito boa para as coisas boas. Mudança de doutrina, nem se um anjo do céu pedir, já dizia São Paulo. E eu me pergunto porque ainda não me atirei da ponte ao constatar - ó tempora, ó mores - que um papa quer mudar a doutrina do casamento...
Foi ele! |
E Kasper? Kasper foi atirado aos leões. Parece que tudo saiu da sua cabecinha torta. Nem dele nem de Baldisseri!!! Eles eram testas de ferro. Foram os Josés-Dirceus que viraram os réus para ocultar o chefe. Agora Kasper tornou-se o ícone da heterodoxia na Igreja (mas talvez não se importe) e apanhou mais que Aécio e Marina (até eu bati, com justiça). O facto é que politicamente perdeu e quando a maré do Sínodo se voltou, o nosso santo padre tirou o seu pontifício xxx da recta, «não era com ele». E, na política, quem bate mais leva.
É por isso que na vida eu tenho uma lei: Nunca faço trabalho sujo para o chefe. Isso já me custou diversos cargos e promoções, mas uma incrível tranquilidade na vida.
Desculpe-me, Cardeal Kasper. Mas da próxima vez não seja o pontifício carregador de marmitas doutrinárias.
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